ARTIGO ORIGINAL

 

Impactos da Covid-19 em uma Unidade de Tratamento Oncológico: Percepção dos Enfermeiros na Perspectiva da Teoria das Representações Sociais

Impacts of Covid-19 in an Oncology Treatment Unit: Nurses’ Perception from the Perspective of the Theory of Social Representations

Impactos del Covid-19 en una Unidad de Tratamiento Oncológico: la Percepción de los Enfermeros desde la Perspectiva de la Teoría de las Representaciones Sociales

 

 

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n4.4110

 

Fabiane Cristina Vieira da Silva1; Raquel de Souza Ramos2; Margarida Maria Rocha Bernardes3; Gisele Fragoso Mendes4; Ana Paula Kelly de Almeida Tomaz5

 

1,4,5Instituto Nacional de Câncer (INCA). Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-0193-4713; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-5860-7321; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-0592-4101. E-mails: fabiane_c.vieira@hotmail.com; gigifragoso@yahoo.com.br; akelly@inca.gov.br

2INCA. Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-1939-7864. E-mail: rramos@inca.gov.br

3Ministério da Defesa, Escola Superior de Guerra. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-2849-413X. E-mail: margabe@globo.com

 

Endereço para correspondência: Fabiane Cristina Vieira da Silva. Avenida Coelho da Rocha, 2972 – Rocha Sobrinho. Mesquita (RJ), Brasil. E-mail: fabiane_c.vieira@hotmail.com

 

 

RESUMO

Introdução: O novo coronavírus SARS-CoV-2, causa principal da covid-19, foi identificado em dezembro de 2019 em Wuhan, na China. Desde então, espalhou-se pelo mundo e infectou milhares de pessoas. Serviços de saúde ficaram sobrecarregados com o atendimento de pacientes acometidos pela infecção. A enfermagem neste contexto é a categoria profissional que permanece mais tempo assistindo ao paciente. Diante desses fatos, é importante apresentar as opiniões, vivências e percepções dos enfermeiros atuantes na pandemia. Objetivo: Identificar, na perspectiva de enfermeiros, os impactos da covid-19 em seu cotidiano de trabalho no cuidado às pessoas diagnosticadas com câncer. Método: Estudo descritivo qualitativo baseado na teoria das representações sociais. O cenário do estudo ocorreu em uma instituição pública federal, referência no atendimento ao câncer, com 25 enfermeiros. Os dados foram coletados por meio da técnica de entrevista semiestruturada e de um questionário sociodemográfico. A análise dos dados foi realizada pela técnica de análise de conteúdo temática. Resultados: Participaram da pesquisa 22 enfermeiras (88%) com atuação na área oncológica de oito a 30 anos. A análise resultou em quatro categorias centrais: conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19; impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais; impactos da pandemia na instituição; e impactos da pandemia em pessoas com câncer. Conclusão: Diante de um evento pandêmico, os enfermeiros foram essenciais para o enfrentamento da covid-19. Percebeu-se que as mudanças na rotina da instituição, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), a redução do número de leitos e o índice de absenteísmo afetaram tanto a vida do profissional quanto a do paciente.

Palavras-chave: equipe de enfermagem; percepção social; infecções por coronavírus; oncologia; representação social.

 

 

ABSTRACT

Introduction: The new coronavirus SARS-CoV-2 the main cause of the COVID-19, was identified in December 2019 in Wuhan, China. Since then the virus has spread around the world and infected millions of people. Healthcare services have become overwhelmed with the care of patients affected by the infection. Nursing is the health professional who stays longer with the patients. Given these facts, it is essential to know the opinions, experiences, knowledge and perception of nurses while providing care to patients during the pandemic. Objective: Identify, from the perspective of nurses, the impacts of COVID-19 on their daily work in caring for individuals diagnosed with cancer. Method: Descriptive, qualitative approach study based on the theory of social representation. The study scenario was a reference federal public institution in cancer care with 25 nurses. Data were collected through a semi-structured interview technique and a sociodemographic questionnaire. Data analysis was performed using the thematic content analysis technique. Results: The participants were 22 female nurses (88%), with between eight and 30 years of experience in oncology. The analysis resulted in 4 core categories: concepts attributed by nurses to COVID-19; impacts of the pandemic on the daily lives of professionals, impacts of the pandemic on the institution and impacts of the pandemic on oncology patients. Conclusion: Even in a pandemic scenario, the nurses were essential to deal with COVID-19. Changes of the institution routine, the use of personal protective equipment (PPE), reduction of beds and absenteeism affected the lives of professionals and patients.

Key words: nursing, team; social perception; coronavirus infections; medical oncology; social representation.

 

 

RESUMEN

Introducción: El nuevo coronavirus SARS-CoV-2, causa principal del COVID-19, fue identificado en diciembre de 2019 en Wuhan, China. Desde entonces, el virus se ha propagado por todo el mundo y ha infectado a millones de personas. Los servicios sanitarios fueron desbordados por la atención a los pacientes afectados por la infección. La enfermería es la clase profesional sanitaria que permanece más tiempo con los pacientes. Ante estos hechos, es fundamental presentar las opiniones, experiencias, conocimientos y percepción de los enfermeros durante la asistencia a los pacientes durante la pandemia. Objetivo: Identificar, desde la perspectiva de los enfermeros, los impactos del COVID-19 en su trabajo diario en el cuidado de personas diagnosticadas con cáncer. Método: Estudio descriptivo con enfoque cualitativo basado en la teoría de la representación social. El escenario de estudio fue en una institución pública federal de referencia en atención al cáncer, con 25 enfermeros. Los datos fueron recolectados a través de la técnica de entrevista semiestructurada y un cuestionario sociodemográfico. El análisis de los datos se realizó mediante la técnica de análisis de contenido temático. Resultados: Participaron del estudio 22 enfermeras (88%), con experiencia en el campo de la oncología entre ocho y 30 años. El análisis resultó en cuatro categorías centrales: conceptos atribuidos por los enfermeros al COVID-19; impactos de la pandemia en la vida diaria de los profesionales, impactos de la pandemia en la institución e impactos de la pandemia en los pacientes de oncología. Conclusión: Con este estudio se pudo comprobar que incluso ante un evento pandémico, los enfermeros fueron profesionales esenciales para enfrentar el COVID-19. Se percibió que los cambios en la rutina de la institución, el uso de equipos de protección personal (EPP), la reducción del número de camas y el índice de ausentismo, afectaron tanto la vida del profesional como la del paciente.

Palabras clave: grupo de enfermería; percepción social; infecciones por coronavirus; oncología médica; representación social.

 

 

INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2019, foi identificada uma doença provocada por um novo coronavírus que se originou em Wuhan, China, denominado SARS-CoV-2, causa principal da covid-19. Em razão do aumento da expansão geográfica, o coronavírus tornou-se um perigo para a saúde global1.

 

O vírus em pauta se dissemina por contato direto, de pessoa a pessoa, por gotículas expelidas do nariz ou da boca quando o indivíduo infectado tosse ou espirra, e por contato indireto, quando gotículas caem em superfícies e objetos próximos2 . As sintomatologias da doença variam, sendo os principais sintomas febre (83%), tosse (82%), dispneia (31%), mialgia (11%), confusão mental (9%), cefaleia (8%), dor de garganta (5%), rinorreia (4%)3. Nos casos mais graves, os indivíduos infectados pela covid-19 desencadearam manifestações clínicas como insuficiência respiratória, choque séptico e disfunção ou falência de múltiplos órgãos4 .

 

Estudos descrevem que o pior prognóstico da covid-19 estaria relacionado à idade avançada, ao tabagismo e a comorbidades, incluindo o câncer5. O câncer pode ser considerado um fator modificador e/ou agravante do curso natural da covid-19, pois pacientes oncológicos apresentam maiores chances de desenvolver a forma grave da doença em comparação com aqueles que não o possuem. Além disso, a imunossupressão advinda do tratamento oncológico e o fato de esses pacientes serem chamados ao hospital para tratamento e acompanhamento aumentam o risco de contrair a covid-196.

 

Dados gerados pelos conselhos profissionais relacionados à força de trabalho em saúde em 2020 demonstraram que, no período da pandemia, eram 2.478.566 profissionais de enfermagem, sendo 611.133 enfermeiros no Brasil e 1.867.433 auxiliares e técnicos de enfermagem. Dos mais de 3,5 milhões de trabalhadores da saúde do SUS, estimam-se que mais de dois milhões estiveram na linha de frente prestando socorro aos milhões de infectados e lidando com milhares de mortes em todo o país em um ritmo insustentável7.

 

Ressalta-se que a equipe de enfermagem é a única categoria profissional que fica à beira do leito, cuidando dos pacientes 24 horas por dia, e permanece mais tempo com os pacientes. Durante o evento, faziam parte da linha de frente no combate à covid-198.

 

O enfermeiro oncológico presta assistência ao paciente em todas as fases do tratamento oncológico e deve abordá-lo sob uma perspectiva teórica mais ampla, incluindo a compreensão das dimensões socioculturais e psicológicas da doença9. Com isso em vista, é importante identificar os impactos da covid-19 no cotidiano de trabalho dos enfermeiros envolvidos no atendimento de pessoas diagnosticadas com câncer.

 

Diante dos inúmeros impactos da pandemia, delimitou-se como objeto de estudo a covid-19 e suas representações sociais para os enfermeiros oncologistas que atuaram na linha de frente durante a pandemia. Buscando integrar conhecimento técnico-científico para os profissionais da área da saúde e a sociedade e considerando o conceito do saber do senso comum na compreensão dessa temática, elaborou-se a seguinte questão norteadora: “Como a covid-19 repercutiu na rotina de vida e do trabalho dos enfermeiros oncológicos?”

 

O objetivo do estudo é identificar, na perspectiva de enfermeiros, os impactos da covid-19 em seu cotidiano de trabalho no cuidado a pessoas diagnosticadas com câncer.

 

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa pautada na Teoria das Representações Sociais (TRS). A representação social busca revelar como as pessoas de um determinado grupo pensam bem como os significados e as posições claras que atribuem ao assunto. Enfoques teóricos e metodológicos diversos são característicos da enfermagem. Reforça-se, neste estudo, a TRS, pela possibilidade de o pesquisador captar a interpretação dos participantes sobre a realidade que pretende investigar, permitindo a compreensão de atitudes de um determinado grupo10.

 

A pesquisa foi realizada durante os meses de novembro e dezembro de 2022 em um hospital público de alta complexidade referência em oncologia na cidade do Rio de Janeiro. Para sua realização, foram abordados 25 enfermeiros com atuação em oncologia respeitando-se os critérios de inclusão: ser parte do corpo permanente da instituição (servidores públicos de carreira); estar em atuação profissional no cenário há mais de três anos; e ter vivenciado situações que envolveram as demandas e especificidades do atendimento a pessoas com diagnóstico de câncer acometidos pela covid-19. Os critérios de exclusão foram: profissionais que estivessem afastados da instituição por licença de qualquer natureza, que não estivessem no atendimento direto dos pacientes internados, ou que estivessem desenvolvendo suas atividades na modalidade de trabalho remoto.

 

A coleta dos dados para este estudo foi realizada por meio de entrevista com roteiro semiestruturado, contendo perguntas previamente estabelecidas. Foi aplicado um questionário que continha questões fechadas que possibilitaram a identificação do perfil sociodemográfico dos participantes da pesquisa.

 

Na entrevista, o profissional foi informado quanto à temática e ao objetivo a serem abordados na pesquisa, além da permissão de gravação com aparelho gravador de voz para posterior transcrição e análise dos dados.

 

As entrevistas foram realizadas em diferentes setores do cenário da pesquisa, isto é, o local de atuação e/ou trabalho dos enfermeiros. Além disso, estas foram agendadas previamente para não interferir nas atividades laborais dos enfermeiros.

 

Posteriormente às transcrições, foi realizada uma análise de conteúdo dos depoimentos. Para permitir a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática, proposta por Bardin11, sistematizada por Oliveira12.

 

Essa análise foi processada em três fases: análise preliminar, exploração do material e processamento de dados. A primeira fase e/ou análise preliminar é o momento da própria organização que passa por três tarefas: selecionar documentos para análise; hipótese e desenvolvimento de indicadores que fundamentem a interpretação. Nessa fase, executa-se uma leitura flutuante das entrevistas, a fim de estabelecer a primeira conexão com o material coletado.

 

A segunda etapa do processo de análise correspondeu ao estudo do material, que consistiu na conversão e na consolidação dos dados de origem em unidades de registro (UR), ou seja, da codificação do material à transmutação dos dados brutos do texto por meio de recorte, agregação e enumeração, obtendo assim a apresentação do conteúdo. A codificação compreende o recorte (escolha das UR ou de contexto), enumeração (escolha das regras de contagem) e classificação e agregação (escolha das categorias)11,12.

 

No entanto, cabe destacar que para a construção das categorias considerou-se que elas deveriam ser homogêneas, exclusivas, objetivas e relevantes. Assim, a categorização processou-se em duas fases: o inventário, que isola os elementos, e a classificação, que reparte esses mesmos elementos impondo a organização das mensagens para posterior início do tratamento dos resultados – a inferência e a interpretação que colocam em evidência as informações advindas da análise11,12.

 

Nessa fase, buscou-se o que estava por trás da palavra, tentando olhar além do concreto por um ponto de vista subjetivo sem se privar do rigor científico. Para possibilitar a visualização e a distribuição das UR em categorias e subcategorias de análise, os dados foram organizados em tabelas simples com frequências fixas, a fim de facilitar a apresentação e análise das informações obtidas nas falas11,12.

 

A TRS é amplamente utilizada porque os pesquisadores captam as interpretações dos próprios participantes sobre a realidade a ser estudada. Assim, por serem resultados de eventos sociais e fatos sociais, são, portanto, consequências de uma consciência coletiva e não individual9.

 

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto Nacional de Câncer (INCA) sob o número de parecer 4687263 (CAAE: 45556821.1.0000.5274) e obedeceu aos preceitos éticos legais para pesquisas com seres humanos definidos pelas Resoluções n.º 466/201213 e n.º 510/201614.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo 25 enfermeiros, sendo 22 mulheres (88%) e três homens (12%), com faixa etária de 37 a 60 anos. Os participantes possuíam atuação de oito a 30 anos na área. O tempo destinado para cada entrevista individual teve variação de oito a 40 minutos.

 

Em relação à infecção pela covid-19, 24 participantes (96%) informaram que tiveram covid-19, dos quais três receberam confirmação por diagnóstico (12%) e foram internados em enfermaria. Além disso, 100% dos profissionais foram vacinados. A análise resultou em 528 UR agrupadas em 20 temas, que foram divididas em quatro categorias centrais: conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19; impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais; impactos da pandemia na instituição; e impactos da pandemia em pessoas com câncer (Tabela 1).

 

Tabela 1. Demonstrativo das categorias referentes às representações sociais da covid-19 para os enfermeiros, Brasil, 2023

N.o da categoria

Categoria

N.o de UR

% UR

1

Conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19

34

6,44

2

Impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais

193

36,55

3

Impactos da pandemia na instituição

236

44,70

4

Impactos da pandemia em pessoas com câncer

65

12,31

 

Total

528

100

Legenda: UR = unidade de registro.

 

 

Categoria 1- Conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19

A presente categoria foi organizada em dois temas e 34 UR, o que corresponde a 6,44% do total de UR (Tabela 2).

 

Tabela 2. Conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19

Temas/unidades de significação

Total UR

Total de entrevistas

Categoria

Total UR

%

UR

Covid-19 como doença viral

33

24

Conceitos atribuídos pelos enfermeiros à covid-19

34

6,44

Covid-19 como doença infectoparasitária

1

1

Legenda: UR = unidade de registro.

 

Durante a análise das entrevistas, observou-se que a maioria dos enfermeiros atribuiu o conceito de covid-19 a uma doença viral.

 

O seguinte depoimento retrata a elaboração dos profissionais sobre o vírus.

 

É uma doença do século, uma doença viral, que acomete principalmente os pulmões, né? É uma doença de progressão rápida, né? Onde o paciente fica com o pulmão sarado e, se você não tiver uma intervenção imediata, você perde esse paciente assim em 12 horas (Entrevista 17).

 

O coronavírus pertence ao gênero betacoronavírus e à família Coronaviridae15. Por se tratar de uma infecção respiratória aguda, a covid-19 é disseminada principalmente por gotículas, secreções respiratórias e contato direto com o paciente infectado16. Os profissionais de saúde correm alto risco de contrair a doença em virtude do contato direto com pacientes infectados, o que leva o profissional de saúde à exposição de alta carga viral (milhares de partículas virais)17.

 

A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus trouxe diversas mudanças no trabalho desses profissionais. Destaca-se a enfermagem, atuante no contexto de enfrentamento da pandemia, em contato direto e ininterrupto com infectados. A partir desse contexto, surgiu a necessidade de introduzir novos olhares e práticas sobre seus saberes/comportamentos tanto na ação individual como coletivamente18.

 

Assim, tornou-se necessário aprimorar a formação desses profissionais e também de capacitá-los para o enfrentamento dessa doença infecciosa. Portanto, os enfermeiros devem ter conhecimento a respeito do novo coronavírus, bem como forma de contágio, aprimorando novas práticas a partir desse novo contexto, além de desenvolver seu papel pautado na dimensão educativa, gerando esclarecimentos e informações confiáveis para pacientes e população como um todo5.

 

Categoria 2 - Impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais

 

A presente categoria foi organizada em sete temas e 193 UR, o que corresponde a 36,55% do total de UR (Tabela 3).

 

Tabela 3. Impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais

Temas/unidades de significação

Total UR

Total de entrevistas

Categoria

Total UR

%

UR

Alta taxa de contaminação da equipe

 

41

19

 

 

 

 

Impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais

 

 

 

 

 

 

 

193

36,55

Relacionamento da equipe com familiares

 

32

20

Aumento de carga de trabalho

 

4

3

Relacionamento multiprofissional

 

1

1

Medo de contaminar a família

 

34

18

Sequelas da covid-19

 

8

7

Impacto na saúde mental dos trabalhadores

73

21

 

 

Um levantamento de dados realizado em 2020 apontou que o Brasil foi o país com mais mortes de enfermeiros pela covid-19 no mundo. Os enfermeiros e os técnicos podem ser considerados protagonistas durante o enfrentamento da pandemia pela atuação assídua e constante junto aos pacientes infectados19.

 

Entende-se que o uso inadequado dos equipamentos, a falta de equipamento de proteção individual (EPI), a sobrecarga de trabalho e o contato com pacientes infectados são fatores de risco para o adoecimento desses profissionais. A proteção da saúde deles é de extrema importância para evitar a transmissão da doença nas unidades de saúde e em seus domicílios, sendo necessário adotar protocolos de controle de precaução aérea20.

 

Em razão do alto índice de adoecimento da população em escala mundial, as unidades e as instituições de saúde suspenderam as visitas e os acompanhantes visando à manutenção da segurança no cuidado aos pacientes, a fim de tentar reduzir a circulação do vírus, além de reduzir as contaminações21.

 

O depoimento a seguir retrata a fala do profissional sobre a ausência de acompanhantes e visitantes dos pacientes hospitalizados.

 

O familiar aqui ajudava de certa forma, além de muitas vezes confortar o paciente. Os pacientes ficavam ansiosos aqui (Entrevista 19).

 

 

A angústia dos familiares, associada à ausência de informações, além de preocupações com “entes queridos” hospitalizados, foram aspectos negativos advindos da pandemia17.

 

A comunicação entre equipes assistenciais e famílias de pacientes internados teve que ser coordenada com a finalidade de reduzir o risco de infecção do coronavírus5. O enfermeiro é o profissional que tem papel de educador e, por meio de orientações, auxilia o paciente e o familiar no autocuidado22.

 

Como alternativa ao acolhimento humanizado, foram empregados meios tecnológicos para manter a comunicação entre profissionais e familiares. Utilizaram-se videochamadas, ligações que favoreceram tanto a comunicação como facilitaram o acesso de familiares distantes, proporcionando apoio emocional aos pacientes, por exemplo. Ressalta-se que o conhecimento da tecnologia em benefício do paciente auxiliou a equipe de enfermagem a aprimorar o desenvolvimento das estratégias de comunicação e, assim, ter maior facilidade em humanizar o cuidado23.

 

A pandemia trouxe consigo consequências psicológicas, sentimentos negativos como medos e incertezas. Os profissionais que, diante da pandemia, mantiveram-se trabalhando em seus locais de trabalho de origem expressaram o medo em cada passo24.

 

Bem, sentimentos que eu tive foi medo, desespero, ansiedade. Medo de mortes, pessoas perto de você por consequência de você. Acho que isso é um peso muito grande que a gente correu o risco, né? Você saber que teu familiar teve covid porque você levou para casa e que ele faleceu, então acho que isso é um peso muito grande de você ter uma sentença, né? (Entrevista 24).

 

O aumento da carga de trabalho, o medo de infectar familiares e/ou pessoas próximas, além de ser contaminado, bem como a desinformação, são os principais fatores passíveis de gerar estresse emocional entre os profissionais de enfermagem8.

 

O crescimento no número de casos da pandemia em larga escala implicou o aumento de demanda física e psicológica sobre os trabalhadores de saúde presentes na linha de frente. A tensão aumentada pela covid-19 pode gerar sintomas mentais difíceis de manejar25. O risco de contaminação pela covid-19 ao profissional e aos entes familiares e a falta de EPI são situações que trazem sofrimento psíquico e mental26.

 

Com a alta disseminação viral ocasionada pela covid-19, além da elevada taxa de mortalidade, os profissionais da saúde que atuavam nesse cenário pandêmico ficaram ligados aos pacientes infectados e envolvidos na assistência no atendimento em geral, desenvolvendo sofrimento psíquico como medo, ansiedade, depressão, angústia27.

 

A proteção da saúde mental pode ser fornecida por meio de medidas para reduzir os estressores no trabalho durante a pandemia, bem como mudanças na organização do trabalho, diminuição de horário, julgamento profissional, melhoria das condições de trabalho e prestação do apoio psicológico ou o que for necessário25.

 

Categoria 3 - Impactos da pandemia na instituição

 

Essa categoria foi organizada em oito temas e 236 UR, o que corresponde a 44,70% do total de UR (Tabela 4).

 

Tabela 4. Impactos da pandemia na instituição

Temas/unidades de significação

Total UR

Total de entrevistas

Categoria

Total UR

%

UR

Alto índice de absenteísmo

 

 

35

18

 

 

 

 

 

Impactos da pandemia no cotidiano dos profissionais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

236

44,70

Ausência de material para rastreamento da covid-19

 

1

1

Atividades de capacitação

44

22

Alteração na rotina institucional

 

61

23

Ausência de rotina de cuidados para pacientes com covid-19

 

 

36

16

Estrutura física hospitalar inadequada

 

9

5

Falta de EPI

 

23

14

Atuação dos gestores

 

27

21

Legenda: EPI = equipamento de proteção individual.

 

 

O dimensionamento da equipe de enfermagem já era inadequado em todo território nacional. Um dos maiores desafios enfrentados pela gestão das instituições de saúde foi o alto índice de absenteísmo. Profissionais de saúde presentes na linha de frente são mais expostos ao vírus, aumentando o risco de contaminação e levando, por consequência, ao afastamento do trabalhador17.

 

A maioria da equipe entrou de licença onde não houve reposição e muitos trabalhando às vezes doente, trabalhando e voltando, mas voltando ainda não recuperados, realmente com covid negativos, porém com sequelas de covid. Então, assim, um trabalho muito complexo com uma equipe mínima que diariamente sem covid já é um dimensionamento bastante precário para uma instituição oncológica que a oncologia tem, uma complexidade diferenciada (Entrevista 2).

 

A adoção de medidas institucionais para promover a saúde do trabalhador e a valorização profissional, além da prevenção de acidentes de trabalho, são estratégias relevantes para reduzir o absenteísmo28. Outro fator importante foi a oferta de treinamentos e capacitações29.

 

Esse novo vírus trouxe numerosas incertezas acerca de como manejar os pacientes infectados, bem como proteger a si e ao próximo. Conhecimentos básicos sobre o modo de transmissão são insuficientes para frear a disseminação da doença30.

 

As práticas de educação têm papel fundamental no desenvolvimento do trabalho, capacitando e qualificando a equipe de enfermagem para enfrentar os desafios advindos da assistência à saúde31.

 

Ressalta-se que instituições hospitalares são locais considerados de grande risco de contaminação viral. Treinamento e capacitação tornam-se ferramentas necessárias para auxiliar no combate à covid-19, assim como a paramentação e desparamentação dos EPI com segurança, tendo em vista a redução do número de profissionais afastados e infectados pelo vírus32.

 

Em razão do alto índice de afastamento dos profissionais proveniente do adoecimento pela covid-19, as instituições de saúde tiveram impacto negativo na escala de trabalho28. As condições inadequadas de trabalho desses profissionais de enfermagem se intensificaram durante o cenário pandêmico, o que os fez experimentar colapsos, inadaptações, mudanças de rotina, escassez de materiais, sobrecarga e condições insalubres, impactando o bem-estar psicossocial33.

 

Outro fator importante advindo da alteração da rotina hospitalar foi o uso dos EPI, estes eram utilizados com a finalidade de impedir e/ou reduzir o contágio dos profissionais atuantes no combate da covid-19. A problemática é que, por se tratar de uma crise de saúde pública mundial, houve escassez desses produtos. O medo e a insegurança acerca do manejo dos doentes infectados pelo novo coronavírus foram sentimentos predominantes nos profissionais da linha de frente. Portanto, tornou-se essencial assegurar o acesso qualitativo de EPI em quantidade suficiente e com eficácia; essa ação reduz a disseminação do vírus, o adoecimento e o afastamento dos profissionais de saúde34.

 

A escassez de EPI, o aumento na demanda de treinamento nos serviços de saúde e o absenteísmo foram situações estressoras vivenciadas não só pelos profissionais da linha de frente, mas pelos gestores de saúde35.

 

Na tentativa de garantir qualidade no gerenciamento dos serviços, esses profisionais tiveram de definir estratégias como: reestruturação do espaço físico, fluxos de atendimento, cancelamento de procedimentos e cirurgias eletivas, além de reduzir o número de leitos para estabelecer distanciamento maior entre eles, não se esquecendo do recrutamento emergencial de novos profissionais de saúde, alocação de recursos, gestão de insumos e equipamentos, dimensionamento adequado dos próprios profissionais de enfermagem e atenção adequada à saúde mental deles36.

 

O depoimento que segue retrata a fala do profissional em relação à atuação dos gestores durante a pandemia.

 

Eu acho que os gestores tiveram muitas dificuldades, assim como a gente, né? Dentro da sobra de gerência, por exemplo, tá adquirindo material, a gente entende que foi um momento que tinha uma escassez, né? De insumos a nível mundial. Então, assim, todo mundo correu atrás de fazer sua parte para poder nos ajudar (Entrevista 19).

 

Durante a pandemia da covid-19, o gestor precisou utilizar meios estratégicos como conversas e treinamentos, com foco nas necessidades do grupo, com o objetivo de tornar menos tensa a situação vivenciada no período. Esse profissional deve conhecer e respeitar protocolos e diretrizes institucionais, atuando de modo a equilibrar atividades administrativas e assistenciais35.

 

Categoria 4 - Impactos da pandemia em pessoas com câncer

A presente categoria foi organizada em três temas e 65 UR, o que corresponde a 12,31% do total de UR (Tabela 5).

 

Tabela 5. Impactos da pandemia em pessoas com câncer

Temas/unidades de significação

Total UR

Total de entrevistas

Categoria

Total UR

%

UR

Alta taxa de contaminação dos pacientes

 

1

1

 

 

Impactos da pandemia em pessoas com câncer

 

 

 

 

 

65

12,31

Impacto no tratamento oncológico

 

44

22

Pacientes sem rede de apoio (visitas e acompanhantes)

 

20

12

 

 

Na literatura, é relatado que o pior prognóstico da doença está associado à idade avançada, ao sexo masculino, ao histórico de tabagismo e à presença de comorbidades, incluindo o câncer. Paciente com câncer são mais susceptíveis a complicações graves da síndrome respiratória aguda ocasionada pela infecção da SARS-CoV-2, em razão do tratamento oncológico e da mielossupressão que comprometem o sistema imunológico37.

 

Por conta da pandemia no Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) descreveram, em dados de 2020, que houve uma redução de 70% das cirurgias oncológicas. Além de uma queda de 50% a 90% de biópsias encaminhadas a serviços de patologia para o diagnóstico do câncer, a SBCO estima que cerca de 50 mil brasileiros não receberam o diagnóstico de câncer38.

 

O depoimento a seguir retrata a fala do profissional sobre o impacto da covid-19 nos pacientes oncológicos.

 

Foram suspensas as cirurgias, também quimioterapia, mas é que pra gente aqui na UPO o que impactou mais foi a redução de cirurgias (Entrevista 14).

 

É evidente que a covid-19 trouxe impactos à comunidade científica em torno da pesquisa do câncer, fechando laboratórios e retardando a execução de ensaios clínicos relacionados ao câncer39.

 

À medida que a pandemia evoluiu, as taxas de incidência de pacientes com câncer sugerem taxas mais altas de doenças graves e críticas40. Estima-se, para cada ano do triênio 2023-2025, a ocorrência de 704 mil casos novos de câncer (483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma)41.

 

Pacientes oncológicos, por serem mais propensos à gravidade da covid-19, se internaram não para tratamento da doença oncológica, mas para cuidados provenientes da infecção pelo novo coronavírus. Em virtude da alta probabilidade de infecção, instituições e serviços de saúde suspenderam visitas e acompanhantes com a finalidade de controlar a disseminação viral5.

 

O depoimento a seguir retrata a percepção dos enfermeiros em relação à suspensão de visitas e acompanhantes.

 

Então, a família não podia estar presente né, era negado visita e acompanhante, então isso era bem ruim porque gerava uma ansiedade no paciente e em relação ao paciente a gente tentava minimizar com algumas formas essa ausência da família, tinha enfermeiro que fazia chamada de vídeo, então ficou tudo muito abalado (Entrevista 3).

 

O INCA divulgou que ainda não está claro como a pandemia da covid-19 afetará o impacto dos casos de câncer41. Sabe-se que a suspensão de cirurgias, o adiamento de quimioterápicos e a radioterapia propiciam a evolução da doença oncológica, aumentando as chances de metástase, o que favorece um pior prognóstico oncológico42.

 

CONCLUSÃO

Considerando os diversos aspectos mencionados neste estudo, a pandemia da covid-19 alterou a vida da população geral e das equipes de saúde. As mudanças na rotina da instituição, além da escassez de produtos para saúde e de EPI, impactaram negativamente os serviços globais de saúde. A redução do número de leitos e o absenteísmo em massa afetaram tanto a vida do profissional quanto a vida do paciente. Os serviços de saúde foram significativamente afetados, uma vez que houve aumento na procura por cuidados de saúde.

 

Foi possível traçar senso e pensamento social dos enfermeiros associados à covid-19. Os entrevistados a descreveram como doença viral, apresentando alta letalidade, principalmente nos pacientes oncológicos que são imunossuprimidos e possuem pior prognóstico da doença. Outro senso comum dos enfermeiros foi acerca do impacto da pandemia relacionado aos pacientes, com destaque para a redução no número de cirurgias e quimioterapias, e, consequentemente, pior prognóstico oncológico. Além disso, ficou evidente o efeito inicial do vírus na vida pessoal e profissional dos entrevistados, sendo demonstrado medo de contaminar a si e aos familiares, e a insegurança e o aumento na carga trabalhista como impactos mais prevalentes na vida desses profissionais.

 

Diante de um evento pandêmico, os enfermeiros foram essenciais para o enfrentamento da covid-19. Percebeu-se que as mudanças na rotina da instituição, o uso de EPI, a redução do número de leitos e o índice de absenteísmo afetaram tanto a vida do profissional quanto a do paciente.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

Os autores contribuíram igualmente em todas as etapas do artigo e aprovaram a versão a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

Nada a declarar.

 

 

FONTES DE FINANCIAMENTO

Não há.

 

 

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Recebido em 29/6/2023

Aprovado em 23/11/2023

 

Editores-associados: Fernando Lopes Tavares de Lima. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-8618-7608; Mario Jorge Sobreira da Silva. Orcid iD: https://orcid.org//0000-0002-0477-8595

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

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