Tendência Temporal e Distribuição Espacial da Mortalidade por Câncer de Boca em Sergipe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n2.2087

Palavras-chave:

neoplasias bucais/mortalidade, análise espaço-temporal, análise espacial, estudos ecológicos, demografia

Resumo

Introdução: Anualmente, no Brasil, 15 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de boca, e quase metade delas morre. Sergipe está entre os sete Estados brasileiros com maiores índices. Objetivo: Analisar a tendência temporal e a distribuição espacial da mortalidade por câncer de boca em Sergipe entre 2007 e 2016. Método: Estudo ecológico de série temporal de base populacional, utilizando técnicas de análise espacial. Os dados de mortalidade foram obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). A análise das tendências temporais foi realizada no modelo de regressão de Joinpoint por meio da regressão de Poisson. Foram realizadas análises espaciais utilizando o estimador de intensidade Kernel e os índices de Moran Global e Local. Resultados: Foram analisadas 543 mortes por câncer de boca. Os casos mais frequentes ocorreram em homens (74%), com idade média de 64 anos e baixa escolaridade. As taxas de mortalidade global (variação percentual anual ‒ APC=2,5; IC 95% 0,9-6,7) e masculina (APC=2,96; IC 95% 1,2-5,6) aumentaram. Houve também uma tendência crescente de mortalidade por câncer na língua (APC=10,05; IC 95% 3,8-16,7). A mortalidade relacionada a outras localizações anatômicas foi estável. Houve concentração de óbitos nas Regiões Metropolitana, Centro-Sul e Centro-Agreste. Conclusão: Durante o período analisado, a taxa de mortalidade geral mostrou uma tendência crescente, com concentração nas Regiões Centro-Sul, Central e Metropolitana, sendo necessário manter medidas de prevenção e controle contra o câncer de boca em todo o Estado de Sergipe.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2018;68(6):394-424. doi: https://doi.org/10.3322/caac.21492 DOI: https://doi.org/10.3322/caac.21492

Moro JS, Maroneze MC, Ardenghi TM, et al. Oral and oropharyngeal cancer: epidemiology and survival analysis. Einstein (São Paulo). 2018;16(2):eAO4248. doi: https://doi.org/10.1590/s1679-45082018ao4248 DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-45082018ao4248

Aquino RCA, Lima MLLT, Menezes CRCX, et al. Aspectos epidemiológicos da mortalidade por câncer de boca: conhecendo os riscos para possibilitar a detecção precoce das alterações na comunicação. Rev CEFAC. 2015;17(4):1254-61. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0216201517414914 DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0216201517414914

Atlas de Mortalidade por Câncer [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. c1996-2014 - . Taxas de mortalidade por câncer, brutas e ajustadas por idade, pelas populações mundial e brasileira, por 100.000, segundo sexo, localidade e período selecionado; [acesso 2018 dez 18]. Disponível em: https://mortalidade.inca.gov.br/MortalidadeWeb/pages/Modelo05/consultar.xhtml#panelResultado

Martins Filho PRS, Santos TS, Silva LCF, et al. Oral cancer in Brazil: a secular history of Public Health Policies. Rev Gaúcha Odontol. 2014;62(2):159-64. doi: https://doi.org/10.1590/1981-8637201400020000091688 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-8637201400020000091688

Martins JD, Mascarenhas Andrade JO, Freitas VS, et al. Determinantes sociais de saúde e a ocorrência de câncer oral: uma revisão sistemática de literatura. Rev Salud Pública. 2015;16(5):786-98. doi: http://doi.org/10.15446/rsap.v16n5.40083 DOI: https://doi.org/10.15446/rsap.v16n5.40083

Almeida FCS, Cazal C, Nunes FD, et al. Fatores prognósticos no câncer de boca. Rev Bras Cienc Saude. 2011;15(4):471-8. DOI: https://doi.org/10.4034/RBCS.2011.15.04.14

Haraj NE, Bouri H, El Aziz S, et al. Evaluation of the quality of life in patients followed for differentiated cancer of the thyroid. Ann Endocrinol (Paris). 2019;80(1):26-31. doi: https://doi.org/10.1016/j.ando.2018.01.003 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ando.2018.01.003

Instituto Nacional de Câncer. Atlas de mortalidade por câncer no Brasil 1979-1999. Rio de Janeiro: INCA; 2002.

Czeresnia D, Ribeiro AM. O conceito de espaço em epidemiologia: uma interpretação histórica e epistemológica. Cad Saúde Pública. 2000;16(3):595-617. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2000000300002 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2000000300002

Cidades@ [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. c2017 - [acesso 2017 dez 18]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/

American Cancer Society [Internet]. Atlanta: American Cancer Society; c2022. What is a cancer of unknown primary? [revised 2018 Mar 9; cited 2019 Jan 2]. Available from: https://www.cancer.org/cancer/cancer-unknown-primary/about/cancer-of-unknown-primary.html

Ministério da Saúde; Fundação Nacional de Saúde. Manual de instruções para o preenchimento da declaração de óbito. 3. ed. Brasilia (DF): Ascom; 2001.

SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade [Internet]. Versão 3.2.1.2. Brasília, DF: DATASUS. [data desconhecida] - [acesso 2017 maio 10]. Disponível em: http://sim.saude.gov.br/default.asp

Organização Mundial da Saúde. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. São Paulo: Edusp; 2008.

Google Earth. 2017. Sergipe. [acesso 2017 ago 2]. Disponível em: https://earth.google.com/web/

Parzen E. On estimation of a probability density function and mode. Ann Math Statist. 1962;33(3):1065-76. doi: https://doi.org/10.1214/aoms/1177704472 DOI: https://doi.org/10.1214/aoms/1177704472

Chen Y. New approaches for calculating Moran’s index of spatial autocorrelation. PLoS One. 2013;8(7):e68336. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0068336 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0068336

Moran PAP. The interpretation of statistical maps. J R Stat Soc Series B Stat Methodol [Internet]. 1948 [cited 2018 May 12];10(2):243-51. Available from: https://www.jstor.org/stable/2983777 DOI: https://doi.org/10.1111/j.2517-6161.1948.tb00012.x

Santos MB, Santos AD, Barreto AS, et al. Clinical and epidemiological indicators and spatial analysis of leprosy cases in patients under 15 years old in an endemic area of Northeast Brazil: an ecological and time series study. BMJ Open. 2019;9(7):e023420. doi: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-023420 DOI: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-023420

Fischer M, Scholten H, Unwin D. Spatial analytical perspectives on GIS. London: Routledge; 1996.

Le Campion ACOV, Santos KCB, Carmo ES, et al. Caracterização do atraso no diagnóstico do câncer de boca e orofaringe em dois centros de referência. Cad Saúde Colet. 2016;24(2):178-84. doi: https://doi.org/10.1590/1414-462X201600020004 DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462X201600020004

Bonfante GMS, Machado CJ, Souza PEA, et al. Sobrevida de cinco anos e fatores associados ao câncer de boca para pacientes em tratamento oncológico ambulatorial pelo Sistema Único de Saúde, Brasil. Cad Saude Publica. 2014;30(5):983-97. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00182712 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00182712

Marur S, Forastiere AA. Head and neck cancer: changing epidemiology, diagnosis, and treatment. Mayo Clin Proc. 2008;83(4):489-501. doi: https://doi.org/10.4065/83.4.489 DOI: https://doi.org/10.4065/83.4.489

Ng JH, Iyer NG, Tan MH, et al. Changing epidemiology of oral squamous cell carcinoma of the tongue: a global study. 2017;39(2):297-304. doi: https://doi.org/10.1002/hed.24589 DOI: https://doi.org/10.1002/hed.24589

Perea LME, Peres MA, Boing AF, et al. Tendência de mortalidade por câncer de boca e faringe no Brasil no período 2002-2013. Rev Saude Publica. 2018;52:10. doi: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000251 DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000251

Brandizzi D, Gandolfo M, Velazco ML, et al. Clinical features and evolution of oral cancer: a study of 274 cases in Buenos Aires, Argentina. Med Oral Patol Oral Cir Bucal [Internet]. 2008 [cited 2018 May 12];13(9):E544-8. Available from: http://www.medicinaoral.com/pubmed/medoralv13_i9_pE544.pdf

Nguyen NP, Chi A, Nguyen LM, et al. Human papillomavirus-associated oropharyngeal cancer: a new clinical entity. QJM. 2010;103(4):229-36. doi: https://doi.org/10.1093/qjmed/hcp176 DOI: https://doi.org/10.1093/qjmed/hcp176

Kabeya M, Furuta R, Kawabata K, et al. Prevalence of human papillomavirus in mobile tongue cancer with particular reference to young patients. Cancer Sci. 2012;103(2):161-8. doi: https://doi.org/10.1111/j.1349-7006.2011.02149.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1349-7006.2011.02149.x

Johnson NW, Warnakulasuriya S, Gupta PC, et al. Global oral health inequalities in incidence and outcomes for oral cancer: causes and solutions. Adv Dent Res. 2011;23(2):237-46. doi: https://doi.org/10.1177/0022034511402082 DOI: https://doi.org/10.1177/0022034511402082

Ministério da Saúde (BR). Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012. Dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu início [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2012 nov 23 [acesso 2018 maio 12]; Seção 1:1. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12732.htm

Observatório de Oncologia [Internet]. São Paulo: Observatório de Oncologia; [data desconhecida]. 60 dias para o câncer e o direito do paciente; 2017 ago 15 [acesso 2018 maio 12]. Disponível em: http://observatoriodeoncologia.com.br/60-dias-para-o-cancer-e-o-direito-do-paciente

Ferlay J, Soerjomataram I, Dikshit R, et al. Cancer incidence and mortality worldwide: sources, methods and major patterns in GLOBOCAN 2012. Int J Cancer. 2015;136(5):E359-86. doi: https://doi.org/10.1002/ijc.29210 DOI: https://doi.org/10.1002/ijc.29210

Liao DZ, Schlecht NF, Rosenblatt G, et al. Association of delayed time to treatment initiation with overall survival and recurrence among patients with head and neck squamous cell carcinoma in an underserved urban population. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg. 2019;145(11):1001-9. doi: https://doi.org/10.1001/jamaoto.2019.2414 DOI: https://doi.org/10.1001/jamaoto.2019.2414

Santos VTG, Santos VS, Carvalho RAS, et al. Mortality from oral cancer in Aracaju/SE, Brazil: 2000-2009. Rev Odontol UNESP. 2013;42(3):204-10. doi: https://doi.org/10.1590/S1807-25772013000300010 DOI: https://doi.org/10.1590/S1807-25772013000300010

Marques LJP, Oliveira CM, Bonfim CV, et al. Avaliação da completude e da concordância das variáveis dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e sobre mortalidade no Recife-PE, 2010-2012. Epidemiol Serv Saúde. 2016;25(4):849-54. doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000400019 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000400019

Santos RA, Martins AAM, Neves JP, et al (organizador). Geologia e recursos minerais do estado de Sergipe: texto explicativo do Mapa geológico do Estado de Sergipe: escala 1:250.000 [Internet]. Brasília (DF): CPRM; 1998 [acesso 2018 maio 18]. Disponível em: https://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/5024/1/Rel_Sergipe.pdf

Rhodes VP. Distribuição de mercúrio e arsênio nos sedimentos da área afetada por garimpo de ouro - Rio Gualaxo do Norte, Mariana, MG [dissertação na Internet]. Ouro Preto (MG): Universidade Federal de Ouro Preto; 2010 [acesso 2018 maio 18]. Disponível em: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2274

Kumar V, Abbas A, Aster J, editors. Robbins basic pathology. 10th ed. Amsterdã: Elsevier; c2017.

Publicado

2022-06-10

Como Citar

1.
Mahl C, Santos AD dos, Lima SVMA. Tendência Temporal e Distribuição Espacial da Mortalidade por Câncer de Boca em Sergipe. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 10º de junho de 2022 [citado 19º de abril de 2024];68(2):e-162087. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2087

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL