Impacto do Tratamento Antineoplásico na Microbiota da Cavidade Oral e Orofaríngea de Pacientes Acometidos pelo Câncer de Cabeça e Pescoço: Revisão Sistemática

Autores

  • Iran Alves da Silva Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7295-3869
  • Larissa Karine Barbosa Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8312-8549
  • Diego Belmiro do Nascimento Santos Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0109-6863
  • Sibele Ribeiro de Oliveira Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8211-7357
  • Cláudia Cristina Brainer de Oliveira Mota Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7909-5908
  • Adrya Lúcia Peres Centro Universitário Tabosa de Almeida. Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces-Unita). Caruaru (PE), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4892-5486

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1581

Palavras-chave:

neoplasias bucais, neoplasias de cabeça e pescoço, microbiota, antineoplásicos

Resumo

 

Introdução: As cavidades oral e orofaringea apresentam uma grande diversidade de micro-organismos que se encontram normalmente em homeostase com outros micro-organismos e o próprio hospedeiro, contudo, pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos ao tratamento oncológico podem desencadear modificações fisiológicas nos seus organismos, assim como impactos na sua microbiota residente. Objetivo: Revisar sistematicamente os estudos sobre o impacto provocado pelo tratamento antineoplásico sobre a microbiota oral e orofaríngea em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Método: Revisão sistemática, realizada entre abril e junho de 2020. Busca nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, Google Acadêmico, PubMed e ScienceDirect. Utilizaram-se os descritores “head and neck neoplasms”, “mouth neoplasms” e “microbiota” em inglês; e “neoplasias de cabeça e pescoço”, “neoplasias bucais” e “microbiota” em português. Foram selecionados artigos originais e disponíveis na integra, publicados na última década (2010 a 2020), nos idiomas português e inglês. Resultados: Foram incluídos oito artigos nesta revisão. Assim, a maioria dos estudos apresentou alterações na quantidade de micro-organismos residentes ou invasão de bactérias exógenas nos pacientes submetidos ao tratamento antineoplásico; o descontrole da homeostase da microbiota desencadeou processos cardiogênicos e inflamatórios na mucosa. Conclusão: As alterações no microbioma da cavidade oral e orofaríngea advindas do tratamento antineoplásico podem ser fatores de predisposição a efeitos adversos no individuo, como desenvolvimento de carie e mucosite oral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Colombo J, Rahal P. Alterações genéticas em câncer de cabeça e pescoço. Rev Bras Cancerol. 2009;55(2):165-74. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2009v55n2.1648

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2019 [acesso 2020 maio 25]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Dia Nacional de Combate ao Câncer: estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2015 [acesso 2020 maio 25]. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/pub//10_advocacy/Estimativas_INCA.pdf [Apresentação em Powerpoint].

Lee SC, Tang IP, Avatar SP, et al. Head and neck cancer: possible causes for delay in diagnosis and treatment. Med J Malaysia. 2011;66(2):101-4.

Lambert R, Sauvaget C, Camargo Cencela M, et al. Epidemiology of cancer from the oral cavity and oropharynx. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2011;23(8):633-41. doi: https://doi.org/10.1097/MEG.0b013e3283484795

Chen T, Yu WH, Izard J. et al. The human oral microbiome database: a web accessible resource for investigating oral microbe taxonomic and genomic information. Database (Oxford). 2010;2010:baq013. doi: https://doi.org/10.1093/database/baq013

Sampaio-Maia B, Caldas IM, Pereira ML, et al. The oral microbiome in health and its implication in oral and systemic diseases. Adv Appl Microbiol. 2016;97:171‐210. doi: https://doi.org/10.1016/bs.aambs.2016.08.002

Jenkinson HF, Lamont RJ. Oral microbial communities in sickness and in health. Trends Microbiol. 2005;13(12):589-95. doi: https://doi.org/10.1016/j.tim.2005.09.006

Lemos JA, Palmer SR, Zeng L, et al. The Biology of Streptococcus mutans. Microbiol Spectr. 2019;7(1):GPP3-0051-2018. doi: https://doi.org/10.1128/microbiolspec.GPP3-0051-2018

Komiyama EY, Lepesqueur LSS, Yassuda CG, et al. Enterococcus species in the oral cavity: prevalence, virulence factors and antimicrobial susceptibility. PloS One. 2016;11(9):e0163001. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0163001

Leão-Vasconcelos LSNO, Lima ABM, Costa DM, et al. Enterobacteriaceae isolates from the oral cavity of workers in a Brazilian oncology hospital. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2015;57(2):121‐7. doi: https://doi.org/10.1590/S0036-46652015000200004

Ghannoum MA, Jurevic RJ, Mukherjee PK, et al. Characterization of the oral fungal microbiome (Mycobiome) in healthy individuals. PLoS Pathog. 2010;6(1):e1000713. doi: https://doi.org/10.1371/journal.ppat.1000713

Moon JH, Lee J. Probing the diversity of healthy oral microbiome with bioinformatics approaches. BMB Rep. 2016;49(12):662-570. doi: https://doi.org/10.5483/bmbrep.2016.49.12.164

Costalonga M, Herzberg MC. The oral microbiome and the immunobiology of periodontal disease and caries. Immunol Lett. 2014;162(2 Pt A):22-38. doi: https://doi.org/10.1016/j.imlet.2014.08.017

Nasry B, Choong C, Flamiatos E, et al. Diversity of the oral microbiome and dental health and disease. Int J Clin Med Microbiol. 2016;1(1):1-8. doi: https://doi.org/10.15344/2456-4028/2016/108

Terai T, Okumura T, Imai S, et al. Screening of probiotic candidates in human oral bacteria for the prevention of dental disease. PLoS One. 2015;10(6):e0128657. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0128657

Kim BS, Han DH, Lee H, et al. Association of salivary microbiota with dental caries incidence with dentine involvement after 4 years. J Microbiol Biotechnol. 2018;28(3):454-64. doi: https://doi.org/10.4014/jmb.1710.10028

Instituto Latino Americano de Sepse [Internet]. São Paulo: Sepse; c2016. Santa Casa faz alerta à sociedade no Dia Mundial de Combate à Sepse; 2016 dez 6 [acesso 2020 jun 3]. Disponível em: https://ilas.org.br/interacao/?p=230

Galvão TF, Pereira MG. Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol Serv Saúde. 2014.;23(1):183-4. doi: http://doi.org/10.5123/S1679-49742014000100018

Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, et al. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097. doi: http://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097

Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, et al. Rayyan--a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016;5:210. doi: https://doi.org/10.1186/s13643-016-0384-4

Sung H, Ferlay J, Siegel RL, et al. Global Cancer Statistics 2020: GLOBOCAN Estimates of Incidence and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries. CA Cancer J Clin. 2021;71(3):209-49. doi: http://doi.org/10.3322/caac.21660

Muzic JG, Schmitt AR, Wright AC, et al. Incidence and trends of basal cell carcinoma and cutaneous squamous cell carcinoma: a population-based study in olmsted county, Minnesota, 2000 to 2010. Mayo Clin Proc. 2017;92(6):890‐8. doi: https://doi.org/10.1016/j.mayocp.2017.02.015

Curado MP, Hashibe M. Recent changes in the epidemiology of head and neck cancer. Curr Opin Oncol. 2009;21(3):194-200. doi: https://doi.org/10.1097/CCO.0b013e32832a68ca

Mougeot JC, Stevens CB, Almon KG, et al. Caries-associated oral microbiome in head and neck cancer radiation patients: a longitudinal study. J Oral Microbiol. 2019;11(1):1586421. doi: https://doi.org/10.1080/20002297.2019.1586421

Zhu XX, Yang XJ, Chao YL, et al. The potential effect of oral microbiota in the prediction of mucositis during radiotherapy for nasopharyngeal carcinoma. EBioMedicine. 2017;18:23‐31. doi: https://doi.org/10.1016/j.ebiom.2017.02.002

Souza FRN, Meca LB, Correia ASC, et al. Microrganismos oportunistas na boca de pacientes irradiados: avaliação de 12meses pós-tratamento. Arch Health Invest. 2015;4(5):55-61.

Vidal-Casariego A, Fernández-Natal I, Calleja-Fernández A, et al. Nutritional, microbiological, and therapeutic factors related to mucositis in head and neck cancer patients: a cohort study. Nutr Hosp. 2015;32(3):1208‐13. doi: https://doi.org/10.3305/nh.2015.32.3.9299

Hu YJ, Shao ZY, Wang Q, et al. Exploring the dynamic core microbiome of plaque microbiota during head-and-neck radiotherapy using pyrosequencing. PLoS One. 2013;8(2):e56343. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0056343

Gaetti-Jardim Jr E, Ciesielski FIN, Nunes de Sousa FR, et al. Occurrence of yeasts, pseudomonads and enteric bacteria in the oral cavity of patients undergoing head and neck radiotherapy. Braz J Microbiol. 2011;42(3):1047-55. doi: https://doi.org/10.1590/S1517-83822011000300024

Simões CA, Castro JFL, Cazal C. Candida Oral como fator agravante da mucosite radioinduzida. Rev Bras Cancerol. 2011;57(1):23-9. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2011v57n1.681

Dabas PS. An approach to etiology, diagnosis and management of different types of candidiasis. J Yeast Fungal Res. 2013;4(6):63-74. doi: https://doi.org/10.5897/JYFR2013.0113

Zhang J, Liu H, Liang X. et al. Investigation of salivary function and oral microbiota of radiation caries-free people with nasopharyngeal carcinoma. PLoS One. 2015;10(4):e0123137. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0123137

Publicado

2022-02-23

Como Citar

1.
Silva IA da, Barbosa LK, Santos DB do N, Oliveira SR de, Mota CCB de O, Peres AL. Impacto do Tratamento Antineoplásico na Microbiota da Cavidade Oral e Orofaríngea de Pacientes Acometidos pelo Câncer de Cabeça e Pescoço: Revisão Sistemática. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 23º de fevereiro de 2022 [citado 27º de abril de 2024];68(1):e-161581. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1581

Edição

Seção

REVISÃO DE LITERATURA

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)