Resiliência e Mecanismos de Defesa em Pacientes com Câncer em Quimioterapia Ambulatorial

Autores

  • Júlia Mariá Azambuja Santos Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Unidade de Quimioterapia. Porto Alegre (RS), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7777-714X
  • Ana Maria Vieira Lorenzzoni Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Unidade de Quimioterapia. Porto Alegre (RS), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3989-9124
  • Aline Tigre Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Unidade de Quimioterapia. Porto Alegre (RS), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3175-4465
  • Elizeth Heldt Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Escola de Enfermagem. Porto Alegre (RS), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4687-282X

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1557

Palavras-chave:

resiliência psicológica, neoplasias, tratamento farmacológico, mecanismos de defesa

Resumo

Introdução: A capacidade de enfrentamento de situações adversas, que e definida como resiliência, auxilia o paciente a superar as dificuldades do tratamento. Entretanto, ainda são poucos os estudos que avaliam a resiliência em pacientes com câncer que realizam quimioterapia ambulatorial. Objetivo: Avaliar a resiliência de pacientes com câncer em tratamento quimioterápico ambulatorial e verificar a correlação com os mecanismos de defesa, sintomas depressivos e de ansiedade. Método: Estudo observacional, de correlação e prospectivo, com pacientes com diagnostico de câncer, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, alfabetizados e em início de tratamento com quimioterapia ambulatorial. Os seguintes instrumentos foram aplicados no primeiro dia de tratamento quimioterápico e após 30 a 45 dias: Escala de Resiliência, Defense Style Questionnaire (DSQ-40), Inventario de Depressão de Beck e Inventario de Ansiedade de Beck. Resultados: Um total de 55 participantes foi incluído, sendo 32 (58%) do sexo feminino, com média e desvio-padrão (DP) de idade de 54,1 (DP=12,2) anos. Os diagnósticos mais frequentes foram câncer colorretal, 15 (27%) e câncer de mama, 12 (22%). Observou-se correlação negativa significativa entre sintomas depressivos e de ansiedade com os níveis de resiliência tanto na primeira (p<0,001) como na segunda avaliação (p<0,05). Os mecanismos de defesa maduros (humor e racionalização) apresentaram correlação positiva significativa e os imaturos (atuação e cisão) demonstraram correlação negativa. Conclusão: Os resultados confirmaram que a maior capacidade de resiliência se correlaciona com o uso de mecanismos de defesa adaptativos e com menores níveis de sintomas depressivos e de ansiedade em pacientes durante a quimioterapia ambulatorial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. 6. Ed. Rio de Janeiro: INCA; 2020.

Ferreira AM, Santos Y, Chagas CB, et al. Processo de enfermagem aplicado a pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia e radioterapia ambulatorial. In: Guaragna BFP, Tigre A, Nascimento IM, organizadores. Práticas em oncologia: uma abordagem para enfermeiros e profissionais de saúde. Porto Alegre: Moriá Editora; 2020. p. 29-50.

Rodrigues FSS, Polidori MM. Enfrentamento e resiliência de pacientes em tratamento quimioterápico e seus familiares. Rev Bras Cancerol. 2012;58(4):619-27. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2012v58n4.564 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2012v58n4.564

Ferreira AS, Bicalho BP, Neves LFG, et al. Prevalência de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos e identificação de variáveis predisponentes. Rev Bras Cancerol. 2016;62(4):321-28. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2016v62n4.159 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2016v62n4.159

Menezes IC, Juruena MF. Diagnóstico de depressões unipolares e bipolares e seus especificadores. Medicina (Ribeirão Preto) 2017;50(Supl.1):64-71. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50isupl1.p64-71 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50isupl1.p64-71

Oliveira ME. Assistência psicológica ao paciente oncológico. In: Guaragna BFP, Tigre A, Nascimento IM, organizadores. Práticas em oncologia: uma abordagem para enfermeiros e profissionais de saúde. Porto Alegre: Moriá Editora; 2020. p. 281-300.

Soratto MT, Silva DM, Zugno PI, et al. Espiritualidade e resiliência em pacientes oncológicos. Saúde e Pesqui. 2016;9(1):53-63. doi: https://doi.org/10.17765/1983-1870.2016v9n1p53-63 DOI: https://doi.org/10.17765/1983-1870.2016v9n1p53-63

Di Giuseppe M, Ciacchini R, Micheloni T, et al. Defense mechanisms in cancer patients: a systematic review. J Psychosom Res. 2018;115:76-96. doi: https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2018.10.016 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2018.10.016

Blaya C, Dornelles M, Blaya R, et al. Brazilian-Portuguese version of defensive style questionnaire-40 for the assessment of defense mechanisms: construct validity study. Psychother Res. 2007;17(3):261-72. doi: https://doi.org/10.1080/10503300500485581 DOI: https://doi.org/10.1080/10503300500485581

Gorenstein C, Andrade L. Validation of a portuguese version of the Beck Depression Inventory and the State-Trait Anxiety Inventory in Brazilian subjects. Braz J Med Biol Res. 1996;29(4):453-7.

Pesce RP, Assis SG, Avanci JQ, et al. Adaptação transcultural, confiabilidade e validade da Escala de Resiliência. Cad Saúde Pública. 2005;21(2):436-8. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000200010 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000200010

Psychometrica [Internet]. Dettelbach (Germany): Psychometrica; c2016-2022. Lenhard W, Lenhard A. Calculation of effect sizes; 2016. doi: https://doi.org/10.13140/RG.2.2.17823.92329

Simão DAS, Aguiar ANA, Souza RS, et al. Qualidade de vida, sintomas depressivos e de ansiedade no início do tratamento quimioterápico no câncer: desafios para o cuidado. Enferm Foco. 2017;8(2):82-6. doi: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2017.v8.n2.874 DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2017.v8.n2.874

Grandizoli MV, Ibiapina ISM, Santos Junior R, et al. Indicadores de esperança, ansiedade e depressão de pacientes em tratamento oncológico. Arq Ciênc Saúde. 2017;24(3):65-70. DOI: https://doi.org/10.17696/2318-3691.24.3.2017.718

Ristevska-Dimitrovska G, Stefanovski P, Smichkoska S, et al. Depression and Resilience in Breast Cancer Patients. Open Access Maced J Med Sci. 2015;3(4):661-5. doi: https://doi.org/10.3889/oamjms.2015.119 DOI: https://doi.org/10.3889/oamjms.2015.119

Ristevska-Dimitrovska G, Filov I, Rajchanovska D, et al. Resilience and quality of life in breast cancer patients. Open Access Maced J Med Sci. 2015;3(4):727-31. doi: https://doi.org/10.3889/oamjms.2015.128 DOI: https://doi.org/10.3889/oamjms.2015.128

Publicado

2022-02-11

Como Citar

1.
Santos JMA, Lorenzzoni AMV, Tigre A, Heldt E. Resiliência e Mecanismos de Defesa em Pacientes com Câncer em Quimioterapia Ambulatorial. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 11º de fevereiro de 2022 [citado 25º de abril de 2024];68(1):e-131557. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1557

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL