História do Programa INCA Livre do Cigarro e seus Desdobramentos no Programa Nacional de Controle do Tabagismo: Avanços e Desafios da Abordagem Assistencial

Resumo

O tabagismo permanece como uma das principais causas evitáveis de câncer em uma escala global, sendo responsável por aproximadamente 22% das mortes por câncer em todo o mundo, conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde. Em vista da urgência em abordar essa questão, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) iniciou suas primeiras ações de combate ao tabagismo em 1997, por meio da implementação do Programa INCA Livre do Cigarro (PIL), que inicialmente contemplava os funcionários fumantes. Atualmente, esse programa é reconhecido como o Centro de Estudos para Tratamento da Dependência da Nicotina do INCA, tendo adaptado o modelo nacional às especificidades do público oncológico. O tratamento disponibilizado fundamenta-se no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Tratamento do Tabagismo, que combina aconselhamento comportamental e farmacoterapia, oferecendo gratuitamente medicamentos como adesivos e goma de mascar de nicotina, além de bupropiona, pelo Sistema Único de Saúde. Além da assistência direta, o INCA tem se destacado na capacitação de profissionais de saúde em todo o país, promovendo a disseminação de boas práticas por meio de cursos e materiais educativos. Nesse contexto, o presente artigo enfatiza os novos desafios que emergem, como o uso de dispositivos eletrônicos para fumar e as desigualdades no acesso ao tratamento, demandando respostas inovadoras e contínuas para mitigar o impacto do tabagismo na saúde pública.