Avaliação da Condição de Saúde Bucal e da Qualidade de Vida de Pacientes com Câncer de Cabeça e Pescoço Atendidos em um Hospital Público de Porto Alegre
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2009v55n2.1642Palavras-chave:
Qualidade de vida, Saúde bucal, Neoplasias de cabeça e pescoço, EpidemiologiaResumo
Este estudo teve por objetivo avaliar a Qualidade de Vida (QV) em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, relacionado-a às condições de saúde bucal. Foram pesquisados: variáveis socioeconômicas, hábitos e aspectos associados ao tumor, além de variáveis relacionadas à saúde bucal - índice de cárie composto por número de dentes cariados, perdidos e restaurados (CPOD), uso e necessidades protéticas, xerostomia e consulta ao dentista nos últimos seis meses, mucosite e mutilação. Foi utilizado o questionário de QV para câncer, QLQ-C30_Portuguese Brazilian, versão 3.0 e o questionário para pacientes com Câncer de cabeça e pescoço, EORTC QLQ - H&N35_Portuguese Brazilian. A QV, no primeiro momento do estudo, foi considerada mediana, o nível funcional moderado e de baixa sintomatologia. Não houve correlação estatisticamente significativa entre o número de dentes perdidos e cariados com a QV. O grupo de pacientes que necessitava de próteses relatou desempenho funcional e função social menores. O grupo de pacientes com xerostomia demonstrou menor QV, menor nível funcional e maior sintomatologia. A QV dos pacientes no acompanhamento foi semelhante à primeira parte do estudo, porém houve aumento dos sintomas e diminuição do nível funcional. O CPOD aumentou e o uso de próteses decresceu, enquanto a necessidade das mesmas aumentou. Não foi possível verificar a associação entre a QV e a Mucosite, pois poucos pacientes foram afetados por essa condição. A mutilação foi correlacionada negativamente com o desempenho funcional, náusea e vômito, e perda de apetite. Apenas a avaliação clínica das variáveis de saúde bucal foi insuficiente para predizer a correlação entre a condição de saúde bucal e a QV, porém é essencial a atuação de uma equipe multidisciplinar de cuidado oncológico, na qual o cirurgião-dentista deve estar inserido de modo a minimizar os danos à saúde bucal desses pacientes, auxiliando na construção de uma melhor QV.