ARTIGO ORIGINAL

 

Risco de Sarcopenia e Toxicidade Gastrointestinal de Pacientes Idosos em Quimioterapia

Risk of Sarcopenia and Gastrointestinal Toxicity of Older Patients Undergoing Chemotherapy

Riesgo de Sarcopenia y Toxicidad Gastrointestinal de Pacientes Ancianos Sometidos a Quimioterapia

 

 

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2024v70n2.4606

 

Hellba Karts Maria e Silva1; Lilian de Souza Cavalcante2; Giovanna Andrade Souza Almeida3; Jarson Pedro da Costa Pereira4; Marcella Campos Lima da Luz5

1,2,5Universidade Federal de Pernambuco, Hospital das Clínicas de Pernambuco. Recife (PE), Brasil. E-mails: hellbakarts@gmail.com; lilian.2610@hotmail.com; cellacamposlima@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-2880-8426; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1887-8917; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-9226-1387

3,4UFPE, Departamento de Nutrição. Recife (PE), Brasil. E-mails: nutri.giovannandrade@gmail.com; jarson.costa@ufpe.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-3836-3363; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-5412-6467

 

 

Endereço para correspondência: Marcella Campos Lima da Luz. Avenida Prof. Moraes Rego, 1235, bloco C, 3º andar – Cidade Universitária. Recife (PE), Brasil. CEP 50670-901. E-mail: cellacamposlima@gmail.com

 

 

RESUMO

Introdução: A sarcopenia é uma condição associada ao mau prognóstico, incluindo o risco para pior toxicidade gastrointestinal em pacientes com câncer submetidos a tratamento quimioterápico. Objetivo: avaliar a associação entre o risco de sarcopenia e a toxicidade gastrointestinal de pacientes idosos em quimioterapia. Método: Estudo observacional com coleta transversal, envolvendo 60 idosos diagnosticados com tumores sólidos, selecionados por conveniência, em regime de quimioterapia exclusiva ou combinada. O risco de sarcopenia foi avaliado por meio dos questionários SARC-F e SARC-CalF. O diagnóstico de desnutrição foi avaliado pela mini avaliação nutricional reduzida (MAN-r). Resultados: Entre os pacientes incluídos, o risco de sarcopenia (SARC-F) foi observado em 15%. Ao utilizar o SARC-CalF, esse número cresceu para 33,3%. Foi observado que uma maior pontuação do SARC-F esteve independentemente associada ao maior número de sintomas relativos à toxicidade gastrointestinal. Além disso, maiores escores do SARC-F (mais risco) se associaram à menor força de preensão palmar e aos menores escores da MAN-r. Elevados escores do SARC-CalF se associaram à menor força de preensão palmar e menores escores na MAN-r. Conclusão: Os achados sugerem que o SARC-F pode ser uma ferramenta guia para intervenções relacionadas à melhora do estado muscular, potencialmente prevenindo o elevado número de sintomas relacionados à quimiotoxicidade gastrointestinal.

Palavras-chave: Sarcopenia/dietoterapia; Idosos; Neoplasias/epidemiologia; Estado Nutricional/efeitos dos fármacos.

 

 

ABSTRACT

Introduction: Sarcopenia is a condition associated with poor prognosis, including the risk for worse gastrointestinal toxicity in older patients with cancer undergoing chemotherapy treatment. Objective: Evaluate the association between the risk of sarcopenia and gastrointestinal toxicity in older patients undergoing chemotherapy. Method: Observational study with cross-sectional data collection involving 60 older patients diagnosed with solid tumors, sampled by convenience, undergoing exclusive or combined chemotherapy regimen. Risk of sarcopenia was assessed using the SARC-F and SARC-CalF questionnaires. Malnutrition diagnosis was evaluated by the Mini Nutritional Assessment short form (MNA-SF). Results: Among the patients included, the risk of sarcopenia (SARC-F) was observed in 15%. Using SARC-CalF, this number increased to 33.3%. It was noticed that higher SARC-F scores were independently associated with a greater number of symptoms related to gastrointestinal toxicity. Furthermore, higher SARC-F scores (indicating higher risk) were associated with lower handgrip strength and lower MNA-SF scores. Higher SARC-CalF scores were associated with lower handgrip strength and lower MNA-SF scores as well. Conclusion: The findings suggest that SARC-F could be utilized as a guiding tool for interventions to improve muscle condition, potentially mitigating the elevated incidence of chemotherapy-related gastrointestinal symptoms.

Key words: Sarcopenia/diet therapy; Aged; Neoplasms/epidemiology; Nutritional Status/drug effects.

 

 

RESUMEN

Introducción: La sarcopenia es una condición asociada con un mal pronóstico, incluido el riesgo de una mayor toxicidad gastrointestinal en pacientes con cáncer sometidos a tratamiento de quimioterapia. Objetivo: El objetivo del estudio fue evaluar la asociación entre el riesgo de sarcopenia y la toxicidad gastrointestinal en pacientes ancianos sometidos a quimioterapia. Método: Estudio observacional con recolección transversal de datos que involucró a 60 pacientes ancianos diagnosticados con tumores sólidos, seleccionados por conveniencia, que recibían un régimen de quimioterapia exclusivo o combinado. El riesgo de sarcopenia se evaluó utilizando los cuestionarios SARC-F y SARC-CalF. El diagnóstico de desnutrición se evaluó mediante la evaluación nutricional abreviada (MNA-SF). Resultados: Entre los pacientes incluidos, se observó un riesgo de sarcopenia (SARC-F) en el 15%. Al utilizar SARC-CalF, este número aumentó al 33.3%. Se observó que puntajes más altos de SARC-F estaban independientemente asociados con un mayor número de síntomas relacionados con la toxicidad gastrointestinal. Además, puntajes más altos de SARC-F (indicando un mayor riesgo) se asociaron con una menor fuerza de agarre manual y puntajes más bajos de MNA-SF. Puntajes más altos de SARC-CalF también se asociaron con una menor fuerza de agarre manual y puntajes más bajos de MNA-SF. Conclusión: Los hallazgos sugieren que el SARC-F podría ser una herramienta de orientación para intervenciones dirigidas a mejorar el estado muscular, potencialmente mitigando el elevado número de síntomas gastrointestinales relacionados con la quimiotoxicidad gastrointestinal.

Palabras clave: Sarcopenia/dietoterapia; Ancianos; Neoplasias/epidemiología; Estado Nutricional/efectos de los fármacos.

 

 

INTRODUÇÃO

A transição demográfica, impulsionada pelo envelhecimento da população, tem provocado uma notável mudança epidemiológica, evidenciada pelo aumento de doenças crônicas não transmissíveis, com destaque para o câncer¹, que continua a ser uma causa significativa de incapacidade e morte prematura globalmente. Em razão de sua natureza inflamatória, essa doença pode agravar a deterioração e prejudicar a síntese proteico-muscular. Além disso, o tratamento, frequentemente ligado à supressão imunológica, associado ao envelhecimento e à doença em si, intensifica os fatores de risco, resultando em piora do estado nutricional, levando à desnutrição e à sarcopenia².

 

A sarcopenia é uma síndrome muscular, caracterizada pela perda progressiva de massa muscular, ligada à diminuição de força. Quando agravada, pode haver o comprometimento da performance física³. A idade avançada, sedentarismo e a presença de comorbidades são os principais fatores de risco para sarcopenia primária4. A prevalência da sarcopenia varia a depender da condição clínica e método de avaliação5. No paciente idoso com diagnóstico oncológico, a síndrome está frequentemente associada à menor autonomia, pior qualidade de vida e piores desfechos clínicos, como prolongada hospitalização e menor sobrevida global6,7.

 

Por causa das dificuldades operacionais para o diagnóstico de sarcopenia na prática clínica, o SARC-F foi proposto como uma ferramenta para identificar o risco de sarcopenia8,9. Trata-se de um método de relativo baixo custo, composto por um questionário de autorrelato3,8,9. Por meio do SARC-F, é possível ter insights sobre a capacidade funcional e muscular, permitindo o direcionamento e intervenção apropriada3,8,9. Posteriormente, a circunferência da panturrilha foi incorporada ao SARC-F (SARC-CalF), para melhorar a sensibilidade da ferramenta ao fornecer um marcador de massa muscular8,10,11.

 

A sarcopenia em pacientes idosos com diagnósticos oncológicos pode estar ligada à quimiotoxicidade dose-limitante, complicações pós-operatórias e menor sobrevida em casos de doenças malignas2,7. Apesar disso, a relação entre o risco de sarcopenia, medido pelo SARC-F e SARC-CalF, com a quimiotoxicidade, ainda é pouco explorada. A hipótese é que, caso essa associação exista, fortalecerá a utilização dessas ferramentas na prática clínica, facilitando o desenvolvimento de estratégias assertivas. Desse modo, o objetivo deste estudo foi avaliar o risco de sarcopenia e sua associação com toxicidade gastrointestinal em idosos submetidos ao tratamento quimioterápico. O objetivo secundário foi verificar a associação entre o risco de sarcopenia com variáveis do estado nutricional.

 

MÉTODO

Estudo observacional com coleta transversal, realizado no período de março a agosto de 2023 no ambulatório de Oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. O estudo incluiu idosos (> 60 anos), de ambos os sexos, com tumores sólidos, em regime de quimioterapia exclusiva ou combinada. Os pacientes foram selecionados por conveniência. Foram excluídos os pacientes idosos com diagnósticos onco-hematológicos, ou com deficiência física, presença de edema grave, ascite e doenças metabólicas associadas (e.g., insuficiência cardíaca, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva periférica e doença hepática crônica). Indivíduos com comprometimento cognitivo que os impossibilitava à resposta aos questionários também foram excluídos deste estudo.

 

Os dados clínicos e demográficos foram coletados por meio de entrevista com o paciente e em consulta ao seu prontuário eletrônico. Foram incluídos dados como idade, sexo, cor, diagnóstico, localização do tumor e presença de comorbidades, incluindo hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM). Para a quimiotoxicidade gastrointestinal, foi considerada a presença de sintomas como xerostomia, disgeusia, odinofagia, disfagia, náuseas, vômitos, constipação e diarreia. Além disso, foram registrados o tipo de neoplasia e tratamentos realizados (quimioterapia, ou quimioterapia e radioterapia, cirurgia).

 

Foram aferidos o peso (kg) e altura (m) para o cálculo do índice de massa corporal (IMC). Além disso, foram aferidas a circunferência da panturrilha e circunferência do braço. A classificação do IMC foi estabelecida pelo ponto de corte proposto pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em 200212; e a circunferência de panturrilha foi aferida na parte de maior proeminência, considerada reduzida quando ≤ 34 cm para homens e ≤ 33 cm para mulheres8. Levando em conta que a circunferência de panturrilha pode ser influenciada pela massa corporal, especialmente a adiposidade, ela foi ajustada em relação ao IMC. Esse ajuste consistiu na subtração de 3 cm de circunferência de panturrilha para participantes com IMC entre 25 e 29 kg/m², 7 cm para participantes com IMC entre 30 e 39 kg/m², e 12 cm para participantes com IMC igual ou superior a 40 kg/m²13. A circunferência de braço foi aferida seguindo a técnica proposta por Frisancho14, sendo classificada sua adequação de acordo com o percentil 5015. A perda de peso (PP) foi calculada a partir da fórmula: (peso usual – peso atual) x 100/peso usual. O %PP foi considerado grave quando > 2% em uma semana, > 5% em um mês, > 7,5% em três meses, ou > 10% em seis meses16.

 

O risco de sarcopenia foi mensurado utilizando o SARC-F e o SARC-CalF. O primeiro é composto por cinco questões que acessam a percepção dos pacientes em suas habilidades de força, capacidade de caminhada, levantar de uma cadeira, subir escadas e quedas no último ano. Pacientes que apresentaram pontuação igual ou acima de 6 foram considerados com risco para sarcopenia8. Para o SARC-CalF, pacientes que obtiveram pontuação igual ou acima de 11 foram considerados com risco de sarcopenia, sendo adicionado 10 pontos ao escore da ferramenta caso o paciente apresentasse circunferência de panturrilha reduzida8.

 

A mini avaliação nutricional reduzida (MAN-r) foi aplicada para identificar o risco nutricional ou diagnóstico de desnutrição. A MAN-r é composta por seis itens, de letras A a F, que avaliam a ingestão alimentar, PP, mobilidade, a presença de fatores emocionais, problemas neuropsicológicos e IMC17. Escores da MAN-r > 12 foram considerados indicativos de estado nutricional normal; escores entre 8 e 11 indicam risco de desnutrição, enquanto escores < 8 foram classificados como desnutrição17.

 

A força muscular foi mensurada pela força de preensão palmar (FPP) por meio de dinamômetro digital da marca JAMAR® seguindo as recomendações da American Society of Hand Therapists18. Para aferição da FPP, o paciente posicionava-se sentado, o braço flexionado a 90º. A medição foi realizada na mão dominante, em três repetições, com um intervalo de 30 segundos entre cada uma. O valor máximo obtido da FPP foi utilizado para análise. A força foi considerada baixa quando < 30 kg para homens e < 16 kg para mulheres19.

 

Os dados coletados foram inseridos no programa Microsoft Office Excel 2013 e importados para o programa estatístico SPSS20 versão 20.0. Todas as variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade da distribuição pelo teste de Shapiro-Wilk. Aqueles que apresentaram distribuição normal, foram descritos na forma de média ± desvio-padrão. Quando apresentavam distribuição não normal, foram descritas na forma de mediana e intervalo interquartílico (IQ). As variáveis categóricas foram descritas como frequência absoluta (n) e relativa (%), e foram comparadas utilizando o teste de Qui-quadrado de Pearson com correção de Yates, ou exato de Fisher.

 

Para identificar a associação entre o risco de sarcopenia (SARC-F e SARC-CalF) e as variáveis de interesse, um modelo de regressão linear foi construído na forma bruta e ajustada. Os ajustes foram feitos para sexo, idade, sítio tumoral e esquema quimioterápico. Foram consideradas significantes para o modelo final as variáveis que apresentaram nível de significância p < 0,05 e limiares da significância estatística valores de p entre 0,05 e 0,10.

 

Este estudo obedeceu aos princípios éticos estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde nº. 466/1221, e recebeu aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da instituição sob o número de parecer 5.878.262 (CAAE: 66748623.3.0000.8807). Todos os participantes deram seu consentimento informado.

 

RESULTADOS

Foram incluídos 60 pacientes na amostra final deste estudo. O risco de sarcopenia foi de 15% pelo SARC-F e aumentou para 33,3% ao empregar o SARC-CalF. Em risco de desnutrição, estavam 40% dos pacientes, enquanto 25% estavam em desnutrição, segundo a MAN-r. Um total de 31,6% da amostra foi classificada como baixo peso, segundo o IMC (dados não expressos em tabela). O sexo feminino foi o mais frequente (53,3%), com média de idade de 69,4±6,9 anos. Entre as comorbidades, 48,3% apresentavam HAS. O diagnóstico oncológico mais frequente foi o tumor gastroinstestinal (TGI) com 46,7% dos casos. A quimiotoxicidade do TGI esteve presente em 90% dos indivíduos, sendo os sintomas gastrointestinais mais comuns náuseas (58,3%), disgeusia (46,7%) e xerostomia (43,3%) (Tabela 1).

 

Pelo SARC-F, foram observadas associações entre o risco de sarcopenia e alguns sintomas relacionados à toxicidade gastrintestinal, como diarreia e/ou constipação. Além disso, foi observada uma tendência à associação entre o risco e diagnóstico de desnutrição (MAN-r) e o risco de sarcopenia (p = 0,055). Pacientes com força muscular reduzida apresentaram maior frequência de risco de sarcopenia (p = 0,017) (Tabela 2). Ao empregar o SARC-CalF, foram observadas associações com sintomas de toxicidade gastrointestinal. Indivíduos com risco de sarcopenia apresentaram maior frequência de odinofagia e/ou disfagia (p = 0,050) (Tabela 3). O excesso de peso, pelo IMC, esteve associado à menor frequência de risco de sarcopenia (p = 0,006), por outro lado, a força muscular reduzida esteve associada à maior frequência de risco de sarcopenia (p = 0,005).

 

Uma maior pontuação do SARC-F esteve independentemente associada ao maior número de sintomas relativos à quimiotoxicidade gastrointestinal, mesmo após ajuste para idade, sexo, sítio tumoral e esquema de quimioterapia [β 0,25 (0,06;0,04) p = 0,011]. Além disso, foi observado que os escores do SARC-F e SARC-CalF apresentaram uma associação inversa com os valores da FPP e a pontuação da MAN-r (Tabela 4).

 

Tabela 1. Características dos pacientes idosos com câncer em tratamento quimioterápico (n = 60)

Variáveis

n ou média

(%)

IC 95% ou ±DP

Sexo

 

 

 

Masculino

28

46,7

33,3-60,0

Feminino

32

53,3

40,0-66,7

Idade

69,4

-

±6,99

Etnia/Raça

 

 

 

Brancos

28

46,7

35,0-60,0

Pardos

23

38,3

25,0-50,0

Pretos

9

15,0

6,7-25,0

Comorbidades

 

 

 

HAS

29

48,3

35,0-60,0

DM

3

5,0

0,0-11,7

HAS+DM

13

21,7

11,7-31,7

Não possui

15

25

15,0-36,7

Localização do tumor

 

 

 

Gastrointestinal

28

46,7

33,0-60,0

Ginecológico

16

26,7

15-38,3

Urológico

8

13,3

5,0-23,3

Outros*

8

13,3

5,0-21,7

Esquema quimioterápico

 

 

 

Paclitaxel + carboplatina

14

2,3

13,3-35,0

FOLFOX

12

20,0

10,0-31,7

Docetaxel

5

8,3

1,7-15,0

Outros**

29

48,3

36,7-61,7

Cirurgia oncológica

 

 

 

Sim

30

50

36,7-63,3

Não

30

50

36,7-63,3

Toxicidade gastrointestinal

 

 

 

Presente

54

90

81,7-96,7

Ausente

6

10

3,3-18,3

Tipo de toxicidade gastrointestinal

 

 

 

Náuseas

35

58,3

45,0-70,0

Vômitos

20

33,3

21,7-45,0

Diarreia

25

41,7

28,3-55,0

Constipação

22

36,7

23,3-48,3

Xerostomia

26

43,3

31,7-55,0

Disgeusia

28

46,7

33,3-58,3

Disfagia

9

15

6,7-25,0

Odinofagia

2

3,3

0,0-8,3

Anorexia

15

25,0

13,4-36,7

Legendas: IC 95% = intervalo de confiança 95%; DP = desvio-padrão; HAS = hipertensão arterial sistêmica; DM = diabetes mellitus.

*neoplasias de pulmão, cabeça e pescoço; **FLOT, cisplatina + gencitabina, xelox, folfirinox, docetaxel + ciclofosfamida.

 

 

Tabela 2. Associação entre o risco de sarcopenia (SARC-F) com as características dos pacientes (n = 60)

Variáveis

SARC-F

p*

 

Sem risco

Com risco

 

 

n

%

n

%

 

Sexo

 

 

 

 

0,412

Masculino

23

92,1

5

17,9

 

Feminino

28

87,5

4

12,5

 

Toxicidade gastrointestinal

 

 

 

 

0,640

Presente

46

90,2

8

88,9

 

Ausente

5

9,8

1

11,1

 

Tipo de toxicidade gastrointestinal

 

 

 

 

 

Náuseas e/ou vômitos

29

66,7

6

56,9

0,582

Diarreia e/ou constipação

32

62,7

2

22,2

0,029

Xerostomia e/ou disgeusia

35

68,6

8

88,9

0,205

Odinofagia e/ou disfagia

7

13,7

3

33,3

0,163

Anorexia

12

80

3

20,0

0,399

IMC

 

 

 

 

0,113

Com excesso

13

25,5

3

33,3

 

Sem excesso

6

66,7

38

74,5

 

CB (%)

 

 

 

 

0,954

< 90

18

35,3

3

33,3

 

Entre 90-110

20

39,2

4

44,4

 

> 110

13

25,5

2

22,2

 

CP

 

 

 

 

0,203

Reduzida

23

45,1

6

66,7

 

Normal

28

54,9

3

33,3

 

CP corrigida para o IMC

 

 

 

 

0,475

Reduzida

41

80,4

8

88,9

 

Normal

10

19,6

1

11,1

 

% PP

 

 

 

 

0,153

Grave

35

68,6

4

44,4

 

Sem perda

16

31,4

5

55,6

 

MAN-r

 

 

 

 

0,055

Estado nutricional normal

20

39,2

1

11,1

 

Risco de desnutrição

21

41,2

3

33,3

 

Desnutrição

10

19,6

5

55,6

 

Força muscular

 

 

 

 

0,017

Reduzida

17

33,3

7

77,8

 

Normal

34

66,7

2

22,2

 

Legendas: CB = circunferência do braço; CP = circunferência da panturrilha; IMC = índice de massa corporal; MAN-r = mini avaliação nutricional reduzida; PP = perda de peso.

* Teste Exato de Fisher.

 

 

Tabela 3. Associação entre o risco de sarcopenia (SARC-CalF) com as características dos pacientes (n = 60)

Variáveis

SARC-CalF

pa,b

 

Sem risco

Com risco

 

 

n

%

n

%

 

Sexo

 

 

 

 

0,360 a

Masculino

17

60,7

11

39,3

 

Feminino

23

71,9

9

28,1

 

Toxicidade gastrointestinal

 

 

 

 

0,089 b

Presente

38

95,0

16

80,0

 

Ausente

2

5,0

4

20,0

 

Tipo de toxicidade gastrointestinal

 

 

 

 

 

Náuseas e/ou vômitos

23

57,5

12

60,0

0,853a

Diarreia e/ou constipação

27

67,5

7

35,0

0,017a

Xerostomia e/ou disgeusia

31

77,5

12

60,0

0,156a

Odinofagia e/ou disfagia

4

10,0

6

30,0

0,050b

Anorexia

11

27,5

4

20,0

0,383b

IMC

 

 

 

 

0,006b

Com excesso

15

37,5

1

5,0

 

Sem excesso

25

62,5

19

95,0

 

CB (%)

 

 

 

 

0,068a

< 90

10

25,0

11

55,0

 

Entre 90-110

18

45,0

6

30,0

 

> 110

12

30,0

3

15,0

 

% PP

 

 

 

 

0,566a

Grave

25

62,5

14

70,0

 

Sem perda

15

37,5

6

30,0

 

MAN-r

 

 

 

 

0,377a

Estado nutricional normal

14

35,0

7

35,0

 

Risco de desnutrição

18

45,0

6

30,0

 

Desnutrição

8

20,0

7

35,0

 

Força muscular

 

 

 

 

0,005a

Reduzida

11

27,5

13

65,0

 

Normal

29

72,5

7

35,0

 

a Qui-quadrado de Pearson; b Exato de Fisher.

Legendas: CB = circunferência do braço; IMC = índice de massa corporal; MAN-r = mini avaliação nutricional reduzida; PP = perda de peso.


 

 

Tabela 4. Associações entre os escores do risco de sarcopenia (SARC-F e SARC-CalF) com a toxicidade gastrointestinal, força muscular, e escores de desnutrição de idosos em quimioterapia (n = 60)

 

N.º de sintomas de toxicidade gastrointestinal

Força muscular (FPP)

MAN-r

SARC-F

β

IC 95%

p

β

IC 95%

p

β

IC 95%

p

Bruto

0,11

-0,08;0,31

0,253

-1,23

-1,80;-0,65

<0,001

-0,53

-0,79;-0,27

< 0,001

Ajustadoa

0,25

0,06;0,04

0,011

-1,22

-1,72;-0,72

<0,001

-0,53

-0,81;-0,24

<0,001

SARC-CalF

β

IC 95%

p

β

IC 95%

p

β

IC 95%

p

Bruto

-0,04

-0,13;0,05

0,429

-0,35

-0,63;-0,07

0,016

-0,19

-0,32;-0,07

0,003

Ajustadoa

0,01

-0,08;0,10

0,867

-0,38

-0,63;-0,13

0,004

-0,19

-0,32;-0,06

0,006

Legendas: β = coeficiente beta da regressão linear; IC 95% = intervalo de confiança de 95%; FPP = força de preensão palmar; MAN-r = mini avaliação nutricional reduzida.

aSARC-F e SARC-CalF ajustados para sexo, idade, sítio tumoral e esquema de quimioterapia.

 

 

DISCUSSÃO

Este estudo objetivou avaliar a relação entre o risco de sarcopenia, medido pelo SARC-F e pelo SARC-CalF, e a quimiotoxicidade gastrointestinal em pacientes idosos diagnosticados com câncer, bem como sua associação com outras variáveis relacionadas ao estado nutricional. Este estudo está alinhado a uma parcela restrita de pesquisas que exploraram a relação entre o risco de sarcopenia e a quimiotoxicidade em idosos diagnosticados com câncer no Brasil. Os principais resultados indicaram que escores mais elevados no SARC-F, embora não de SARC-CalF, estiveram independentemente associados a um maior número de sintomas de toxicidade gastrointestinal. Além disso, observou-se que escores mais altos tanto no SARC-F quanto no SARC-CalF se associaram a uma menor força muscular (FPP), e a uma pontuação mais baixa na MAN-r (indicativo de risco e/ou diagnóstico de desnutrição).

 

Uma revisão sistemática recente22 destacou que, em pacientes com câncer colorretal, o diagnóstico de sarcopenia parece ter uma associação mais pronunciada com a redução na tolerância ao tratamento em comparação com outros métodos de diagnóstico e triagem nutricional, como índice de risco nutricional, avaliação subjetiva global (ASG) e outras ferramentas. Embora o estudo não tenha abordado diretamente os instrumentos (SARC-F e SARC-CalF), tais achados reforçam a importância de identificar o valor prognóstico relacionado à quimioterapia, utilizando ferramentas simples e de baixo custo, como o SARC-F e o SARC-CalF.

 

O estudo conduzido por Celik et al.23, que envolveu pacientes com uma média de idade de 60 anos e diagnósticos oncológicos no trato gastrointestinal, evidenciou que a sarcopenia emergiu como o único preditor de toxicidade relacionada à quimioterapia. Dado que o envelhecimento natural³ e os tratamentos antineoplásicos podem induzir à sarcopenia24, compreende-se que a identificação precoce do risco de desenvolver sarcopenia desempenha um papel crucial na prevenção da quimiotoxicidade e em possível interrupção do tratamento. Isso reforça a importância do SARC-F como uma ferramenta valiosa a ser incorporada rotineiramente na avaliação clínica de indivíduos idosos com diagnósticos oncológicos.

 

A falta de associação entre o SARC-CalF e o número de sintomas relacionados à quimiotoxicidade no trato gastrointestinal pode ser atribuída a um possível viés amostral, dado que a amostra é limitada. Outra explicação seria que especificamente nesse aspecto (quimiotoxicidade no TGI) a utilização de um marcador antropométrico pode impactar a sensibilidade e a especificidade da ferramenta. Além disso, é fundamental considerar variações na amostra, como idade, sexo, tipo de tumor e tratamentos realizados, todas as quais podem ter influenciado os resultados desta análise. Apesar dessas considerações, reforça-se as validades do SARC-F e do SARC-CalF como ferramentas simples, capazes de designar valor prognóstico entre os pacientes idosos com câncer25,26.

 

Estas descobertas também revelaram uma associação inversa e independente entre os escores mais elevados do SARC-F e SARC-CalF e a força muscular medida pela FPP. Dessa forma, torna-se evidente que indivíduos com pontuações mais altas, indicativas de um maior risco de sarcopenia, apresentaram menor força muscular. Esses resultados fortalecem a posição da FPP como um indicador de força muscular27 nesta amostra, ao mesmo tempo que sustentam a hipótese de que o SARC-F pode ser um reflexo da força e função muscular28.

 

A associação inversa e independente entre os escores mais elevados do SARC-F e SARC-CalF com a MAN-r indica que um maior risco de sarcopenia pode estar relacionado a um aumento no risco ou diagnóstico de desnutrição na população avaliada. Esses resultados são significativos, uma vez que a sarcopenia e a desnutrição frequentemente coexistem29, sinalizando um cenário de maior gravidade associado a desfechos adversos, incluindo quimiotoxicidade, interrupção do tratamento e maior morbimortalidade30-32. Assim, estes achados enfatizam a importância da utilização tanto do SARC-F quanto da MAN-r para auxiliar no diagnóstico de síndromes nutricionais em pacientes idosos submetidos a tratamento quimioterápico.

 

É fundamental reconhecer algumas limitações no estudo. O tamanho amostral restrito, o desenho observacional transversal e a conveniência na seleção da amostra em um único centro impedem o estabelecimento de uma relação causal e a generalização dos resultados. Adicionalmente, algumas variáveis não mensuradas (i.e., estadiamento da doença e a definição da quimioterapia: neoadjuvante, adjuvante ou paliativa) podem ter resultados importantes nos modelos de regressão, influenciando os achados. Portanto, recomenda-se cautela ao generalizar os achados para outras populações clínicas. Sugere-se que futuros estudos, com amostras mais amplas e desenhos longitudinais, sejam conduzidos para explorar e validar essa associação de forma mais abrangente.

 

CONCLUSÃO

Os achados sugerem que o SARC-F pode ser uma ferramenta guia para a intervenções relacionadas à melhora do estado muscular, potencialmente prevenindo o elevado número de sintomas relacionados à quimiotoxicidade gastrointestinal. Embora sejam necessários estudos adicionais com amostras mais amplas e representativas para validar os achados, este estudo contribui para o crescente corpo de evidências que indicam um potencial valor prognóstico da ferramenta de triagem de sarcopenia SARC-F em relação à quimiotoxicidade gastrointestinal.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

Todos os autores contribuíram substancialmente na concepção e no planejamento do estudo; na obtenção, análise e interpretação dos dados; na redação e revisão crítica; e aprovaram a versão final a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

Nada a declarar.

 

 

FONTES DE FINANCIAMENTO

Jarson Pedro da Costa Pereira declara receber suporte financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES – Código de financiamento: 001). Esse suporte não possui qualquer relação ou restrição específica com o presente estudo.

 

 

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Recebido em 7/3/2024

Aprovado em 2/5/2024

 

Editora-associada: Lívia Costa de Oliveira. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-5052-1846

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

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