Estudo Observacional Retrospectivo sobre o Perfil de pacientes que Receberam Terapia de Sedação Paliativa em Unidade de Cuidados Paliativos de Hospital de Câncer no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2019v65n1.324Palavras-chave:
Sedação Profunda, Cuidados Paliativos, Neoplasias, Delírio, Estudo ObservacionalResumo
Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que até 2030 ocorrerão 27 milhões de novos casos de câncer no mundo. Em 2017, esperava-se em torno de 597 mil novos casos no Brasil com letalidade de 70%. Os cuidados paliativos incluem os cuidados de final de vida, e o controle dos sintomas físicos é um dos focos de suas ações. Eventualmente, os sintomas podem se tornar refratários. Para esses casos, existe a opção da terapia de sedação paliativa (TSP), que é o uso de fármacos para reduzir ou abolir a consciência do paciente com o objetivo de aliviar o sofrimento. Estudos demonstram que o uso da técnica adequada do procedimento não encurta a vida do paciente. Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes que receberam TSP no final da vida. Método: Estudo observacional retrospectivo com coleta de dados em prontuário dos pacientes falecidos na unidade de cuidados paliativos de um hospital de câncer no ano de 2015. Foram coletados dados demográficos, proporção de pacientes que necessitaram de TSP, indicações mais frequentes, drogas mais utilizadas, doses médias usadas, se discussões com família e/ou equipe foram realizadas, duração da TSP em dias e sobrevida do paciente até o óbito. Resultados: Em 2015, ocorreram 919 óbitos; 198 (21,5%) receberam TSP; 55,1% do sexo feminino; média de idade de 55 anos. Os sintomas mais frequentes no momento da indicação foram dispneia (64,1%), dor (36,3%) e outros sintomas (30,3%). A droga mais utilizada foi o midazolam (98%) e a modalidade mais utilizada foi de sedação contínua (75,8%).