Radioterapia em linfomas não-Hodgkin
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1992v38n2/3.3079Palavras-chave:
Linfomas Não-Hodgkin, RadioterapiaResumo
Os linfomas não-Hodgkin (LNH), como os linfomas em geral, são sensíveis à radioterapia (RT). Doses de 3.500-4.500 cGy nos fracionamentos habituais de 900 a 1.000 cGy por semana costumam esterilizar as áreas comprometidas sem agredir de forma irreversível a maioria dos tecidos normais. Entretanto, a maioria dos linfomas tem apresentação inicial disseminada. Os LNH na criança praticamente não têm indicação de RT, exceto nos casos de comprometimento do SNC e tratamentos paliativos. Os casos de LNH do adulto que podem se beneficiar com a RT exclusiva, com íntensão curativa, são aqueles de doença localizada (estádios I ou II) e baixo grau de agressividade (low grade); ou os LNH de células grandes (large cell) estadiados como I (estadiamento completo, com biópsia de medula óssea e avaliação infradiafragmática adequada). Em geral, na maioria dos outros casos a RT tem sido usada em combinação com diversos esquemas de quimioterapia (QT). Mais recentemente alguns serviços não a têm usado como tratamento inicial. Ainda estão para ser definidas com clareza a extensão do campo de RT e a dose ideais, particularmente nos tratamentos combinados. Tem-se usado cada vez menos os campos extensos (extended fields) "como mantie” ou "Y invertido" e dando-se preferência aos campos localizados (involved fields), que incluem apenas as áreas acometidas inicialmente com linfoma ou aquelas onde há tumor residual após quimioterapia. Em geral tem-se usado a RT após a quimioterapia: alguns centros propõem tratamento intercalado com QT e RT no sentido de evitar o início tardio da RT. Espera-se que esta introdução precoce da RT possa agredir eventuais células resistentes à QT. A dose de RT varia, mas não se tem usado menos que 3.000 cGy e não mais que 5.000 cGy nos fracionamentos habituais. Espera-se que o uso da RT após a QT possa consolidar a resposta inicial e evitar a recidiva, que ocorrem com maior freqüência nas áreas onde a doença era, inicialmente, volumosa.
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