Comunicação do Diagnóstico de Câncer: Análise do Comportamento Médico
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2009v55n2.1643Palavras-chave:
Barreiras de comunicação, Diagnóstico clínico, Neoplasias, Ética médicaResumo
Introdução: o diagnóstico de câncer deixa de ser comunicado aos pacientes em grande parte das vezes, o que gera uma série de discussões na área da ética médica. Objetivo: analisar a conduta de médicos especialistas em oncologia e não especialistas quanto à comunicação do diagnóstico de câncer, bem como abordar as questões éticas relacionadas a esse contexto. Métodos: os autores avaliaram, de maneira prospectiva, 396 pacientes e seus familiares encaminhados por 76 médicos para ambulatório especializado de cirurgia oncológica, no período de 2002 a 2006. Resultados: duzentos e noventa e um pacientes eram do sexo feminino e 105 do sexo masculino. Em relação à topografia da lesão, a maioria encontrava-se no abdômen ou pelve (86%), sendo 9% dos tumores originados na região da cabeça e pescoço, 4% em tórax e 1% em membros. O índice de omissão do diagnóstico foi de 28,5 %. Os médicos não especialistas deixaram de informar a 87,9% dos seus pacientes, enquanto que os especialistas omitiram o diagnóstico em 6,4% dos casos. Os familiares dos doentes não informados foram comunicados somente em 27,4% das vezes. Em 14,2% dos casos, foi solicitado pelos familiares em pré-consulta no ambulatório que o paciente não tomasse conhecimento da neoplasia. Conclusão: a taxa de omissão das informações foi superior entre os médicos não especialistas, porém não foi nula entre aqueles que trabalham habitualmente com o câncer.