Risco de Recorrência do Carcinoma Hepatocelular após o Uso de Antivirais de Ação Direta no Tratamento de Hepatite C: Revisão Sistemática e Metanálise
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n2.1220Palavras-chave:
Carcinoma Hepatocelular/etiologia, Recidiva, Antivirais, Hepatite C/complicaçõesResumo
Introdução: A hepatite C está associada ao desenvolvimento do carcinoma hepatocelular (CHC). O regime terapêutico baseado em interferon vem sendo substituído pelos antivirais de ação direta (AAD) para tratamento da infecção pelo vírus da hepatite C (HCV). Contudo, estudos recentes evidenciaram um aumento inesperado da recorrência do CHC em pacientes tratados com AAD para resolução da hepatite C. Objetivo: Avaliar o risco de recorrência de hepatocarcinoma após uso de AAD em pacientes com infecção por HCV. Método: Realizou-se um levantamento nas bases de dados PubMed, MEDLINE e LILACS de acordo com os descritores DeCS/MeSH ((hepatocellular carcinoma) AND recurrence) AND Direct-acting antiviral. A revisão obedeceu ao protocolo PRISMA e está cadastrada na plataforma PROSPERO. A análise estatística dos dados foi realizada no software RStudio. Resultados: Sete artigos foram selecionados resultando em 847 pacientes. Entre os tratados com AAD, a taxa de recorrência variou entre 11,1% e 42,1% e, no grupo controle, ocorreu em 5% a 65,6% dos pacientes. O risco relativo (RR) de recorrência do CHC no grupo de pacientes que recebeu AAD foi menor do que o risco evidenciado no grupo controle, apesar de não haver significância estatística (RR 0,71 95% IC [0,55;0,93] I2=38%, p=0,14). O tempo até o diagnóstico da recorrência teve uma média de 9,35 meses no grupo exposto a terapia e 13,42 meses no grupo controle. Conclusão: Sugere-se que a terapia com AAD não aumenta o risco de recorrência do CHC em comparação com grupos controle. Nos pacientes que desenvolveram recorrência, ocorreu com maior frequência dentro do primeiro ano após introdução dos AAD.