Trabalho e Adoecimento: as Repercussões Sociais do Tratamento da Leucemia Linfoblástica Aguda
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n2.73Palavras-chave:
Trabalho; Assistência à Saúde, Oncologia, Leucemia, Serviço SocialResumo
Introdução: Trata-se de uma abordagem sobre os impactos do processo de tratamento da leucemia linfoblástica aguda (LLA ) na vida social dos indivíduos a partir de sua inserção no mundo do trabalho. Objetivo: Problematizar as repercussões sociais do tratamento da LLA , identificando de que maneira a inserção no mercado de trabalho (formal ou informal) impacta no processo de tratamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Estudo qualitativo com análise crítico-reflexiva à luz do referencial teórico do materialismo histórico-dialético. A pesquisa se deu por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado aplicado a nove pacientes adultos em tratamento, considerados ativos para o mercado de trabalho. Resultados: Foi identificado o perfil dos participantes do estudo com base em dados sociodemográficos que refletem uma predominância de jovens em situação de restrição financeira e dependência de familiares em diversos âmbitos da vida. A partir da análise das entrevistas, foram elucidados tanto a condição de trabalhador dos indivíduos durante o processo de tratamento oncológico como os impactos oriundos da precária inserção no mercado de trabalho na atual conjuntura política, econômica e social que vem conformando a fragmentação das políticas públicas. Conclusão: Foi possível compreender como as crescentes e, ainda, as mais recentes mudanças na divisão sociotécnica do trabalho têm contribuído para o aumento das disparidades sociais existentes e, principalmente, o quanto tal contexto toma uma dimensão singular e alarmante no âmbito do tratamento oncológico.