ARTIGO ORIGINAL

 

Prevalência da Exposição à Radiação Solar em Trabalhadores no Brasil: Subsídios para Ações de Prevenção do Câncer de Pele Relacionado ao Trabalho

Prevalence of Exposure to Solar Radiation Among Workers in Brazil: Support for Actions to Prevent Work-Related Skin Cancer

Prevalencia de Exposición a la Radiación Solar en Trabajadores en el Brasil: Aportes para Acciones de Prevención del Cancer de Piel Relacionado con el Trabajo

 

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2025v71n1.4880

 

 

Fernanda de Albuquerque Melo Nogueira1; Giseli Nogueira Damacena2; Ubirani Barros Otero3; Celia Landmann Szwarcwald4

 

1,3Instituto Nacional de Câncer (INCA), Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev), Área Técnica Ambiente Trabalho e Câncer. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mails: fernanda.nogueira@inca.gov.br; uotero@inca.gov.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-0331-3873; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-1464-2410

2INCA/Conprev/Área Técnica Ambiente Trabalho e Câncer. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Instituto de Medicina Social (IMS). Centro de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Coletiva (Cepesc). Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: damacenagn@gmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-7059-3353

4Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict). Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: celia_ls@hotmail.com. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-7798-2095

 

 

Endereço para correspondência: Fernanda de Albuquerque Melo Nogueira. Avenida Afonso Arinos de Melo Franco, 397/1303 – Barra da Tijuca. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. CEP 22631-455. E-mails: fernanda.nogueira@inca.gov.br; nanuskanog@gmail.com

 

 

RESUMO

Introdução: No Brasil, há pouca informação sobre a prevalência de exposição ocupacional à radiação solar, principal fator de risco para a neoplasia mais frequente no país, o câncer de pele não melanoma. Objetivo: Calcular a prevalência da exposição à radiação solar e de fatores associados na população ocupada brasileira. Método: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Calcularam-se as prevalências expandidas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) para a exposição à radiação solar, segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Utilizou-se análise de regressão logística múltipla, estratificada por sexo, para identificar os determinantes da exposição à radiação solar. Considerou-se o desenho complexo da amostragem. Resultados: Foram avaliados 88.904.261 trabalhadores, sendo 23,5% expostos à radiação solar. Trinta e seis por cento dos homens (36,5%; IC 95% 37,0; 39,3) e 7,9% (IC 95% 6,0; 7,2) das mulheres estavam expostos à radiação solar. Os setores econômicos da agricultura, construção, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos de materiais apresentaram os maiores percentuais de exposição. A chance de exposição à radiação solar foi maior entre o sexo masculino, os pardos, com baixo nível de escolaridade e renda, residentes da área rural, com vínculo trabalhista informal e que trabalharam acima de 40h/semana. Conclusão: A prevalência da exposição à radiação solar nos trabalhadores brasileiros é elevada e desigualmente distribuída por sexo e setores econômicos. Ações de prevenção nos ambientes laborais devem priorizar os grupos de trabalhadores mais expostos, considerando as atividades econômicas e seus determinantes demográficos, socioeconômicos, geográficos e ocupacionais.

Palavras-chave: Saúde Ocupacional; Inquéritos Epidemiológicos; Radiação Solar; Exposição Ocupacional.

 

 

ABSTRACT

Introduction: In Brazil, there is little information about the prevalence of occupational exposure to solar radiation, the main risk factor for non-melanoma skin cancer, the most common neoplasm in the country. Objective: To calculate the prevalence of exposure to solar radiation and its associated factors in the Brazilian employed population. Method: Cross-sectional study, with data from the 2019 National Health Survey. Expanded prevalence and respective 95% confidence intervals (95% CI) for exposure to solar radiation were calculated, according to demographic, socioeconomic, geographic and occupational variables. Multiple logistic regression analysis, stratified by sex, was used to identify the determinants of exposure to solar radiation. The complex sampling design was considered. Results: 88,904,261 workers were evaluated, 23.5% of whom were exposed to solar radiation. Thirty-six percent of men (36.5%; 95%CI 37.0; 39.3) and 7.9% (95%CI 6.0; 7.2) of women were exposed to solar radiation. The economic sectors of agriculture, construction, water, sewage and material waste management activities had the highest percentages of workers occupationally exposed to the sun. The chance of exposure to solar radiation was greater among male, black people, those with a low level of education and income, residents of rural areas, those with an informal employment and who worked more than 40h/week. Conclusion: The prevalence of exposure to solar radiation in Brazilian workers is high and unequally distributed by gender and economic sectors. Actions to prevent this exposure in work environments must prioritize the most exposed groups of workers, considering economic activities and their demographic, socioeconomic, geographic and occupational determinants.

Key words: Occupational Health; Health Surveys; Solar Radiation; Occupational Exposure.

 

 

RESUMEN

Introducción: En el Brasil hay poca información sobre la prevalencia de la exposición ocupacional a la radiación solar, principal factor de riesgo para el cáncer de piel, la neoplasia más común del país. Objetivo: Calcular la prevalencia de exposición a la radiación solar y factores asociados en los trabajadores brasileños. Método: Estudio transversal con datos de la Encuesta Nacional de Salud de 2019. Se calcularon las prevalencias expandidas y los respectivos intervalos de confianza del 95% (IC 95%) para la exposición a la radiación solar, según variables socioeconómicas, geográficas y ocupacionales. Se utilizó un análisis de regresión logística múltiple, estratificado por sexo, para identificar los determinantes de la exposición a la radiación solar. Se consideró el diseño de muestreo complejo. Resultados: Se evaluaron 88 904 261 trabajadores, de los cuales el 23,5% estuvo expuesto a la radiación solar. Treinta y seis por ciento de los hombres (IC 95%: 37,0-39,3) y el 7,9% de las mujeres (IC 95%: 6,0-7,2%) estuvieron expuestos a la radiación solar. Los sectores económicos de agricultura, construcción, agua, alcantarillado y actividades de gestión de residuos de materiales presentaron los mayores porcentajes de exposición. La probabilidad de exposición a la radiación solar fue más alta entre los hombres, los mestizos, de bajo nivel de educación e ingresos, los residentes de zonas rurales, las que tenían un trabajo informal y las que trabajaron más de 40h/semana. Conclusión: La prevalencia de exposición a la radiación solar en los trabajadores brasileños es alta y desigualmente distribuida por género y sectores económicos. Acciones para prevenir esta exposición en los entornos laborales deben priorizar los grupos de trabajadores más expuestos, considerando las actividades económicas y sus determinantes demográficos, socioeconómicos, geográficos y ocupacionales.

Palabras clave: Salud Laboral; Encuestas Epidemiológicas; Radiación Solar; Exposición Ocupacional.

 

 

INTRODUÇÃO

 A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc)1 classificou a radiação solar como um agente cancerígeno do grupo 1 para câncer de pele melanoma e não melanoma, e como provável cancerígeno (grupo 2A) para câncer de lábio e olho.

 

No Brasil, o câncer de pele não melanoma é a neoplasia mais frequente, com projeções de 220.490 casos novos anuais entre 2023 e 2025, correspondendo a 32% de todos os casos novos de câncer por ano2. Apesar de ser um câncer evitável, de baixa letalidade e altamente curável, quando não detectado precocemente, é uma doença que causa sofrimento e angústia para o indivíduo e seus familiares, e onera os sistemas de saúde. Em 2010, os gastos com diagnóstico e tratamento dos casos de câncer de pele no Brasil foram cerca de R$ 37 milhões e R$ 26 milhões, para o sistema público e privado, respectivamente3.

 

A prevenção do câncer de pele se dá principalmente pela eliminação ou redução da exposição à radiação solar por meio do uso de protetores solares e de barreiras físicas, como chapéus de abas largas, roupas e óculos de proteção contra a radiação ultravioleta A e B (UVA/UVB)4. Porém, quando essa exposição é ocupacional, a prevenção torna-se uma limitação. Isso ocorre, porque a ocupação é o principal determinante do tempo e da intensidade da exposição à radiação solar. A proteção dependerá da capacidade do empregador de criar sombra artificial, promover pausas nas atividades laborais e reprogramar as horas de trabalho. Caberá ao empregado a procura por locais com sombra natural (quando possível) e o uso de proteção física individual, o que sofre influência da escolaridade, idade, duração da jornada de trabalho e fiscalização por parte do empregador5.

 

Estudos internacionais demonstraram que trabalhadores ao ar livre, como os da agropecuária, pesca, da construção civil, jardinagem, carteiros, entregadores de jornais, instrutores de educação física, treinadores e cuidadores de crianças estão entre os mais expostos6,7, sendo a dose de radiação UVA/UVB recebida pelo menos duas a três vezes maior do que a dos trabalhadores em ambientes fechados8. Além do câncer, outros agravos à saúde já foram evidenciados: catarata, envelhecimento precoce da pele, pigmentação persistente, ceratose actínia e efeitos imunossupressores que aumentam o risco de reações alérgicas e infecções oportunistas5,9.

 

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no ano de 2019, havia 1,6 bilhão de trabalhadores expostos à radiação solar, o que corresponde a 28,4% da população mundial economicamente ativa10.

 

No Brasil, há pouca informação sobre a prevalência de exposição ocupacional à radiação solar. Neste estudo prévio, com 44.428 trabalhadores, constatou-se que 38,1% dos homens e 6,6% das mulheres estavam expostos ocupacionalmente à radiação solar em 201911. Dando continuidade a essas pesquisas, o objetivo do presente estudo é avaliar a prevalência populacional da exposição ocupacional à radiação solar e identificar seus fatores associados.

 

MÉTODO

Estudo transversal que utilizou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada no ano de 2019. A PNS é um inquérito de âmbito nacional de base domiciliar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. Os microdados da PNS estão disponíveis no site do IBGE para acesso livre.

 

A PNS faz parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE e utiliza uma subamostra da Amostra Mestre do IBGE12 com a mesma estratificação das unidades primárias de seleção (UPA), constituídas por um ou mais setores censitários. A amostragem foi por conglomerados em três estágios. No primeiro, em cada estrato, realizou-se a seleção das UPA. No segundo, em cada UPA, selecionou-se aleatoriamente um número fixo de domicílios. E, no terceiro estágio, em cada domicílio, elegeu-se aleatoriamente um morador, com 15 anos ou mais de idade, para responder ao questionário. A população residente em setores censitários especiais, como aldeias indígenas, quartéis, bases militares, alojamentos, foi excluída da amostra.

 

Na PNS, participaram 90.846 moradores. A taxa de não resposta foi de 6,4%13. No presente trabalho, utilizou-se a calibração para a projeção da população, e os números absolutos apresentados ao longo do manuscrito são em termos do tamanho populacional. Outros detalhes sobre a pesquisa, o processo de amostragem e a ponderação dos dados estão disponíveis em publicações prévias14.

 

A população do estudo originou-se de uma amostra representativa da população ocupada, de 18 anos ou mais de idade, na semana de referência para a coleta dos dados (21 a 27 de julho de 2019), correspondendo a 52.582 indivíduos amostrados que, com a expansão da amostra, representaram 97.485.182 indivíduos da população brasileira.

 

A ocupação foi definida por meio do cargo/função realizada no trabalho principal do indivíduo. Este é definido como o que apresenta maior número de horas, ou maior rendimento mensal ou que trabalhava há mais tempo.

 

A exposição à radiação solar no trabalho foi avaliada pela pergunta: “No(s) seu(s) trabalho(s), o(a) Sr.(a.) está exposto(a) a algum desses fatores que podem afetar a sua saúde: como a exposição longa ao sol?” (Sim/Não).

 

·      Sociodemográficas e econômicas: sexo (masculino/feminino), faixa etária (18 a 29 anos, 30 a 39, 40 a 59 anos e 60 ou mais), cor da pele (branca, parda e preta), grau de escolaridade dado pelo curso mais elevado que frequentou (sem instrução ou fundamental incompleto, fundamental completo, ensino médio completo, superior completo), renda per capita: menos que um salário-mínimo (SM), entre um e dois SM, mais do que dois SM.
·      Localização de residência: Área Geográfica (rural/urbana), Macrorregião (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e Unidades da Federação. 

·      Características de trabalho: vínculo trabalhista (formal/informal), ambiente de trabalho (fechado, aberto e misto), jornada de trabalho (até 40h semanais/mais de 40h semanais).

·      Atividade econômica do trabalho principal, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Domiciliar 2.015 por seção (Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; Indústrias extrativas; Indústria de transformação; Eletricidade e gás; Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos de materiais; Construção; Comércio, preparação de veículos automotores e motocicletas; Transporte, armazenagem e correio; Alojamento e alimentação; Informação e comunicação; Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Atividades imobiliárias; Atividade profissionais, científicas e técnicas; Atividades administrativas e serviços complementares; Administração pública, defesa e seguridade social; Educação; Saúde humana e serviços sociais; Artes, cultura, esporte e recreação; Outras atividades de serviço e Serviços domésticos).

 

A prevalência da exposição à radiação solar longa no trabalho foi estimada segundo as variáveis sociodemográficas e econômicas, localização de residência e características de trabalho. Foram calculados os intervalos de confiança (IC) e os testes qui-quadrado de Pearson, ambos ao nível de 5% de confiança. Para as Unidades da Federação e atividades econômicas da CNAE, a prevalência foi estimada por sexo.

 

Realizaram-se análises de regressão logística bivariada e multivariada, estratificadas por sexo, considerando a exposição à radiação solar longa no trabalho (sim/não) como variável independente e, como variáveis respostas: faixa etária, cor da pele, escolaridade, renda per capita, área geográfica, Macrorregião, vínculo trabalhista, ambiente de trabalho e jornada de trabalho. Com nível de significância de 5% (p ≤ 0,05), todas as análises estatísticas foram realizadas no software estatístico SPSS16 versão 21.0, considerando-se o desenho complexo da amostragem.

 

Esta pesquisa isenta-se da necessidade de análise do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar exclusivamente bases de dados secundárias, sem identificação de indivíduos, em conformidade com as diretrizes da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n.º 510 de 201617.

 

RESULTADOS

Em 2019, havia aproximadamente 23 milhões de trabalhadores expostos ocupacionalmente à radiação solar, correspondendo a 23,5% da população brasileira ocupada (Tabela 1). Observaram-se maiores proporções de exposição à radiação solar em: sexo masculino (36,1%), entre 40 e 59 anos (25,7%), pardos (27,1%), trabalhadores sem instrução ou com fundamental incompleto (40,8%), com renda per capita inferior a um SM (31,2%), residentes em área rural (54,1%), Regiões Norte (27,9%) e Nordeste (30,1%), com vínculo informal (22,9%), jornada de trabalho acima de 40h/semana (25,2%) e trabalho em locais abertos (59,7%).

 

Tabela 1. Prevalência da exposição à radiação solar longa no trabalho segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Brasil, PNS-2019

Variáveis

Número total de pessoas ocupadas (n = 97.485.182)

% Radiação solar

IC 95%

p*

Total

22.894.308

23,5

22,8-24,2

-

Sexo

Masculino

19.482.625

36,1

34,9-37,1

<0,001

Feminino

3.411.683

7,9

7,2-8,6

Faixa etária (anos)

18 a 29

4.604.846

20,4

19,0-21,9

<0,001

30 a 39

6.006.336

22,8

21,7-24,0

40 a 59

10.268.887

25,7

24,6-26,8

≥ 60

2.014.239

23,5

21,7-25,4

Cor da pele

Branca

8.313.088

19,3

18,3-20,4

<0,001

Parda

11.241.437

27,1

26,1-28,0

Preta

3.049.030

26,3

24,3-28,4

Escolaridade

Sem instrução ou fundamental incompleto

10.181.045

40,8

39,4-42,1

<0,001

Fundamental completo

3.980.957

28,1

26,1-30,2

Ensino médio completo

6.997.876

18,2

17,1-19,3

Superior completo

1.734.430

8,7

7,7-9,9

Renda per capita

< 1 SM

6.591.584

31,2

29,8-32,6

<0,001

Entre 1 e 2 SM

9.397.546

22,2

21,1-23,4

> 2 SM

6.336.144

19,4

18,3-20,5

Área geográfica

Urbano

16.402.309

19,2

18,4-20,0

<0,001

Rural

6.491.999

54,1

52,3-55,8

Macrorregião

Norte

2.091.721

27,9

26,4-29,6

<0,001

Nordeste

6.986.300

30,1

28,9-31,2

Sudeste

9.039.810

20,6

19,3-22,0

Sul

3.052.224

20,3

19,0-21,7

Centro-Oeste

1.413.936

21,6

19,7-23,6

Vínculo

Formal

6.865.078

15,9

14,7-17,0

<0,001

Informal

4.507.341

22,9

21,4-24,4

Ambiente de trabalho

Fechado

1.601.644

3,0

2,5-3,6

<0,001

Aberto

14.969.280

59,7

58,3-61,2

Misto

6.323.384

32,4

30,8-34,0

Jornada de trabalho

≤ 40h

12.780.951

22,3

21,5-23,1

<0,001

> 40h

10.113.357

25,2

24,1-26,4

Legendas: IC (95%) = intervalo de confiança 95%; SM = salário-mínimo; * = p do teste qui-quadrado de Pearson.

 

A Tabela 2 apresenta a prevalência da exposição à radiação solar por Unidade da Federação. Verificaram-se prevalências mais elevadas no Estado da Bahia (34,2%) e mais baixas no Distrito Federal (13,9%).


Tabela 2. Prevalência da exposição à radiação solar longa no trabalho segundo a atividade econômica do trabalho principal, por sexo. Brasil, PNS-2019

Atividade econômica

Total de pessoas ocupadas

Exposição solar longa no trabalho

Total

Masculino

Feminino

n

%

IC 95%

n

%

IC 95%

n

%

IC 95%

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura

9.398.137

7.245.279

77,1

75,3-78,8

6.162.279

81,0

79,2-82,8

1.083.000

60,3

56,1-64,5

Construção

7.206.667

4.665.711

64,7

61,7-67,7

4.638.303

67,1

64,1-69,9

27.407

9,4

3,9-20,9

Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos de materiais

647.833

363.903

56,2

43,5-68,1

253.726

59,1

47,0-70,2

110.177

50,4

21,9-78,7

Eletricidade e gás

186.312

83.273

44,7

29,7-60,7

81.987

58,5

41,1-74,0

1.286

2,8

0,6-12,4

Transporte, armazenagem e correio

4.734.000

1.737.150

36,7

33,5-40,0

1.611.399

37,8

34,5-41,3

125.751

26,4

15,7-40,9

Indústrias extrativas

501.563

178.762

35,6

25,2-47,7

171.667

38,2

26,8-51,1

7.095

13,6

2,5-48,5

Administração pública, defesa e seguridade social

5.498.766

1.331.931

24,2

21,7-27,0

1.040.716

30,8

27,2-34,6

291.215

13,8

10,8-17,3

Atividades administrativas e serviços complementares

4.056.801

901.823

22,2

19,2-25,6

759.628

29,4

25,2-33,9

142.195

9,7

6,5-14,2

Atividades imobiliárias

698.392

137.772

19,7

11,6-31,6

105.064

25,7

14,0-42,9

32.709

11,3

3,9-28,5

Comércio, preparação de veículos automotores e motocicletas

17.569.954

2.615.241

14,9

13,5-16,3

2.019.975

21,1

19,1-23,4

595.265

7,4

6,1-9,0

Informação e comunicação

1.322.425

195.434

14,8

7,6-26,7

188.712

18,6

9,5-33,0

6.722

2,2

0,5-8,5

Artes, cultura, esporte e recreação

1.091.380

143.859

13,2

9,3-18,4

94.190

14,1

9,4-20,7

49.669

11,7

6,0-21,8

Indústria de transformação

11.165.716

1.269.971

11,4

10,0-12,9

1.132.899

16,3

14,3-18,6

137.073

3,3

2,4-4,5

Atividade profissionais, científicas e técnicas

3.176.320

274.493

8,6

6,4-11,6

200.024

11,7

8,3-16,1

74.469

5,1

2,6-9,8

Alojamento e alimentação

5.731.799

389.447

6,8

5,6-8,2

263.782

11,2

8,7-14,2

125.665

3,7

2,9-4,9

Saúde humana e serviços sociais

4.914.215

328.238

6,7

5,3-8,4

122.980

9,3

6,1-14,0

205.258

5,7

4,4-7,5

Outras atividades de serviço

4.036.851

253.613

6,3

4,8-8,2

171.552

11,7

7,9-17,0

82.061

3,2

2,1-4,9

Serviços domésticos

7.465.446

436.903

5,9

4,8-7,1

259.521

49,9

40,4-59,4

177.382

2,6

1,9-3,5

Educação

6.796.406

295.145

4,3

3,4-5,5

166.088

9,3

7,0-12,3

129.056

2,6

1,8-3,8

Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados

1.273.513

46.361

3,6

1,7-7,4

38.132

6,4

2,7-14,3

8.229

1,2

0,4-3,3

Legenda: IC 95% = Intervalo de confiança 95%.


 

A Tabela 3 informa a distribuição percentual da exposição à radiação solar em setores econômicos, estratificada por sexo. Para todos os setores econômicos, os homens foram acentuadamente mais expostos do que as mulheres. Em ambos os sexos, atividades de agropecuária e afins apresentaram os percentuais mais elevados de exposição, sendo 81,0% no sexo masculino contra 60,3% no feminino. No sexo masculino, os setores de construção (67,1%), eletricidade e gás (58,5%), e água, esgoto e atividades de gestão de resíduos de materiais (59,1%) tiveram prevalências importantes. Já no sexo feminino, destacaram-se: a) água, esgoto e atividades de gestão de resíduos de materiais (50,4%), b) transporte, armazenagem e correio (26,4%), c) Indústrias extrativas (13,8%).

 

A Tabela 4 mostra a análise bivariada entre a exposição à radiação solar e as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Observou-se que em ambos os sexos as menores faixas etárias, os menores níveis de escolaridades e renda, residir na área rural, ter vínculo informal e trabalhar em locais abertos e mistos associaram-se positivamente com a exposição à radiação solar

 

O modelo de regressão logística múltipla estratificado por sexo (Tabela 5) evidenciou que a chance de exposição à radiação solar em homens foi elevada entre aqueles com menor grau de escolaridade (odds ratio – OR: 2,157; IC 95% 1,532-3036), que residiam em área rural (OR: 1,782; IC 95% 1,490-2,130); situados na Região Nordeste (OR: 1,474; IC 95% 1,182-1,839) e Sudeste (OR: 1,760; IC 95% 1,374-2,254), com vínculo informal (OR: 1,627; IC 95% 1,370-1,933) e que trabalhavam em ambiente aberto (OR: 23,540; IC 95% 16,531-33,521) e misto (OR: 10,567; IC 95% 7,180-15,554). Para as mulheres, as maiores chances da exposição à radiação solar ocorreram entre 30 e 49 anos (OR: 1,526; IC 95% 1,024-2,272), com ensino médio completo (OR: 1,716; IC 95% 1,255-2,347); que residiam na área rural (OR: 1,716; IC 95% 1,255-2,347), no Nordeste (OR: 2,45; IC 95% 1,662-3,481) e Sudeste (OR: 1,598; IC 95% 1,082-2,361), e que trabalhavam em ambiente aberto (OR: 40,815; IC 95% 28,815-58,419) e misto (OR: 12,487; IC 95% 8,863-17,593).


 

Tabela 3. Prevalência da exposição à radiação solar longa no trabalho, segundo a Unidade da Federação, por sexo. Brasil, PNS-2019

Unidade da Federação

Total de pessoas ocupadas

Exposição solar longa no trabalho

Total

Masculino

Feminino

n

%

IC 95%

n

%

IC 95%

n

%

IC 95%

Bahia

6.550.540

2.240.140

34,2

31,3-37,2

1.826.880

49,3

45,1-53,5

413.260

14,5

11,3-18,5

Acre

337.259

107.460

31,9

28,2-35,8

95.178

47,4

42,5-52,3

12.283

9,0

6,7-12,0

Sergipe

1.036.818

329.644

31,8

28,8-35,0

271.714

44,8

40,7-48,9

57.931

13,5

10,3-17,4

Tocantins

682.012

211.913

31,1

27,3-35,1

185.980

47,8

42,2-53,5

25.933

8,8

6,0-12,8

Piauí

1.427.150

444.284

31,1

27,6-34,8

369.225

45,0

40,1-49,9

75.058

12,4

9,3-16,3

Rondônia

816.124

244.731

30,0

26,9-33,3

211.546

44,3

39,8-48,8

33.185

9,8

7,0-13,6

Maranhão

2.552.138

754.635

29,6

27,2-32,0

645.014

43,9

40,8-47,1

109.621

10,1

8,0-12,6

Alagoas

1.118.564

330.292

29,5

26,7-32,6

268.519

43,1

38,7-47,6

61.773

12,5

9,5-16,2

Rio Grande do Norte

1.460.498

422.632

28,9

25,6-32,6

371.587

43,4

39,0-48,0

51.046

8,4

5,7-12,2

Pernambuco

3.814.299

1.090.844

28,6

26,1-31,3

898.833

40,6

37,3-44,1

192.011

12

9,2-15,4

Minas Gerais

10.454.721

2.963.810

28,3

25,8-31,1

2.543.718

44,0

40,1-47,9

420.091

9,0

6,9-11,6

Amazonas

1.623.984

448.866

27,6

24,9-30,6

356.437

36,2

32,5-40,0

92.430

14,5

11,6-17,9

Roraima

231.013

63.735

27,6

24,4-31,1

54.250

40,7

36,1-45,4

9.485

9,7

7,2-13,0

Pará

3.466.222

936.531

27,0

24,2-30,1

828.818

39,8

35,6-44,0

107.713

7,8

6,0-10,0

Ceará

3.697.208

966.232

26,1

23,8-28,6

827.278

39,2

35,8-42,8

138.954

8,8

6,7-11,3

Paraíba

1.581.732

407.598

25,8

22,3-29,6

359.582

39,4

34,5-44,6

48.016

7,2

4,8-10,5

Espírito Santo

1.991.018

504.553

25,3

22,6-28,3

412.670

37,8

33,9-41,8

91.884

10,2

8,2-12,7

Mato Grosso

1.694.427

424.963

25,1

21,1-29,5

377.456

39,2

33,5-45,2

47.507

6,5

4,6-9,1

Amapá

332.746

78.484

23,6

18,5-29,6

62.810

33,7

27,3-40,7

15.674

10,7

6,5-17,2

Goiás

3.321.094

775.860

23,4

20,6-26,4

692.726

36,2

31,8-10,8

83.133

5,9

4,0-8,7

Mato Grosso do Sul

1.350.106

310.316

23,0

20,5-25,7

270.719

36,3

32,3-40,4

39.597

6,6

4,9-8,8

Paraná

5.499.228

1.226.683

22,3

20,1-24,7

1.043.581

34,2

30,5-38,0

183.103

7,5

5,8-9,6

Rio Grande do Sul

5.902.041

1.258.496

21,3

19,1-23,7

1.056.286

33,4

29,7-37,2

202.210

7,4

5,7-9,6

São Paulo

23.557.346

4.318.375

18,3

16,2-20,7

3.710.855

29,3

26,0-32,8

607.519

5,6

3,9-8,0

Rio de Janeiro

7.850.345

1.253.073

16,0

14,3-17,8

1.094.700

26,4

23,6-29,4

158.373

4,3

3,2-5,7

Santa Catarina

3.604.655

567.045

15,7

13,8-17,9

473.218

23,6

20,6-26,8

93.826

5,9

4,3-8,0

Distrito Federal

1.531.894

213.114

13,9

11,6-16,6

173.046

21,6

18,0-25,7

40.069

5,5

3,6-8,2

Legenda: IC 95% = intervalo de confiança 95%.


 

Tabela 4. Regressão logística bivariada da exposição à radiação solar longa no trabalho segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Brasil, PNS-2019

Variáveis

Total

Masculino

Feminino

OR

IC 95%

p

OR

IC 95%

p

OR

IC 95%

p

Faixa etária (anos)

18 a 29

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

30 a 39

1,154

1,037 – 1,283

0,008

1,182

1,043 – 1,341

0,009

1,364

1,067 – 1,743

0,013

40 a 59

1,345

1,209 – 1,497

<0,001

1,421

1,259 – 1,604

<0,001

1,608

1,266 – 2,041

<0,001

≥ 60

1,196

1,044 – 1,370

0,010

1,148

0,985 – 1,338

0,078

1,244

0,860 – 1,800

0,247

Cor da pele

Branca

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Parda

1,546

1,425 – 1,678

<0,001

1,584

1,426 – 1,758

<0,001

1,373

1,154 – 1,633

<0,001

Preta

1,490

1,322 – 1,679

<0,001

1,645

1,431 – 1,890

<0,001

1,191

0,911 – 1,556

0,201

Escolaridade

Sem instrução ou fundamental incompleto

7,173

6,219 – 8,275

<0,001

7,740

6,423 – 9,327

<0,001

3,683

2,854 – 4,752

<0,001

Fundamental completo

4,074

3,416 – 4,859

<0,001

4,138

3,319 – 5,160

<0,001

1,981

1,474 – 2,662

<0,001

Ensino médio completo

2,316

1,996 – 2,688

<0,001

2,501

2,076 – 3,012

<0,001

1,393

1,079 – 1,798

0,011

Superior completo

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Renda per capita

< 1 SM

1,881

1,708 – 2,071

<0,001

3,380

3,009 – 3,797

<0,001

2,625

2,023 – 3,406

<0,001

Entre 1 e 2 SM

1,187

1,085 – 1,299

<0,001

1,481

1,343 – 1,633

<0,000

1,280

1,022 – 1,604

0,032

> 2 SM

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Área geográfica

Urbano

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Rural

4,960

4,543 – 5,415

<0,001

4,556

4,114 – 5,045

<0,001

5,685

4,749 – 6,806

<0,001

Macrorregião

Norte

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Nordeste

1,109

1,007 – 1,221

0,035

1,159

1,033 – 1,300

0,012

1,205

0,994 – 1,460

0,057

Sudeste

0,670

0,597 – 0,753

<0,001

0,722

0,630 – 0,826

<0,001

0,625

0,485 – 0,804

<0,001

Sul

0,659

0,588 – 0,739

<0,001

0,675

0,588 – 0,775

<0,001

0,701

0,561 – 0,876

0,002

Centro-Oeste

0,711

0,617 – 0,818

<0,001

0,757

0,643 – 0,891

0,001

0,584

0,438 – 0,777

<0,001

Vínculo

Formal

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Informal

1,575

1,395 – 1,778

<0,001

2,394

2,078 – 2,757

<0,001

1,363

1,074 – 1,129

0,011

Ambiente de trabalho

Fechado

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Aberto

47,538

38,887 – 58,113

<0,001

31,744

24,572 – 41,010

<0,001

51,453

39,067 – 67,766

<0,001

Misto

15,328

12,516 – 18,771

<0,001

11,588

9,003 – 14,916

<0,001

14,311

10,770 – 19,018

<0,001

Jornada de trabalho

≤ 40h

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

> 40h

1,175

1,094 – 1,262

<0,001

1,062

0,977 – 1,155

0,156

1,367

1,121 – 1,667

0,002

Legendas: OR = odds ratio; IC (95%) = intervalo de confiança 95%; e SM = salário-mínimo.

 

Tabela 5. Regressão logística multivariada da exposição à radiação solar longa no trabalho segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Brasil, PNS-2019

Variáveis

Total

Masculino

Feminino

OR

IC 95%

p

OR

IC 95%

p

OR

IC 95%

p

Faixa etária (anos)

18 a 29

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

30 a 39

1,161

0,951 – 1,416

0,143

1,183

0,921 – 1,518

0,188

1,526

1,024 – 2,272

0,038

40 a 59

0,974

0,801 – 1,183

0,787

1,071

0,844 – 1,360

0,571

1,170

0,808 – 1,695

0,406

≥ 60

0,632

0,481 – 0,829

0,001

0,706

0,514 – 0,970

0,032

0,509

0,296 – 1,169

0,130

Cor da pele

Branca

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Parda

1,112

0,929 – 1,332

0,247

1,179

0,949 – 1,464

0,137

0,973

0,713 – 1,329

0,864

Preta

1,111

0,868 – 1,421

0,404

1,144

0,858 – 1,524

0,360

1,158

0,758 – 1,770

0,497

Escolaridade

Sem instrução ou fundamental incompleto

1,982

1,523 – 2,578

<0,001

2,157

1,532 – 3,036

<0,001

1,124

0,741 – 1,703

0,583

Fundamental completo

1,675

1,229 – 2,284

0,001

1,698

1,143 – 2,523

0,009

1,094

0,773 – 1,547

0,613

Ensino médio completo

1,325

1,006 – 1,746

0,045

1,420

0,990 – 2,038

0,057

1,716

1,255 – 2,347

0,001

Superior completo

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Área geográfica

Urbano

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Rural

1,846

1,590 – 2,142

<0,001

1,782

1,490 – 2,130

<0,001

1,716

1,255 – 2,347

0,001

Macrorregião

Norte

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Nordeste

1,644

1,367 – 1,977

<0,001

1,474

1,182 – 1,839

0,001

2,405

1,662 – 3,481

<0,001

Sudeste

1,610

1,305 – 1,986

<0,001

1,760

1,374 – 2,254

<0,001

1,598

1,082 – 2,361

0,019

Sul

1,249

0,980 – 1,592

0,072

1,241

0,930 – 1,655

0,142

1,445

0,912 – 2,292

0,117

Centro-Oeste

1,238

0,978 – 1,566

0,076

1,208

0,927 – 1,574

0,161

1,609

0,990 – 2,614

0,055

Vínculo

Formal

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Informal

1,063

0,916 – 1,233

0,419

1,627

1,370 – 1,933

<0,001

0,777

0,587 – 1,027

0,076

Ambiente de trabalho

Fechado

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

Aberto

38,067

28,968 – 50,024

<0,001

23,540

16,531 – 33,521

<0,001

40,815

28,515 – 58,419

<0,001

Misto

13,711

10,194 – 18,443

<0,001

10,567

7,180 – 15,554

<0,001

12,487

8,863 – 17,593

<0,001

Jornada de trabalho

≤ 40h

1,000

-

-

1,000

-

-

1,000

-

-

> 40h

1,149

1,013 – 1,303

0,003

1,062

0,916 – 1,230

0,426

0,619

0,469 – 0,835

0,002

Legendas: OR = odds ratio; IC (95%) = intervalo de confiança 95%.


 

DISCUSSÃO

Aproximadamente um quarto dos trabalhadores brasileiros foram expostos ocupacionalmente à radiação solar, correspondendo a 23 milhões de trabalhadores em 2019. A prevalência nacional foi um pouco menor do que a mundial (28,4%) para o mesmo ano, equivalendo a 1,6 bilhão de trabalhadores mundialmente expostos10. Quase 14,5 milhões de trabalhadores da União Europeia são expostos à radiação solar em pelo menos 75% de sua carga horária de trabalho, sendo o sexo masculino o mais exposto18.

 

Comparando os achados desta pesquisa com as de outros países, verifica-se que no Brasil a prevalência de exposição solar ocupacional foi mais elevada do que no Canadá (8,8% de trabalhadores expostos à radiação solar)6 e, em países europeus, como Hungria, Romênia e Eslováquia (13%)19. Segundo Bernadelli20, os países da América Latina e do Caribe podem apresentar percentuais mais elevados de trabalhadores expostos à radiação solar em razão da alta incidência de raios solares nessas Regiões, especialmente naqueles que se encontram ao redor da linha do Equador.

 

Também nesse esforço, Azevedo e Silva et al.21 estimaram a prevalência de exposição à radiação solar na população brasileira, considerando apenas a exposição ambiental (39,6%), o que talvez justifique os maiores percentuais encontrados. Há outras publicações nacionais sobre a prevalência de expostos à radiação solar ambiental em Regiões específicas do Brasil. Um inquérito populacional realizado no Sul do país, com indivíduos com 15 anos ou mais, evidenciou prevalência de 77,1% de exposição à radiação solar por, pelo menos, 30 minutos, mesmo que esporadicamente22. Um estudo transversal, realizado com idosos cadastrados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona rural do município de Pelotas, demonstrou que a prevalência de expostos ao sol foi de 34,9% em homens e de 11,9% em mulheres, por mais de 7h/dia23.

 

Poucos estudos brasileiros avaliaram a exposição ocupacional à radiação solar em grupos de trabalhadores. A investigação conduzida por Oliveira et al.24 com professores de educação física apontou prevalência de exposição solar direta de 64,2% e de 13% para exposição parcial. Neste estudo, a prevalência de exposição solar em trabalhadores dos setores de artes, cultura, esporte e recreação foi de 13,2% (Tabela 2). Meyer et al.25 ao estudarem trabalhadores da comunidade litorânea de Natal, Rio Grande do Norte, observaram prevalência de 56% em trabalhadores que se expõem por mais de 6h/dia ao sol, e de 33% aos expostos entre 3 e 6h/dia. Observam-se proporções de 77,1% de trabalhadores expostos à radiação solar nas atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Resultados semelhantes ao deste estudo foram observados no estudo coordenado por Peters et al.26 no Canadá, no qual as maiores prevalências ocorreram nos setores de agricultura, construção e paisagismo.

 

Os achados do Australian Work Exposures Study (AWES) sobre trabalhadores expostos à radiação solar na Austrália também demonstraram prevalência maior em homens do que em mulheres em todas as atividades econômicas, com as maiores proporções entre agricultores, motoristas de veículos pesados, pintores, encanadores e pecuaristas27. Os resultados são consistentes com o deste trabalho, considerando que pintores e encanadores estão inseridos no ramo da atividade econômica da construção.

 

Os achados deste estudo confirmam que a frequência de distribuição da exposição solar é heterogênea por setores econômicos. Provavelmente os trabalhadores estão expostos a níveis distintos de radiação solar e, por consequência, os riscos de adoecimentos associados à radiação UVA/UVB também divergem entre eles. Um estudo alemão, conduzido entre 2014 e 2019, revelou que a quantidade de exposição à radiação UV varia significativamente, inclusive, na mesma profissão, sendo o principal fator determinante o perfil das tarefas executadas por cada profissional28.

 

Quanto aos fatores associados à exposição solar longa no trabalho, observa-se que, para a população total de trabalhadores (Tabela 5), a chance de ter exposição é maior em trabalhadores que residem em área rural, localizados no Nordeste e Sudeste, possuem menos escolaridade, trabalham em ambientes abertos e mistos, e possuem uma jornada de trabalho superior a 40h semanais. Para o sexo masculino, a baixa escolaridade e o vínculo informal também se associaram positivamente à exposição à radiação solar no trabalho. Já para o sexo feminino, houve associação positiva entre exposição à radiação solar longa, ter ensino médio completo e idade entre 30 e 39 anos. Provavelmente, as diferenças entre os sexos refletem as desigualdades relacionadas à inserção de homens e mulheres no mercado de trabalho, quanto ao perfil exigido para o cargo, função e atividades desempenhadas29-31.

 

Em relação ao vínculo de trabalho, geralmente trabalhadores informais apresentam baixa escolaridade, piores condições de trabalho e estão mais expostos a agentes perigosos e insalubres32. Isso poderia justificar a associação positiva encontrada entre a informalidade do vínculo e a maior chance de exposição à radiação solar nos homens. Os setores econômicos que apresentaram as prevalências mais altas de trabalhadores do sexo masculino expostos à radiação solar foram justamente setores nos quais as relações informais de emprego e a baixa qualificação são predominantes, como agricultura, construção, gestão e coleta de resíduos e eletricidade e gás. Corroborando esses achados, Dielh et al.33, ao avaliarem as práticas e atitudes sobre proteção solar no trabalho, identificaram que mais de 50% de trabalhadores ao ar livre reportaram grau de escolaridade até o ensino médio e 36% possuíam vínculo informal.

 

É importante destacar que as alterações climáticas afetam a saúde dos trabalhadores ao ar livre, uma vez que provocam ondas de calor mais frequentes e níveis mais elevados de radiação solar UVA/UVB, tornando-os mais vulneráveis aos agravos decorrentes da exposição solar prolongada34. Uma revisão sistemática, conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela OIT, evidenciou que a exposição à radiação solar incrementa o risco de tumores malignos da pele em 45% em trabalhadores que executam as suas atividades ao ar livre. Nesse mesmo estudo, a carga de câncer atribuível à exposição ocupacional à radiação ultravioleta foi a terceira maior entre os carcinógenos ocupacionais, ficando atrás apenas do amianto e da sílica10.

 

No Brasil, o câncer de pele melanoma, não melanoma, de lábio e dos olhos foram incluídos como doenças ocupacionais na Lista Nacional de Doenças e Agravos Relacionado ao Trabalho, revisada em 2023, reconhecendo a radiação solar como um carcinógeno ocupacional35. O que reforça a necessidade de estimar a prevalência nacional e caracterizar a exposição ocupacional à radiação solar, visando à identificação de grupos de trabalhadores mais vulneráveis para a priorização das ações em prol da proteção à saúde do trabalhador.

 

Para prevenir a exposição ocupacional à radiação solar, especialistas recomendam a adoção de legislação de proteção e segurança à saúde do trabalhador8. No país, a norma regulamentadora (NR) 15 estabelece limites de tolerância diários para níveis de exposição ocupacional às radiações ionizantes e não ionizantes nos ambientes laborais. Porém, exclui a exposição à radiação solar ultravioleta (fonte natural) no escopo da norma, negligenciando a vigilância dessa exposição nos trabalhadores ao ar livre36. Adicionalmente, recomendam ações de monitoramento contínuo da saúde dos trabalhadores ao ar livre, por meio de exame clínico dermatológico para identificação de lesões precursoras do câncer de pele, treinamento de profissionais de saúde e dos trabalhadores expostos, e uso de medidas individuais protetivas, como filtro solar, roupas de proteção contra UVA/UVB e chapéus de abas largas, durante o desenvolvimento das atividades em ambientes externos37.

 

Como limitações do estudo, destaca-se que a PNS não é um inquérito sobre saúde e segurança no trabalho. Portanto, o questionário utilizado não é específico para avaliar riscos ocupacionais presentes nos processos de trabalho. Logo, outros fatores que afetam os níveis de exposição ocupacional à radiação solar não foram contemplados, como: dias trabalhados/semana, duração do trabalho ao ar livre, horários de exposição à radiação solar, estações do ano em que as atividades laborais ocorrem, e uso de equipamentos de proteção individual. De acordo com Modenese et al.5, fatores ambientais e individuais influenciam a exposição solar aguda e cumulativa dos trabalhadores ao ar livre. O ambiente laboral pode conter superfícies refletoras, como a água, para os trabalhadores marítimos, ou vidro e metal, para os trabalhadores da construção, que intensificam a exposição. Além disso, a organização do trabalho pode exigir que os trabalhadores desempenhem suas atividades durante os horários centrais do dia e/ou durante as estações mais quentes do ano, como ocorre no setor da agricultura e no da construção. Destaca-se que a postura do trabalhador durante o trabalho determina as áreas do corpo com maiores exposições, assim como o uso de fotoproteção individual, que afeta a exposição ocular e cutânea do trabalhador.

 

Segundo Gobba et al.38, a avaliação da exposição à radiação solar está subestimada nos grandes inquéritos, pois são poucos os que coletam informações com esse nível de detalhamento. Os autores recomendam a utilização de dosímetros individuais para medir com mais precisão a exposição à radiação solar ultravioleta.

 

Por fim, acrescenta-se a possibilidade de viés relacionado ao tamanho amostral, uma vez que, em grandes populações, qualquer diferença mínima pode ser estatisticamente significante.

 

CONCLUSÃO

A exposição à radiação solar em trabalhadores brasileiros é elevada, desigualmente distribuída por setores econômicos e mais acentuada nos homens. Medidas de proteção contra a exposição ocupacional à radiação solar e de vigilância do câncer de pele devem priorizar profissionais que trabalham em ambiente aberto e misto, por mais de 40h/semana, residem na área rural e apresentam baixa escolaridade.

 

 

CONTRIBUIÇÕES

Todas as autoras contribuíram na concepção e no planejamento do estudo; na obtenção, análise e interpretação dos dados; na redação e revisão crítica; e aprovaram a versão final a ser publicada.

 

 

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

Nada a declarar.

 

 

FONTES DE FINANCIAMENTO

Projeto custeado com destinação do Ministério Público do Trabalho de valores pagos por empresa que descumpriu normas trabalhistas – Ação Civil n.º 0100263-41.2021.5.01.005.

Centro de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Coletiva (Cepesc).

 

 

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Recebido em 15/8/2024

Aprovado em 27/9/2024

 

Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777

 

 

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