Alterações Genéticas em Câncer de Cabeça e Pescoço
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2009v55n2.1648Palavras-chave:
Câncer de cabeça e pescoço, Carcinogênese multipasso, Alterações genéticas, Oncogene, Gene supressor tumoral, PolimorfismosResumo
O carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC) constitui o quinto tipo de câncer mais comum mundialmente, com uma incidência anual global de 780.000 novos casos. Os sítios comuns incluem cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, nasofaringe, cavidade nasal, seios paranasais, laringe e glândulas salivares. O consumo de tabaco e/ou álcool são os principais fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do HNSCC. Apesar dos recentes avanços no tratamento, o índice de sobrevivência dos pacientes com HNSCC tem permanecido em 40%. A recidiva locorregional e a metástase após terapia convencional parecem ser os principais fatores que contribuem para a sobrevivência reduzida dos pacientes. O desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço é um processo multipasso acompanhado por mudanças genéticas e epigenéticas, incluindo perda de heterozigozidade, inativação gênica por metilação e amplificação gênica. Diferentes estudos têm revelado numerosas alterações moleculares em HNSCC, incluindo ativação de oncogenes, tais como: EGFR, ciclina D1 e COX-2; inativação de genes supressores tumorais, tais como: TP53, p16, p27 e WAF1/C1P1; e expressão de fatores angiogênicos e metastáticos; além dos polimorfismos genéticos de enzimas metabólicas. Esta revisão apresenta informações atuais sobre as principais alterações genéticas envolvidas no desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço, as quais apresentam potencial valor prognóstico, e discute alguns fatores que contribuem para a controvérsia a respeito de sua importância prognóstica.