Avaliação Clínico-epidemiológica de Pacientes com Carcinoma de Células Escamosas Oral
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1584Palavras-chave:
carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço/epidemiologia, neoplasias bucais, registros médicosResumo
Introdução: O câncer bucal corresponde a cerca de 30% de todos os tumores de cabeça e pescoço. Aproximadamente 90% dessas neoplasias malignas são carcinomas espinocelulares (CEC) e cerca de 15 mil casos novos são estimados a cada ano no Brasil. Objetivo: Avaliar os aspectos clinico-epidemiológicos de pacientes com CEC oral. Método: Estudo observacional, com delineamento transversal, quantitativo e retrospectivo, a partir da análise de prontuários de pacientes com diagnostico histopatológico de CEC bucal atendidos em um centro de referência em Oncologia da Região Nordeste do Brasil. Variáveis clinicas e epidemiológicas foram coletadas e analisadas. A análise estatística foi realizada utilizando-se o teste de qui-quadrado (p≤0,05). Resultados: Entre os 298 prontuários avaliados, predominaram pacientes do sexo masculino (75,2%), com idade média de 60,4 anos, tabagistas e etilistas (62,0%). A queixa mais frequente foi a presença de ferida ou lesão na boca (61,1%), e o local mais comum foi a língua (62,1%). As variáveis clinicas revelaram estadiamento clinico avançado (III ou IV) em 76,4% dos pacientes. Entre os pacientes com idade até 50 anos, houve maior concentração de homens (p=0,015) e maior consumo de álcool do que entre os pacientes acima dos 50 anos (p=0,010). As demais variáveis não exibiram diferença estatística significante entre os grupos. Conclusão: As características clinico-epidemiológicas relacionadas ao CEC bucal devem ser consideradas para o planejamento de políticas públicas, a fim de prevenir novos casos e permitir a realização de diagnóstico precoce.
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