REVISÃO DA LITERATURA

 

Métodos e Técnicas Não Farmacológicos no Tratamento da Dor Oncológica: Revisão Sistemática da Literatura

Non-Pharmacological Methods and Techniques in the Treatment of Cancer Pain: Literature Systematic Review

Métodos y Técnicas no Farmacológicos en el Tratamiento del Dolor por Cáncer: Revisión Sistemática de la Literatura

 

 

doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n4.2667

 

Natali dos Santos Nascimento1; Amanda Tinôco Neto Santos2; Priscila Godoy Januário Martins Alves3

 

1-3Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Salvador (BA), Brasil.

1E-mail: natali.nascimento16@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-3473-4921

2E-mail: amandatms@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-0529-8742

3E-mail: pgjmalves@uneb.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-5992-2443

 

Endereço para correspondência: Natali dos Santos Nascimento. Departamento de Fisioterapia da UNEB. Rua Silveira Martins, s/nº – Cabula. Salvador (BA), Brasil. CEP 41180-045. E-mail: natali.nascimento16@gmail.com

 

 

RESUMO

Introdução: A dor é uma sensação desagradável e responsável por diversos prejuízos na vida dos pacientes oncológicos. Esse sintoma pode estar relacionado a diversos fatores, ter múltiplos níveis de intensidade e tempo de aparecimento, podendo ser associada à disseminação invasiva de células cancerosas no corpo ou em decorrência do tratamento antineoplásico. Objetivo: Verificar quais são as técnicas e os métodos não farmacológicos utilizados no tratamento da dor do câncer, assim como descrever sobre sua eficácia terapêutica. Método: Revisão sistemática da literatura, registrada com o número CRD42021244286 no PROSPERO. Os artigos científicos sobre a temática foram pesquisados nas bases de dados eletrônicas: LILACS, PubMed, PEDro, Cochrane/CENTRAL, em português, inglês e espanhol, de 2010 a 2020, de acordo os critérios de inclusão; ensaios clínicos randomizados controlados, com amostra composta por adultos com mais de 18 anos, de ambos os sexos, com dor relacionada ao câncer, que utilizaram métodos e técnicas não farmacológicas para tratar o quadro álgico. Resultados: Foram incluídos para análise 12 artigos com amostra total de 885 pacientes submetidos a protocolos de técnicas não farmacológicas com: acupuntura, acupuntura auricular, acupressão, eletroterapia, yoga, exercícios de terapia manual, reflexologia, massagem, programa de educação para gerenciamento da dor. Todos os artigos analisados apresentaram bons resultados no tratamento da dor do câncer. Conclusão: As modalidades de terapias complementares, educação em saúde e a eletroestimulação podem contribuir na redução do quadro álgico; no entanto, programas de exercícios só possibilitam melhorias durante o período do tratamento.

Palavras-chave: dor do câncer; manejo da dor; terapias complementares; resultado do tratamento.

 

 

ABSTRACT

Introduction: Pain is an unpleasant sensation and responsible for several harms in the lives of cancer patients. This symptom can be related to several factors, has multiple levels of intensity and time of onset, it may be associated with the invasive spread of cancer cells in the body or as a result of anticancer treatment. Objective: Check which are the non-pharmacological techniques and methods adopted in the treatment of cancer pain, as well as describe their therapeutic efficacy. Method: Systematic literature review registered at PROSPERO, number CRD42021244286. Scientific articles on the subject were searched in electronic databases LILACS, PubMed, PEDro, Cochrane/CENTRAL, in Portuguese, English and Spanish, from 2010 to 2020, according to the inclusion criteria; randomized controlled clinical trials, whose sample consisted of adults over 18 years old, of both sexes, with cancer-related pain, who used non-pharmacological methods and techniques to treat the pain. Results: Twelve articles were included for analysis with a total sample of 885 patients submitted to protocols of non-pharmacological techniques with acupuncture, auricular acupuncture, acupressure, electrotherapy, yoga, manual therapy exercises, reflexology, massage and education program for pain management. All articles analyzed showed good results in the treatment of cancer pain. Conclusion: The modalities of complementary therapies, health literacy and electrical stimulation can contribute to reduce pain, however, exercise programs are effective only during the treatment period.

Key words: cancer pain; pain management; complementary therapies; treatment outcome.

 

 

RESUMEN

Introducción: El dolor es una sensación desagradable y responsable de varios daños en la vida de los pacientes con cáncer. Este síntoma puede estar relacionado con varios factores, tener múltiples niveles de intensidad y tiempo de aparición, y puede estar asociado con la diseminación invasiva de células cancerosas en el cuerpo o como resultado de un tratamiento contra el cáncer. Objetivo: Comprobar cuáles son las técnicas y los métodos no farmacológicos empleados en el tratamiento del dolor oncológico, así como describir su eficacia terapéutica. Método: Revisión sistemática de la literatura, registrada con el número CRD42021244286 nel PROSPERO. Se realizaron búsquedas de artículos científicos sobre el tema en las bases de datos electrónicas: LILACS, PubMed, PEDro, Cochrane/CENTRAL, en los idiomas portugués, inglés y español, desde 2010 hasta 2020, según los criterios de inclusión; ensayos clínicos controlados aleatorizados, cuya muestra estuvo constituida por adultos mayores de 18 años, de ambos sexos, con dolor relacionado con el cáncer, que utilizaron métodos y técnicas no farmacológicas para el tratamiento del dolor. Resultados: Se incluyeron para el análisis 12 artículos con una muestra total de 885 pacientes sometidos a protocolos de técnicas no farmacológicas con: acupuntura, acupuntura auricular, acupresión, electroterapia, yoga, ejercicios de terapia manual, reflexología, masaje, programa de educación para el manejo del dolor. Todos los artículos analizados mostraron buenos resultados en el tratamiento del dolor oncológico. Conclusión: Las modalidades de terapia complementaria, educación para la salud y estimulación eléctrica pueden contribuir a la reducción del dolor, sin embargo, los programas de ejercicio solo permiten mejoras durante el período de tratamiento.

Palabras clave: dolor en cáncer; manejo del dolor; terapias complementarias; resultado del tratamiento.

 

 

INTRODUÇÃO

A dor constitui-se um problema comum, que afeta diversas pessoas no mundo e tem características e descrições diferentes, sendo abordada como sensações subjetivas, que tem relação com o prolongamento da vida humana1. De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)2, trata-se de uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano.

 

Na oncologia, a sensação dolorosa é relatada constantemente pelos pacientes, e esse sintoma pode estar relacionado a diversos fatores, ter múltiplos níveis de intensidade e tempo de aparecimento. Além disso, pode ser associada à disseminação invasiva de células cancerosas no corpo ou em decorrência do tratamento antineoplásico, como quimioterapia, radioterapia, e afecções relacionadas à extensão do tumor3.

 

A enfermidade transforma a maneira de viver, principalmente quando se trata de uma doença ameaçadora à vida, como o câncer. Pode atingir um público diverso e configurar-se um desafio para os profissionais de saúde. A dor oncológica é descrita como imprecisa e assustadora, como algo que fere, causa uma sensação insuportável, e vem acompanhada de dificuldade para dormir, realizar atividades básicas, sofrimento, isolamento e desesperança3-5.

 

O plano terapêutico de uma pessoa com dor envolve dinamismo e trabalho multiprofissional, visto que perpassa por questões relacionadas tanto com o cuidador quanto de quem está recebendo o cuidado, com uma atenção para os aspectos culturais, afetivos, emocionais, educacionais, psicológicos, ambientais, religiosos e cognitivos6.

 

O conhecimento de formas alternativas ou complementares de tratamento da dor pode subsidiar a comunidade científica e ter um impacto na prática clínica a respeito da tomada de decisões e na qualidade de vida das pessoas com câncer. Desse modo, esta revisão teve o objetivo de verificar as evidências científicas acerca das técnicas e dos métodos não farmacológicos empregados no tratamento da dor do câncer, visando a responder à seguinte pergunta de pesquisa: Qual a eficácia das técnicas e dos métodos não farmacológicos empregados no tratamento da dor oncológica?

 

MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, registrada pelo número CRD 42021244286 no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). O estudo foi conduzido conforme as recomendações Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)7.

 

Os artigos científicos sobre a temática foram pesquisados nas bases de dados eletrônicas: LILACS, PubMed, PEDro, Cochrane/CENTRAL, em português, inglês e espanhol, no período de 2010 a 2020.

 

A pesquisa foi estruturada e organizada na forma PICOS, baseando-se em: Population (população-alvo), Intervention (intervenção), Comparison (controle), Outcomes (desfecho) e Study Design (estudo) conforme o Quadro 1. Considerando o objetivo desta pesquisa, o item “Controle” não foi utilizado, por não ser aplicável.

 

Quadro 1. Definição dos acrônimos e definições da PICOS

Acrônimo

Definição

P

Pacientes adultos com dor oncológica

I

Técnicas não farmacológicas

C

Sem comparação

O

Redução/ alívio da dor

S

Ensaios clínicos randomizados

 

 

A estratégia de busca foi formulada por meio do uso de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH) em português e inglês, com vista na pergunta central: pain cancer (dor oncológica); pain management (manejo da dor) sob os descritores booleanos AND e OR.

 

Os artigos identificados na estratégia de busca tiveram seu título e resumo avaliados por dois pesquisadores de forma independente e “cega”, seguindo como critérios de inclusão: ensaios clínicos randomizados controlados, cuja amostra foi composta por adultos com mais de 18 anos, de ambos os sexos, com dor relacionada ao câncer, que utilizaram métodos e técnicas não farmacológicas no manejo da dor oncológica; artigos completos. Já os critérios de exclusão adotados foram: estudos que se restringiam ao uso de fármacos analgésicos, medicações hormonais e/ou anti-inflamatórios no manejo da dor, técnicas invasivas, artigos que abordaram tratamento da dor somente em pacientes com câncer avançado/cuidados paliativos terminais; artigos que utilizam aplicativos para controle da dor; análise secundária de ensaios clínicos; estudos com técnicas aplicadas por cuidador; artigos duplicados; estudos de revisão; relatos de casos; estudos retrospectivos; estudo-piloto; estudos experimentais com animais; estudos não disponíveis na integra.

 

Os artigos encontrados foram excluídos inicialmente quando o título não abordava o tema da pesquisa; em seguida, procedeu-se à leitura do resumo, quando foram deletados os que não se enquadravam no estudo. Após a leitura dos estudos remanescentes na íntegra, os que não seguiram os critérios de inclusão foram excluídos.

 

Os ensaios clínicos selecionados foram analisados quanto ao risco de viés pela ferramenta de Colaboração Cochrane para desenvolvimento de revisões sistemáticas. Essa ferramenta consiste em um instrumento composto por duas partes, sendo a primeira sobre a descrição do que foi relatado no estudo, e a segunda quanto ao risco de viés para cada um dos domínios analisados. Isso possibilitou avaliar a qualidade dos ensaios clínicos publicados em três categorias: alto risco de viés, baixo risco de viés, ou risco de viés incerto/algumas preocupações8. Em seguida, utilizou-se a ferramenta Risk-of-bias VISualization (Robvis), da Risk of Bias Tools, para construção do gráfico do risco de viés9, não sendo aplicada, contudo, como critério de inclusão ou exclusão dos estudos.

 

Foi construído um fluxograma com a descrição do processo de identificação e seleção dos artigos pesquisados, subdividido nas seguintes etapas: identificação, seleção e inclusão.

 

Os estudos selecionados para esta revisão foram organizados em ordem alfabética, abordando os seguintes dados: autor (ano de publicação), local de publicação, método, amostra, tipo de intervenção não farmacológica para manejo da dor, neoplasia mais prevalente no estudo e desfechos significativos (Quadro 2).

 

Quadro 2. Ensaios clínicos randomizados em técnicas e métodos não farmacológicos na dor oncológica

Autor/Ano

Local da publicação

Tipo de intervenção não farmacológica

Método

Amostra

Tipo de câncer prevalente

Desfechos significativos

Risco de viés

Ruela et al., 20183

Brasil

AA

GE: agulhas nos pontos Shenmen, rim, simpático, relaxamento muscular e os pontos do equilíbrio energético. Cada sessão foi de 40 minutos.

GC: pontos: olho e traqueia, com sessão de 20 minutos.

Em ambos os grupos: as agulhas permaneceram no pavilhão auricular por 7 dias. Foram realizadas 8 sessões, uma por semana, com intervalo de 7 dias entre elas.

Escala utilizada: visual analógica

23 participantes

GE: 11

GC: 12

CA de mama

AA foi efetiva na redução da intensidade da dor em pacientes em tratamento quimioterápico, além de ter proporcionado a redução do consumo de analgésicos

Algumas preocupações

Elgohary et al., 201810

Egito

LLLT versus LIUS versus TET

Grupo LIUS: frequência de 1 MHz, pulsado 60% e dose de 1,0 W/cm 2 por 5 min, 5 vezes por semana, por 4 semanas.

Grupo LLLT: laser infravermelho de (950 mm), 15 mW, pulsado 80%, na dose de 4,3 J/cm 2, durante 6 minutos, 5 vezes por semana durante 4 semanas.

Grupo TET: movimento passivo e ativo, exercícios de alongamento e exercícios resistidos, 10 vezes. Duas vezes ao dia, 5 vezes por semana, durante 4 semanas. Todos os grupos realizaram exercícios.

Escala utilizada: visual analógica

60 pacientes

GA: 20

GB: 20

GC: 20

CA de cabeça e pescoço

O grupo submetido ao LIUS juntamente com o TET obteve um resultado melhor na redução da dor

Baixo

Eyigor et al., 201811

Turquia

Yoga versus placebo

GE: Yoga 2 vezes por semana, por 10 semanas, com 1 hora de duração.

GC: sem intervenção e com cuidados habituais.

Escala utilizada: visual analógica

42 pacientes

GE: 22

GC: 20

 

CA de mama

O GE teve melhora significativa na intensidade da dor (ombro e braço). Não houve diferenças significativas entre os 2 grupos

Algumas preocupações

De Groef et al., 201712

Bélgica

Programa de Exercícios e terapia manual

 

GE: fisioterapia padrão (30 minutos) e terapia miofascial (30 minutos), 1 vez por semana, 8 sessões.

GC: fisioterapia padrão (30 minutos) e uma intervenção placebo (30 minutos), uma vez por semana, com 8 sessões.

Escalas utilizadas: visual analógica e questionário McGill Pain

145 pacientes

GE: 70

GC: 75

CA de mama

A associação das técnicas não tem benefícios adicionais na taxa de prevalência, intensidade e qualidade da dor

Baixo

Ibrahim et al., 201813

Egito

tDCS

GE: 10 sessões diárias de 2 mA, 30 minutos, alvo de tDCS M1.

GC: a máquina foi acionada por 30 segundos usando parâmetros idênticos, mas foi desligada sem o conhecimento do paciente.

Escalas utilizadas: visual analógica e de descritor verbal

40 pacientes

GE: 20

GC: 20

CA hepático

Resposta analgésica no GE aparece na 5ª sessão, com efeitos duradouros por um mês

Baixo

Kashyap et al., 202014

Índia

ST

GE: ST por 40 minutos em cada dia, mais medicamentos para dor.

GC: apenas medicamentos para dor.

Em ambos, a dor foi avaliada 5 dias por semana, durante 2 semanas.

Escala utilizada: numérica de classificação (NRS-11)

80 pacientes

GE: 40

GC: 40

CA cabeça e pescoço

A dor diminuiu em ambos os grupos.

A partir do 3º dia, os escores tornaram-se significativamente menores no GI. Houve redução da dose de morfina no GI a partir do 7º dia

Algumas preocupações

Molassiotis et al., 201915

China

Acupuntura

GE: acupuntura bilateral com duração de 30 minutos, 2 vezes por semana por 8 semanas.

GC: tratamento padrão.

Escala utilizada: inventário breve da dor (brief pain inventory)

87 pacientes

GE: 44

GC: 43

CA de mama

A intensidade da dor foi melhor no final da intervenção no GE do que no GC

Alto

Nia et al., 201716

Irã

Acupressão

GE: técnicas de acupressão foram repetidas 12 vezes em um período de 4 semanas (ou seja, 3 sessões por semana), 8 minutos de duração. Estimulação bilateral por 2 minutos.

GC: tratamento usual para pacientes com leucemia.

Escala utilizada: visual analógica

79 pacientes

GE: 41

GC: 38

Leucemia

Redução na intensidade da dor experimentada pelos pacientes no GE em comparação com o GC

Alto

Rambod et al., 201917

Irã

Reflexologia

GE: reflexologia por 15 minutos em cada pé. Pontos: coluna cervical, torácica, lombar, sacro, pernas, joelhos, cotovelos, braços e ombros, nervo ciático, por 5 dias consecutivos e cuidados de rotina.

GC: cuidados de rotina.

Escala utilizada: numérica de dor

72 pacientes

GE: 36

GC: 36

Linfoma não Hodgkin

Alívio da intensidade da dor no GE

Algumas preocupações

Tse et al., 201218

China

Educação e gerenciamento de dor

GE: educação de rotina e PMP com livro educacional de gerenciamento da dor, com 21 páginas. As sessões de acompanhamento foram realizadas com cada participante nos dias 3 e 5 por 15 minutos.

GC: educação de rotina sobre o manejo da dor, com um panfleto de uma página sobre a dor. Visita amigável da equipe de pesquisa a cada dois dias, mas sem o PMP.

Escalas utilizadas: de classificação numérica de barreiras

38 pacientes

GE: 20

GC: 18

CA gastrointestinal

A dor foi significativamente reduzida em ambos os grupos.

O GE teve aumento significativo no uso de analgésicos e estratégias não farmacológicas

Alto

Uysal et al., 201719

 

Turquia

Massagem nos pés

GEM: massagem effleurage, pétrissage, fricção e vibração por 10 minutos em cada pé, incluindo o dorso e planta dos pés, em intervalos mínimos de 1 dia, por 20 minutos, 2 vezes por semana, durante 5 semanas.

GER: pontos do sistema linfático; estômago, fígado, baço, medula espinhal, cólon e orifício retal; região ciática, cérebro, glândula pituitária, hipotálamo, glândula pineal e plexo solar, administrada por 20 minutos, com o pé direito e por 10 minutos com o pé esquerdo, em intervalos mínimos de 1 dia, por 30 minutos, duas vezes por semana, durante 5 semanas.

GC: não receberam massagem clássica ou reflexologia.

Escalas utilizadas: formulário de informações introdutórias, critérios de terminologia comum para eventos adversos e questionários C30 e CR29 da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer

60 pacientes

GEM: 20

GER: 20

GC: 20

CA colorretal

A massagem nos pés foi considerada eficaz na redução dos níveis de dor, e incidência de distensão.

A reflexologia foi considerada eficaz na redução dos níveis de dor e fadiga

Alto

Xu et al., 202020

China

WAA combinada com AA

GA: analgesia convencional sozinha, com opioides.

GB: WAA em pontos correspondentes do punho ou tornozelo e tratamento recebido pelo grupo A.

GC: AA, com pontos: intestinos e vísceras em uma orelha. Após 2-3 dias, o tratamento foi aplicado na outra orelha, além do tratamento recebido pelo GA.

GD: WAA combinado com AA. A agulha permaneceu inserida por 2-12h, nos pontos: intestino e vísceras. Após 2-3 dias, o tratamento foi aplicado na outra orelha, além do tratamento recebido pelo GA.

Escala utilizada: de avaliação numérica

159 pacientes

Grupos A, C, D: 40 cada

Grupo B: 39

CA gastrointestinal

WAA combinado com AA pode reduzir mais rapidamente os sintomas de dor com efeitos analgésicos mais duradouros, e pode reduzir efetivamente o uso de drogas analgésicas

Algumas preocupações

Legendas: GE = grupo experimental; GC = grupo controle; CA = câncer; MMSS = membros superiores; MMII = membros inferiores; GEM = grupo experimental massagem; GER = grupo experimental reflexologia; GA = grupo A; GB = grupo B; GC1 = grupo C; GD = grupo D; WAA = acupuntura de pulso-tornozelo; AA = acupuntura auricular; PMP = programa de gerenciamento de dor; tDCS M1 = estimulação transcraniana por corrente contínua sobre o córtex motor primário; LLLT = terapia a laser de baixa intensidade; LIUS = ultrassom de baixa intensidade; TET = terapia de exercício tradicional; ST = terapia Scrambler.

 

 

RESULTADOS

Foram identificados nas bases de dados eletrônicas 319 artigos, dos quais 74 foram selecionados pelo resumo. Destes, 44 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão.

 

Assim, procedeu-se à leitura na íntegra de 30 estudos, dos quais 12 foram elegíveis, pois responderam à pergunta norteadora3,10-20. A descrição do processo de identificação e seleção está disposta na Figura 1. O risco de viés dos ensaios clínicos randomizados encontra-se no Gráfico 1.

 

A amostra total de todos os estudos compilados foi de 885 pacientes com os mais diversos tipos de neoplasia, realizando alguma técnica para aliviar o quadro álgico. Os métodos empregados em cada estudo encontram-se dispostos no Quadro 2.

 

Figura 1. Fluxograma PRISMA representativo do processo de identificação e seleção dos artigos na revisão sistemática: métodos e técnicas não farmacológicos no tratamento da dor oncológica no período de 2010 a 2020. Salvador, BA, Brasil

 

Uma imagem contendo Linha do tempo

Descrição gerada automaticamente

Gráfico 1. Risco de viés da revisão sistemática: métodos e técnicas não farmacológicos no tratamento da dor oncológica, 2022

 

 

DISCUSSÃO

A dor é uma percepção individual que afeta inúmeras pessoas com neoplasia e se apresenta de diversas maneiras, podendo ser responsável por mudanças físicas, psicológicas, sociais e espirituais, além de interferir em áreas inerentes da atividade e participação do indivíduo na sociedade2,21. Outrossim, consiste em uma demanda coletiva, o que favorece a importância das abordagens não invasivas para o controle do quadro álgico, consequentemente, contribuindo de maneira eficiente na melhoria da funcionalidade18.

 

A causa específica da dor do câncer ainda não está determinada, o que requer uma abordagem plena para o controle do sintoma, já que pode exigir uso contínuo de medicamentos analgésicos, muitas vezes por demasiado tempo. Todavia, a analgesia pode causar efeitos adversos e interferir de maneira direta na rotina diária do paciente22. Com isso, por meio desta revisão sistemática sobre técnicas e métodos não farmacológicos para o tratamento da dor oncológica, 12 estudos que elencam cinco técnicas como medida alternativa para corroborar a abordagem terapêutica foram incluídos.

 

A avaliação da dor constitui um desafio aos profissionais de saúde, uma vez que ela é subjetiva, requerendo uma maior atenção em relação aos múltiplos fatores que permeiam esse sintoma. A literatura já dispõe de diversos métodos avaliativos da condição dolorosa, entre eles, as escalas específicas para análise da dor oncológica, algumas de fácil aplicação, como: a escala verbal, em que o paciente quantifica a dor em intensidades que varia de leve, moderada e forte; e o inventário breve de dor, uma escala de fácil aplicação, traduzida em diversos países, com nove itens organizados em duas dimensões, que caracterizam intensidade e severidade da dor, além de sua interferência na vida do indivíduo23.

 

A maioria dos ensaios clínicos englobados teve uma boa classificação na escala de riscos de viés, de acordo com a ferramenta Cochrane8, porém, eles são heterogêneos em relação aos tipos de neoplasias estudadas.

 

Sete ensaios clínicos randomizados abordaram práticas integrativas e complementares em saúde (PICS). Elas objetivam desenvolver um novo panorama sobre o ser humano e os tratamentos utilizados para os mais diversos fins, baseando-se nos conceitos de integralidade e relação saúde-doença24. No Brasil, a inclusão das PICS no Sistema Único de Saúde (SUS) é apropriada aos diversos níveis de atenção à saúde, com ênfase na inserção na atenção básica, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, propiciando um cuidado continuado, humanizado e integral, não voltado exclusivamente à doença, e sim ao indivíduo e suas aflições, considerando o contexto social envolvido25.

 

Nesse cenário, diversas são as técnicas empregadas com a finalidade de proporcionar alívio do sofrimento físico/emocional, entre elas, a acupuntura, um tratamento de saúde milenar, baseado na Medicina Tradicional Chinesa, que atua no estímulo a pontos específicos do corpo, de maneira a regular funções orgânicas26. As evidências que fizeram uma avaliação sobre os efeitos da acupuntura para dor em pacientes com câncer constataram que a técnica possibilitou alívio do sintoma3,15,20.

 

Ruela et al.3, no seu protocolo de oito sessões de acupuntura auricular, demostraram alterações na intensidade e na classificação da dor, gerando diferenças significativas intergrupos em relação às medicações, cuja média da intensidade da dor entre a primeira e a última avaliação no grupo experimental reduziu de dor moderada para dor leve ao final do estudo, enquanto o grupo controle permaneceu com a dor moderada.

 

Corroborando esses achados, Molassiotis et al.15 estudaram uma população com múltiplos tipos de câncer e referiram redução na potência da dor ao final da intervenção de acupuntura em comparação com o grupo controle. Atrelado a isso, verificaram também que a dor permaneceu mais baixa no grupo experimental na avaliação de 14 semanas. Nesse sentido, percebe-se que a técnica é eficaz no tratamento da dor, pois demonstrou ser segura e barata.

 

A analgesia causada pela acupuntura envolve estimulação de nervos de pequeno diâmetro e limiar diferenciado, que emitem informações à medula espinhal, ativando área do tronco cerebral responsável por liberar opioides endógenos26.

 

Na terapia de acupuntura de pulso-tornozelo combinada com auriculoterapia, abordada por Xu et al.20 em sua pesquisa, o resultado foi de que a terapia combinada teve um efeito mais forte e um tempo de início mais rápido, além de redução do uso de analgésicos. Concomitantemente, essa inferência demonstra que a união de modalidades estimulantes pode ser mais efetiva na modificação de estímulos sensitivos, em virtude da potencialização de seus efeitos.

 

A massoterapia é uma técnica conhecida há anos por seus efeitos analgésicos rápidos e de promoção do bem-estar, proporcionando ao paciente, mediante o estímulo aos tecidos corporais, chegar a um estado de relaxamento e, assim, ao alívio do sofrimento27. Uysal et al.19 utilizaram um protocolo de massagem nos pés e relataram que a técnica foi considerada eficaz na redução dos níveis de dor.

 

O trabalho de Nia et al.16, sobre os efeitos da acupressão em uma população com leucemia, teve redução da dor em comparação com o grupo placebo. Reforçando esses achados, Rambod et al.17, que estudaram os efeitos da reflexologia em indivíduos com linfoma não Hodgkin, também encontraram efeitos positivos no alívio da intensidade da dor. Como resultado, o emprego do toque terapêutico mostra-se como possibilidade acessível durante o curso do tratamento oncológico.

 

Ademais, a cinesioterapia consiste em terapia por meio do movimento e pode ser empregada em populações com diversas condições físicas, por ter finalidade terapêutica, com os benefícios associados à acessibilidade e ao baixo custo28. Entre os estudos, dois ensaios clínicos examinaram os efeitos dos exercícios na melhora do quadro doloroso.

 

Eyigor et al.11 trouxeram os efeitos dos exercícios de hatha yoga como alterativa na redução nos sintomas dolorosos; no entanto, seus achados sugerem que não há diferença na intensidade da dor entre o grupo intervenção e o grupo placebo, o qual não fez nenhum tipo de exercício. Ao encontro desse achado, De Groef et al.12, analisando uma combinação de terapia miofascial com um programa de fisioterapia, não encontraram benefícios adicionais. Além disso, alguma melhora só foi verificada enquanto o paciente fazia parte do programa de fisioterapia, tendo seus efeitos cessados quando interrompido.

 

Um artigo que analisou estimulação elétrica transcraniana13 enfatizou haver uma boa resposta analgésica com o uso da técnica a partir da quinta sessão, com efeitos duradouros por um mês. No entanto, ao comparar com o grupo controle, que recebeu a estimulação por um pequeno período, percebeu-se também uma boa resposta analgésica, que pode ser correlacionada ao efeito placebo, porém, de curta duração. Nesse sentido, os autores sugerem que essa estimulação transcraniana em áreas específicas consiste em uma estratégia relevante na prática clínica.

 

De acordo com Lee et al.28, a eletroestimulação é uma intervenção coadjuvante para tratar diversos sintomas, inclusive a dor, porém seu mecanismo de ação permanece desconhecido. Dessa forma, acredita-se que microcorrentes ativam neurônios específicos no tronco encefálico, que, por sua vez, produzem neurotransmissores restaurando a homeostase normal do cérebro, induzindo um estado de relaxamento, estabilizando o humor e regulando a consciência e a percepção de tipos específicos de dor28.

 

Nessa mesma direção, Kashyap et al.14 mostraram melhorias na dor com a terapia Scrambler, a partir do terceiro dia no grupo intervenção, em comparação ao grupo controle, tendo efeitos superiores a partir do décimo dia. Ademais, observaram redução da dose de morfina no grupo intervenção a partir do sétimo dia, enquanto houve aumento da dose no mesmo período no grupo controle.

 

Ressalta-se ainda que novas modalidades de terapia trazem como proposta a inovação dentro das medidas empregadas no contexto da sintomatologia e do adoecimento. Nesse contexto, a terapia Scrambler é usada com a finalidade de promover o alívio da dor, por meio do uso de um dispositivo eletrocutâneo de estimulação nervosa, que sintetiza 16 tipos de potenciais de ação que causam informações de não dor a uma via transmissão de nervos cutâneos, convertendo informações que serão enviadas ao sistema nervoso central29.

 

Outro estudo sobre a associação de técnicas de eletroterapia com exercícios10 apontou que a associação do ultrassom de baixa intensidade com os exercícios trouxe mais benefícios no manejo das disfunções, incluindo a dor da articulação temporomandibular em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Concomitantemente, a terapia por ultrassom pode ser empregada para diversas finalidades, dado que gera efeitos fisiológicos e alivia quadros álgicos, em razão da penetração profunda no tecido, que modifica o interior das células30. Além disso, o ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética vem sendo considerado eficaz por produzir efeitos de denervação tecidual, redução da massa tumoral e neuromodulação. Esta última é uma técnica que pode influenciar diferentes vias na origem da dor, tendo como vantagem importante o fato de ser um método não invasivo, porém, como desvantagem, a imprecisão dos parâmetros, pois, dependendo da modificação, pode ocasionar risco de fraturas e queimaduras cutâneas de terceiro grau31.

 

O conhecimento em saúde traz resultados positivos ao indivíduo por proporcionar efeitos duradouros das terapias. Por isso, Tse et al.18 estudaram os efeitos de um programa de educação e gerenciamento de dor e perceberam a sua efetividade para o público oncológico por aumentar o nível de instrução dos pacientes. Suas variáveis estudadas foram a intensidade da dor, as barreiras para o controle da dor do câncer e o uso de programa para controle da dor, assim como o uso de analgésicos e métodos não farmacológicos para o alívio do quadro doloroso. Nesse cenário, os participantes de seu estudo18, tanto do grupo experimental quanto do grupo controle, foram educados acerca do manejo da dor, com um panfleto de uma página sobre uso de medicamentos e métodos não medicamentosos para o alívio da dor, porém somente o grupo experimental, além dessa orientação inicial, recebeu também o livreto do programa de gerenciamento de dor.

 

No entanto, ao fazer a comparação intergrupo após a conclusão do programa de gerenciamento de dor de sete dias, observaram que não houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis analisadas, já que a dor foi reduzida em ambos os grupos18. Apesar disso, o grupo experimental teve uma maior redução, o que pode ser associado a um maior uso de analgésicos em combinação com métodos não farmacológicos, tornando a abordagem benéfica, visto que o grupo mais informado não se afligiu e buscou estratégias para aliviar seu sofrimento. Por isso, os autores18 sugerem que os pacientes com neoplasia devem receber e obter conhecimento para corrigir os equívocos sobre o manejo da dor do câncer.

 

Em síntese, esta revisão buscou abordar um panorama disposto na literatura acerca dos métodos e das técnicas não farmacológicas, assim como sua eficácia para aliviar ou tratar a dor oncológica, seguindo a metodologia PRISMA. No entanto, o presente estudo apresentou limitações importantes, desde a heterogeneidade dos estudos com relação aos tipos de neoplasias, ao quantitativo da amostra de cada estudo, até os tipos diversos de métodos não farmacológicos empregados para o tratamento da dor oncológica, o que limitou a comparação entre eles. Além disso, o tempo de aplicação e duração de cada técnica pode ter interferido nos resultados, e a qualidade metodológica dos estudos também merece atenção, já que a maioria indicou algumas preocupações ou alto risco de viés por intermédio da ferramenta da Cochrane.

 

CONCLUSÃO

De acordo com os achados desta revisão, nos últimos dez anos, pode-se inferir que múltiplos são os métodos empregados como medidas coadjuvantes no tratamento da dor oncológica. Contudo, cabe ressaltar que, com relação à eficácia terapêutica, as práticas integrativas trazem um efeito analgésico importante e caracterizam-se por ser uma medida de fácil aplicação, baixo custo e segura. Já a eletroestimulação e o programa de educação sobre medidas de alívio da dor também se mostram eficientes. No entanto, no que diz respeito aos exercícios físicos, eles demonstraram benefícios restritos, somente durante sua prática, tendo seus efeitos cessados com a interrupção. Assim, os estudos apontam bons resultados para o alívio da dor, o que favorece a redução de custos com medicamentos e melhora da qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, mais estudos com amostras maiores são necessários para implementar a investigação de métodos e técnicas não farmacológicas para a dor oncológica.

 

Portanto, as intervenções não farmacológicas podem ser muito eficazes para todos tipos e intensidade da dor e podem ser recomendadas como mais uma alternativa ao tratamento da dor oncológica, ou usada concomitantemente com o farmacológico, de acordo com a prescrição nos protocolos de intervenções no tratamento da dor.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

Natali dos Santos Nascimento e Amanda Tinôco Neto Santos contribuíram substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; na obtenção, análise e interpretação dos dados; assim como na redação e revisão crítica. Priscila Godoy Januário Martins Alves contribuiu na redação e revisão crítica. Todas as autoras aprovaram a versão final a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSE

Nada a declarar.

 

 

FONTE DE FINANCIAMENTO

Ministério da Saúde por meio de incentivo aos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde.

 

 

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Recebido em 14/4/2022

Aprovado em 9/8/2022

 

Editor-associado: Fernando Lopes Tavares de Lima. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-8618-7608

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

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