Identificação de Conceitos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde em Medidas de Qualidade de Vida para o Câncer do Colo do Útero
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n4.199Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero, Avaliação De Resultados (Cuidados De Saúde), Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e SaúdeResumo
Introdução: o câncer do colo do útero apresenta elevada incidência em países de baixa e média rendas e provoca repercussões negativas sobre a funcionalidade das mulheres. o interesse na mensuração de medidas terapêuticas, que não se restrinjam às medidas do modelo biomédico, vem assumindo destaque no campo da oncologia. a classificação internacional de Funcionalidade (ciF) aparece no cenário mundial como ferramenta de orientação para construção da avaliação biopsicossocial. Objetivo: exemplificar a metodologia para identificação dos componentes da funcionalidade em escalas específicas utilizadas no cuidado oncológico para mulheres com câncer do colo do útero. Método: estudo realizado em três etapas: análise de revisões sistemáticas para identificação dos instrumentos específicos para avaliação de câncer do colo do útero; extração das medidas de avaliação; e ligação dos conceitos contidos nas medidas de desfecho com as categorias correspondentes da ciF por dois revisores independentes. Resultados: na análise do Functional Assessment of Cancer Therapy-Cervix e do European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality-of-Life Questionnaire Cervical Cancer Module, identificaram-se 72 conteúdos principais ligados a 35 categorias da ciF. destas, 23 referiam-se às funções corporais, oito às atividades e participação, três aos fatores ambientais e uma à estrutura corporal. Conclusão: os dois instrumentos possuem ligação com a ciF, no entanto, exploram de forma insuficiente os fatores contextuais, o que demonstra a necessidade de orientação biopsicossocial nas avaliações em saúde para mulheres com câncer do colo do útero de maneira a contemplar, de forma equânime, os componentes da funcionalidade na aferição dos desfechos terapêuticos.