REVISÃO INTEGRATIVA

 

 

Distress em Pacientes Oncológicos no Brasil: Revisão Integrativa da Literatura

Distress in Cancer Patients in Brazil: Integrative Literature Review

Distrés en Pacientes con Cáncer en Brasil: Revisión Integradora de la Literatura

 

doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n3.2402

 

Marcela Maria de Melo Perdigão1; Andrea Bezerra Rodrigues2; Rhanna Emanuela Fontenele Lima de Carvalho3; Sherida Karanini Paz de Oliveira4; Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos5; Paulo César de Almeida6

 

1,3-6Universidade Estadual do Ceará (UECE), Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde. Fortaleza (CE), Brasil. E-mails: marcela.perdigao@aluno.uece.br; rhanna.lima@uece.br; karanini@yahoo.com.br; saiwori.anjos@uece.br; pc2015almeida@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-9084-1249; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-3406-9685; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-3902-8046; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-7559-8471; Orcid iD: http://orcid.org/0000-0002-2867-802X

2Universidade Federal do Ceará (UFC), Departamento de Enfermagem. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: andreabrodrigues@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-2137-0663

 

Endereço para correspondência: Marcela Maria de Melo Perdigão. Avenida Doutor Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi. Fortaleza (CE), Brasil. CEP 60714-903. E-mail: marcela.perdigao@aluno.uece.br

 

 

RESUMO

Introdução: O paciente oncológico vivencia uma série de mudanças em sua vida diante do diagnóstico e do tratamento, sendo o aspecto emocional um dos atingidos nesse processo. O termo “distress” foi escolhido para se referir ao sofrimento emocional vivenciado pelo paciente oncológico. Objetivo: Identificar como o distress em pacientes oncológicos tem sido abordado em estudos realizados no Brasil. Método: Revisão integrativa da literatura científica sobre o distress realizada em setembro de 2020. Para a busca nas bases de dados, utilizaram-se o descritor “Neoplasias” e o termo “Distress”. Foram selecionados artigos disponíveis na íntegra publicados em português, inglês ou espanhol, tendo como assunto país/Região: Brasil, sem corte temporal, nas bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF. Foi realizada a etapa de leitura crítica para análise e síntese dos artigos. Os artigos selecionados foram organizados e apresentados na forma de quadro e a interpretação dos resultados em categorias. Resultados: A amostra final desta revisão resultou em nove artigos que apontaram instrumentos capazes de identificar e/ou medir o distress, discorreram sobre os fatores associados à presença do distress e os fatores que impactaram na redução dos distress. Conclusão: O paciente com câncer pode vivenciar o distress em qualquer fase da doença. Diante da escassez de artigos acerca do distress no cenário brasileiro, recomenda-se que se desenvolvam mais estudos a fim de aprofundar e consubstanciar a temática.

Palavras-chave: neoplasias/psicologia; angústia psicológica; literatura de revisão como assunto; Brasil.

 

 

ABSTRACT

Introduction: Cancer patients experience a series of changes in their lives due to diagnosis and treatment and the emotional aspect is one of those affected by this process. The term “distress” was chosen to refer to the emotional suffering that cancer patients experience. Objective: To identify how distress in cancer patients has been addressed in studies carried out in Brazil. Method: An integrative review of the scientific literature on distress carried out in September 2020. To search the databases, the descriptor “Neoplasms” and the term “Distress” were used. Articles available in full published in Portuguese, English or Spanish were selected, with the subject Country/Region: Brazil, without time cut, in the LILACS, MEDLINE and BDENF databases. The critical reading step was conducted to analyze and synthesize the articles. The articles selected were organized and presented as a table and the interpretation of the results in categories. Results: The final sample of this review consisted of nine articles which pointed out instruments capable of identifying and/or measuring distress, discussed the factors associated with the presence of distress and the factors impacting its reduction. Conclusion: Cancer patients can experience distress at any stage of the disease. In view of the scarcity of articles about distress in the Brazilian scenario, it is recommended that more studies are developed in order to deepen and substantiate the theme.

Key words: neoplasms/psychology; psychological distress; review literature as topic; Brazil.

 

 

RESUMEN

Introducción: Los pacientes con cáncer experimentan una serie de cambios en su vida de cara al diagnóstico y tratamiento, siendo el aspecto emocional uno de los afectados en este proceso. Se eligió el término “distrés” para referirse al sufrimiento emocional que experimentan los pacientes con cáncer. Objetivo: Identificar cómo el sufrimiento en pacientes con cáncer ha sido abordado en estudios realizados en Brasil. Método: Revisión integradora de la literatura científica sobre distrés realizada en septiembre de 2020. Para la búsqueda en las bases de datos se utilizó el descriptor “Neoplasias” y la palabra “Distress”. Fueron seleccionados artículos disponibles completos publicados en portugués, inglés o español, con el tema país/Región: Brasil, sin corte de tiempo, en las bases de datos LILACS, MEDLINE y BDENF. Se realizó la etapa de lectura crítica para el análisis y síntesis de los artículos. Los artículos seleccionados fueron organizados y presentados en forma de tabla y la interpretación de los resultados presentados en categorías. Resultados: La muestra final de esta revisión resultó en nueve artículos que señalaron instrumentos capaces de identificar y/o medir el distrés, discutieron los factores asociados con la presencia de distrés y los factores que impactaron la reducción del distrés. Conclusión: Los pacientes con cáncer pueden experimentar distrés en cualquier etapa de la enfermedad. Dada la escasez de artículos sobre el distrés en el escenario brasileño, se recomienda que se desarrollen más estudios para profundizar y fundamentar el tema.

Palabras clave: neoplasias/psicología; distrés psicológico; literatura de revisión como asunto; Brasil.

 

 

INTRODUÇÃO

A pessoa que recebe o diagnóstico de câncer vivencia mudanças em sua vida tanto no aspecto físico quanto no psicológico. Ainda é possível observar uma relutância dos pacientes oncológicos em revelar problemas emocionais. Identifica-se, como uma barreira para eles receberem cuidados psicossociais, o estigma associado aos problemas de cunho psicológico. Assim como o câncer, as palavras “psicológico”, “psiquiátrico” e “emocionais” são temidas e estigmatizantes1.

 

Em decorrência dos mitos relacionados ao câncer, abrangência e popularidade do termo “estresse”, a National Comprehensive Cancer Network (NCCN) optou por utilizar o termo “distress” para se referir ao sofrimento emocional vivenciado pelo paciente oncológico, por ser mais aceitável e menos estigmatizante do que “psiquiátrico”, “psicossocial” ou “emocional”; soa “normal” e menos embaraçoso, além de poder ser definido e medido por autorrelato1,2.

 

O distress é definido como uma “experiência emocional desagradável e multifatorial, de natureza psicológica (cognitiva, comportamental, emocional), social e/ou de natureza espiritual que pode interferir na habilidade de lidar eficazmente com o câncer, seus sintomas físicos e seu tratamento”1.

 

Em virtude da sua importância e do seu impacto, o distress foi reconhecido como um indicador central da saúde e do bem-estar dos pacientes oncológicos, designando-o como o sexto sinal vital nessa população3. O aumento do distress pode ter um impacto significativo no bem-estar geral4, sendo o apoio psicológico um aspecto importante da atenção integral ao paciente com câncer5.

 

O distress pode resultar da reação ao diagnóstico e perpassar ao longo da trajetória da doença, incluindo o período da sobrevivência. É necessário que ele seja reconhecido, monitorado, documentado e tratado prontamente em todos os estágios da doença e em todos os ambientes, bem como a triagem deve identificar o nível e a natureza do distress. Em geral, a detecção precoce e o manejo do distress levam a: melhor adesão ao tratamento, melhor comunicação, menos ligações e visitas ao consultório do oncologista, e evitam a raiva do paciente e o desenvolvimento de ansiedade e depressão1.

 

Diante dessa problematização, surgiu o seguinte questionamento: “Quais as evidências disponíveis acerca do distress em pacientes oncológicos no Brasil?”. Apesar de existirem diretrizes para o gerenciamento do distress em pacientes oncológicos, ainda se percebe, no contexto brasileiro, uma baixa produção acerca de temática, bem como desconhecimento por parte dos profissionais de saúde em geral.

 

Assim, a publicação de um estudo que vise a apresentar a abordagem que se tem dado ao distress no paciente oncológico proporcionará maior divulgação dessa temática, permitindo uma melhor atuação dos profissionais de saúde no manejo do distress nesses pacientes e provendo um cuidado mais efetivo.

 

Nesse sentido, o presente artigo teve por objetivo identificar como o distress em pacientes oncológicos tem sido abordado em estudos realizados no Brasil.

 

 

MÉTODO

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura científica sobre o distress. Para a operacionalização deste estudo, seguiram-se as seguintes etapas: elaboração da pergunta norteadora, busca na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa6.

 

A construção da pergunta da pesquisa foi elaborada de acordo com a estratégia “População, Interesse, Contexto”7, em que: População – pacientes oncológicos; Interesse – distress; Contexto – Brasil, tendo como resultado a questão norteadora “O que se tem produzido sobre o distress em pacientes oncológicos no Brasil?”.

 

Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se, em setembro de 2020, uma busca nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF). Para a busca nas bases de dados, foi selecionado o descritor “Neoplasias” presente nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e o termo“Distress”, combinados entre si por meio do operador booleano “AND”, formando o seguinte conjunto de busca: “Distress AND Neoplasias”. Justifica-se a escolha do uso do termo “Distress”, pois, ao se realizar o levantamento com o descritor “Angústia Psicológica”, houve um resultado muito restrito.

 

Os critérios de inclusão adotados para a seleção dos artigos foram: artigos disponíveis na íntegra publicados em português, inglês ou espanhol, tendo como assunto país/Região: Brasil; tal escolha se deu no intuito de se perceber como tem ocorrido a absorção e a aplicação do conceito distress na realidade brasileira. Optou-se por não delimitar o tempo de busca para melhor compreensão da evolução da temática no país. Foram excluídos artigos repetidos na base de dados, artigos de revisão e artigos que não responderam à pergunta norteadora.

 

Utilizou-se um instrumento de coleta de dados contendo a identificação de artigo, ano, autores, título, base de dados, revista, idioma, objetivo, participantes, descrição do protocolo proposto, resultados, tipo de estudo e nível de evidência, a partir da pirâmide de evidências proposta por Melnyk e Fineout-Overholt: Nível I – Evidências oriundas de revisões sistemáticas ou metanálises de relevantes ensaios clínicos randomizados; Nível II – Evidências resultantes de ensaios clínicos randomizados bem delineado; Nível III –Evidências derivadas de ensaios clínicos bem delineados sem randomização; Nível IV – Evidências provenientes de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; Nível V – Evidências originárias de revisões sistemáticas de estudos descritivos e Qualitativos; Nível VI – Evidências decorrentes de um único estudo descritivo ou qualitativo; Nível VII – Evidências oriundas de opinião de autoridades e/ou relatórios de comitês de especialistas8.

 

Para a análise e síntese dos artigos, foi efetuada a etapa de leitura crítica. A presente revisão reuniu e sintetizou os artigos selecionados, organizados e apresentados na forma de quadro e a interpretação dos resultados encontrados em categorias.

 

 

RESULTADOS

No levantamento inicial nas fontes de busca selecionadas, obtiveram-se 25 artigos, sendo oito da LILACS, 15 da MEDLINE e dois da BDENF. Após a realização das etapas de seleção e elegibilidade dos artigos, restaram nove manuscritos para a composição da síntese de evidências, conforme a Figura 1.

 

Figura 1. Fluxograma de busca e seleção de artigos nas bases de dados. Fortaleza, 2021

 

 

Dos nove artigos incluídos para esta revisão, seis foram identificados na MEDLINE, dois na BDENF e um na LILACS, publicados entre 2008 e 2018, com destaque para os anos de 2012 e 2014, que tiveram duas publicações em dois periódicos diferentes.

 

Quanto ao periódico, encontrou-se que o maior número de artigos publicados foi na Revista Psychooncology, com quatro artigos. A Revista Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) teve duas publicações. Com apenas uma publicação cada, tem-se os periódicos European Journal of Cancer Care, Journal of Wound, Ostomy and Continence Nursing e a Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP).

 

Em relação ao idioma, seis artigos foram escritos na língua inglesa. No que tange ao desenho dos estudos, cinco eram do tipo observacional, três com abordagem qualitativa e um estudo transversal descritivo.

 

O Quadro 1 traz a apresentação dos resultados conforme autor, ano, objetivo, resultados e nível de evidência.

 

Quadro 1. Caracterização dos artigos utilizados na síntese de evidências, conforme autor, ano, objetivo, resultados e nível de evidência. Fortaleza, 2021

Número

Autor/ano

Objetivo

Resultados

Nível de evidência

1

Bergerot et al., 20189

Investigar a qualidade de vida e a prevalência de distress em uma coorte de pacientes com diagnóstico de câncer raro, com base na definição RARECARE

No total, 49,6% dos pacientes relataram distress moderado a grave na escala do DT. O nível de distress foi relacionado a problemas físicos (92,7%) e emocionais (73,7%)

VI

2

Bergerot et al., 201610

Descrever o processo de desenvolvimento, implementação piloto do Programa de triagem de distress e resultados iniciais do programa, a fim de estender a pesquisa sobre esse aspecto-chave do tratamento do câncer

Os pacientes que receberam o Grupo de Programa de triagem de distress + o Grupo de reunião de atenção psicossocial relataram significativamente menor distress e depressão/ansiedade total no início da quimioterapia em relação aos pacientes recebendo triagem de distress. Problemas emocionais e físicos foram as principais áreas problemáticas relatadas

IV

3

Decat et al., 201111

Medir o distress em 3 pontos durante o curso de quimioterapia: início, meio e último dia de terapia em um centro de câncer privado no Brasil

Iniciando o tratamento, 82% dos pacientes tiveram um nível clinicamente significativo de distress. Na avaliação do meio do ciclo, dos 88 participantes restantes, 36,4% apresentaram distress. No último dia de tratamento, 18,2% dos 77 pacientes ainda matriculados pontuaram acima de 4 no DT. Problemas emocionais e físicos eram os mais importantes nos 3 pontos do tempo

IV

4

Paiva et al., 201212

Obter dados preliminares sobre a eficácia de um programa ambulatorial de cuidados paliativos na melhora dos sintomas relacionados ao câncer e identificar e correlacionar sintomas que mudaram (melhoraram ou prejudicaram) juntos

O programa ambulatorial de cuidados paliativos foi hábil em prover melhorias significativas na evolução dos sintomas, avaliadas por meio da redução dos escores de sintomas e no TSDS

IV

5

Lopes et al., 201213

Explorar o significado psicossocial e as repercussões no estilo de vida associado à disfunção erétil e incontinência urinária em homens após prostatectomia radical

Os homens relataram dificuldades em lidar tanto com a impotência física quanto emocional decorrente do tratamento. A incontinência urinária e a disfunção erétil afetavam seu corpo, acentuando os conflitos relacionados à masculinidade, desencadeando sentimentos subjetivos de impotência e sofrimento emocional (distress)

VI

6

Bergerot et al., 201414

Explorar a relação entre distress e características demográficas e de saúde e construir um gráfico de referência de curva de percentil com as pontuações de distress de uma grande amostra de pacientes de um centro privado de câncer no Brasil

Mais da metade (n=269, 53,8%) dos participantes relataram distress clinicamente significativo em algum ponto no decorrer do tratamento, com maior proporção no início do tratamento (n=254, 50,8%). O distress relacionado ao problema diminuiu progressivamente com o tempo. Problemas emocionais e físicos foram os mais comuns relatados em todos os momentos. O distress diminuiu ao longo do tempo, de uma média de 4,0 em T1 para 2,0 em T3

IV

7

Caetano et al., 200915

Conhecer quais as reações das mulheres ao receberem o diagnóstico de câncer de mama e como elas enfrentaram a doença e o tratamento

O diagnóstico de câncer de mama despertou nas mulheres sentimentos de desespero e angústia (distress), que foram minimizados na esperança da cura depositada em Deus e na medicina e, com isso, passaram a valorizar mais suas vidas e as coisas simples do cotidiano

VI

8

Cascais et al., 200816

Compreender as representações sociais sobre câncer da pessoa acometida por essa doença

As representações sociais sobre câncer se encontram ainda fortemente ancoradas em morte, sofrimento, incapacidade, pavor, medo e desespero (distress)

VI

9

Kolankiewicz et al., 201417

Analisar a confiabilidade e validade das propriedades psicométricas da versão brasileira do MDASI

No que se refere aos sintomas, 50% dos entrevistados pontuaram as preocupações (distress) em grau 2 de intensidade. A prevalência das preocupações (distress) foi de 54,5%, com uma pontuação média de 3,36 (±3,64)

VI

Legendas: DT = distress thermometer; TSDS = total symptom distress score; MDASI = MD Anderson Sympton Inventary – core.

 

 

Quanto à referência do distress em pacientes oncológicos, os artigos apontaram instrumentos capazes de identificar e/ou medir o distress em pacientes oncológicos, bem como discutiram os fatores associados à presença do distress nessa população e os fatores que impactaram na redução do distress em pacientes com câncer.

 

Com base na análise descritiva, optou-se pela divisão dos estudos em três categorias para a discussão dos resultados, de acordo com sua principal abordagem em relação ao distress, sendo elas: 1) instrumentos para identificar e/ou medir o distress; 2) fatores associados à presença do distress; 3) fatores de redução do distress. Eventualmente, alguns artigos abrangeram mais de uma categoria.

 

Na primeira categoria, verificaram-se os estudos sobre instrumentos capazes de identificar e/ou medir o distress em pacientes oncológicos9,11,14,17. Em dois estudos9,14, a medição do distress foi realizada por meio do distress thermometer (DT) e em outro estudo11, além do DT, o instrumento Hospital Anxietyand Depression Scale (HADS) foi associado para medir o distress em pacientes oncológicos. Apenas um estudo utilizou o MD Anderson Sympton Inventary (MDASI) – core para identificar o distress nos pacientes em tratamento oncológico17.

 

Na segunda categoria, foram incluídos os estudos que abordaram os fatores associados à presença do distress9-11,13-16.

 

Observou-se que pacientes com câncer raro são mais propensos a relatar altos níveis de distress. Entre essa população, pacientes mais jovens e do gênero feminino são mais atingidos. Aqueles que foram avaliados durante a fase de tratamento ativo, em comparação com a fase de vigilância de acompanhamento, foram associados com maior nível de distress9.

 

Em três estudos10,11,14, foi possível identificar que os pacientes com câncer tiveram maior prevalência de distress clinicamente significativo no início do tratamento.

 

A presença do distress foi relatada por 49,6% dos pacientes9. Pesquisas apontam que, no decorrer do tratamento, os pacientes tendem a apresentar menor nível de distress11,14. Em um estudo11, os pacientes foram avaliados no início, meio do ciclo e no último dia de quimioterapia, conforme determinado pelo protocolo de cada paciente, constatando-se pelos resultados que 82% dos pacientes, ao iniciar o tratamento, tiveram um nível clinicamente significativo de distress; no meio da avaliação do ciclo, esse número decaiu para 36,4%; e, no último dia do tratamento, 18,2% dos 77 pacientes ainda inscritos apresentaram distress.

 

Constatou-se que as representações sociais sobre câncer se encontram ainda fortemente ancoradas em morte, sofrimento, incapacidade, pavor, medo e desespero16.

 

A presença do distress foi alta em homens submetidos à prostatectomia radical para câncer de próstata e envolveu fatores como a dificuldade em lidar com a incontinência urinária e a disfunção erétil, decorrentes do tratamento13.

 

Na terceira categoria, foi possível extrair dos estudos os fatores que tendem a impactar na redução do distress10-12,14.

 

Em um estudo voltado para o desenvolvimento e a implementação de um programa abrangente de rastreamento psicossocial10, os resultados indicaram diminuição do distress nos pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico que receberam o Grupo de Programa de Triagem de Distresse o Grupo de Reunião de Atenção Psicossocial. Eles atribuíram as diferenças significativas na diminuição do distress às melhorias na colaboração multidisciplinar, atenção à triagem de distress e cuidados prestados ao longo do tempo acerca da experiência anterior de manejo com o distress.

 

Além disso, o acompanhamento por uma equipe interdisciplinar em um programa ambulatorial de cuidados paliativos ocasionou redução do sofrimento causado pelos sintomas em pacientes com câncer avançado12.

 

Outros dois estudos11,14, voltados à mensuração do distress, também demonstraram que, no decorrer do tratamento, os pacientes tendem a apresentar significativamente menor nível de distress.

 

 

DISCUSSÃO

 

Instrumentos para identificar e/ou medir o distress

Quanto aos instrumentos para identificar o distress, foi apontado o DT, que é uma ferramenta específica para o câncer, desenvolvida pelo Painel de Gerenciamento do Distress da NCCN, semelhante à escala de classificação usada para dor4.

 

Em 2009, o DT foi adaptado e validado para a língua portuguesa. Os resultados do estudo indicaram uma sensibilidade de 82% e uma especificidade de 98%, indicando que o DT é viável e eficiente para avaliar o distress psicológico. Em razão da sua simplicidade e eficácia, este pode ser aplicado por qualquer profissional de saúde, tornando possível a sua inclusão na rotina de atendimento em oncologia18.

 

O DT tem o objetivo de identificar o nível de distress e suas possíveis causas no período referente à semana anterior, incluindo o dia em que essa avaliação está acontecendo. É uma ferramenta de avaliação de fácil análise e compõe-se de dois instrumentos: um que detecta o nível de distress e outro que identifica possíveis causas. O primeiro é apresentado por uma figura de um termômetro e permite que o paciente assine o nível de distress, partindo de zero (sem distress) até dez (distress extremo). O segundo, denominado Lista de Problemas, contém 35 itens voltados para o reconhecimento de possíveis causas do distress relacionadas ao diagnóstico, ao tratamento e a outros fatores2,14,18.

 

Outro instrumento utilizado foi a Escala de Ansiedade e Depressão, validada no Brasil ‒ do inglês, Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD) ‒, que abrange 14 itens destinados a medir ansiedade, depressão e distress19. Também é considerado um instrumento de triagem do distress em pessoas com câncer4.

 

Em um estudo18, foi constatada a convergência entre o DT e a HAD, favorável na identificação do distress psicológico e de problemas potenciais, reforçando que o primeiro instrumento é comparável ao segundo instrumento.

 

Reconhece-se que os tratamentos clínicos em oncologia produzem uma multiplicidade de sintomas, como fadiga, dor, sono perturbado, aflição e falta de apetite, podendo apresentar variação ao longo do tratamento. Assim, a avaliação dos sintomas é fundamental, a fim de identificar complicações precocemente e minimizar ou até mesmo prevenir prováveis alterações na capacidade funcional dos pacientes17.

 

As escalas de medição de sintomas são tidas como o núcleo de uma avaliação adequada, fornecendo base para detectar sintomas, classificar sua gravidade e avaliar a eficácia do tratamento20. Entre os instrumentos capazes de mensurar os sintomas individuais ou múltiplos, tem-se o MDASI, sendo uma importante ferramenta para a atividade clínica e de pesquisa para a avaliação de múltiplos sintomas, tendo em vista a variabilidade de sintomas que os pacientes apresentam em decorrência da doença e do tratamento17.

 

O MDASI é uma medida de resultados relatados pelo paciente de vários sintomas para uso clínico e em pesquisa. É possível utilizá-lo para avaliar a gravidade dos sintomas experimentados pelos pacientes com câncer e a interferência na vida diária causada por esses sintomas21. Sua grande vantagem é o fato de ele ser facilmente concluído pela maioria dos pacientes20.

 

O MDASI-core consta de dois componentes: intensidade dos sintomas, com 13 itens, e sintomas que interferem nas atividades de vida diária, com seis itens. No primeiro componente, encontram-se os 13 principais itens de sintomas do MDASI, que são aqueles que apresentam a maior frequência e/ou gravidade em pacientes com vários tipos de câncer e tipos de tratamento, sendo eles: dor, fadiga, náuseas, problemas de sono, preocupações (distress), dispneia, dificuldade de lembrar-se das coisas, falta de apetite, sonolência, boca seca, tristeza, vômito, dormência/formigamento, avaliados em uma escala de zero a dez, sendo zero sem sintomas e dez tão forte quanto você possa imaginar. O segundo componente envolve os sintomas que interferem na vida, também avaliados em uma escala de classificação numérica de zero a dez, em que zero não interferiu e dez interferiu completamente; possui seis itens (atividade em geral, humor, trabalho, relacionamentos, caminhar e prazer de viver). É possível utilizar a média dos itens de interferência para representar a angústia de sintomas gerais17,21,22.

 

Uma rotina de triagem do distress nos serviços tende a personalizar o tratamento com foco nas necessidades específicas do paciente, além de permitir aos pacientes e à equipe de saúde reconhecer mais facilmente e relatar o surgimento de problemas, de modo a garantir acesso rápido aos recursos relevantes10.

 

A triagem do distress em pacientes oncológicos com instrumentos devidamente reconhecidos é de grande valia, visto que auxilia a enxergar as melhorias necessárias no cuidado ao paciente oncológico a fim de manejar o distress.

 

Fatores associados à presença do distress

Os pacientes oncológicos experimentam, ao longo da trajetória da doença, vários níveis de distress associados ao diagnóstico do câncer e em decorrência dos seus efeitos e dos tratamentos4.

 

Uma maior prevalência do distress no início do tratamento pode estar relacionada com o impacto do diagnóstico e a antecipação do paciente ao tratamento quimioterápico. As diferenças culturais de adaptação ao câncer presentes no Brasil podem estar associadas aos níveis de distress de moderado a grave e a quanto o diagnóstico com doença avançada pode impactar no desfecho do distress10.

 

Em decorrência do diagnóstico, os pacientes oncológicos vivenciam, em sua maioria, o distress por ser uma circunstância permeada pelo sentimento de insegurança, negação, impotência e medo da dor e da morte, ansiedade, desespero e mesmo depressão16,18.

 

O câncer é cercado de estigmas e continua a ser uma das doenças mais temíveis, mesmo diante das possibilidades terapêuticas cada vez mais eficazes em seu tratamento, induzindo ao medo e afetando emocionalmente as pessoas. É atribuída ao câncer a ideia de algo que cresce e destrói a vitalidade, incerteza da cura, a possibilidade de morte iminente aliada a um grande sofrimento, sendo associado à punição e ao castigo em muitas culturas16,23.

 

Evidenciou-se que o distress em pacientes oncológicos está comumente associado aos problemas físicos e emocionais9-11,14. Em estudo realizado com pacientes oncológicos utilizando instrumentos de triagem do distress, os problemas físicos, como memória/concentração, dificuldade para dormir, constipação, náusea, aparência, fadiga, dor e problemas de ordem sexual, foram relatados como maiores causadores de distress. Já nos problemas emocionais, o medo, a preocupação, a tristeza e a perda do interesse nas atividades usuais foramos itens mais apontados pelos pacientes18.

 

O rastreamento usando o DT destaca um amplo espectro de sintomas físicos e emocionais; ainda, há a necessidade de os serviços de suporte serem amplos e irem além das queixas físicas dos pacientes. O desenvolvimento de estudos com intervenções a fim de melhorar o bem-estar geral dos pacientes por meio de material educacional ajuda os pacientes a comunicar os sintomas de forma eficaz e a suavizar os problemas físicos e emocionais9.

 

Percebe-se o quanto o diagnóstico e o tratamento do câncer podem impactar no desfecho do distress, reforçando a importância de uma rotina de triagem do distress pelos profissionais da saúde que fazem parte da assistência ao paciente oncológico com destaque ao momento do diagnóstico e durante o tratamento.

 

Fatores de redução do distress

Com o desenvolvimento e a implantação de programas de triagem psicossocial, pode-se observar que é possível abrir espaço para o paciente manifestar sua experiência tendo como melhorias a comunicação entre pacientes, familiares e a equipe de saúde e estimular os pacientes a tornarem-se mais ativos em seu tratamento. Ademais, os pacientes começaram a ficar mais atentos aos seus sintomas físicos, a sentimentos e a pensamentos, envolvendo-se mais em seus cuidados. Na implantação desse programa, aconteceram discussões permanentes entre os membros da equipe de saúde proporcionando a oportunidade de desenvolver estratégias com o intuito de melhorar a atenção psicossocial durante o percurso do tratamento10.

 

Tais programas também permitem à equipe de saúde como um todo desenvolver uma maior compreensão e apreciação das questões psicossociais enfrentados por seus pacientes, além de oferecerem uma visão sobre a perspectiva dos pacientes de lidar com o câncer e o tratamento e fornecerem recomendações práticas baseadas em evidências que poderiam ser incorporadas em seus atendimentos clínicos de rotina com os pacientes oncológicos10.

 

Do mesmo modo, em outra pesquisa12, com pacientes com câncer acompanhados por uma equipe interdisciplinar em um programa ambulatorial de cuidados paliativos, os resultados mostraram que esta foi hábil em prover melhorias significativas na evolução dos sintomas impactando na redução do sofrimento pelos sintomas. O principal foco dos cuidados paliativos é proporcionar alívio dos sintomas e melhorar a qualidade de vida, sendo possível alcançá-los obtendo o controle da dor e outros sintomas angustiantes. A aplicação de cuidados desenvolvidos pela equipe interdisciplinar em um programa ambulatorial de cuidados paliativos gerou melhorias no Total Symptom Distress Score (TSDS) do instrumento Edmonton Symptom Assessment System (ESAS). Desse modo, é possível proporcionar redução do sofrimento relacionados aos sintomas vivenciados pelos pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos.

 

Por outro lado, estudos identificaram que o distress relacionado ao tratamento reduz à medida que o tratamento do paciente com câncer se aproxima do final11,14. Essa redução pode estar relacionada à adaptação do paciente ao tratamento, à sensação de alívio decorrente do fim do tratamento ou ainda ao correto direcionamento dos cuidados pela equipe de saúde às necessidades do paciente14.

 

O painel da NCCN incentiva o estabelecimento de comitês interdisciplinares a fim de implementar e monitorar o distress e coloca que as instituições tenham uma estrutura para lidar com os cuidados psicossociais a fim de gerenciar de modo eficaz o distress1.

 

Percebe-se a relevância da atuação da equipe interdisciplinar no cuidado ao paciente oncológico no manejo do distress tendo um notório impacto no paciente, família e na própria equipe de saúde, a fim de valorizar as questões psicossociais do paciente, indo além das queixas físicas, refletindo em melhorias do cuidado do paciente consigo e nos processos de trabalho da equipe de saúde.

 

O estudo tem como limitação o enfoque no panorama brasileiro, embora tenha sido decisão dos autores tal ênfase.

 

 

CONCLUSÃO

Os resultados dos artigos encontrados indicaram que, na temática distress, são utilizados instrumentos capazes de identificar e/ou medir o distress em pacientes oncológicos. Outrossim, enfatizam fatores associados à presença do distress, bem como aqueles que impactam na redução do distress nesses pacientes.

 

A partir desses resultados e da discussão proveniente deles, é possível perceber: o quanto o distress é presente nos pacientes com câncer; a necessidade e a importância de se realizar uma triagem de distress com instrumentos adequados; a atenção da equipe de saúde em manejar o distress, minimizando, então, os efeitos decorrentes dele, o que proporciona uma assistência de acordo com as necessidades do paciente com câncer encontradas em cada fase da trajetória da doença.

 

A escassez de artigos encontrados instiga a refletir em como tem sido a abordagem do distress pelos profissionais de saúde e pacientes no cenário brasileiro sendo uma inspiração e motivação para apropriação da temática. Recomenda-se a realização de mais estudos na área a fim de aprofundar e consubstanciar a temática.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

Todos os autores contribuíram substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; na obtenção, análise e interpretação dos dados, assim como na redação e revisão crítica, e aprovaram a versão final a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

Nada a declarar.

 

 

FONTES DE FINANCIAMENTO

Não há.

 

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 14/10/2021

Aprovado em 9/3/2022

 

 

Editor-associado: Fernando Lopes Tavares de Lima. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-8618-7608

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

 

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