Religiosidade no trabalho das enfermeiras da área oncológica: significado na ótica do discurso do sujeito coletivo
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2007v53n2.1808Palavras-chave:
Religião, Enfermagem, Câncer, Pesquisa qualitativaResumo
A religião pode ser um instrumento que motiva e dá suporte aos profissionais de saúde para o desenvolvimento e a melhoria de suas habilidades técnicas junto ao paciente. Esta investigação buscou identificar o significado da fé religiosa no trabalho da enfermeira e o significado atribuído pela enfermeira à fé religiosa no tratamento e na vida do paciente idoso com câncer. A pesquisa foi de natureza descritiva de corte qualitativo, em uma amostra nãoaleatória de 10 enfermeiras. Os dados foram coletados por intermédio da técnica da entrevista semi-estruturada, de janeiro a março de 2001, em uma instituição hospitalar pública de São Paulo. O instrumento utilizado foi um formulário, previamente testado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Para a organização e análise dos dados, foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O material discursivo forneceu seis idéias centrais: 1 - Uma fonte de energia. É a força que impulsiona no dia-a-dia; 2 - Crer em alguma coisa; 3 – Respeitar o outro; 4 - No momento mais crítico as pessoas se aproximam mais de Deus; 5 - Se não tiver um Deus, fica difícil a cura; 6 - Quando ele está ciente do diagnóstico, ele se manifesta no sentido da aceitação. Quando não tem, ele se rebela. No discurso do coletivo das enfermeiras, a fé religiosa se manifesta como uma fonte de energia que as fortalece e as impulsiona para o trabalho diário. Na ótica das enfermeiras, deve haver uma ação sinérgica entre a fé religiosa e a terapêutica para o benefício do paciente idoso. A fé pode contribuir para que o idoso enfrente o tratamento médico de forma mais serena.