Esperança, Medo e Qualidade de vida Relacionada à Saúde na Percepção de Mulheres com Câncer de Mama
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n3.1193Palavras-chave:
Neoplasias da Mama/psicologia, Qualidade de Vida, Esperança, Emoções, MedoResumo
Introdução: O período de diagnóstico e tratamento do câncer de mama é difícil, permeado de incertezas e associado a uma alta taxa de morbimortalidade. Objetivo: Conhecer o significado que as mulheres com câncer de mama em tratamento em um hospital universitário atribuíram à sua experiência de medo mascarado pelo sentimento de esperança, bem como investigar a percepção da qualidade de vida no enfrentamento da doença. Método: Estudo quanti-qualitativo com 78 mulheres. Para a avaliação quantitativa, avaliaram-se os escores do Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey (SF-36) e da Escala de Esperança de Herth. Para a análise qualitativa, conduziram-se narrativas com dez dessas mulheres que foram analisadas por meio de métodos fenomenológicos de investigação. Resultados: Foram detectados escores reduzidos nos domínios capacidade funcional e saúde mental do SF-36 que implicam em impacto negativo na qualidade de vida e alto índice nos escores de esperança, o que é um fator positivo. Três classes centrais emergiram de 243 segmentos das narrativas por meio de declarações significativas e unidades de significado correspondentes. Conclusão: A experiência do período de diagnóstico e tratamento inclui enfrentamento, conhecimento da doença, assistência clínica (médicos, equipes), exaltação ao desespero e o paradoxo entre o medo e a esperança. Foi discutida a essência da experiência vivenciada e compartilhada pelas participantes à luz da teoria da doença, como uma ruptura da narrativa biográfica. O estudo destaca implicações para a equipe de médicos, coordenadores do Sistema Unificado de Saúde e outros profissionais da saúde.