Lipossarcoma Bem Diferenciado do Retroperitônio com Desdiferenciação e Múltiplas Recidivas: Relato de Caso

Autores

  • Ivna Silva Gonçalves Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Hospital Haroldo Juaçaba (HHJ). Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1144-4614
  • Davi Teixeira de Macêdo Universidade Federal do Ceará (UFC), Faculdade de Medicina. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4193-7700
  • Iasmin Maria Rodrigues Saldanha Universidade Federal do Ceará (UFC), Faculdade de Medicina. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3719-8175
  • Lívia Fernandes e Silva Universidade Federal do Ceará (UFC), Faculdade de Medicina. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2035-2287
  • Paulo Henrique Silva Nunes Universidade Federal do Ceará (UFC), Faculdade de Medicina. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9591-1012
  • Gunter Gerson Universidade Federal do Ceará (UFC), Hospital Universitário Walter Cantídio. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9054-253X
  • Marcelo Leite Vieira Costa Universidade Federal do Ceará (UFC), Hospital Universitário Walter Cantídio. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1343-4292
  • Irapuan Teles de Araújo Filho Universidade Federal do Ceará (UFC), Hospital Universitário Walter Cantídio. Fortaleza (CE), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8935-7994

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n3.3626

Palavras-chave:

lipossarcoma, neoplasias retroperitoneais, recidiva, desdiferenciação celular, oncologia cirúrgica

Resumo

Introdução: Os lipossarcomas retroperitoneais são neoplasias mesenquimais raras, sendo mais comuns os bem diferenciados e os desdiferenciados. O subtipo bem diferenciado pode sofrer desdiferenciação para tumores de maior grau. São neoplasias difíceis de tratar cirurgicamente, pois apresentam altas taxas de recorrência local, alguns subtipos podem metastizar e são pouco sensíveis à radioterapia e à quimioterapia. Relato do caso: Paciente feminina, 45 anos, apresentou dor abdominal e massa abdominal palpável em 2017. Foi submetida à ressecção de lipossarcoma bem diferenciado de retroperitônio, sem intercorrências. Em 2020, manifestou dor abdominal e perda ponderal. A tomografia mostrou múltiplas massas volumosas abdominais, com biópsia sugestiva de lipossarcoma desdiferenciado. Foi submetida à radioterapia neoadjuvante e, em seguida, à ressecção cirúrgica das massas e ileocolectomia direita. Em 2022, apresentou quadro sugestivo de obstrução intestinal, sendo submetida à laparotomia que evidenciou intenso bloqueio de alças intestinais, fístula duodenal, tumor retroperitonial e peritonite fecal. Procedeu-se à ressecção de neoplasia retroperitoneal, ileostomia e rafia de fístula. O histopatológico mostrou lipossarcoma desdiferenciado recidivado. A paciente evoluiu com complicações operatórias e infecciosas, necessitando de cuidados intensivos e antibioticoterapia. Após melhora clínica, recebeu alta com dieta enteral e segue em acompanhamento ambulatorial. Conclusão: O lipossarcoma de retroperitônio pode sofrer desdiferenciação, recidivas multifocais e múltiplas recorrências, necessitando de várias abordagens cirúrgicas, o que aumenta a morbidade e o risco de complicações. A cirurgia com margens amplas continua sendo a principal modalidade terapêutica.

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Publicado

2023-07-14

Como Citar

1.
Gonçalves IS, Macêdo DT de, Saldanha IMR, Silva LF e, Nunes PHS, Gerson G, Costa MLV, Araújo Filho IT de. Lipossarcoma Bem Diferenciado do Retroperitônio com Desdiferenciação e Múltiplas Recidivas: Relato de Caso. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 14º de julho de 2023 [citado 29º de abril de 2024];69(3):e-093626. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/3626

Edição

Seção

RELATO DE CASO

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