Aspectos Fúngicos do Câncer Bucal
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2000v46n3.2438Palavras-chave:
C. Albicans, Neoplasias Bucais, Carcinoma Epidermóide, Boca, FumantesResumo
Tendo em mente os aspectos relacionados à presença de fungos e seu discutível papel em relação ao câncer bucal, avaliou-se 33 pacientes fumantes e etilistas crônicos, livres de qualquer tratamento antineoplásico ou antifúngico, com carcinoma epidermóide da mucosa bucal em estádio T1N0M0 ou T2N0M0. Após exame clínico local, foram realizadas coleta, cultura e identificação de fungos, observando-se, no grupo em estudo, predominância do sexo masculino e presença de lesões do tipo ulcerativo, localizadas, principalmente, no assoalho bucal e, em menor número, em outras áreas. Dos 42 pacientes, 4% eram portadores de fungos, destacando-se a presença de Candida albicans, além de outras seis espécies, ora associadas ora isoladas. Lesões clínicas sugestivas de candidíase pseudo-membranosa ou eritematosa não foram detectadas. Mesmo frente à ausência de manifestações clínicas de candidíase, é necessário lembrar que mudanças podem ocorrer em face do desenvolvimento de neoplasia, tratamento instituído ou mesmo condições imunológicas, facilitando a seletividade, colonização e desenvolvimento patogênico dos fungos, merecendo estes pacientes atenção e cuidados frente aos aspectos micológicos envolvidos.