ARTIGO ORIGINAL
Escore de Consumo de Alimentos Ultraprocessados entre Mulheres Brasileiras Sobreviventes do Câncer: Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil, 2019
Ultra-Processed Food Consumption Score among Brazilian Women Who Survived Cancer: National Health Survey, Brazil, 2019
Puntuación del Consumo de Alimentos Ultraprocesados entre Mujeres Brasileñas Sobrevivientes de Cáncer: Encuesta Nacional de Salud, Brasil, 2019
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2025v71n1.4927
Sara Maria Moreira Lima Verde1; Italo Wesley Oliveira Aguiar2; Soraia Pinheiro Machado3; Larissa Fortunato Araújo4; Fernando Natalense da Costa5; Priscilla de Lima Carneiro6; Ilana Nogueira Bezerra7
1,3,5-7Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza (CE), Brasil. E-mails: sara.maria@uece.br; soraia.machado@uece.br; fernando.natalense@aluno.uece.br; priscillalimacarneiro@gmail.com; ilana.bezerra@uece.br. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-7733-0214; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-3918-4738; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0003-2118-3953; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-9643-4852; https://orcid.org/0000-0002-2072-0123
2,4Universidade Federal do Ceará. Fortaleza (CE), Brasil. E-mails: aguiar.iwo@gmail.com; larissafortunatoaraujo@gmail.com, Orcid iD: http://orcid.org/0000-0002-7743-3109; Orcid iD: https://orcid.org/0000-0001-6695-0365
Endereço para correspondência: Sara Maria Moreira Lima Verde. Av. Silas Munguba, 1700 – Itaperi. Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: sara.maria@uece.br
RESUMO
Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados tem aumentado na população brasileira nos últimos anos e está associado ao desenvolvimento e agravamento de doenças crônicas como o câncer. Objetivo: Avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados por mulheres brasileiras sobreviventes dos cânceres de mama, ovário e colo do útero. Método: Estudo transversal com informações secundárias da Pesquisa Nacional de Saúde (2019), um inquérito de saúde da população brasileira em geral, que investigou aspectos sociodemográficos, clínicos e alimentares, de onde foram coletadas informações de mulheres adultas com diagnósticos autorreferidos de câncer de mama, ovário e colo do útero. O consumo de alimentos ultraprocessados foi avaliado pelo escore NOVA, baseado na frequência de consumo de tipos de alimentos ultraprocessados. A associação entre o diagnóstico de câncer e o consumo de alimentos ultraprocessados foi explorada usando modelos de regressão de Poisson com variação robusta, software Stata/MP 17.0. Resultados: A prevalência de consumo de cinco ou mais tipos de alimentos ultraprocessados foi de 7,8% entre as mulheres com histórico de câncer, sendo mais alta entre as com câncer de ovário e menos de 40 anos. A associação entre consumo de ultraprocessados e câncer variou conforme o índice de massa corporal e o tipo de câncer, com maiores prevalências entre mulheres com obesidade e câncer do colo do útero (RP=6,37; IC95%:1,46;27,68). Conclusão: Pacientes com câncer consomem alimentos ultraprocessados em quantidade expressiva, com maiores prevalências de consumo entre mulheres com obesidade e com câncer do colo do útero.
Palavras-chave: Sobreviventes de Câncer; Alimento Processado; Neoplasias da Mama; Neoplasias do Colo do Útero; Neoplasias Ovarianas.
ABSTRACT
Introduction: The intake of ultra-processed foods has increased in the Brazilian population in recent years and is associated with the development and aggravation of chronic diseases as cancer. Objective: To evaluate the intake of ultra-processed foods by Brazilian women survivors of breast, ovarian and cervical cancer. Method: Cross-sectional study with secondary information from the National Health Survey (2019), a health survey of the Brazilian population in general, investigating socio-demographic, clinical and dietary aspects, from where information of adult women with self-reported diagnosis of breast, ovarian and cervical cancer were collected. Ultra-processed food intake was assessed using the NOVA score, which is based on the frequency of consumption of ultra-processed food types. The association between cancer diagnosis and intake of ultra-processed foods was analyzed by Poisson regression models with robust variance through software Stata/MP 17.0. Results: The prevalence of intake of five or more types of ultra-processed foods was 7.8% among women with a history of cancer, and was higher among those with ovarian cancer and under 40 years of age. The association between intake of ultra-processed foods and cancer varied according to body mass index and cancer type, with higher prevalence among women with obesity and cervical cancer (PR=6.37; CI95%:1.46;27.68). Conclusion: Cancer patients eat a significant amount of ultra-processed foods, with higher prevalence among women with obesity and cervical cancer.
Key words: Cancer Survivors; Food, Processed; Breast Neoplasms; Uterine Cervical Neoplasms; Ovarian Neoplasms.
RESUMEN
Introducción: El consumo de alimentos ultraprocesados ha aumentado en la población brasileña en los últimos años y está asociado al desarrollo y agravamiento de enfermedades crónicas como el cáncer. Objetivo: Evaluar el consumo de alimentos ultraprocesados en mujeres brasileñas sobrevivientes de cáncer de mama, de ovario y de cuello de útero. Método: Estudio transversal con información secundaria de la Encuesta Nacional de Salud (2019), un estudio de salud de la población brasileña en general que investigó aspectos sociodemográficos, clínicos y alimentarios, de donde se obtuvieron datos de mujeres adultas con diagnósticos autoinformados de cáncer de mama, ovario y cuello de útero. El consumo de alimentos ultraprocesados se evaluó mediante el índice NOVA, basado en la frecuencia de consumo de distintos tipos de alimentos ultraprocesados. La asociación entre el diagnóstico de cáncer y el consumo de alimentos ultraprocesados se exploró utilizando modelos de regresión de Poisson con variación robusta con el programa Stata/MP 17.0. Resultados: La prevalencia de consumo de cinco o más tipos de alimentos ultraprocesados fue del 7,8 % entre las mujeres con antecedentes de cáncer, siendo más alta entre las que tenían cáncer de ovario y menos de 40 años. La asociación entre el consumo de ultraprocesados y cáncer varió en función del índice de masa corporal y el tipo de cáncer, con mayores prevalencias entre las mujeres con obesidad y cáncer de cuello uterino (RP = 6,37; IC95%: 1,46-27,68). Conclusión: Las pacientes con cáncer consumen alimentos ultraprocesados en cantidad significativa, siendo mayor la prevalencia de consumo entre las mujeres con obesidad y con cáncer de cuello uterino.
Palabras clave: Supervivientes de Cáncer; Alimentos Procesados; Neoplasias de la Mama; Neoplasias del Cuello Uterino; Neoplasias Ováricas.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, tem-se observado um incremento na prevalência do câncer entre mulheres em todo o mundo, com números expressivos para câncer de mama e ginecológico, os quais, por causa do diagnóstico precoce e tratamentos mais eficazes, têm um número de sobreviventes que também se amplia, com mais de 27,7 milhões de mulheres com a doença1. Sobrevivente é qualquer pessoa diagnosticada com câncer, independentemente da fase da doença2 e, entre esses pacientes, o cuidado com a alimentação é um caminho para o alargamento da sobrevida global3, e o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) tem sido apresentado como fator de risco para a progressão e morte pela doença4,5.
O consumo de AUP tem aumentado de modo inquestionável na população brasileira e mais de 27% do total de calorias consumido são provenientes desses produtos alimentícios6, conceituados como formulações de ingredientes submetidos a vários processamentos industriais que contêm muitos e diferentes aditivos alimentares como emulsificantes, adoçantes e corantes elaborados para serem agradáveis ao paladar7, e seu consumo tem sido associado ao desenvolvimento de diferentes doenças crônicas, como a obesidade, as doenças cardiovasculares e o câncer8-10 .
A relação entre o consumo de AUP e o câncer se estabelece a partir de mecanismos como obesidade e inflamação crônica de baixa intensidade, pois são produtos com elevada densidade calórica que favorecem o ganho de peso e gordura corporal, e por seus ingredientes, adicionados para aumentar sua palatabilidade e como realçadores de sabor e adoçantes, os quais têm potencial carcinogênico9-12. Uma metanálise recente aponta que o consumo do AUP está associado com sete tipos de câncer distintos, e que o incremento de 10% de calorias provenientes desses alimentos aumenta em 11% o risco de câncer de mama3. Apesar dessas evidências, no Brasil ainda pouco se conhece sobre o consumo de AUP em pacientes sobreviventes do câncer6, o qual pode contribuir para multimorbidades (obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, doenças inflamatórias)13, reduzir a qualidade de vida e a sobrevida global5.
A lacuna na avaliação e no monitoramento do consumo de AUP acontece pela complexidade dos instrumentos e da classificação dos itens consumidos quanto ao seu processamento14. Recentemente, um novo instrumento simplificado para avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados foi proposto por Costa et al.15, chamado de escore NOVA, com uma pontuação que reflete a participação de AUP no consumo. Assim, o objetivo do presente trabalho é avaliar a relação entre ser sobrevivente dos cânceres de mama, ovário e colo do útero e o consumo de AUP, a partir de informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS-2019), utilizando o escore NOVA.
MÉTODO
Estudo transversal, de base populacional, com informações secundárias da PNS de 2019, de mulheres adultas brasileiras, com diagnóstico médico autorreferido dos cânceres de mama, colo do útero e ovário. A PNS é um inquérito domiciliar de saúde de base populacional, realizado no território brasileiro, conduzido pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de produzir informações sobre o cenário atual da saúde e do estilo de vida da população. Mais informações sobre a metodologia da pesquisa podem ser consultadas nas publicações oficiais16.
A PNS contou com amostragem em três estágios, agregando técnicas por conglomerados, aleatória estratificada e aleatória simples. As Unidades Primárias de Amostragem (UPA) foram formadas por setores censitários seguindo o Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE. A seleção dos conglomerados representados pelas UPA deu-se por amostragem estratificada, com probabilidade proporcional ao número de domicílios particulares permanentes. A seguir, em cada UPA, foi realizada amostragem aleatória simples de domicílios cadastrados no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). No terceiro estágio, selecionou-se um morador, com 15 anos ou mais, de cada domicílio, para responder à entrevista16.
A partir da amostra da PNS (n=293.725), os critérios de elegibilidade para o presente estudo foram: ser do sexo feminino, ter respondido ao questionário individual, ter entre 20 e 59 anos de idade (n=48.591) e ter diagnóstico de câncer de mama, câncer de ovário e câncer do colo do útero (n=369). Não foram incluídos os registros de diagnóstico de câncer referidos por familiares.
Foram investigadas variáveis referentes a aspectos demográficos e socioeconômicos, antropométricas, de consumo alimentar e de diagnósticos médicos autorreferidos de câncer de mama, ovário e colo do útero. As variáveis demográficas e socioeconômicas foram Região geográfica de domicílio (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste); área de residência (urbano ou rural); faixa etária em anos (20-29; 30-39; 40-49; 50-59); cor da pele [branca, parda, preta e outras (amarela ou indígena)]; escolaridade (sem instrução/fundamental incompleto; fundamental completo; médio completo; superior completo ou mais); e renda domiciliar per capita em salários-mínimos.
Como informações antropométricas autorreferidas, foram coletados peso e altura e utilizados para o cálculo do índice de massa corporal (IMC-kg/m²) e a classificação das mulheres sem obesidade (IMC<30 kg/m²) e com obesidade (IMC≥30 kg/m²)17.
Para avaliar o consumo de AUP, as variáveis vieram da pergunta: “Ontem, você comeu ou bebeu [...]?". Os tipos de AUP que compuseram as opções de resposta foram: refrigerante; suco de fruta em caixinha ou lata ou refresco em pó; bebida achocolatada ou iogurte com sabor; salgadinho de pacote ou biscoito/bolacha salgada; biscoito/bolacha doce ou recheado ou bolo de pacote; sorvete, chocolate, gelatina, flan ou outra sobremesa industrializada; salsicha, linguiça, mortadela ou presunto; pão de forma, de cachorro-quente ou de hambúrguer; margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados; macarrão instantâneo, sopa de pacote, lasanha congelada ou outro prato congelado comprado pronto industrializado. Seguindo a metodologia escore NOVA, foi elaborada uma variável para representar o escore de consumo de AUP a partir desses tipos de alimentos, em que, para cada tipo consumido, foi atribuído 1 escore. O total de escores poderia variar de 0 a 10 pontos, sendo zero a ausência de consumo de AUP no dia anterior à pesquisa e dez, o consumo de todos os grupos previamente referidos15.
Sobre o diagnóstico médico autorreferido de câncer, foram consideradas as respostas afirmativas para a pergunta “Algum médico já lhe deu diagnóstico de câncer [...]?”, quando declarados os cânceres de mama, colo do útero ou ovário. Essas neoplasias foram elegíveis por serem as mais comuns no sexo feminino, por suas altas incidência, mortalidade prematura e impacto na qualidade de vida das mulheres acometidas18.
As variáveis qualitativas foram apresentadas em frequências absolutas e relativas, representando a caracterização sociodemográfica e relativa ao consumo dos tipos de AUP no dia anterior à entrevista. A distribuição da pontuação de AUP foi apresentada para a população de mulheres adultas em geral e de acordo com os cânceres estudados: mama, ovário, colo do útero e quaisquer dos anteriores. A proporção de indivíduos que consumiram cinco ou mais tipos de AUP foi estimada segundo as características sociodemográficas.
A associação entre o diagnóstico dos cânceres e o consumo de cinco ou mais tipos de AUP foi verificada em razões de prevalências (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%), por cinco modelos de regressão Poisson19, considerando o desenho amostral complexo. Foram utilizados cinco modelos: com ajustes sociodemográficos (idade, região, cor da pele, área de residência, escolaridade e renda domiciliar per capita) (Modelo 1); com ajustes sociodemográficos e outros diagnósticos prévios de câncer (Modelo 2); com ajustes sociodemográficos, outros diagnósticos prévios de câncer, doenças crônicas (diabetes, hipertensão arterial, doença cardiovascular) (Modelo 3); com ajustes sociodemográficos, outros cânceres, doenças crônicas e IMC (<30 kg/m² ou ≥30 kg/m²) (Modelo 4); e estratificado pela presença de obesidade com ajustes por idade, Região, área de residência, escolaridade, outros diagnósticos prévios de câncer e doenças crônicas (Modelo 5).
O nível de significância alfa foi 5%. Os dados foram analisados utilizando o software estatístico Stata/MP 17.020, com aplicação do módulo survey para o desenho amostral da PNS.
A PNS tem aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) (parecer 3.529.376 e CAAE: 11713319.7.0000.0008). Para o presente estudo, não houve necessidade de apreciação ética, por se tratar de um estudo com dados secundários colhidos em bases de dados populacionais de domínio público, conforme as Resoluções n.º 466/201221 e n.º 510/201622 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS
Do total de 48.591 mulheres adultas, 369 autorrelataram diagnóstico médico de câncer de mama, ovário ou útero, com maior prevalência de câncer de mama (n=189). Entre as mulheres com câncer, 44,6% tinham idade de 50 a 59 anos, 45,3% eram residentes na Região Sudeste e a maioria da zona urbana (91,4%), com ensino médio ou superior completo (52,1%), renda familiar média de um salário-mínimo ou menos (52%), 49,5% se autodeclararam branca e 29,3% apresentavam IMC≥30 kg/m² (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização sociodemográfica e antropométrica. Mulheres brasileiras adultas (20-59 anos) com câncer. PNS, 2019
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Diagnóstico de câncer |
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Característica
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Mama (n=189) |
Ovário (n=31) |
Colo do útero (n=165) |
Mama/ovário/colo do útero (n=369) |
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n (%) a |
(IC95%) |
n (%) a |
(IC95%) |
n (%) a |
(IC95%) |
n (%) a |
(IC95%) |
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Faixa etária |
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20-29 |
1 (2,1) |
(1,9; 2,4) |
.. |
.. |
6 (2,3) |
(1,7; 3,2) |
7 (2,1) |
(1,5; 3,1) |
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30-39 |
19 (12,8) |
(10,7; 15,3) |
5 (29,4) |
(29,2; 29,7) |
42 (34,1) |
(28,5; 40,3) |
63 (21,1) |
(16,6; 26,4) |
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40-49 |
72 (34,0) |
(28,1; 40,5) |
12 (31,2) |
(29,4; 33,1) |
54 (26,1) |
(21,9; 30,9) |
132 (32,1) |
(26,7; 38,1) |
|
50-59 |
97 (51,0) |
(43,9; 58) |
14 (39,3) |
(37,4; 41,3) |
63 (37,4) |
(33,9; 41,1) |
167 (44,6) |
(38,7; 50,7) |
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Região |
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Norte |
19 (2,7) |
(2,4; 3,1) |
7 (3,5) |
(3,3; 3,7) |
40 (6,9) |
(6,3; 7,6) |
65 (4,3) |
(3,9; 4,8) |
|
Nordeste |
53 (13,4) |
(11,8; 15,2) |
6 (20,4) |
(20,2; 20,5) |
47 (20,7) |
(18,9; 22,6) |
103 (16,8) |
(15,2; 18,4) |
|
Sudeste |
61 (54,4) |
(49,6; 59,1) |
6 (39,9) |
(39,4; 40,4) |
24 (28,6) |
(26,4; 30,8) |
89 (45,3) |
(41,4; 49,3) |
|
Sul |
38 (24,9) |
(22,3; 27,7) |
9 (22,0) |
(21,8; 22,2) |
37 (33,6) |
(29,4; 38,1) |
77 (27,2) |
(24,3; 30,3) |
|
Centro-Oeste |
18 (4,6) |
(4,1; 5,2) |
3 (14,2) |
(14,1; 14,3) |
17 (10,2) |
(6,7; 15,4) |
35 (6,4) |
(5,0; 8,2) |
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Raça/cor |
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Branca |
87 (52,5) |
(45,7; 59,2) |
11 (43,0) |
(39,2; 47) |
63 (44,5) |
(37,3; 51,9) |
155 (49,5) |
(43,1; 55,8) |
|
Parda |
87 (41,3) |
(34,8; 48,1) |
16 (30,0) |
(26,1; 34,3) |
87 (46,7) |
(38,9; 54,6) |
183 (43,3) |
(36,6; 50,3) |
|
Preta |
13 (6,0) |
(4,7; 7,8) |
3 (15,8) |
(15,6; 15,9) |
10 (5,6) |
(4,8; 6,5) |
24 (5,9) |
(4,0; 8,8) |
|
Outras |
2 (0,2) |
(0; 0,9) |
1 (11,2) |
(11,1; 11,3) |
5 (3,3) |
(0,7; 14,7) |
7 (1,3) |
(0,3; 5,2) |
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Residência |
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Urbana |
168 (93,3) |
(92,5; 93,9) |
26 (86,5) |
(85,8; 87,2) |
136 (90,3) |
(89,5; 91,1) |
316 (91,4) |
(90,5; 92,2) |
|
Rural |
21 (6,7) |
(6,1; 7,5) |
5 (13,5) |
(12,8; 14,2) |
29 (9,7) |
(8,9; 10,5) |
53 (8,6) |
(7,8; 9,5) |
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Escolaridade |
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SI/FI |
47 (22,1) |
(18,2; 26,5) |
10 (33,6) |
(29,2; 38,2) |
73 (51,2) |
(42,9; 59,4) |
123 (32,3) |
(27,4; 37,7) |
|
FC |
26 (20,8) |
(16,9; 25,2) |
6 (14,7) |
(11,3; 18,7) |
17 (9,4) |
(8,3; 10,7) |
46 (15,6) |
(11,6; 20,5) |
|
MC |
68 (26,0) |
(20,9; 31,8) |
11 (47,9) |
(47,5; 48,3) |
57 (31,8) |
(26,3; 37,9) |
131 (29,8) |
(24,5; 35,8) |
|
SC ou mais |
48 (31,2) |
(24,3; 39) |
4 (3,8) |
(2,4; 6) |
18 (7,6) |
(4; 14,1) |
69 (22,3) |
(16,5; 29,4) |
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Renda domiciliar per capita |
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≤ 1 SM |
89 (44,3) |
(39,0; 49,7) |
16 (63,2) |
(58,9; 67,4) |
108 (63,9) |
(56,1; 71,1) |
204 (52,0) |
(45,9; 57,9) |
|
> 1 e ≤ 2 SM |
47 (25,3) |
(20,7; 30,5) |
9 (32,0) |
(31,7; 32,3) |
39 (25,2) |
(19,0; 32,8) |
91 (25,2) |
(20,8; 30,1) |
|
> 2 SM |
53 (30,4) |
(23,4; 38,5) |
6 (4,8) |
(2,0; 10,8) |
18 (10,8) |
(8,9; 13,1) |
74 (22,9) |
(17,6; 29,2) |
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Obesidade segundo o IMC |
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Não (< 30 kg/m²) |
136 (70,5) |
(64,3; 76,1) |
18 (54,1) |
(58,0; 18,0) |
117 (69,3) |
(61,3; 76,4) |
263 (70,7) |
(64,8; 75,9) |
|
Sim (≥30 kg/m²) |
53 (29,5) |
(23,9; 35,7) |
13 (45,9) |
(49,9; 13,0) |
47 (30,7) |
(23,6; 38,7) |
105 (29,3) |
(24,1; 35,2) |
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Legendas: acontagem e percentual de coluna ponderado de cada categoria; IC95% = intervalo de confiança de 95%; SI = sem instrução; FI = fundamental incompleto; FC = fundamental completo; MC = médio completo; SC = superior completo ou mais; SM = salários-mínimos; IMC = índice de massa corporal; quaisquer = um dos três tipos de câncer (mama, ovário, colo do útero); outras raças = amarela e indígena.
Mais de 40% das mulheres com câncer consumiram molhos (margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados) no dia anterior à pesquisa. Aproximadamente, uma em cada três consumiu pão (pão de forma, pão de cachorro-quente ou de hambúrguer), doces (sorvete, chocolate, gelatina, flan ou outra sobremesa industrializada) ou refrigerantes. Aproximadamente 1/5 consumiu embutidos (salsicha, linguiça, mortadela ou presunto), sucos (suco de fruta em lata ou caixa ou preparados a partir de uma mistura em pó) ou salgadinhos (snacks salgados ou bolachas embaladas). Os demais tipos de AUP foram consumidos por menos de 15% das mulheres (Tabela 2).
Tabela 2. Frequência de consumo de AUP. Mulheres brasileiras adultas (20-59 anos). PNS, 2019
Tipos de alimentos ultraprocessados |
População (n=48.591) |
Diagnóstico de câncer |
||||||||
Mama |
Ovário |
Colo do útero |
Mama/ovário/colo do útero (n=369) |
|||||||
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
|
Refrigerante |
31,4 |
(30,5; 32,3) |
26,0 |
(22,8; 29,5) |
36,7 |
(32,4; 41,3) |
30,8 |
(24,4; 38,1) |
28,3 |
(23,6; 33,5) |
|
||||||||||
Suco de fruta em caixinha/lata ou refresco em pó |
24,2 |
(23,3; 25,2) |
20,0 |
(16,2; 24,3) |
24,2 |
(24,0; 24,4) |
25,1 |
(21,9; 28,6) |
19,9 |
(16,3; 24,0) |
|
||||||||||
Bebida achocolatada ou iogurte com sabor |
16,7 |
(15,9; 17,4) |
13,3 |
(9,4; 18,6) |
15,2 |
(15,1; 15,4) |
13,0 |
(11,1; 15,2) |
11,3 |
(7,5; 16,6) |
|
||||||||||
Salgadinho de pacote ou biscoito/bolacha salgada |
24,9 |
(24,0; 25,7) |
19,6 |
(15,1; 25,1) |
2,5 |
(2,5; 2,6) |
19,8 |
(14,6; 26,2) |
18,3 |
(13,9; 23,7) |
|
||||||||||
Biscoito/bolacha doce ou recheado ou bolo de pacote |
23,6 |
(22,7; 24,5) |
13,6 |
(9,2; 19,8) |
2,4 |
(2,4; 2,5) |
13,9 |
(10,8; 17,6) |
13,5 |
(9,7; 18,5) |
|
||||||||||
Sorvete, chocolate, gelatina, flan ou outra sobremesa industrializada |
23,0 |
(22,1; 23,9) |
36,2 |
(28,0; 45,3) |
27,8 |
(27,6; 28,1) |
16,2 |
(13,0; 20,0) |
28,5 |
(22,0; 35,9) |
|
||||||||||
Salsicha, linguiça, mortadela ou presunto |
25,4 |
(24,5; 26,2) |
20,6 |
(17,9; 23,5) |
16,0 |
(14,1; 18) |
21,3 |
(14,1; 30,9) |
21,3 |
(16,0; 27,8) |
|
||||||||||
Pão de forma, de cachorro-quente ou de hambúrguer |
30,4 |
(29,5; 31,4) |
27,2 |
(21,1; 34,2) |
33,9 |
(32,0; 35,8) |
26,5 |
(18,5; 36,4) |
28,6 |
(22,4; 35,8) |
|
||||||||||
Margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados |
48,5 |
(47,5; 49,5) |
44,5 |
(37,1; 52,2) |
55,6 |
(55,1; 56,0) |
36 |
(31,1; 41,1) |
42,9 |
(36,6; 49,4) |
|
||||||||||
Macarrão instantâneo, sopa de pacote, lasanha congelada ou outro prato congelado comprado pronto industrializado |
6,4 |
(5,9; 6,8) |
5,0 |
(2,4; 10,2) |
26,6 |
(26,3; 26,8) |
17,7 |
(10,7; 27,8) |
9,6 |
(5,6; 15,9) |
Legenda: IC95% = intervalo de confiança de 95%.
Entre as mulheres brasileiras adultas, 14,6% consumiram cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior à entrevista. Entre as com diagnóstico de câncer, essa prevalência foi 7,8% e, das com câncer de ovário, 24,1% consumiram cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior à entrevista (Tabela 3).
Tabela 3. Distribuição da pontuação de AUP. Mulheres brasileiras adultas (20-59 anos). PNS, 2019
Tipos
|
População (n=48.591) |
Diagnóstico prévio de câncer |
||||||||
Mama |
Ovário |
Colo do útero |
Mama/ovário/colo do útero (n=369) |
|||||||
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
|
Contagem |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
0 |
13,7 |
(13,1; 14,3) |
15,7 |
(12,2; 20,1) |
27,9 |
(23,9; 32,3) |
18,9 |
(14,6; 24) |
17,0 |
(14,0; 20,5) |
1 |
19,5 |
(18,8; 20,2) |
23,1 |
(15,2; 33,5) |
12,8 |
(9,1; 17,7) |
17,5 |
(14,4; 21,1) |
21,4 |
(15,5; 28,7) |
2 |
21,4 |
(20,6; 22,2) |
18,1 |
(15,8; 20,6) |
12,8 |
(12,7; 12,9) |
26,1 |
(20; 33,3) |
21,2 |
(17,5; 25,5) |
3 |
17,9 |
(17,2; 18,7) |
20,5 |
(16,6; 24,9) |
19,4 |
(17,5; 21,4) |
21,3 |
(13,9; 31,3) |
21,2 |
(17,1; 26,0) |
4 |
12,8 |
(12,2; 13,5) |
15,5 |
(10,8; 21,7) |
3,1 |
(3,1; 3,1) |
6,7 |
(6,0; 7,5) |
11,3 |
(7,8; 16,0) |
5 |
7,6 |
(7,1; 8,1) |
4,2 |
(1,8; 9,4) |
12,2 |
(12,1; 12,3) |
5,7 |
(3,3; 9,5) |
3,7 |
(1,8; 7,7) |
6 |
3,4 |
(3,1; 3,8) |
0,4 |
(0,1; 1,6) |
11,9 |
(11,8; 12) |
0,6 |
(0,2; 1,5) |
1,4 |
(1,1; 1,9) |
7 |
1,9 |
(1,7; 2,3) |
0,2 |
(0,2; 0,2) |
.. |
.. |
0,7 |
(0,6; 0,7) |
0,3 |
(0,2; 0,6) |
8 |
0,9 |
(0,7; 1,1) |
2,4 |
(1,5; 3,7) |
.. |
.. |
<0,1 |
(0,0; 0,2) |
1,5 |
(0,3; 7,0) |
9 |
0,5 |
(0,4; 0,7) |
.. |
.. |
.. |
.. |
2,5 |
(2,4; 2,8) |
0,9 |
(0,1; 6,3) |
10 |
0,3 |
(0,2; 0,4) |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
Legenda: IC95% = intervalo de confiança de 95%.
Em mulheres com câncer, a maior prevalência de consumo de cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior à pesquisa foi nas com menos de 40 anos (28,0%), residentes no Norte e Sul (23,2%), em zonas urbanas (8,3%), de raça branca (8,3%), com escolaridade inferior ao ensino médio completo (25,5%) e com renda ≤ dois salários-mínimos (19,6%) (Tabela 4).
Tabela 4. Consumo de cinco ou mais tipos de AUP, segundo as características sociodemográficas. Mulheres brasileiras adultas (20-59 anos). PNS, 2019
|
População (n=48.591)
|
Consumo de cinco ou mais tipos de AUP |
||||||||
|
Mama (n=189) |
Ovário (n=31) |
Colo do útero (n=165) |
Mama/ovário/colo do útero (n=369) |
||||||
Características |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
% |
(IC95%) |
Faixa etária |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
20-29 |
20,9 |
(19,2; 22,7) |
.. |
.. |
.. |
.. |
30,1 |
(21,3; 40,5) |
11,3 |
(7,9; 16,0) |
30-39 |
16,4 |
(15,0; 17,8) |
18,5 |
(12,5; 26,5) |
.. |
.. |
3,2 |
(2,4; 4,2) |
8,8 |
(2,5; 26,4) |
40-49 |
12,4 |
(11,0; 13,9) |
4,3 |
(1,4; 12,5) |
38,1 |
(36,0; 40,2) |
7,2 |
(1,4; 29,1) |
7,9 |
(4,4; 13,8) |
50-59 |
8,8 |
(7,8; 10,0) |
6,4 |
(2,6; 15,1) |
30,9 |
(29,2; 32,6) |
15,6 |
(15,0; 16,3) |
7,2 |
(2,8; 17,3) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Região |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Norte |
12,0 |
(10,8; 13,3) |
6,4 |
(6,0; 6,9) |
.. |
.. |
16,0 |
(9,7; 25,3) |
11,5 |
(6,5; 19,6) |
Nordeste |
9,0 |
(8,2; 9,9) |
6,8 |
(1,4; 27,3) |
3,8 |
(3,8; 3,8) |
4,5 |
(4,2; 4,7) |
5,7 |
(2,0; 14,9) |
Sudeste |
17,1 |
(15,7; 18,7) |
3,8 |
(0,8; 16,4) |
58,3 |
(57,2; 59,5) |
18,4 |
(18,4; 18,5) |
7,0 |
(2,9; 16,1) |
Sul |
20,7 |
(19,0,22,5) |
15,9 |
(12,2; 20,4) |
.. |
.. |
6,1 |
(1,4; 23,1) |
11,7 |
(4,8; 25,6) |
Centro-Oeste |
12,7 |
(11,3; 14,2) |
.. |
.. |
.. |
.. |
1,7 |
(1,1; 2,7) |
1,0 |
(0,7; 1,2) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Raça/cor |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Branca |
15,7 |
(14,5; 16,9) |
6,6 |
(2,8; 14,9) |
54,1 |
(49,6; 58,6) |
12,3 |
(7,2; 20,2) |
8,3 |
(4,5; 14,9) |
Parda |
13,8 |
(12,8; 14,9) |
7,2 |
(4,6; 11,0) |
2,6 |
(2,2; 3,0) |
8,7 |
(6,8; 11,1) |
7,7 |
(3,2; 17,4) |
Preta |
14,4 |
(12,6; 16,3) |
11,3 |
(1,7; 48,8) |
.. |
.. |
.. |
.. |
7,1 |
(1,0; 36,5) |
Outras |
17,2 |
(12,1; 23,8) |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
.. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Residência |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Urbana |
15,6 |
(14,8; 16,5) |
7,6 |
(4,5; 12,7) |
27,8 |
(27,7; 27,9) |
9,7 |
(6,8; 13,5) |
8,3 |
(4,8; 14,0) |
Rural |
7,7 |
(6,7; 8,8) |
.. |
.. |
.. |
.. |
8,1 |
(8,0; 8,3) |
3,2 |
(3,0; 3,4) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Escolaridade |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
SI/FI |
11,3 |
(9,9; 12,8) |
5,7 |
(1,5; 19,2) |
.. |
.. |
2,9 |
(1,9; 4,3) |
4,0 |
(1,7; 9,2) |
FC |
15,6 |
(13,9; 17,4) |
11,4 |
(3,2; 33,1) |
77,7 |
(53,9; 91,2) |
31,2 |
(28,3; 34,2) |
10,1 |
(3,0; 28,8) |
MC |
17,5 |
(16,2; 18,8) |
5,4 |
(3,8; 7,5) |
24,8 |
(24,8; 24,8) |
14,2 |
(7,3; 25,8) |
11,4 |
(5,7; 21,7) |
SC ou mais |
12,9 |
(11,5; 14,5) |
6,7 |
(4,8; 9,3) |
20,1 |
(12,5; 30,8) |
7,7 |
(4,1; 14,2) |
7,1 |
(1,7; 25,5) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Renda domiciliar per capita |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
≤ 1 SM |
14,4 |
(13,5; 15,4) |
9,7 |
(7,1; 13,2) |
.. |
.. |
3,5 |
(2,6; 4,7) |
6,7 |
(3,1; 14,0) |
> 1 e ≤ 2 SM |
16,3 |
(14,8; 17,9) |
9,9 |
(2,4; 33,1) |
72,8 |
(72,8; 72,8) |
18,6 |
(9,9; 32,1) |
12,9 |
(6,1; 25,3) |
> 2 SM |
13,3 |
(11,8; 15,0) |
1,0 |
(0,6; 1,8) |
16,1 |
(6,7; 34,2) |
24 |
(19,8; 28,7) |
5,1 |
(0,9; 23,0) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Legendas: AUP = alimentos ultraprocessados; IC95% = intervalo de confiança de 95%; SI = sem instrução; FI = fundamental incompleto; FC = fundamental completo; MC = médio completo; SC = superior completo ou mais; SM = salários-mínimos; quaisquer = um dos três tipos de câncer (mama, ovário, colo do útero); outras raças = amarela e indígena.
A prevalência do consumo de cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior foi maior entre mulheres com câncer de ovário nos modelos ajustados por aspectos sociodemográficos (RP=2,33, IC95%: 1,23; 4,41), outros cânceres (RP=4,14, IC95%: 1,89; 9,05), doenças crônicas (RP=2,91, IC95%: 1,42; 5,97) e obesidade (RP=2,93, IC95%: 1,41; 6,11). Quando estratificadas pelo IMC, a prevalência do consumo foi maior entre as com câncer de ovário com IMC<30kg/m2 (RP=4,65, IC95%: 2,48; 8,73) e menor entre as com qualquer das neoplasias (RP=0,43, IC95%: 0,26; 0,71). Entre as mulheres com obesidade (IMC≥30kg/m2), a prevalência do consumo de cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior foi maior nas com câncer do colo do útero (RP=6,37, IC95%: 1,46; 27,68) (Tabela 5).
Tabela 5. Associação ajustada entre diagnóstico prévio de cânceres e o consumo de cinco ou mais tipos de AUP no dia anterior. PNS, 2019
Câncer |
Modelo 1 |
Modelo 2 |
Modelo 3 |
Modelo 4 |
Modelo 5 IMC < 30 kg/m2 IMC ≥ 30 kg/m2 |
|||||||
RP |
(IC95%) |
RP |
(IC95%) |
RP |
(IC95%) |
RP |
(IC95%) |
RP |
(IC95%) |
RP |
(IC95%) |
|
Mama
|
0,42 |
(0,17; 1,03) |
0,63 |
(0,21; 1,84) |
0,61 |
(0,21; 1,76) |
0,61 |
(0,21; 1,73) |
0,77 |
(0,32; 1,83) |
0,50 |
(0,18; 1,38) |
Ovário
|
2,33 |
(1,23; 4,41) |
4,14 |
(1,89; 9,05) |
2,91 |
(1,42; 5,97) |
2,93 |
(1,41; 6,11) |
4,65 |
(2,48; 8,73) |
2,97 |
(0,78; 11,29) |
Colo do útero
|
0,92 |
(0,37; 2,30) |
1,68 |
(0,58; 4,88) |
1,49 |
(0,49; 4,52) |
1,49 |
(0,51; 4,40) |
0,55 |
(0,20; 1,54) |
6,37 |
(1,46; 27,68) |
Mama/ovário/colo do útero
|
0,42 |
(0,23; 0,78) |
0,42 |
(0,23; 0,78) |
0,40 |
(0,22; 0,72) |
0,40 |
(0,22; 0,72) |
0,43 |
(0,26; 0,71) |
0,37 |
(0,22; 0,62) |
Legendas: RP = razão de prevalência; IC95% = intervalo de confiança de 95%.
Nota: Modelo 1 = ajustado pelos aspectos sociodemográficos; Modelo 2 = ajustado por aspectos sociodemográficos e outros cânceres. Modelo 3 = ajustado por aspectos sociodemográficos, outros cânceres e doenças crônicas (diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares); Modelo 4 = ajustado por aspectos sociodemográficos, outros cânceres, doenças crônicas e obesidade; Modelo 5 = estratificado pela presença de obesidade e ajustado por aspectos sociodemográficos, outros cânceres e doenças crônicas.
DISCUSSÃO
Até onde se sabe este é o primeiro estudo nacional que apresenta resultados sobre o consumo alimentar com base no escore NOVA de consumo de AUP entre mulheres com câncer de mama, ovário e colo do útero, em amostra representativa da população brasileira. Os achados apontam que, mesmo após o diagnóstico de câncer, quase 8% das mulheres consumiram cinco ou mais AUP no dia anterior à pesquisa. E, entre as com câncer de ovário, essa prevalência ultrapassou 24% das mulheres. Somado a isso, a presença da obesidade modificou a relação entre ter câncer e consumo de AUP.
Hábitos de vida e modificações na alimentação após o diagnóstico de câncer são comportamentos potencialmente importantes, por meio dos quais os sobreviventes podem proteger e promover seu bem-estar e longevidade23. No entanto, muitos desses sobreviventes costumam ter a alimentação marcada por consumo inadequado de determinados grupos alimentares ou nutrientes, como a baixa ingestão de grãos integrais e ácidos graxos saudáveis, além do ganho de peso indesejado24. O consumo de AUP têm causado bastante preocupação quanto ao seu impacto na saúde da população para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), a exemplo das neoplasias13, pois o incremento de 10% de calorias provenientes de AUP aumenta em 11% o risco de câncer de mama e em 13 % o câncer em geral3. Estudos indicam que o consumo regular de AUP está associado à recidiva do câncer, e contribui para a mortalidade por essas neoplasias5,25.
Ademais, o maior consumo de AUP também tem relação com a pior qualidade de vida da mulher sobrevivente do câncer, e mostra associação com fadiga, em que um incremento de 5% nas calorias provenientes de AUP aumenta a fadiga total, subjetiva e relacionada à atividade física26. Neste estudo, não foi avaliada a relação entre o consumo de AUP e a qualidade de vida das mulheres, mas considera-se que estudos futuros possam direcionar sua atenção para esse objetivo, possibilitando que intervenções para melhorar o estilo de vida dessas pacientes sejam multimodais e envolvam não apenas a alimentação, mas a prática de atividade física e a saúde mental27.
A relação entre o consumo de AUP e o câncer vem sendo expandida nos últimos cinco anos, com mais de 160 publicações que ainda trazem resultados contraditórios. Uma metanálise com mais de 104.980 participantes aponta que o aumento de 10% no consumo de AUP eleva em 10% o risco de câncer geral e 11% o de câncer de mama28. Estudo europeu prospectivo, com mais de meio milhão de participantes, idade entre 40 e 69, verificou que o aumento de 10% no consumo de AUP foi associado a incremento na mortalidade por câncer de mama e ovário em 16% e 30%, respectivamente29.
Os AUP são produtos intencionalmente produzidos para terem alta palatabilidade, praticidade e aceitação e, por isso, são ricos em calorias, açúcares adicionados, grãos refinados, gorduras não saudáveis e sódio, além de pobres em nutrientes na sua composição30. O consumo de AUP impulsiona modificações metabólicas que podem influenciar os mecanismos homeostáticos de regulação do peso corporal e criar uma microbiota intestinal propícia à proliferação de micro-organismos que promovem doenças inflamatórias por meio de alterações na função da barreira intestinal31, aumentando, assim, o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e câncer32.
No presente estudo, analisou-se o consumo de AUP utilizando o escore NOVA, que já tem alguns trabalhos desenvolvidos no Brasil, mas nenhum deles com indivíduos com câncer. Os trabalhos que usam o escore NOVA mostram que o consumo de mais de cinco produtos ultraprocessados acontece entre 15% e 17,7% das populações avaliadas14,15, o que corrobora estes achados para as mulheres adultas brasileiras com câncer (14,6%). Nas mulheres com câncer de ovário, essa prevalência de consumo foi mais expressiva (24,1%). Foi evidenciado ainda que observar a prevalência de consumo de AUP a partir das neoplasias agregadas pode conduzir a percepções que não se aplicam a cada uma delas vistas em separado. Esses achados direcionam estudos futuros sobre o consumo de AUP em pacientes com câncer, por sítios oncológicos específicos.
É preciso destacar no cuidado do paciente sobrevivente do câncer a importância do cumprimento das orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira30 para a prevenção da recidiva, que envolvem recomendações para uma alimentação saudável, e consideram os alimentos em seu contexto cultural e social, contribuindo também para práticas alimentares sustentáveis. Além disso, ressaltam-se as recomendações do III Relatório de Especialistas do Fundo Mundial de Pesquisa em Câncer33, que apontam a importância de um estilo de vida saudável para a prevenção da doença, e envolvem a adoção de hábitos alimentares saudáveis, manutenção do peso e prática regular de atividade física.
Os resultados do presente estudo apontam a necessidade de estratégias nutricionais específicas para pacientes sobreviventes do câncer, as quais dependem da construção e implementação efetiva de políticas públicas com foco na saúde integral da mulher. Nesse contexto, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças e Agravos não Transmissíveis (Dant)34 apresenta metas fundamentais para a redução da morbimortalidade por neoplasias no Brasil, entre elas, “reduzir a mortalidade prematura (30 a 69 anos) por câncer de mama em 10%”, “reduzir a mortalidade prematura (30 a 69 anos) por câncer do colo do útero em 20%”, “reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados”, “reduzir em 30% o consumo regular de bebidas adoçadas”, entre outras previstas.
O presente estudo apresenta limitações, pois foram utilizados dados secundários, cujo planejamento e coleta não foram estruturados especificamente para o objetivo aqui descrito. Ademais, o diagnóstico prévio dos cânceres investigados é passível de viés de detecção, com participação de mulheres com mais chances de diagnósticos, ou em diferentes fases da sobrevivência, ou com sintomas mais graves da doença, ou com maior acesso aos serviços de saúde, a depender da realidade sociodemográfica. Considerando essa possibilidade, foram realizados ajustes em regressão múltipla por aspectos demográficos e socioeconômicos, com destaque para renda e escolaridade. Além disso, é pertinente evocar que o diagnóstico prévio foi utilizado para verificar diferenças entre o consumo das pessoas diagnosticadas, e não foram feitas inferências causais direcionando o consumo alimentar aos cânceres.
Com relação às informações sobre o consumo alimentar das mulheres, é necessário destacar que envolve algum grau de viés de memória. E, para minimizá-lo, foram preferidas as questões relativas ao consumo alimentar no dia anterior à pesquisa, reduzindo a probabilidade de esquecimento em virtude da proximidade temporal entre consumo e entrevista. Por outro lado, o fato de trazer resultados sobre o consumo de AUP com base no escore NOVA das mulheres sobreviventes de cânceres é o ponto forte do presente estudo, por ser o primeiro estudo nacional que apresenta esses resultados e pode direcionar estudos futuros e a aplicação de intervenções para esse público no sentido de auxiliar escolhas alimentares que impactam de forma positiva na sobrevida global dessas mulheres.
CONCLUSÃO
A análise dos dados da PNS-2019 realizada pelo presente estudo revela que 7,8% das pacientes com câncer consomem cinco ou mais tipos de AUP, com prevalência mais alta entre as com câncer de ovário e mulheres com menos de 40 anos. E mostra que a relação entre o consumo de AUP e o câncer varia de acordo com o IMC e o tipo de câncer, destacando maiores prevalências entre mulheres com obesidade e aquelas diagnosticadas com câncer do colo do útero. Tais resultados sublinham a importância de monitorar a dieta de sobreviventes de câncer e sugerem a necessidade de intervenções dietéticas para melhorar a saúde desses pacientes.
AGRADECIMENTOS
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e ao Ministério da Saúde (MS) pelo apoio financeiro.
CONTRIBUIÇÕES
Sara Maria Moreira Lima Verde, Soraia Pinheiro Machado e Ilana Nogueira Bezerra contribuíram na concepção e no planejamento do estudo; na interpretação dos dados; na redação e revisão crítica. Larissa Fortunato Araújo contribuiu na concepção do estudo; na análise e interpretação dos dados; e na revisão crítica. Italo Wesley Oliveira Aguiar contribuiu na obtenção, análise e interpretação dos dados; na redação e revisão crítica. Fernando Natalense da Costa contribuiu na redação e revisão crítica. Priscilla de Lima Carneiro contribuiu na concepção; na redação e revisão crítica. Todos os autores aprovaram a versão final a ser publicada.
DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES
Nada a declarar.
FONTES DE FINANCIAMENTO
Chamada do Programa de Pesquisa para SUS (PPSUS): Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS – Chamada 02/2020). Número do processo: 07900143/2022.
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Recebido em 30/8/2024
Aprovado em 3/12/2024
Editora-associada: Livia Costa de Oliveira. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-5052-1846
Editora-científica: Anke Bergmann. Orcid iD: https://orcid.org/0000-0002-1972-8777
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