Aumento da Incidência de Recidiva Bioquímica após Prostatectomia Radical em Centro de Formação em Urologia Oncológica no Brasil: Doenças mais Avançadas estão sendo submetidas à Cirurgia?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n3.2483

Palavras-chave:

prostatectomia, neoplasias da próstata, recidiva local de neoplasia

Resumo

Introdução: O câncer de próstata e a neoplasia maligna mais incidente em homens, representando 29% dos diagnósticos da doença no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Esse câncer e suspeito em alterações do toque retal e/ou do nível sérico do antígeno prostático especifico (PSA) total, sendo o diagnóstico definitivo feito por estudo histopatológico. Objetivo: Verificar a associação entre parâmetros clínicos e anatomopatológicos após prostatectomia radical com recidiva bioquímica ao longo do seguimento. Método: Estudo retrospectivo observacional dos parâmetros clínicos (idade, PSA inicial, toque retal, classificação histopatológica da International Society of Urological Pathology (ISUP), escala de D’Amico e estádio clínico) e anatomopatológicos (grau ISUP da peça cirúrgica, margens cirúrgicas, extensão extracapsular tumoral e presença de linfonodos acometidos), de 177 pacientes submetidos a prostatectomia radical em serviço de uro-oncologia de junho/2010-maio/2018. Resultados: A recidiva bioquímica ocorreu em 44,1% dos casos no tempo de seguimento médio de 34,9 meses. A análise univariada demonstrou PSA inicial >9 ng/mL, toque retal alterado, classificação patológica ISUP 4 e 5, risco D’Amico alto e estagio clinico TNM T3 como fatores diretamente associados a recidiva bioquímica. As margens cirúrgicas foram positivas em 46,3%; em 47,7%, identificou-se extensão extraprostática tumoral. Linfonodos positivos em 10,9% e vesículas seminais comprometidas ocorreram em 21,8%. Conclusão: Fatores clinico-patológicos podem ser preditores de recidiva bioquímica. Nesses casos, foi identificado padrão clinico pré-tratamento supostamente mais agressivo em comparação a literatura em geral. Além disso, deve-se considerar a curva de aprendizado dos cirurgiões em formação no serviço, o que pode resultar em maiores taxas de margens cirúrgicas positivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria nº 498, de 11 de maio de 2016. Aprova as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Adenocarcinoma de Próstata. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2016 maio12 [acesso 2019 ago 12]; Seção 1:140. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2016/prt0498_11_05_2016.html

Belinelo RGS, Almeida SM, Oliveira PP, et al. Exames de rastreamento para o câncer de próstata: vivência de homens. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2014;18(4):697-704. doi: https://doi.org/10.5935/1414-8145.20140099 DOI: https://doi.org/10.5935/1414-8145.20140099

Instituto Nacional de Câncer. Programa Nacional de Controle do Câncer da Próstata: documento de consenso [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2002 [acesso 2019 ago 12]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_da_prostata.pdf

Mottet N, van den Bergh RCN, Briers E, et al. EAU-EANM-ESTRO-ESUR-SIOG Guidelines on Prostate Cancer-2020 Update. Part 1: screening, diagnosis, and local treatment with curative intent. Eur Urol. 2021;79(2):243-62. doi: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2020.09.042 DOI: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2020.09.042

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13 [acesso 2019 set 20]; Seção 1:59. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

D’Amico AV, Whittington R, Malkowicz SB, et al. Biochemical outcome after radical prostatectomy, external beam radiation therapy, or interstitial radiation therapy for clinically localized prostate cancer. JAMA. 1998;280(11):969-74. doi: https://doi.org/10.1001/jama.280.11.969 DOI: https://doi.org/10.1001/jama.280.11.969

Sobin LH. TNM: principles, history, and relation to other prognostic factors. Cancer. 2001;91(8 Suppl):1589-92. doi: https://doi.org/10.1002/1097-0142(20010415)91:8+%3C1589::aid-cncr1170%3E3.0.co;2-k DOI: https://doi.org/10.1002/1097-0142(20010415)91:8+<1589::AID-CNCR1170>3.0.CO;2-K

Park SH, Goo JM, Jo CH. Receiver operating characteristic (ROC) curve: practical review for radiologists. Korean J Radiol. 2004;5(1):11-8. doi: https://doi.org/10.3348/kjr.2004.5.1.11 DOI: https://doi.org/10.3348/kjr.2004.5.1.11

Kong D, Ibrahim JG, Lee E, et al. FLCRM: functional linear cox regression model. Biometrics. 2018;74(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1111/biom.12748 DOI: https://doi.org/10.1111/biom.12748

Fahrmeir L, Kneib T, Lang S, et al. Regression: models, methods and applications. Berlim: Springer; c2013. doi: https://doi.org/10.1007/978-3-642-34333-9 DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-642-34333-9

Bradburn MJ, Clark TG, Love SB, et al. Survival analysis part II: multivariate data analysis--an introduction to concepts and methods. Br J Cancer. 2003;89(3):431-6. doi: https://doi.org/10.1038/sj.bjc.6601119 DOI: https://doi.org/10.1038/sj.bjc.6601119

Aguilera A, Bañuelos B, Díez J, et al. Biochemical recurrence risk factors in surgically treated high and very high-risk prostate tumors. Cent European J Urol. 2015;68(3):302-7. doi: https://doi.org/10.5173/ceju.2015.485 DOI: https://doi.org/10.5173/ceju.2015.02.485

Noronha MR, Quintal MMQ, Magna LA, et al. Controversial predictors of biochemical recurrence after radical prostatectomy: a study from a Latin American (Brazilian) Institution. Int Braz J Urol. 2013;39(6):779-92. doi: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2013.06.03 DOI: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2013.06.03

Abdollah F, Suardi N, Gallina A, et al. Extended pelvic lymph node dissection in prostate cancer: a 20-year audit in a single center. Ann Oncol. 2013;24(6):1459-66. doi: https://doi.org/10.1093/annonc/mdt120 DOI: https://doi.org/10.1093/annonc/mdt120

Abdollah F, Sun M, Thuret R, et al. Decreasing rate and extent of lymph node staging in patients undergoing radical prostatectomy may undermine the rate of diagnosis of lymph node metastases in prostate cancer. Eur Urol. 2010;58(6):882-92. doi: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2010.09.029 DOI: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2010.09.029

de La Roca R, Cunha IW, Bezerra SM, et al. Radical prostatectomy and positive surgical margins: relationship with prostate cancer outcome. Int Braz J Urol. 2014;40(3):306-15. doi: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2014.03.03 DOI: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2014.03.03

Leite KRM, Hartmann C, Reis ST, et al. Biochemical recurrence rates are similar for pT2-positive surgical margins and pT3a. Int Braz J Urol. 2014;40(2):146-53. doi: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2014.02.03 DOI: https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2014.02.03

Lee W, Lim B, Kyung YS, et al. Impact of positive surgical margin on biochemical recurrence in localized prostate cancer. Prostate Int. 2021;9(3):151-6. doi: https://doi.org/10.1016/j.prnil.2020.12.004 DOI: https://doi.org/10.1016/j.prnil.2020.12.004

Saito FJA, Dall’Oglio MF, Ebaid GX, et al. Learning curve for radical retropubic prostatectomy. Int Braz J Urol. 2011;37(1):67-74. doi: https://doi.org/10.1590/S1677-55382011000100009 DOI: https://doi.org/10.1590/S1677-55382011000100009

Galvão AO, Martins PCV, Loyola FAZ, et al. Câncer de próstata: protocolo institucional do hospital das clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais [Internet]. Urominas. 2018 [acesso 2019 ago 12];6(13):15-24. Disponível em: http://urominas.com/wp-content/uploads/2018/09/Ca%CC%82ncer-de-Pro%CC%81stata-%E2%80%93-Protocolo-institucional.pdf

Stanbury JF, Baade PD, Yu Y, et al. Cancer survival in New South Wales, Australia: socioeconomic disparities remain despite overall improvements. BMC Cancer. 2016;16:48. doi: https://doi.org/10.1186/s12885-016-2065-z DOI: https://doi.org/10.1186/s12885-016-2065-z

Freeman VL, Ricardo AC, Campbell RT, et al. Association of census tract-level socioeconomic status with disparities in prostate cancer-specific survival. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2011;20(10):2150-9. doi: https://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-11-0344 DOI: https://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-11-0344

Publicado

2022-09-15

Como Citar

1.
Brunetto Neto A, Oliveira AM de, Rocha CR, Tavares LP, Caldas MFB. Aumento da Incidência de Recidiva Bioquímica após Prostatectomia Radical em Centro de Formação em Urologia Oncológica no Brasil: Doenças mais Avançadas estão sendo submetidas à Cirurgia?. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 15º de setembro de 2022 [citado 24º de abril de 2024];68(3):e-202483. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2483

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)