Fatores Associados ao Karnofsky Performance Status e sua Trajetória no Último Mês de Vida em Pacientes com Câncer Terminal
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.2754Palavras-chave:
avaliação de estado de Karnofsky, neoplasias, doente terminal, cuidados paliativos, prognósticoResumo
Introdução: O Karnofsky Performance Status (KPS) pode caracterizar o impacto da doença em pacientes com câncer. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao KPS e a sua trajetória no último mês de vida em pacientes com câncer terminal. Método: Estudo de coorte retrospectivo, com pacientes com câncer terminal internados em uma unidade de cuidados paliativos, falecidos entre julho e agosto de 2019. A variável dependente foi o KPS avaliado diariamente no último mês de vida. Uma análise transversal dos fatores associados ao KPS inicial foi realizada por meio de regressões logísticas ordinais. Para verificar a trajetória do KPS no último mês de vida, foram realizadas análises gráficas longitudinais. Resultados: Foram avaliados 108 pacientes, cuja maioria possuía >60 anos (68,5%) e era do sexo feminino (62,0%). Os sítios tumorais mais prevalentes foram o trato gastrointestinal (TGI) (24,3%), mama (18,7%) e cabeça e pescoço (CP) (16,8%). No modelo múltiplo, os sítios tumorais primários permaneceram associados ao KPS. Durante o último mês de vida, a redução do KPS foi mais pronunciada naqueles com tumor no TGI, CP e tecido ósseo conjuntivo, que apresentaram valores mais elevados de KPS no trigésimo dia antes do óbito quando comparados aos demais. Por outro lado, aqueles com câncer no sistema nervoso central e pulmão iniciaram o período de seguimento com valores de KPS mais baixos e tiveram redução menos exacerbada que os demais. Conclusão: Os valores de KPS diminuem no último mês de vida, porém com intensidade diferente de acordo com o local do tumor em pacientes com câncer terminal.
Downloads
Referências
Neeman E, Gresham G, Ovasapians M, et al. Comparing physician and nurse Eastern Cooperative Oncology Group Performance Status (ECOG-PS) ratings as predictors of clinical outcomes in patients with cancer. Oncologist. 2019;24(12):e1460-e6. doi: https://doi.org/10.1634/theoncologist.2018-0882 DOI: https://doi.org/10.1634/theoncologist.2018-0882
Sanvezzo VMS, Montandon DS, Esteves LSF. Instrumentos de avaliação de funcionalidade de idosos em cuidados paliativos: uma revisão integrativa. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2018;21(5):627-38. doi: https://doi.org/10.1590/1981-22562018021.180033 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-22562018021.180033
Pereira EEB, Santos NB, Sarges ESNF. Avaliação da capacidade funcional do paciente oncogeriátrico hospitalizado. Rev Pan-Amaz Saude. 2014;5(4):37-44. doi: https://doi.org/10.5123/S2176-62232014000400005 DOI: https://doi.org/10.5123/S2176-62232014000400005
Karnofsky DA, Burchenal JH. The clinical evaluation of chemotherapeutic agents in cancer. In: Macleod CM. Evaluation of chemotherapeutic agents. New York: Columbia Univ Press; 1949. p. 191-205.
Rosa KSC, Oliveira AS, Cypriano RP. Prognostic factors in inpatients with advanced cancer at a palliative care unit. Braz J Oncol. 2022;18:e-20220344. doi: https://doi.org/10.5935/2526-8732.20220344 DOI: https://doi.org/10.5935/2526-8732.20220344
PG-SGA/Pt-Plataforma Global [Internet]. Vernon Hills: Pt-Global; c2014 – [cited 2022 Feb 2]. Available from: https://pt-global.org/
Ottery FD. Definition of standardized nutritional assessment and interventional pathways in oncology. Nutrition. 1996;12(1 Suppl):S15-9. doi: https://doi.org/10.1016/0899-9007(96)90011-8 DOI: https://doi.org/10.1016/0899-9007(95)00067-4
Chow R, Bruera E, Temel JS, et al. Inter-rater reliability in performance status assessment among healthcare professionals: an updated systematic review and meta-analysis. Support Care Cancer. 2020;28(5):2071-8. doi: https://doi.org/10.1007/s00520-019-05261-7 DOI: https://doi.org/10.1007/s00520-019-05261-7
Perez-Cruz PE, Shamieh O, Paiva CE, et al. Factors associated with attrition in a multicenter longitudinal observational study of patients with advanced cancer. J Pain Symptom Manage. 2018;55(3):938-45. doi: https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2017.11.009 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2017.11.009
Lampert MA, Billing AE, Onófrio LF, et al. Adequação terapêutica: apresentação de um protocolo hospitalar. Rev Bioét. 2022;30(1):94-105. doi: https://doi.org/10.1590/1983-80422022301510PT DOI: https://doi.org/10.1590/1983-80422022301510en
Hui D, Paiva CE, Del Fabro EG, et al. Prognostication in advanced cancer: update and directions for future research. Support Care Cancer. 2019;27(6):1973-84. doi: https://doi.org/10.1007/s00520-019-04727-y DOI: https://doi.org/10.1007/s00520-019-04727-y
Mori M, Morita T, Bruera E, et al. Prognostication of the last days of life. Cancer Res Treat. 2022;54(3):631-43. doi: https://doi.org/10.4143/crt.2021.1573 DOI: https://doi.org/10.4143/crt.2021.1573
Jang RW, Caraiscos VB, Swami N, et al. Simple prognostic model for patients with advanced cancer based on performance status. J Oncol Pract. 2014;10(5):e335-41. doi: https://doi.org/10.1200/JOP.2014.001457 DOI: https://doi.org/10.1200/JOP.2014.001457
Rosa KSC, Cyipriano RP, Albuquerque NM, et al. Predictive factors of death on hospitalization in patients with advanced cancer in palliative care. Am J Hosp Palliat Care. 2021;38(10):1189-94. doi: https://doi.org/10.1177/1049909120976398 DOI: https://doi.org/10.1177/1049909120976398
Yang J, Peng A, Wang B, et al. The prognostic impact of lymph node metastasis in patients with non-small cell lung cancer and distant organ metastasis. Clin Exp Metastasis. 2019;36(5):457-66. doi: https://doi.org/10.1007/s10585-019-09985-y DOI: https://doi.org/10.1007/s10585-019-09985-y
Min Y, Liu X, Hu D, et al. Risk factors, prognostic factors, and nomogram for distant metastasis in breast cancer patients without lymph node metastasis. Front Endocrinol (Lausanne). 2021;12:771226. doi: https://doi.org/10.3389/fendo.2021.771226 DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2021.771226
Santos I, Mendes L, Mansinho H, et al. Nutritional status and functional status of the pancreatic cancer patients and the impact of adjacent symptoms. Clin Nutr. 2021;40(11):5486-93. doi: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2021.09.019 DOI: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2021.09.019
Valle TD, Turrini RNT, Poveda VB. Fatores intervenientes para o início do tratamento de pacientes com câncer de estômago e colorretal. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2879. doi: https://doi.org/10.1590/1518-8345.1493.2879 DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.1493.2879
Lee GJ, Gwak JH, Kim MS, et al. Changes in the palliative performance scale may be as important as the initial palliative performance scale for predicting survival in terminal cancer patients. Palliat Support Care. 2021;19(5):547-51. doi: https://doi.org/10.1017/S1478951520001248 DOI: https://doi.org/10.1017/S1478951520001248
Masel EK, Schur S, Nemecek R, et al. Palliative care units in lung cancer in the real-world setting: a single institution's experience and its implications. Ann Palliat Med. 2017;6(1):6-13. doi: https://doi.org/10.21037/apm.2016.08.06 DOI: https://doi.org/10.21037/apm.2016.08.06
Barz M, Gerhardt J, Bette S, et al. Prognostic value of tumour volume in patients with a poor Karnofsky performance status scale - a bicentric retrospective study. BMC Neurol. 2021;21(1):446. doi: https://doi.org/10.1186/s12883-021-02424-0 DOI: https://doi.org/10.1186/s12883-021-02424-0
Thier K, Calabek B, Tinchon A, et al. The Last 10 Days of patients with glioblastoma: assessment of clinical signs and symptoms as well as treatment. Am J Hosp Palliat Care. 2016;33(10):985-8. doi: https://doi.org/10.1177/1049909115609295 DOI: https://doi.org/10.1177/1049909115609295
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos morais e intelectuais dos artigos pertencem aos respectivos autores, que concedem à RBC o direito de publicação.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.