Mortalidade por Câncer Ginecológico no Rio de Janeiro (ex-Estado da Guanabara) 1965/ 73

Autores

  • Eduardo de Azeredo Costa Professor Adjunto. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo cruz. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Carlos Henrique Klein Bolsista. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo cruz. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Alys Bittencourt Furtado Assessora de Epidemiologia. Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro (RJ), Brasil
  • Marcos Fernandes da Silva Moreira Médico. Serviço de Bioestatística. Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro (RJ), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1976v26n6.3866

Palavras-chave:

Neoplasias dos Genitais Femininos/mortalidade, Neoplasias dos Genitais Femininos/epidemiologia, Neoplasias do Colo do Útero/mortalidade, Neoplasias Ovarianas/mortalidade, Neoplasias do Endométrio/mortalidade, Neoplasias Vulvares/mortalidade

Resumo

Os autores realizaram um estudo descritivo da mortalidade por câncer ginecológico na cidade do Rio de Janeiro (Ex-Estado da Guanabara) no período 1965/73, analisando os dados de valor epidemiológico constantes do atestado de óbito. Em função da Classificação Internacional de Doenças da O.M.S. e do número de óbitos de cada item da mesma, utilizaram as seguintes categorias de estudo: tumor maligno de mama (170 – 7.ª Revisão e 173 – 8.ª Revisão); tumor maligno de colo uterino (171 - 7.ª Revisão e 180 - 8.ª Revisão); tumor maligno de corpo uterino (172— 7.ª Revisão e 182.0 - 8.ª Revisão); outros tumores malignos do útero (173 e 174— 7. Revisão e 181 e 182.9 – 8ª Revisão); e demais tumores ginecológicos malignos (183.1, 183.9 e 184 - 7.ª Revisão e 175.1, 175.8, 175.9 e 176 da 8.ª Revisão). Além de discutir a peculiar distribuição etária de cada uma dessas categorias o trabalho mostrou que: 1. A mortalidade por câncer de mama foi a mais elevada das categorias e esteve associada à cor (nas brancas é maior), ao estado civil (nas solteiras é maior) e ao local de residência (no sentido de que nas Regiões Administrativas de melhores condições sócio-econômicas é maior, caindo em direção às áreas de tipo rural); 2. A mortalidade por câncer de colo seguiu-se em magnitude, apresentando-se associada à cor (é mais elevada em não brancas) e ao local de residência, no sentido de que as taxas mais elevadas ocorreram em áreas de condições sócio-econômicas piores; 3. A mortalidade por câncer do corpo de útero foi a mais baixa das categorias estudadas. Não apresentou associação nítida com estado civil e cor. A distribuição por região administrativa mostrou predominância nas áreas de melhores condições sócio-econômicas; 4. A mortalidade por outros tumores malignos do útero é de difícil análise porque em sua maioria é constituída por óbitos classificados como de localização não especificada do útero. Suas características levaram os autores a julgar que essa categoria inclui em sua maioria tumores malignos de colo nas idades mais jovens (até 45 anos) e a partir daí há predomínio de câncer de corpo uterino; 5. A mortalidade por câncer de ovário foi a terceira em freqüência quando considerados os itens individualizados de Classificação Internacional de Doenças. Foi também um pouco mais frequente entre brancas, solteiras e em regiões melhores do ponto de vista sócio-econômico. Sua peculiar distribuição etária sugere a existência de três fases ou tipos da doença: uma com predominância até os 25 anos, outra daí até aos 55 anos e a terceira daí em diante. 6. A mortalidade pelos demais cânceres ginecológicos parece ter um comportamento de equilíbrio quantitativo com o câncer de ovário. Suas características de estado civil, cor e local de residência também coincidiram. Porém, a distribuição etária é divergente apresentando um crescimento constante durante a vida.

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Publicado

2023-08-15

Como Citar

1.
Costa E de A, Klein CH, Furtado AB, Moreira MF da S. Mortalidade por Câncer Ginecológico no Rio de Janeiro (ex-Estado da Guanabara) 1965/ 73. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 15º de agosto de 2023 [citado 22º de novembro de 2024];26(6):41-64. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/3866

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ARTIGO ORIGINAL