Influência do local da anastomose (cervical ou torácica) na morbi-mortalidade das esofagectomias

Autores

  • Flávio Daniel Saavedra Tomasich Cirurgião Oncológico do Serviço de Cirurgia Abdominal do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PA - Brasil.
  • Gerardo Cristino Gavarrette Valladares Chefe do Serviço de Tórax do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PA - Brasil.
  • Viviane Coimbra Augusto Demarchi Cirurgiã Oncológica do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PA - Brasil.
  • Danilo Gagliardi Chefe do Serviço de Esôfago do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP - Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2003v49n1.2129

Palavras-chave:

Neoplasias Esofágicas, Esofagectomia, Anastomose Cirúrgica, Complicações Pós-Operatórias, Mortalidade, Fístula

Resumo

Objetivo: avaliar a influência do local da anastomose (cervical ou torácica) nas complicações pós-operatórias e mortalidade das esofagectomias com linfadenectomia em dois campos. Métodos: Estudo retrospectivo de 132 pacientes submetidos a esofagectomia com anastomose cervical ou intratorácica no Departamento de Cirurgia do Hospital Erasto Gaertner de janeiro/1987 a janeiro/1998. Analisaram-se variáveis relativas ao paciente (sexo, idade, estado geral, perda ponderal, co-morbidades, tabagismo, risco pulmonar), ao tumor (tipo histológico, localização, estádio clínico) e ao procedimento cirúrgico (tipo da anastomose, tempo cirúrgico, tempo de hospitalização), relacionando-as com as complicações e mortalidade pós-operatórias. Resultados: Noventa e quatro pacientes (71,2%) eram do sexo masculino. O tipo histológico predominante foi o carcinoma espino-celular (CEC) em 94,7% dos casos. As principais co-morbidades anotadas foram doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (29,55%) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (15,15%), e 88 pacientes (66,6%) eram tabagistas. A principal localização do tumor foi o segmento torácico inferior (56,06%). Seis pacientes (4,54%) eram de estágio clínico (EC) I, 44 (33,33%) IIA, 24 (18,18%) IIB, 38 (28,80%) III e 17 (12,90%) IV. A anastomose intratorácica foi realizada em 105 pacientes (79,55%) e cervical em 27 (20,45%). A taxa de complicações foi de 39,3% e a letalidade hospitalar 13,70%. Procedeu-se anastomose mecânica em 65,09% dos casos e manual em 39,91%. Ocorreram seis casos (23,1%) de fístula cervical e três (2,9%) de intratorácica (p = 0,002). A mortalidade específica foi de 33,3% nos dois subgrupos. Conclusão: Este estudo mostrou uma maior ocorrência de fístulas nas anastomoses cervicais. A mortalidade pós-operatória foi semelhante nas duas técnicas, contrariando a tendência da literatura de conferir às fístulas cervicais uma menor letalidade.

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Publicado

2003-03-31

Como Citar

1.
Tomasich FDS, Valladares GCG, Demarchi VCA, Gagliardi D. Influência do local da anastomose (cervical ou torácica) na morbi-mortalidade das esofagectomias. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 31º de março de 2003 [citado 21º de novembro de 2024];49(1):47-54. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2129

Edição

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