REVISÃO DA LITERATURA

 

Cuidado ao Paciente Oncológico na Perspectiva da Oncologia Integrativa

Care for Cancer Patients from the Perspective of Integrative Oncology

Atención al Paciente Oncológico desde la Perspectiva de la Oncología Integrativa

 

 

doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n2.3431

 

William Messias Silva Santos1; Jaqueline Silva Santos2; Gilmar Antonio Batista Machado3; Maria Ambrosina Cardoso Maia4; Raquel Dully Andrade5

 

1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Medicina, Campus JK. Diamantina (MG), Brasil. E-mail: med.williammssantos@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-1197-5869

2Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Superintendência Regional de Saúde de Passos. Passos (MG), Brasil. E-mail: jaque_fesp@hotmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-7543-5522

3Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP/EERP). São Paulo (SP), Brasil. E-mail: gilmar.enf@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-6390-9455

4,5Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Acadêmica de Passos. Passos (MG), Brasil. E-mails: ambrosinacardoso@yahoo.com.br; raquel.andrade@uemg.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1658-6398; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1515-098X

 

Endereço para correspondência: William Messias Silva Santos. Pavilhão de Aulas III, Faculdade de Medicina, Campus JK. Rodovia MGT 367, Km 583, 5000 – Alto da Jacuba. Diamantina (MG), Brasil. CEP 39100-000. E-mail: med.williammssantos@gmail.com

 

 

RESUMO

Introdução: A oncologia integrativa é um campo recente e promissor que visa ao cuidado integral centrado no paciente, com uma abordagem baseada em evidências. Objetivo: Verificar o conhecimento científico produzido sobre a oncologia integrativa na atenção hospitalar. Método: Revisão integrativa com buscas nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO e MOSAICO, realizadas de fevereiro a março de 2022. A partir dos critérios de elegibilidade (estudos referentes ao tema publicados de 2000 a 2022, disponíveis na íntegra no acesso público, nos idiomas inglês, português e espanhol), foram selecionados sete artigos, analisados de acordo com a modalidade temática. Resultados: Os artigos elegíveis foram publicados entre 2018 e 2021, com destaque para a produção europeia, que corresponde a quatro (57,14%) artigos. O conteúdo dos estudos foi organizado em dois temas: a implementação de cuidados de oncologia integrativa e o acesso equitativo à oncologia integrativa e outros desafios. Foi observado que a oncologia integrativa tem sido praticada em diferentes cenários, com variadas ações realizadas, e tem como desafio central a ampliação do acesso ao usuário, por meio do desenvolvimento de diretrizes baseadas em evidências e da implementação de políticas de financiamento e qualificação profissional. Conclusão: O conhecimento científico produzido aponta que a implementação de cuidados de oncologia integrativa na atenção hospitalar ainda é limitada, com desafios relacionados ao acesso equitativo, ao financiamento, à gestão e à qualificação dos profissionais de saúde.

Palavras-chave: oncologia integrativa; serviço hospitalar de oncologia; medicina hospitalar; pacientes; integralidade em saúde.

 

 

ABSTRACT

Introduction: Integrative oncology is a recent and promising field, which aims a patient-centered comprehensive care, within an evidence-based approach. Objective: To investigate the scientific knowledge produced on integrative oncology in hospital care. Method: Integrative review with searches in PubMed, LILACS, SciELO and MOSAICO databases carried out from February to March 2022. Based in the eligibility criteria (studies related to the subject published from 2000 to 2022, available in full by public access, in English, Portuguese and Spanish) seven articles were selected and analyzed according to the thematic modality. Results: The eligible articles were published between 2018 and 2021, with emphasis on European production, which corresponds to four (57.14%) articles. The content of the studies was organized in two themes, namely: the implementation of integrative oncology care and the equitable access to integrative oncology and other challenges. It has been observed that integrative oncology has been practiced in different scenarios, with variable actions taken, and its central challenge is to expand the user access, through the development of evidence-based guidelines and the implementation of funding and professional qualification policies. Conclusion: The scientific knowledge produced indicates that the implementation of integrative oncology care in hospital attention is still limited, with challenges related to equitable access, funding, management and qualification of health professionals.

Key words: integrative oncology; oncology service, hospital; hospital medicine; patients; integrality in health.

 

 

RESUMEN

Introducción: La oncología integrativa es un campo reciente y prometedor, que apunta a la atención integral centrada en el paciente, en un enfoque basado en la evidencia. Objetivo: Verificar el conocimiento científico producido sobre oncología integrativa en la atención hospitalaria. Método: Revisión integrativa con búsquedas en las bases de datos PubMed, LILACS, SciELO y MOSAICO, realizada de febrero a marzo de 2022. A partir de los criterios de elegibilidad (estudios relacionados con el tema publicados entre 2000 y 2022, disponibles en su totalidad para acceso público, en inglés, portugués y español) fueron seleccionados siete artículos, analizados según la modalidad temática. Resultados: Los artículos elegidos fueron publicados entre 2018 y 2021, con énfasis en la producción europea, lo que corresponde a cuatro (57,14%) artículos. El contenido de los estudios se organizó en dos temas, a saber: la implementación de la atención oncológica integradora y el acceso equitativo a la oncología integradora y otros desafíos. Se ha observado que la oncología integrativa se ha practicado en diferentes escenarios, con acciones variables, y su desafío central es ampliar el acceso de los usuarios, a través del desarrollo de pautas basadas en evidencia y la implementación de políticas de financiamiento y calificación profesional. Conclusión: El conocimiento científico producido apunta que la implementación de la atención oncológica integrativa en la atención hospitalaria aún es limitada, con desafíos relacionados con el acceso equitativo, el financiamiento, la gestión y la calificación de los profesionales de la salud.

Palabras clave: oncología integrativa; servicio de oncología en hospital; medicina hospitalar; pacientes; integralidad en salud.

 

 

INTRODUÇÃO

A incidência e a prevalência do câncer1 e as repercussões na vida do paciente e de seus familiares2 revelam a importância da integralidade da atenção, com olhar ampliado1 para o reconhecimento de demandas de cuidado. Considerando que o tratamento oncológico pode ser um período longo3, permeado por diferentes angústias, medos e incertezas, os pacientes oncológicos podem sentir-se fragilizados, o que aponta a necessidade de um cuidado acolhedor.

 

Estudo realizado com pacientes oncológicos internados em uma instituição pública identificou fragilidades no cuidado profissional atreladas a lacunas na informação, comunicação e estímulo à autonomia4. Nesse cenário relacionado à atenção hospitalar, o cuidado com a abordagem acolhedora e com o reconhecimento de necessidades biopsicossociais e espirituais pode ser traduzido em momento de apoio2 ao paciente e seus familiares.

 

Assim, na assistência oncológica, são importantes o fortalecimento dos serviços3 e a ampliação dos cuidados, considerando o modelo biopsicossocioespiritual2. Deve-se buscar um cuidado qualificado caracterizado por comunicação efetiva, segurança e respeito à autonomia do paciente4. Em oncologia, cuidados direcionados à melhoria da qualidade de vida dos pacientes3 devem ser implementados com apoio às demandas de cuidado desses pacientes1. Nessa conjuntura, emerge o conceito e as potencialidade da oncologia integrativa (OI).

 

A OI pode ser entendida como o cuidado ao paciente oncológico embasado na medicina integrativa e busca a integração, de forma segura e coordenada, de abordagens não convencionais baseadas em evidências da assistência oncológica convencional5. Apesar de ser um campo relativamente novo5, sua concepção se encontra enraizada em centros de destaque no cuidado e pesquisa relacionada ao câncer, com produção bibliográfica consistente nesse campo de conhecimento6.

 

Na perspectiva da OI, no acompanhamento dos tratamentos convencionais (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia molecular, entre outros), pode haver a aplicação de cinco categorias de medicina alternativa e complementar (MAC), definidas como práticas baseadas na biologia, práticas de manipulação corporal, sistemas médicos tradicionais, técnicas mente-corpo, e terapias energéticas6,7.

 

As práticas de cuidado devem ser centradas no paciente desde o diagnóstico do câncer até a sobrevivência8. Nos cuidados oncológicos, as discussões sobre o uso da MAC podem contribuir para o cuidado centrado no paciente, com abordagem de aspectos psicossociais e maior envolvimento do paciente9.

 

As modalidades complementares, ao serem combinadas ao cuidado convencional, podem contribuir para a redução dos sintomas adversos6 e para a qualidade de vida de pacientes oncológicos7. No campo oncológico, as modalidades integrativas podem se apoiar no gerenciamento dos efeitos tardios e prolongados do tratamento e promover saúde e bem-estar para o paciente8.

 

Ao considerar a multidimensionalidade do ser humano, a OI integra um modelo de cuidado que considera o pluralismo na saúde6, e o seu reconhecimento tanto científico quanto pelo paciente5 necessita de vir acompanhado do desenvolvimento de pesquisas7, com a finalidade de ampliar sua utilização com segurança5. Destarte, o objetivo deste estudo foi verificar o conhecimento científico produzido sobre a OI na atenção hospitalar.

 

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo método busca a síntese do conhecimento e a incorporação de evidências relacionadas à determinada temática, o que pode trazer contribuições para a assistência à saúde10. Para operacionalização desta revisão integrativa, foram seguidas seis etapas, a saber: 1. identificação do tema e construção da pergunta norteadora; 2. definição dos critérios de inclusão e exclusão e busca na literatura; 3. categorização dos estudos selecionados; 4. avaliação desses estudos; 5. interpretação dos resultados; 6. síntese do conhecimento10.

 

Para construção da pergunta norteadora e condução das buscas na literatura, foi utilizada a estratégia PICO11: (P: atenção hospitalar; I: OI; C: não se aplica; O: conhecimento científico). Assim, a pergunta norteadora foi: “qual o conhecimento científico produzido sobre a oncologia integrativa na atenção hospitalar?”

 

As buscas foram realizadas no período de fevereiro a março de 2022 nas bases de dados PubMed; Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Modelos de Saúde e Medicamentos Tradicionais, Complementares e Integrativos nas Américas (MOSAICO).

 

Para realização das buscas, foram utilizados descritores controlados, disponíveis no Medical Subject Headings (MeSH) e nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), combinados por meio do operador booleano AND. Em inglês, os descritores foram empregados da seguinte forma: Integrative Oncology AND Hospitals; Integrative Oncology AND Oncology Service, Hospital; Integrative Oncology AND Outpatient Clinics, Hospital; Integrative Oncology AND Hospital Medicine. Em português, foram utilizados: Oncologia Integrativa AND Hospitais; Oncologia Integrativa AND Serviço Hospitalar de Oncologia; Oncologia Integrativa AND Ambulatório Hospitalar; Oncologia Integrativa AND Medicina Hospitalar.

 

Os critérios de inclusão estabelecidos foram: estudos publicados no período de 2000 a 2022, disponíveis na íntegra no acesso público, nos idiomas inglês, português e espanhol, referentes ao tema em estudo. O recorte temporal a partir de 2000 foi definido pelo fato de o termo Integrative Oncology ter sido cunhado nesse ano12. Como critérios de exclusão, definiram-se: publicações duplicadas, que não citavam o termo “oncologia integrativa”, e trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses.

 

A Figura 1 retrata o processo de busca e seleção dos estudos, por meio da utilização do fluxograma Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).

 

 

Estudos identificados em banco de dados (n=53):
PubMed (n=10)
LILACS (n=31)
SciELO (n=6)
MOSAICO (n=6)
,Identificação,Estudos selecionados
(n=36)
,Triagem,Estudos procurados para recuperação (n=19),Estudos avaliados para elegibilidade (n=15),Inclusão,Estudos incluídos na revisão (n=7)
Estudos removidos antes da triagem:
Estudos duplicados removidos (n=17)
Estudos excluídos
(n=17)
Estudos não recuperados
(n=4)
Estudos excluídos (n=8):
Estudos que não citam o termo “oncologia integrativa” (n=5)
Monografias, dissertações e teses (n=3)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Figura 1. Fluxograma PRISMA referente ao processo de identificação, de triagem e de inclusão dos estudos13. Passos, MG, Brasil, 2022

 

 

Os estudos selecionados foram caracterizados e apresentados em um quadro de acordo com: título, periódico, ano, país, objetivo e conclusões. Para a síntese qualitativa, foi realizada análise de conteúdo modalidade temática14, com os dados organizados em temas.

 

RESULTADOS

No Quadro 115-21, os estudos selecionados são caracterizados de acordo com título, periódico e ano de publicação, país, objetivo e conclusões.

 

Quadro 1. Caracterização dos estudos selecionados de acordo com título, periódico, ano, país, objetivo e conclusões

 

Título

Periódico/ano

País

Objetivo

Conclusões

Availability of integrative medicine therapies at National Cancer Institute-designated comprehensive

cancer centers and community hospitals15

J Altern Complement Med./2021

EUA

Comparar a disponibilidade de terapias de medicina integrativa em hospitais comunitários e nos centros abrangentes de câncer designados pelo National Cancer Institute

Em hospitais comunitários, há necessidade de o acesso à medicina integrativa baseada em evidências ser equitativo

 

Development of an integrative care program in a pediatric oncology Unit16

 

Complement Med Res./2021

Alemanha

Descrever o que precisa ser considerado na implementação de práticas assistenciais, no cenário de um programa de cuidado integrativo composto por tratamentos antroposóficos, em uma UTI de um hospital de ensino

O contexto da UTI, as restrições de tempo e a alta carga de trabalho são fatores que devem ser reconhecidos e considerados. Um programa com alta flexibilidade foi a solução neste cenário específico

Complementary individual homeopathy in paediatric cancer care: a case series from a University Hospital, Switzerland17

 

Complement Ther Med./2018

Suíça

Apresentar dados descritivos da colaboração entre o departamento de hematologia/oncologia do hospital universitário infantil de Berna e o Instituto de Medicina Complementar, Universidade de Berna, juntamente com quatro histórias de caso detalhadas de pacientes tratados com homeopatia individualizada adicional

Em Berna, a homeopatia individualizada adicional foi estabelecida com essa colaboração na oncologia pediátrica, sendo, durante o tratamento convencional do câncer, um tratamento adicional seguro e de suporte. Entretanto, os resultados desse estudo não devem ser generalizáveis

 

Integrative oncology and complementary medicine cancer services in Australia:

findings from a national cross-sectional survey18

 

BMC Complement Altern Med./ 2018

Austrália

Identificar serviços de OI na Austrália e explorar barreiras e facilitadores para a prestação de serviços de OI

 

Apesar da ampliação no oferecimento de OI, ainda há limitação ou inexistência desses serviços em muitas áreas. Assim, para acesso equitativo aos serviços de OI, tornam-se necessárias

medidas voltadas para a orientação política e maior planejamento estratégico

Integrative cancer care in a certified Cancer Centre of a German Anthroposophic hospital19

 

Complement Ther Med./

2018

Alemanha

Avaliar os conceitos OI do certificado centro de câncer antroposófico-integrativo do hospital Gemeinschaftskrankenhaus

 

Implementação bem-sucedida dos conceitos de OI no certificado centro de câncer antroposófico-integrativo do hospital Gemeinschaftskrankenhaus, considerando a aplicação desses conceitos em uma alta proporção de pacientes, em todos os grupos etários, com câncer primário

Implementation of an integrative oncological concept in the daily care of a German Certified Breast Cancer Center20

 

Complement Med Res./2018

Alemanha

Analisar como as estratégias integrativas foram implementadas no cuidado diário de pacientes com câncer primário de mama

 

Em um centro de câncer de mama certificado, pode ocorrer a implementação de terapias integrativas, no âmbito de medicina antroposófica, no cuidado diário de pacientes

Prevalência de práticas integrativas e complementares em pacientes submetidos à

quimioterapia antineoplásica21

Cogit Enferm./2019

Brasil

Analisar a prevalência das práticas integrativas e complementares em pacientes que realizam quimioterapia antineoplásica

Alta prevalência do uso de práticas integrativas e complementares, destacando-se a espiritualidade, por pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico

Legendas: UTI = unidade de terapia intensiva; OI = oncologia integrativa.

 

 

Os artigos foram publicados principalmente nos periódicos Complementary Medicine Research e Complementary Therapies in Medicine, com a publicação de dois (28,57%) artigos cada. O período de publicação dos estudos selecionados foi de 2018 a 2021, sendo predominante o ano de 2018 com quatro (57,14%) artigos, seguido do ano de 2021 com dois (28,57%) artigos. E sobre o país onde o estudo foi realizado, houve preponderância da Alemanha com três (42,85%) artigos, reforçando, assim, o destaque do continente Europeu com quatro (57,14%) artigos.

 

Sobre os objetivos dos estudos, foram abordados diferentes aspectos relacionados à OI na assistência hospitalar, citam-se: os conceitos de OI19; a implementação de práticas assistenciais e de estratégias integrativas nos hospitais16,20; a disponibilidade de terapias de medicina integrativa15 e a sua prevalência21; a descrição da prática17, os entraves e os facilitadores para a prestação desse serviço18.

 

Já a respeito da conclusão dos artigos, percebem-se a implementação bem-sucedida dos conceitos de OI no cuidado aos pacientes com câncer primário19; a necessidade do acesso equitativo à medicina integrativa baseada em evidências15 e a sua realização do cuidado cotidiano dos pacientes20; a homeopatia individualizada como um tratamento adicional seguro e de suporte17 e o destaque da espiritualidade, por pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico21; as restrições de tempo e a alta carga de trabalho16 como barreiras na implementação da OI no ambiente hospitalar e, como facilitadores, a realização de medidas voltadas para a orientação política, maior planejamento estratégico18 e um programa com alta flexibilidade16.

 

Com a realização da análise de conteúdo modalidade temática, os dados dos estudos selecionados foram organizados em dois temas, a saber: a implementação de cuidados de oncologia integrativa e o acesso equitativo à oncologia integrativa e outros desafios.

 

DISCUSSÃO

Com a mudança da visão de saúde do modelo biomédico para o modelo biopsicossocioespiritual, a OI vem sendo pesquisada e utilizada em centros oncológicos em várias partes do mundo, com expansão na assistência hospitalar, conforme observado nos temas a seguir:

 

Implementação de cuidados de oncologia integrativa

No âmbito dos cuidados oncológicos, houve aumento no interesse, em países como Austrália e Alemanha, na implementação de conceitos da OI18,19. Diferentes cenários hospitalares em que a abordagem integrativa foi adotada apareceram nos estudos selecionados, por exemplo, o departamento de hematologia/oncologia do hospital universitário infantil de Berna17 e o centro de câncer de um hospital especializado em medicina antroposófica19,20.

 

Em razão da importância crescente da OI19, é essencial conhecer o processo de implementação de estratégias integrativas no cuidado dos pacientes oncológicos20 em serviços de saúde, com o levantamento de barreiras e de facilitadores18.

 

No processo de implementação de um programa de cuidados integrativos, um estudo identificou a necessidade de considerar a disponibilidade de tempo bem como aspectos estruturais e comunicacionais16. No contexto oncológico pediátrico, o levantamento de demandas de diferentes atores, como cuidadores e equipe de saúde do serviço, é importante no processo de implementação de um programa de cuidados integrativos16.

 

Esse levantamento inicial sugeriu a necessidade de elaboração de um plano de qualificação para integrantes da equipe do serviço e da mudança integrativa focada em cuidados integrais16. Assim, apontou a necessidade de adaptação às estruturas do serviço, tempo, comunicação, equipe disposta e qualificação16.

 

Nos serviços de saúde, relações de cuidado permeadas pela escuta ativa, empatia e linguagem acessível2 podem contribuir para o vínculo com o paciente oncológico. O advocacy do paciente, entendido como práticas de profissionais de saúde que envolvam promoção de segurança, garantia de assistência qualificada, defesa e proteção de direitos22, também se mostra importante no cuidado2. A utilização de tecnologias leves, atreladas aos aspectos relacionais do cuidado23, pode trazer repercussões positivas traduzidas em relações de confiança, acolhimento e apoio4. Assim, é importante o reconhecimento do potencial das relações interpessoais como forma de apoio ao paciente oncológico2.

 

O acesso às informações configura-se como aspecto importante para o paciente oncológico ao contribuir para o exercício da autonomia4. Tendo como base o empoderamento desses pacientes sobre medidas integrativas e complementares ao tratamento oncológico convencional, surgem as potencialidades das sessões de aconselhamento ofertadas em intervalos regulares para pacientes e familiares24. Destarte, os profissionais de saúde devem construir canais de diálogo permeados por escuta sensível e atenta, o que pode apoiar a elaboração conjunta de estratégias de enfrentamento diante de situações de vulnerabilidade e dificuldade2.

 

As práticas precisam priorizar o cuidado humanizado, incorporando o que preconiza a Política Nacional de Humanização (PNH)4. Reconhece-se a relação entre os espaços físicos e a produção das práticas em saúde, sendo a ambiência um dos elementos considerados pela PNH, trazendo um olhar para a influência da estrutura física sobre os processos de trabalho. O modelo de ambiência hospitalar pode associar-se a estratégias direcionadas à promoção de espaços acolhedores, inclusivos e interativos que potencializam o protagonismo dos sujeitos e valorizam as subjetividades25. Assim, a ambiência deve favorecer o planejamento e a implementação de cuidados alinhados à OI, considerando a vulnerabilidade desses pacientes e o valor da expansão e fortalecimento das práticas ofertadas, inclusive aos familiares acompanhantes, que tendem a vivenciar períodos de grande desgaste físico e emocional, o que pode repercutir na eficácia da rede de apoio ao paciente2. Nesse cenário, destaca-se a importância da rede de apoio ao paciente oncológico, associada ao suporte recebido de pessoas que ocupam diferentes papéis sociais, como familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e comunidade2.

 

A qualificação do profissional de saúde é fundamental no processo de implementação da OI na assistência hospitalar. Na assistência oncológica, torna-se importante a compreensão dos saberes e das práticas dos profissionais de saúde em busca de um cuidado efetivo1 e promotor de qualidade de vida. Sobre o uso de MAC, os oncologistas podem referir preocupações relacionadas a efeitos adversos26. Considerando que pacientes e oncologistas podem apresentar visões discrepantes sobre a MAC, abordagens relacionadas ao seu uso seguro e eficaz devem ser incentivadas26. Ações direcionadas para processos de educação permanente sobre o assunto também podem ser necessárias26, buscando-se contribuir para o conhecimento e a implementação de serviços de OI.

 

Ademais, há as terapias integrativas que tem como base o conceito de medicina antroposófica, e que podem ser integradas ao cuidado de pacientes oncológicos19,20. Em um centro de câncer antroposófico-integrativo, as terapias de OI identificadas foram: cirurgia, tratamento padrão antineoplásico e radiação, integradas com intervenções não farmacológicas e terapia complementar com visco (Viscum album L.)19. No cuidado de pacientes com câncer de mama primário, o estudo de Schad et al. identificou alto uso de terapias integrativas20.

 

Gurgel et al.21 encontraram prevalência de 77,1% na utilização de práticas integrativas e complementares por pacientes oncológicos de um ambulatório de quimioterapia de um hospital universitário, com destaque para a espiritualidade21. Em outro estudo, a massagem, o bem-estar psicológico e as modalidades que envolviam movimentos foram identificados como os serviços de OI mais comuns18. Os pacientes oncológicos podem atribuir benefícios associados ao uso das práticas integrativas e complementares, como bem-estar geral, controle da dor, melhora do sono, tranquilidade e aumento da fé21.

 

No cenário do departamento de hematologia/oncologia de um hospital universitário infantil, a adição da homeopatia individual complementar ao tratamento padrão para insônia, mucosite, disfunções afetivas e infecção tecidual permissiva foi retratada por meio do relato de quatro casos de pacientes oncológicos pediátricos17. Nos resultados, observou-se, em uma relação temporal imediata com o tratamento adicional, melhoria clínica de todos os quatro pacientes17.

 

Entende-se a multidimensionalidade do paciente oncológico e a necessidade de uma rede sustentadora que possibilita colaboração ativa entre pessoas, presença acolhedora e suporte emocional2. Para tanto, torna-se necessário o reconhecimento da relevância da ampliação das estratégias de cuidado que envolvam práticas complementares às convencionais, que trazem consigo o potencial de amenizar desconfortos físicos e emocionais, assim como de otimizar o resultado do tratamento adotado.

 

Nesse sentido, é importante a avaliação das ações que estão sendo realizadas visando à segurança, ao impacto clínico, bem como à qualidade de vida relacionada à saúde do paciente19.

 

Acesso equitativo à oncologia integrativa e outros desafios

As dificuldades no acesso aos serviços de saúde podem desencadear temores, anseios e angústias1. O acesso às práticas de medicina integrativa também foi abordado15. Entretanto, esse acesso aos serviços de OI ainda pode ser limitado18.

 

Ao comparar as práticas de medicina integrativa entre hospitais comunitários e centros integrais de câncer designados pelo National Cancer Institute, constatou-se menor disponibilidade de acupuntura, meditação e musicoterapia em hospitais comunitários15. Além disso, nos hospitais comunitários que atendem a populações de baixa renda, foi observada menor disponibilidade de acupuntura, meditação, ioga e Tai Chi, se comparados com os que atendem a populações de média renda15. Diante desses achados, em comparação com centros integrais de câncer, a oferta de terapias de medicina integrativa, no geral, é menor em hospitais comunitários, em especial naqueles que atendem a populações de baixa renda15.

 

A ampliação de espaço da OI na assistência hospitalar e as fragilidades apontadas em estudos selecionados relacionadas ao acesso equitativo são importantes reflexões sobre o acesso dos pacientes oncológicos a esses serviços. Considerando o cenário oncológico, nota-se a necessidade de que ocorra acesso equitativo à medicina integrativa baseada em evidências15,18.

 

A falta de financiamento apareceu como a principal barreira à OI18. A literatura aponta que o financiamento da OI pode ser de diferentes fontes, como recursos da própria instituição, filantropia, contribuição de pacientes e voluntariado18.

 

Aspectos relacionados ao custeio também foram abordados em estudo realizado no Brasil21. Com relação ao custeio das práticas integrativas e complementares usadas por pacientes oncológicos, além do Sistema Único de Saúde (SUS), outras modalidades encontradas foram doação, participação em pesquisa, custeio próprio e filantrópico21. Os dados apontam, de forma predominante, o custeio dessas práticas integrativas e complementares não realizado no SUS21.

 

Além das barreiras relacionadas ao financiamento, foram identificados também desafios relacionados às incertezas sobre a demanda do paciente, ao estabelecimento desses serviços e às fragilidades no apoio de oncologistas ou gestão18. Nessa direção, um estudo relacionado à implementação, em um centro oncológico abrangente, de um programa integrativo, apontou a necessidade de apoio institucional, financiamento, planejamento e liderança, bem como de uma equipe preparada e dedicada8.

 

Ademais, observou-se que o uso de práticas integrativas e complementares pode não estar associado à indicação profissional21. Considerando que a utilização de MAC pode não ser discutida por oncologistas26 e que essa temática pode ser importante para pacientes oncológicos, torna-se necessária a identificação sobre as formas de discussão do assunto nos contextos de cuidado em oncologia9.

 

Com relação ao uso de MAC, um estudo realizado em um hospital geral chinês identificou que uma parcela significativa dos pacientes oncológicos (77,6%) iniciou o uso desde o diagnóstico26. Outro estudo realizado na Turquia identificou a utilização de MAC por paciente oncológicos, sendo as não farmacológicas usadas por 96% dos participantes, com destaque para a oração, e as farmacológicas por 4%, destacando-se os produtos à base de plantas27.

 

Santos et al.2 apontam contribuições da religiosidade no enfrentamento de momentos de dificuldades2. A utilização de MAC farmacológicas (como suplementos dietéticos, vitaminas e produtos à base de plantas) pode estar associada ao maior nível de escolaridade27. Outra problemática evidenciada na literatura refere-se à utilização de MAC farmacológica sem conhecimento prévio do médico27, o que pode apontar a existência de uma lacuna na comunicação entre o paciente oncológico e o profissional de saúde26.

 

A comunicação entre o profissional de saúde e o paciente oncológico deve ser permeada por escuta ativa e abertura para a abordagem de diferentes aspectos do cuidado, como àqueles relacionados ao uso de MAC26. Assim, na avaliação de rotina do paciente oncológico, perguntas sobre a utilização dessa medicina devem ser realizadas27.

 

Destarte, destaca-se a relevância da compreensão de que as iniciativas que promovam conforto físico, emocional e/ou espiritual têm potencial de refletir positivamente nas condições clínicas do paciente. No contexto de a OI se relacionar à integração entre o tratamento convencional e as práticas integrativas e complementares, é importante o entendimento de que, quando interferir de forma prejudicial ao tratamento, a prática integrativa e complementar não deve ser utilizada21. Reforça-se, portanto, a necessidade de educação permanente de profissionais de saúde para subsídios à prática clínica21.

 

É preciso construir estratégias para a ampliação do acesso de pacientes oncológicos às terapias de medicina integrativa15. Assim, o financiamento, a qualificação dos profissionais e o desenvolvimento de diretrizes clínicas baseadas em evidências aparecem como aspectos importantes na implementação da OI18.

 

A rede de atenção à saúde, organizada para garantia do acesso e cuidado qualificado ao paciente oncológico1, exerce um importante papel de apoio, por meio do acolhimento, do reconhecimento de necessidades e do cuidado singularizado e integral2. O cenário vivenciado pelo paciente oncológico e seus familiares aponta a necessidade de um cuidado longitudinal1 e integral. Além da competência técnica4, o profissional de saúde deve estar preparado para abordar o paciente reconhecendo suas particularidades e conjuntura de vida2, o que aponta para a necessidade de se levantar como os pacientes oncológicos percebem o cuidado recebido dos profissionais de saúde4.

 

O cuidado ao paciente oncológico na perspectiva do modelo biopsicossocioespiritual2 – visando ao cuidado centrado no paciente28, que seja ético e promotor de direitos4 –, aponta as possíveis contribuições da implementação de serviços de OI na assistência hospitalar. Assim, é esperada a ampliação do conhecimento e da implementação das práticas de OI em todos os serviços da Rede de Atenção à Saúde que prestam atendimento ao paciente oncológico e seus familiares, buscando uma atuação coordenada e corresponsável, norteada pelos princípios de acolhimento, humanização e qualificação da atenção à saúde no contexto oncológico.

 

O presente estudo teve como limitações a inclusão de pesquisa apenas nos idiomas inglês, português e espanhol e a não aplicação de um instrumento a fim de avaliar a qualidade dos artigos. Já em relação às contribuições, por meio desta revisão, verificaram-se as possíveis contribuições da OI para a integralidade do cuidado ao paciente oncológico, o que pode apoiar as discussões em espaços de ensino, gestão e assistência sobre possibilidades para sua efetivação na atenção hospitalar.

 

CONCLUSÃO

O conhecimento científico produzido aponta que a implementação de cuidados de OI na atenção hospitalar ainda é limitada, com desafios relacionados ao acesso equitativo, ao financiamento, à gestão e à qualificação dos profissionais de saúde.

 

Entre os dados obtidos neste estudo, o continente europeu apresenta destaque na produção de conhecimento científico sobre a OI na atenção hospitalar. Ademais, o entendimento de saúde baseado no modelo biopsicossocioespiritual tem proporcionado um crescente interesse na implantação e em estudos das práticas de cuidados de OI. Nessa conjuntura, acredita-se que, na atenção hospitalar, a OI possa trazer contribuições para um cuidado singular e integral, a partir do reconhecimento das necessidades multidimensionais do paciente oncológico.

 

Nesse sentido, percebe-se a necessidade de ações e políticas públicas efetivas de incentivo à implantação das práticas de OI na atenção hospitalar, principalmente as relacionadas ao processo de formação dos profissionais de saúde, de práticas de cuidado centradas no paciente e de redes de atenção à saúde que visem contribuir para a melhoria da qualidade de vida do paciente oncológico tendo como foco a integralidade.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

William Messias Silva Santos e Jaqueline Silva Santos contribuíram substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; na obtenção, análise e/ou interpretação dos dados; assim como na redação e/ou revisão crítica. Gilmar Antonio Batista Machado, Maria Ambrosina Cardoso Maia e Raquel Dully Andrade contribuíram substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; assim como na redação e/ou revisão crítica. Todos os autores aprovaram a versão final a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

Nada a declarar.

 

 

FONTES DE FINANCIAMENTO

Não há.

 

 

REFERÊNCIAS

1. Trindade LF, Kolankiewicz ACB, Bandeira LR, et al. Práxis das equipes saúde da família no cuidado com paciente oncológico. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE03054. doi: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO03054

2. Santos WMS, Santos JS, Andrade RD, et al. O relacionamento em redes no campo oncológico na perspectiva dos usuários. Rev Bras Cancerol. 2021;67(1):e-021119. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n1.1119

3. Campos AAL, Guerra MR, Fayer VA, et al. Tempo para diagnóstico e tratamento do câncer de mama na assistência pública e privada. Rev Gaúcha Enferm. 2022;43:e20210103. doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2022.20210103.pt

4. Theobald MR, Santos MLM, Andrade SMO, et al. Percepções do paciente oncológico sobre o cuidado. Physis. 2016;26(4):1249-69. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73312016000400010

5. Lopez G, McQuade J, Cohen L, et al. Integrative oncology physician consultations at a comprehensive cancer center: analysis of demographic, clinical and patient reported outcomes. J Cancer. 2017;8(3):395-402. doi: https://doi.org/10.7150/jca.17506

6. Siegel P, Barros NF. O que é a oncologia integrativa? Cad Saude Colet. 2013;21(3):348-54.

7. Siegel P, Barros NF. Por que as pesquisas em oncologia integrativa são importantes? Rev Bras Cancerol. 2013;59(2):249-53. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2013v59n2.1306

8. Glaser KM, McDaniel DC, Hess SM, et al. Implementing an integrative survivorship program at a comprehensive cancer center: a multimodal approach to life after cancer. J Integr Complement Med. 2019;25(S1):S106-11. doi: https://doi.org/10.1089/acm.2018.0383

9. Tilburt J, Yost KJ, Lenz HJ, et al. A multicenter comparison of Complementary and Alternative Medicine (CAM) discussions in oncology care: the role of time, patient-centeredness, and practice context. Oncologist. 2019;24(11):e1180-9. doi: https://doi.org/10.1634/theoncologist.2019-0093

10. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018

11. Methley AM, Campbell S, Chew-Graham C, et al. PICO, PICOS and SPIDER: a comparison study of specificity and sensitivity in three search tools for qualitative systematic reviews. BMC Health Serv Res. 2014;14:579. doi: https://doi.org/10.1186/s12913-014-0579-0

12. Wittes R. Integrative oncology: cancer care for the next millennium: Hearing before the House Committee on Government Reform (June 7, 2000). [Internet]. [cited 2022 Sept 1]. Available from: https://www.cancer.gov/about-nci/legislative/hearings/2000-integrative-oncology.pdf

13. Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372:n71. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.n71

14. Souza LK. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a análise temática. Arq Bras Psicol. 2019;71(2):51-67. doi: http://dx.doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2019v71i2p.51-67

15. Desai K, Liou K, Liang K, et al. Availability of integrative medicine therapies at National Cancer Institute-designated comprehensive cancer centers and community hospitals. J Altern Complement Med. 2021;27(11):1011-3. doi: https://doi.org/10.1089/acm.2021.0102

16. Rutert B, Stritter W, Eggert A, et al. Development of an integrative care program in a pediatric oncology unit. Complement Med Res. 2021;28(2):131-8. doi: https://doi.org/10.1159/000510247

17. Gaertner K, Lüer SC, Frei-Erb M, et al. Complementary individual homeopathy in paediatric cancer care: a case series from a university hospital, Switzerland. Complement Ther Med. 2018;41:267-70. doi: https://doi.org/10.1016/j.ctim.2018.10.010

18. Smith CA, Hunter J, Delaney GP, et al. Integrative oncology and complementary medicine cancer services in Australia: findings from a national cross-sectional survey. BMC Complement Altern Med. 2018;18(1):289. doi: https://doi.org/10.1186/s12906-018-2357-8

19. Thronicke A, Oei SL, Merkle A, et al. Integrative cancer care in a certified Cancer Centre of a German Anthroposophic hospital. Complement Ther Med. 2018;40:151-7. doi: https://doi.org/10.1016/j.ctim.2018.03.012

20. Schad F, Thronicke A, Merkle A, et al. Implementation of an integrative oncological concept in the daily care of a German Certified Breast Cancer Center. Complement Med Res. 2018;25(2):85-91. doi: https://doi.org/10.1159/000478655

21. Gurgel IO, Sá PM, Reis PED, et al. Prevalência de práticas integrativas e complementares em pacientes submetidos à quimioterapia antineoplásica. Cogit Enferm. 2019;24:e64450. doi: https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.64450

22. Nsiah C, Siakwa M, Ninnoni JPK. Registered Nurses' description of patient advocacy in the clinical setting. Nurs Open. 2019;6(3):1124-32. doi: https://doi.org/10.1002/nop2.307

23. Masson N, Falcão A, Velo MMAC, et al. Acolhimento e vínculo: tecnologias relacionais na produção da saúde. Rev Bras Pesq Saúde. 2015;17(2):103-10.

24. Muecke R, Gosenheimer R, Schulz C, et al. Counseling on complementary methods in the treatment of side effects of oncological therapies: a project of the breast and bowel center Nahe at the hospital Sankt Marienwoerth Bad Kreuznach. Integr Cancer Ther. 2021;20:15347354211043199. doi: https://doi.org/10.1177/15347354211043199

25. Salvati CO, Gomes CA, Haeffner LSB, et al. Humanização hospitalar: construção coletiva de saberes e práticas de acolhimento e ambiência. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e20200058. doi: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2020-0058

26. Yang G, Zhang H, Gan Z, et al. Discrepant views of oncologists and cancer patients on complementary and alternative medicine in a Chinese general hospital. Integr Cancer Ther. 2018;17(2):451-7. doi: https://doi.org/10.1177/1534735417725579

27. Yalcin S, Hurmuz P, McQuinn L, et al. Prevalence of complementary medicine use in patients with cancer: A Turkish Comprehensive Cancer Center experience. J Glob Oncol. 2018;4:1-6. doi: https://doi.org/10.1200/JGO.2016.008896

28. Freitas R, Oliveira LC, Mendes GLQ, et al. Barreiras para o encaminhamento para o cuidado paliativo exclusivo: a percepção do oncologista. Saúde debate. 2022;46(133):331-45. doi: https://doi.org/10.1590/0103-1104202213306

 

 

 

Recebido em 31/10/2022

Aprovado em 13/4/2023

 

Editor-associado: Fernando Lopes Tavares de Lima. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-8618-7608

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

image001

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.

 

©2019 Revista Brasileira de Cancerologia | Instituto Nacional de Câncer | Ministério da Saúde