Sobrevida do Paciente com Melanoma Cutâneo Primário: Estudo de Base Populacional em Goiânia

Autores

  • Yasmin Ricarda e Azevedo Géa Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de Medicina. Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0144-5653
  • Ana Clara Goulart Ferreira Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de Medicina. Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0009-0005-7485-3609
  • Beatriz Nascente Silva Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de Medicina. Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0009-0007-1548-7017
  • Thiago Vinícius Lemos Gonçalves Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de Medicina. Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0009-0001-4850-3622
  • Ana Maria Quinteiro Ribeiro Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP). Goiânia (GO), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9872-0476

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2024v70n2.4577

Palavras-chave:

Melanoma/epidemiologia, Análise de Sobrevida, Demografia

Resumo

Introdução: Embora seja causa importante de óbitos por neoplasia no Brasil, o perfil de sobrevida dos pacientes com melanoma cutâneo primário em locais considerados de baixa incidência necessita de descrição mais recente. Objetivo: Descrever o perfil de sobrevida do paciente com melanoma cutâneo primário na cidade de Goiânia entre os anos de 2003 e 2016. Método: Estudo de base populacional realizado com dados do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia (RCBP-GO). Foram incluídos casos novos de melanoma cutâneo diagnosticados no período. Os dados foram coletados e analisados segundo sexo, faixa etária, cor da pele, profissão, CID-10, data do diagnóstico, status vital, localização da lesão primária, metástase e tipo histológico. A análise estatística foi realizada com o pacote SPSS. A distribuição segundo o status vital foi testada pelo teste qui-quadrado. As curvas de sobrevida foram realizadas e testadas por meio do teste de log rank. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram registrados 653 novos casos de melanoma cutâneo em Goiânia no período. Os fatores relacionados à menor sobrevida dos pacientes foram: sexo masculino, idade igual ou superior a 60 anos, cor parda, atividades externas e metástase. Conclusão: O perfil de sobrevida encontrado reforça a necessidade de estratégias que incentivem homens de cor parda com idade superior a 60 anos a realizarem o diagnóstico precoce.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Diepgen TL, Mahler V. The epidemiology of skin cancer. Br J Dermatol. 2002;146(s61):1-6. doi: https://doi.wiley.com/10.1046/j.1365-2133.146.s61.2.x DOI: https://doi.org/10.1046/j.1365-2133.146.s61.2.x

Lima RLF, Nóbrega MQR, Moraes MDLSA, et al. Estudo retrospectivo de melanomas cutâneos e mucosos na população do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. J Bras Patol e Med Lab. 2009;45(6):493-9. DOI: https://doi.org/10.1590/S1676-24442009000600009

Steglich RB, Coelho KMPA, Cardoso S, et al. Epidemiological and histopathological aspects of primary cutaneous melanoma in residents of Joinville, 2003-2014. An Bras Dermatol. 2018;93(1):45-53. doi: https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20185497 DOI: https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20185497

Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2018;68(6):394-424. doi: http://doi. wiley.com/10.3322/caac.21492 DOI: https://doi.org/10.3322/caac.21492

Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2022. [acesso em 2023 nov 13]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2023.pdf

Chang AE, Karnell LH, Menck HR. The National Cancer Data Base report on cutaneous and non cutaneous melanoma. Cancer. 1998;83(8):1664-78. doi: https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-0142(19981015)83:8%3C1664::AIDCNCR23%3E3.0.CO;2-G DOI: https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-0142(19981015)83:8<1664::AID-CNCR23>3.0.CO;2-G

Bakos L. Melanoma cutâneo: estudos de base populacional no Brasil. An Bras Dermatol. 2006;81(5):402. DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000500002

Soong SJ, Ding S, Coit D, et al. Predicting Survival outcome of localized melanoma: an electronic prediction tool based on the AJCC melanoma database. Ann Surg Oncol. 2010;17(8):2006-14. doi: https://doi.org/10.1245/s10434-010-1050-z DOI: https://doi.org/10.1245/s10434-010-1050-z

Schadendorf D, Fisher DE, Garbe C, et al. Melanoma. Nat Rev Dis Prim. 2015;1(1):15003. doi: https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.3 DOI: https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.3

Minocha R, Damian DL, Halliday GM. Melanoma and nonmelanoma skin cancer chemoprevention: a role for nicotinamide? Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2018;34(1):5-12. doi: http://doi.wiley.com/10.1111/phpp.12328 DOI: https://doi.org/10.1111/phpp.12328

Eide MJ, Weinstock MA, Clark MA. Demographic and socioeconomic predictors of melanoma prognosis in the United States. J Health Care Poor Underserved. 2009;20(1):227-45. DOI: https://doi.org/10.1353/hpu.0.0113

Purim KSM, Sandri CO, Pinto NT, et al. Perfil de casos de melanoma em um hospital universitário, 2003 a 2007. Rev Bras Cancerol. 2013;59(2):193-9. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2013v59n2.523 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2013v59n2.523

Armstrong BK, Cust AE. Sun exposure and skin cancer, and the puzzle of cutaneous melanoma. Cancer Epidemiol. 2017;48:147-56. doi: https://doi.org/10.1016/j.canep.2017.04.004 DOI: https://doi.org/10.1016/j.canep.2017.04.004

Battisti R, Nunes DH, Weber AL, et al. Evaluation of the epidemiological profile and the mortality rate of the patients with primary cutaneous melanoma in Florianopolis - SC, Brazil. An Bras Dermatol. 2009;84(4):335-42. DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000400003

Lages RB, Barbosa PB, Almeida IP, et al. Detecção precoce do câncer de pele: experiência de campanha de prevenção no Piauí-Brasil. Rev Bras em Promoção da Saúde [Internet]. 2012 [acesso 2023 nov 23];25(2):221-7. Disponível em: http://www.unifor.br/images/pdfs/rbps/2012.2_artigo13.pdf DOI: https://doi.org/10.5020/18061230.2012.p221

Moura L, Curado MP, Simões EJ, et al. Avalição do Registro de Câncer de Base Populacional do Município de Goiânia, Estado de Goiás, Brasil. Epidemiol serv saúde. 2006;15(4):7-17. doi: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742006000400002

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13; Seção I:59.

Organização Mundial da Saúde. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças com disquete. Vol. 3, Índice Alfabético. São Paulo: Edusp; 2008. SPSS®: Statistical Package for Social Science (SPSS) [Internet]. Versão 26.0. [Nova York]. International Business Machines Corporation. [acesso 2023 mar 9]. Disponível em: https://www.ibm.com/br-pt/spss?utm_content=SRCWW&p1=Search&p4=43700077515785492&p5=p&gclid=CjwKCAjwgZCoBhBnEiwAz35Rwiltb7s14pOSLocnooMOQh9qAL59IHVc9WP4ixhNTVMjenRp3-aEgxoCubsQAvD_BwE&gclsrc=aw.ds

Vilanova CMA, Lages RB, Ribeiro SM, et al. Perfil epidemiológico e histopatológico do melanoma cutâneo em um centro do nordeste brasileiro de 2000 a 2010. An Bras Dermatol. 2013;88(4):545-53. DOI: https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20132036

Costa NF, Fernandes NC, Borges MRMM. Study of the histopathological types of cutaneous melanoma in palmas-TO from 2001 to 2011. An Bras Dermatol. 2015;90(5):638-45. DOI: https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20153528

Melo AC, Wainstein AJA, Buzaid AC, et al. Melanoma signature in Brazil: Epidemiology, incidence, mortality, and trend lessons from a continental mixed population country in the past 15 years. Melanoma Res. 2018;28(6):629-36. DOI: https://doi.org/10.1097/CMR.0000000000000511

Lima AS, Stein CE, Casemiro KP, et al. Epidemiology of melanoma in the south of Brazil: study of a city in the Vale do Itajaí from 1999 to 2013. An Bras Dermatol. 2015;90(2):185-9. doi: https://doi.org/10.1590/ DOI: https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20153076

abd1806-4841.20153076 Veneziano DB. Estudo do perfil epidemiológico do melanoma cutâneo na cidade de Jaú-SP através do

registro de base populacional [Internet]. Botucatu: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu; 2014. [acesso 2023 nov 23]. Disponível em: http://repositorio.unesp.br/handle/11449/108855

Moreno M, Schmitt RL, Lang MG, et al. Epidemiological profile of patients with cutaneous melanoma in a region of southern Brazil. J Skin Cancer. 2012;2012:1-8. DOI: https://doi.org/10.1155/2012/917346

Wainstein AJA, Duprat Neto JP, Enokihara MY, et al. Demographic, clinical, and pathologic features of patients with cutaneous melanoma: final analysis of the brazilian melanoma group database. JCO Glob Oncol. 2020;(6):575-82. DOI: https://doi.org/10.1200/JGO.20.00005

Konrad P, Fabris MR, Melao S, et al. Perfil epidemiológico e histopatológico dos casos de melanoma cutâneo primário diagnosticados em Criciúma no período entre 2005 e 2007. An Bras Dermatol. 2011;86(3):457-61. DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000300006

Bakos L, Masiero N, Bakos R, et al. European ancestry and cutaneous melanoma in Southern Brazil. J Eur Acad Dermatology Venereol. 2009;23(3):304-7. doi: https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2008.03027.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2008.03027.x

Sortino-Rachou AM, Curado MP, Latorre MRDO. Melanoma cutâneo: estudo de base populacional em Goiânia, Brasil, de 1988 a 2000. An Bras Dermatol. 2006;81(5):449-55. DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000500007

Iglesias-Pena N, Paradela S, Tejera-Vaquerizo A, et al. Cutaneous melanoma in the elderly: review of a growing problem. Actas Dermosifiliogr. 2019;110(6):434-47. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.adengl.2019.05.012 DOI: https://doi.org/10.1016/j.adengl.2019.05.012

Modenese A, Korpinen L, Gobba F. Solar radiation exposure and outdoor work: an underestimated occupational risk. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10):2063. doi: https://doi.org/10.3390/ijerph15102063 DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph15102063

Amarillo D, Boni D, Nantes F, et al. Melanoma cutáneo en Uruguay: características clínico-epidemiológicas y sobrevida en cohorte de pacientes de dos centros de referencia en el período 2008-2017. Rev Medica Del Uruguay. 2020;36(2):146-54. DOI: https://doi.org/10.29193/RMU.36.2.4

Bertoldi MB, Augusto C, Bastos S, et al. Melanoma cutaneo em um hospital universitario, 2001-2016. Rev Bras Cancerol. 2020;66(3):e-03911. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2020v66n3.911 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2020v66n3.911

Pozzobon FC, Acosta AE. Epidemiological profile of primary cutaneous melanoma over a 15-year period at a private skin cancer center in Colombia. Rev Salud Publica. 2018;20(2):226-31. DOI: https://doi.org/10.15446/rsap.v20n2.65616

Ferreira T, Santos IDAO, Oliveira AF, et al. Estudo retrospectivo dos pacientes portadores de melanoma cutâneo atendidos na Universidade Federal de São Paulo. Rev Col Bras Cir. 2018;45(4):e1715. doi: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20181715 DOI: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20181715

Mélo KC, Santos AGG, Amorim JR, et al. Análise temporal da mortalidade por cancer de pele melanona no Brasil: 2000 a 2016. Surg Cosmet Dermatology. 2019;11(4):287-94. doi: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20191141486 DOI: https://doi.org/10.5935/scd1984-8773.20191141486

Tragos C, Hieken TJ. Optimizing the management of cutaneous melanoma in the elderly. Surgery. 2011;150(4):828-35. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j. surg.2011.07.054 DOI: https://doi.org/10.1016/j.surg.2011.07.054

Garbe C, McLeod GRC, Buettner PG. Time trends of cutaneous melanoma in Queensland, Australia and Central Europe. Cancer. 2000;89(6):1269-78. https://doi.org/10.1002/1097-0142(20000915)89:6%3C1269::AID-CNCR11%3E3.0.CO;2-C DOI: https://doi.org/10.1002/1097-0142(20000915)89:6<1269::AID-CNCR11>3.0.CO;2-C

MacKie RM, Bray CA, Hole DJ, et al. Incidence of and survival from malignant melanoma in Scotland: an epidemiological study. Lancet. 2002;360(9333):587-91. doi: https://doi.org/10.1016/s0140-6736(02)09779-9 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(02)09779-9

Separavich MA, Canesqui AM. Saúde do homem e masculinidades na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: uma revisão bibliográfica. Saúde e Soc. 2013;22(2):415-28. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000200013 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000200013

Schadendorf D, van Akkooi ACJ, Berking C, et al. Melanoma. Lancet. 2018;392(10151):971-84. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31559-9

Purim KSM, Bonetti JPC, Silva JYF, et al. Características do melanoma em idosos. Rev Col Bras Cir. 2020;47. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20202441 DOI: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20202441

Maia M, Russo C, Ferrari N, et al. Melanoma acrolentiginoso: um desafio ao diagnóstico precoce. An Bras Dermatol. 2003;78(5):553-60. doi: https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000500004 DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000500004

Massignam FM, Bastos JLD, Nedel FB. Discriminação e saúde: um problema de acesso. Epidemiol Serv Saúde. 2015;24(3):544-1. doi: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742015000300020 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300020

Strudel M, Festino L, Vanella V, et al. Melanoma: prognostic factors and factors predictive of response to therapy. Curr Med Chem. 2020;27(17):2792-813. doi: http://dx.doi.org/10.2174/0929867326666191205160007 DOI: https://doi.org/10.2174/0929867326666191205160007

Bobos M. Histopathologic classification and prognostic factors of melanoma: a 2021 update. Ital J Dermatology Venereol. 2021;156(3):300-21. doi: https://doi.org/10.23736/S2784-8671.21.06958-3 DOI: https://doi.org/10.23736/S2784-8671.21.06958-3

Publicado

2024-05-15

Como Citar

1.
Géa YR e A, Ferreira ACG, Nascente Silva B, Gonçalves TVL, Ribeiro AMQ. Sobrevida do Paciente com Melanoma Cutâneo Primário: Estudo de Base Populacional em Goiânia. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 15º de maio de 2024 [citado 27º de novembro de 2024];70(2):e-044577. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/4577

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL