Validade do CA 15.3 para o seguimento de pacientes tratadas de câncer de mama

Autores/as

  • Maria Inez Pordeus Gadelha Coordenação de Programas de Controle de Câncer (Pro-Onco) do Instituto Nacional de Cancer. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Aron Minian Chefe do Setor de Oncologia do Hospital Naval Marcílio Dias. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Edward Coutinho Setor de Oncologia do Hospital Naval Marcílio Dias. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Jayme José Gouveia Filho Setor de Oncologia do Hospital Naval Marcílio Dias. Rio de Janeiro (RJ), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1994v40n2.2975

Palabras clave:

Câncer de Mama, Marcador Tumoral, Seguimento, Avaliação Laboratorial

Resumen

Os progressos verificados no tratamento do câncer de mama e o consequente aumento da sobrevida das mulheres que dele são tratadas têm exigido períodos cada vez maiores de seguimento. Detectar-se o início da recidiva tumoral, porém, consiste no maior empecilho para se aplicar prontamente a terapêutica indicada (hormônio e/ou quimioterapia), tendo em vista as limitações apresentadas pelos exames até então disponíveis e utilizados para o seguimento dos casos: mamografia, radiografia simples de tórax, ultra-sonografia abdominal, cintilografla óssea e provas da função hepática, cujas especificidade e sensibilidade são baixas, quando a doença é microscópica. Com o desenvolvimento dos chamados marcadores tumorais, parece que já se pode dispor de um exame simples e confiável para proceder-se ao seguimento de mulheres tratadas de câncer de mama. O objetivo do presente trabalho é determinar se o CA 15.3, já disponível e em uso no Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), pode ser este exame. São analisados 63 de 100 exames realizados de 19 de maio a 15 de setembro de 1993, correspondentes a 63 mulheres tratadas ou sob tratamento de câncer de mama, e determinadas as especificidade, sensibilidade, valores preditivos positivo e negativo, e os percentuais de falso-positivo e falso-negativo do exame. O padrão-ouro utilizado é a presença reconhecida de doença tumoral em atividade (definição dos casos positivos) e a ausência de doença durante um determinado período de seguimento (definição dos casos negativos), com base nos exames clínico e complementares já citados. É também relacionado o valor da dosagem sérica do CA 15.3 com a idade da mulher, o estadiamento da doença ao tempo do diagnóstico inicial e a extensão da mesma, ao tempo da dosagem do marcador. Os cálculos demonstram que o CA 15.3 é um exame válido, apresentando consideráveis sensibilidade (72,2% das mulheres com doença em atividade têm dosagens séricas elevadas) e especificidade (75,6% das mulheres sem doença em atividade têm dosagens séricas normais), com um valor preditivo negativo de 86,1 % (ou seja, um falso-negativo de 13,9%) e positivo de 56,5%. O alto percentual de exames falso-positivos (43,5%) retira do CA 15.3 a validade como exame diagnóstico, porém não compromete a sua utilização como exame de seguimento, visto que dosagens seriadas podem corrigir os erros embutidos nos resultados falso-positivos e falso-negativos. Ao final, determina-se o quanto custa o seguimento de um caso, utilizando-se os exames laboratorial e de gabinete comparativamente ao CA 15.3 como exame de rastreamento da recidiva tumoral. Este último representa 10,2% do custo estimado para os outros exames, e poderá constituir-se em um método de rastreamento de recidivas e de indicação dos demais exames, ao longo do seguimento das mulheres previamente tratadas de câncer de mama.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

McINTIRE KR. Tumor Markers. In: DeVITA JR VT et all. Cancer, Principies and Practice of Oncology. Philadelphia: JB Lippincott Company, 2nd Edition, 1985; Vol. 1:375-388.

YALLOW RS. Radioinmunoassay and Tumor Diagnosis. In: ARIEL IM. Progress in Clinical Cancer. New York: Grume& Stratton, 1982; 3:1-7.

HENDERSON IC, HARRIS JR, KINNE DW, HELLMAN S. Cancer of the Breast. In: DeVITA Jr. VT et all. Cancer, Principies and Practice of Oncology. JB Lippincott Company, B'"* Edition, 1989: 1197-1268.

PREGER R, SILBERMAN A, FLECK J. Marcadores Tumorais Circulantes. In: FLECK J. Câncer, Integração Clínico-Biológica. Rio de Janeiro, Medsi, 1992:235-241.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Controle do Câncer, Uma Proposta de Integração Ensino-Serviço. Rio de Janeiro, 2- Edição, 1993.

SCANLON EF. Breast Câncer. In: HOLLEBAI, FINKDJ, MURPHY GP. American Cancer Society Textbook of Clinical Oncology. Atlanta: ACS, 1991:177-193.

SUAREZ RC, SANCHEZ MB. Inmunología del Câncer Mamário. In: HERNANDEZ MUNOZ GA. Avancesen Mastología. Chile: Editorial Universitária, 1992:307-311.

HAYES D, ZURAWSKi VR, RUFE DW. Comparison of circulating CA 15.3 and carcino embryonic levels in patients with breast cancer. J Clin Oncol 4:1542-1550,1986 (apud 7). DOI: https://doi.org/10.1200/JCO.1986.4.10.1542

FARANTE G, CFIACON R. Utilidad de los marcadores tumorales en oncología. In: VERONESI U (Dir.) SERIE AVANCES EM ONCOLOGÍA/Chacón R, Farante G (Co-Dir.) Vol. I, ONCOLOGÍA MÉDICA. Milano: European School of Oncology, 1990:49-68.

SCHWARTZ MK. Câncer Markers. In: DeVITA VT et all. CÂNCER, Principies & Practice of Oncology. Philadelphia: J.B. Lippincot Company. 4"’ Ed., 1993:531-542.

LONGATTO FILHO A et all. Citodiagnóstico do câncer de pulmão: I Encontro Comparativo dos Métodos de Escarro, Lavado e Escovado. Acta Oncol Bras 1991; 11:145-147.

MOSSA AR. Investigating the Oncologic Patient: General Considerations. In: MOSSA AR et all. Comprehensive Textbook of Oncology. Baltimore: Williams & Wilkins, 1986:59-61.

Publicado

2023-06-05

Cómo citar

1.
Gadelha MIP, Minian A, Coutinho E, Gouveia Filho JJ. Validade do CA 15.3 para o seguimento de pacientes tratadas de câncer de mama. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 5 de junio de 2023 [citado 20 de mayo de 2024];40(2):79-85. Disponible en: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2975

Número

Sección

ARTÍCULO ORIGINAL

Artículos más leídos del mismo autor/a

<< < 1 2