Sais de Nicotina e Nicotina Sintética: Novos Desafios para um Velho Problema
Nicotine Salts and Synthetic Nicotine: New Challenges for an Old Problem
Sales de Nicotina y Nicotina Sintética: Nuevos Desafíos para un Viejo Problema
doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n4.2846
André Luiz Oliveira da Silva1; Josino Costa Moreira2
1University of California San Francisco, Center for Tobacco Control Research and Education. San Francisco, CA, United States. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Brasília (DF), Brasil. E-mail: andre.sp.ensp@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-4768-959X
2Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Fiocruz/Ensp/Cesteh). Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: josino.moreira@fiocruz.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-7457-2920
Endereço para correspondência: André Luiz Oliveira da Silva. Center for Tobacco Control Research and Education. 530 Parnassus Avenue. Suite 366 Library. University of California. San Francisco, CA, United States. 94143-1390. E-mail: andre.sp.ensp@gmail.com
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos de tabaco e está ligado a várias doenças1. É considerada também uma doença pediátrica em razão do fato de a maioria dos usuários adultos ter iniciado seu uso na infância e adolescência2,3.
No Brasil, o tratamento para a cessação do tabagismo, desde 2004, é oferecido em todos os níveis de complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS)4. Contudo, estudos relativos à abordagem farmacológica na população adolescente são escassos e imprecisos. Dessa forma, é preocupante a restrição das opções terapêuticas pare esse grupo4. Tal público é justamente o mais susceptível a se tornar tabagista e a sofrer as consequências da exposição à nicotina5, além de ser alvo de uma série de estratégias utilizadas para atrai-lo, por exemplo, propagandas, novos produtos atraentes6 e o uso de aditivos que conferem sabores de balas e doces a produtos de tabaco7.
Nesse contexto, além dos desafios já conhecidos no tratamento do tabagismo, a utilização de outras formas de nicotina e o desenvolvimento de formas comercialmente viáveis de nicotina sintética podem interferir tanto nos tratamentos para cessação do tabagismo como nas políticas de controle do tabaco.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é discutir as novas formas de nicotina e seus impactos.
DESENVOLVIMENTO
Sais de nicotina
Uma das formas encontradas para reduzir essa irritação é por meio da adição de um ácido na mistura de propilenoglicol e/ou glicerol, por exemplo, o ácido benzoico, utilizado na linha de DEFcig mais modernos de 4ª geração, caracterizados pela utilização de cartuchos com carga de nicotina (POD)8. Tal forma de nicotina é conhecida como sal de nicotina (NicSalt).
Esse artifício possibilita entregar ao consumidor concentrações até 20 vezes maiores de nicotina9, como os produtos da marca Juul, do que outros DEFcig, que utilizam a NicBL em suas formulações10, sem, no entanto, causar o mesmo impacto em termos de irritação na boca e na garganta esperado para concentrações de nicotina nesses níveis. Esses NicSalt, além do maior potencial aditivo em relação aos demais DEFcig, causam uma reação fisiológica similar à causada por cigarros convencionais nos fumantes10,11.
A NicBL é mais volátil e pode levar a taxas de absorção mais elevadas na mucosa oral, por outro lado, a irritação bucal e na garganta, causada por essa forma de nicotina, é maior, e sua absorção pulmonar é mais lenta. Ao adicionar o ácido benzoico (ou outros ácidos semelhantes) na NicBL, ocorre a formação dos NicSalt, que possibilita o consumo de doses de nicotina mais elevadas, mas com menor irritação na garganta10,11 e, apesar de ter absorção oral mais lenta, sua absorção pulmonar é mais rápida12. Posteriormente, outros fabricantes também começaram a adotar os NicSalts em seus produtos10,11.
A entrada desses produtos contendo NicSalt tiveram um impacto tão grande no mercado, que, em 2018, o escritório do Surgeon General dos Estados Unidos declarou o uso de DEFcig uma epidemia entre os mais jovens13.
O fenômeno pode ser, em parte, explicado pela possibilidade da utilização de concentrações de nicotina, antes impossíveis de serem usadas, em razão do impacto causado na garganta e na boca, e pela otimização da entrega, da biodisponibilidade, da atratividade e da redução da irritação causadas pela nicotina, que são moduladas pela razão entre as formas de nicotina. Nesse contexto, a maior proporção de NicSalt em relação à NicBL é menos irritante do que a proporção inversa14.
Um POD (cartucho contendo extrato de nicotina utilizado em alguns DEFCig) do produto contém a quantidade de nicotina equivalente a um maço de cigarros comuns9. Estudos sugerem ainda que esse tipo de nicotina pode tornar esse produto mais aditivo do que os cigarros convencionais, além de alguns estudos sugerirem um possível aumento do risco de uso futuro de cigarros convencionais e de maconha15-18.
Somando-se a isso, não existe até o momento qualquer diretriz ou guia para o tratamento de jovens dependentes de nicotina oriunda de DEFcig. Os métodos farmacológicos que são bem-sucedidos em ajudar os adultos a parar de fumar ainda não são devidamente testados para os mais jovens19.
Existe ainda alguma discussão da possibilidade de esses dispositivos serem utilizados para auxiliar a cessação ao tabagismo, visto que alguns estudos sugerem um possível aumento nas taxas de cessação20 e que alguns fabricantes21 afirmam que eles possuem uma menor toxidade em comparação com os cigarros convencionais. Porém, estudos apontam que esses dispositivos, além de potencialmente causarem danos significativos à saúde, podem levar a uma dependência sustentada de nicotina22,23. E, pelo fato de as suas versões mais modernas possuírem formas otimizadas para a entrega de nicotina, design atrativo, com mais de 8 mil sabores e 250 marcas somente nos Estados Unidos24, entre outros fatores, potencializam a capacidade de cativarem o público, especialmente os mais jovens e os não fumantes6,10,19.
Nicotina sintética
Mais recentemente, observa-se o aumento no interesse sobre a nicotina sintética e a consequente disponibilização de produtos à base de nicotina não natural, que é produzida artificialmente por meio de síntese química, visando a causar efeitos semelhantes à nicotina natural derivada do tabaco. A síntese artificial da nicotina, de forma geral, produz uma mistura racêmica das formas (S) nicotina e (R) nicotina, diferentemente da síntese natural que produz basicamente a forma (S)25.
As formas (R) e (S) da nicotina são substâncias químicas distintas, mas com propriedades físico-química idênticas25,26. Contudo, seus efeitos farmacológicos são distintos em humanos. A forma (S) é responsável pela dependência e é muito bem estudada do ponto de vista toxicológico, farmacológico e biológico27,28. Por outro lado, o conhecimento relativo aos efeitos da forma (R) e da mistura das formas (R) e (S) é escasso. Estudos em animais sugerem um efeito maior da forma natural (S) no tecido cerebral29,30.
Documentos internos da indústria do tabaco apontam que o setor considerou o uso de nicotina sintética entre as décadas de 1960-1970. Mas, na época, consideraram mais econômica e, possivelmente mais eficiente, a utilização da (S) nicotina extraída das plantas31-33.
A nicotina sintética, no passado, era 50 vezes mais cara do que a nicotina natural, atualmente esse valor é de quatro vezes mais. O litro da nicotina pura extraída do tabaco custaria aproximadamente US$ 400, enquanto a versão sintética, US$ 180034,35.
Um dos possíveis interesses pela utilização da nicotina sintética é a diminuição da dependência da agricultura para a produção desses produtos, como mencionado por Rossel26 e subentendido nos documentos internos da indústria do tabaco vistos anteriormente.
Outro ponto que necessita de mais pesquisas é a interferência ou a otimização da dependência à nicotina causada pelos outros alcaloides encontrados na planta do tabaco. Apesar de estudos em ratos sugerirem uma potencial otimização na dependência à nicotina de alcaloides como anatabina, cotinina e miosmina36, desconhece-se a gama de efeitos desses alcaloides na dependência da nicotina, e as consequências da administração em humanos da nicotina sintética acompanhada ou não desses alcaloides.
Os fabricantes desses produtos poderiam explorar brechas em determinadas legislações, pois historicamente muitos países criaram seu marco regulatório baseado em produtos derivados do tabaco. Pode-se mencionar o caso dos Estados Unidos que, por conta de sua legislação, teve de aprovar em março de 2022 a possibilidade de o Food and Drug Administration (FDA)37 regular esses produtos, que, até então, estavam fora do escopo de ação dessa agência. No caso do Brasil, as Leis 9.294/199638 e 9.782/199939 trazem uma linguagem que engloba esses produtos, por incluir em suas redações produtos fumígenos derivados ou não do tabaco.
CONCLUSÃO
As novas formas de nicotina, associadas com produtos com design atraente, especialmente para os mais jovens, trazem desafios técnicos consideráveis para os profissionais da saúde, pois desconhecem-se, no momento, protocolos eficazes para tratar a dependência à nicotina originada dessas novas formas de consumo nessas populações.
Somando-se a isso, a faixa etária que predominantemente utiliza esses produtos também carece de protocolos específicos até mesmo para a dependência à nicotina em sua forma tradicional.
Assim, toda e qualquer regulação desses produtos deve ser analisada de maneira extremamente cuidadosa, pois, pelo menos por enquanto, a dependência à nicotina, causada por essas formas, carece de mais protocolos de tratamento, em particular para os mais jovens, tornando difícil seu enfrentamento. Ao contrário do divulgado pelas propagandas, a literatura cientifica mostra que esse produto, em princípio destinado ao público adulto fumante, atrai especialmente jovens que nunca consumiram tabaco anteriormente.
Assim, mesmo que supostamente esses produtos possam vir a ter uma menor toxidade relativa quando comparados aos produtos tradicionais de tabaco, não pode ser descartada a possibilidade de que seus impactos possam ser muito maiores do que estes últimos, pois, além de os dados sugerirem uma intensidade de dependência até então desconhecida, ainda existe o potencial para atrair pessoas que nunca usaram tabaco em sua vida, podendo levar à dependência à nicotina.
AGRADECIMENTOS
À Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), à Universidade da Califórnia San Francisco (UCSF)/CTRE/Briger Fellowship, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Este texto representa única e exclusivamente a opinião e os pensamentos dos autores, baseados nas evidências científicas disponíveis no momento, e não representam qualquer diretriz e/ou opinião institucional da Anvisa, da Fiocruz, do Ministério da Saúde ou do Governo Brasileiro.
CONTRIBUIÇÕES
André Luiz Oliveira da Silva contribuiu substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; na obtenção, análise e interpretação dos dados, assim como na redação e revisão crítica. Josino Costa Moreira contribuiu substancialmente na obtenção, análise e interpretação dos dados, assim como na redação e revisão crítica. Ambos os autores aprovaram a versão final a ser publicada.
DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES
Nada a declarar.
FONTES DE FINANCIAMENTO
Não há.
REFERÊNCIAS
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Recebido em 2/7/2022
Aprovado em 5/9/2022
Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777
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