Criopreservação de gametas - uma esperança para pacientes com câncer
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2004v50n2.2044Palavras-chave:
Neoplasias, Criopreservação, Fertilidade, Fertilização in Vitro, GametasResumo
Relatam-se dois casos de gestação bem sucedida após o sêmen ser estocado antes da quimioterapia em pacientes com câncer. No primeiro caso, o paciente teve o sêmen congelado aos 20 anos de idade, ao ser diagnosticado câncer de testículo; 12 anos depois, foi descongelado e usado para fertilização in vitro/injeção intracitoplasmática de espermatozóide (FIV/ICSI), resultando em gravidez única, com nascimento a termo, sem complicações no pré-natal. No segundo caso, o paciente teve seu sêmen congelado aos 33 anos, antes da rádio-/quimioterapia para tumor neuro-ectodérmico primitivo do couro cabeludo. Estes casos dão sustentação à estocagem de sêmen, mesmo por um longo período, para homens cujo futuro de sua fertilidade possa ser comprometido através da supressão da espermatogênese secundária à administração de rádio e quimioterapia. O advento da ICSI veio aumentar a possibilidade de o sêmen criopreservado permitir uma gravidez, especialmente em pacientes com pequena quantidade de espermatozóides congelados. O armazenamento de um único ejaculado prévio ao início do tratamento com rádio-/quimioterapia pode preservar a fertilidade sem comprometimento do tratamento oncológico. Não podemos esquecer também de recentes sucessos na criopreservação de tecido ovariano na abordagem das jovens com câncer.