Segregação Residencial Racial e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero nas Regiões de Saúde do Brasil

Autores

  • Mário Círio Nogueira Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Faculdade de Medicina. Juiz de Fora (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9688-4557
  • Ana Luísa Soares Costa Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Faculdade de Medicina. Juiz de Fora (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0056-9160
  • Juliana Lopes de Oliveira Reis Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Faculdade de Medicina. Juiz de Fora (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3931-0968
  • Ítalo Pereira Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Faculdade de Medicina. Juiz de Fora (MG), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0795-3296

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n3.2458

Palavras-chave:

segregação social, neoplasias do colo do útero, análise espacial, disparidades nos níveis de saúde

Resumo

Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é um dos mais frequentes em mulheres e tem sido relacionado a baixos níveis de desenvolvimento. Objetivo: Investigar a associação entre a taxa de mortalidade padronizada por CCU e a segregação residencial racial. Método: Estudo ecológico que teve como unidade de análise as 438 Regiões de Saúde do Brasil em 2010. O desfecho foi a taxa de mortalidade por CCU em mulheres, padronizada por idade, por 100 mil mulheres. A exposição de interesse foi o Índice de Interação Racial (IIR), uma medida de segregação residencial da dimensão uniformidade, estimada a partir de dados do Censo Demográfico 2010 agregados por setores censitários. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi covariável de controle. A associação entre as variáveis foi analisada por modelo de regressão linear. Resultados: A taxa de mortalidade por CCU teve os maiores valores nas Regiões de Saúde do Norte e do Centro-Oeste, e os menores no Sul e no Sudeste, padrão diferente do IDH e do IIR, com valores menores no Norte e no Nordeste e maiores no Sul e no Sudeste. O IIR teve associação negativa com a taxa de mortalidade; no modelo ajustado pelo IDH, cada aumento de 0,1 no IIR esteve associado à diminuição de 0,6 óbitos por 100 mil mulheres. Conclusão: A segregação residencial racial está associada à mortalidade por CCU. Os indicadores de segregação residencial deveriam ser considerados para inclusão em futuros estudos epidemiológicos como importantes determinantes contextuais do processo saúde-doença.

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Publicado

2022-08-16

Como Citar

1.
Nogueira MC, Costa ALS, Reis JL de O, Pereira Ítalo. Segregação Residencial Racial e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero nas Regiões de Saúde do Brasil. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 16º de agosto de 2022 [citado 2º de dezembro de 2024];68(3):e-162458. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2458

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL