Avaliação do Grau de Ansiedade, Depressão e Motivação dos Fumantes que Procuraram Tratamento para Deixar de Fumar no Distrito Federal
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2011v57n3.669Palavras-chave:
Abandono do Uso de Tabaco, Ansiedade, Depressão, MotivaçãoResumo
Introdução: Ansiedade, depressão e baixa motivação podem interferir no sucesso do tratamento do tabagismo. Objetivo: Avaliar o grau de ansiedade, depressão e motivação dos fumantes atendidos no Distrito Federal. Método: Estudo transversal, envolvendo 1.233 fumantes atendidos em 19 Centros de Referência. Instrumentos utilizados: Hospital Anxiety and Depression Scale, teste de motivação de Richmond e ficha com dados sociodemográficos. Para análise dos dados, foi utilizado, quando pertinente, teste t de Student, qui-quadrado e correlação de Spearman. Resultados: Mulheres apresentaram maiores graus de ansiedade (p<0,01), depressão (p<0,01), e de motivação (p<0,01) para deixar de fumar, quando comparadas com os homens. Não houve diferença entre motivação e as variáveis sociodemográficas (p>0,05). Baixa renda e baixa escolaridade foram associadas aos níveis de ansiedade (p<0,01 e p<0,03) e depressão (p<0,01 e p<0,04). Idade de início do tabagismo foi associada ao nível de depressão; quanto mais jovem o início do tabagismo, maior probabilidade de depressão (p<0,02). Não houve correlação entre número de cigarros/dia e grau de motivação para deixar de fumar, com níveis de ansiedade e depressão. A motivação não foi associada aos níveis de ansiedade e depressão. Conclusão: Houve associação entre os níveis de ansiedade, depressão e tabagismo. Cerca de 30% dos fumantes apresentaram níveis prováveis de ansiedade e depressão; destes, 50% tinham motivação elevada para deixar de fumar, principalmente as mulheres. Esses achados apontam para a importância da avaliação desses sintomas e da motivação, no início do tratamento, para elevar as taxas de cessação.