Introdução ao Estudo da Linfoangioadenografia em Cancerologia
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1966v22n31.4108Palavras-chave:
Linfografia, Linfoma/diagnóstico por imagem, Leucemia Linfoide, Oncologia, Sistema Linfático/anormalidadesResumo
Monografia apresentada à Academia Nacional de Medicina em julho de 1965, para concorrer à vaga da cadeira n.° 53. (Patrono Dr. João Paulino Marques). No presente trabalho são estudadas 72 linfoangioadenografias realizadas em 47 doentes com linfoma, 1 com leucemia linfóide crônica, 1 com retroperitoneal e em 17 com um dos tipos de tumores sólidos. Seis vezes foi utilizada para esclarecer diagnóstico. Depois de feitas breves considerações sobre a evolução histórica do método, a técnica empregada para praticar a linfoangioadenografia é descrita minuciosamente, fazendo-se referência à seqüência com que devem ser tiradas as radiografias. Numerosos exemplos de adenogramas normais são apresentados para facilitar a compreensão das imagens ganglionares que aparecem nos doentes portadores das neoplasias malignas estudadas. As dificuldades ligadas à interpretação adenográfica são examinadas e exemplificadas. As lesões ganglionares metastáticas e linfomatosas são descritas tendo por base os achados da presente série de doentes. Mostra-se vasta documentação fotográfica. Incidentalmente faz-se referêcia à iliocavografia, método semiótico capaz de facilitar a interpretação das modificações ganglionares que surgem nos doentes de câncer pélvico. O valor e as limitações da angiolinfoadenografia são comentadas e resumidas suas indicações e contra-indicações ressaltando-se ser o método mais útil quando visando ao estudo do doente de linfoma. Seu emprego em relação aos vários tipos de tumores sólidos encontra maior aplicação na disciplinação da cirurgia pélvica, pois facilita a localização dos gânglios que devem ser retirados pelo cirurgião que, valendo-se de radiografias pré-operatórias, pode verificar, sempre que necessário, a radicalidade da cirurgia. As complicações da linfoangioadenografia são examinadas ressaltando-se que nos doentes aqui referidos todas foram, em as complicações última análise, benignas. A boa seleção dos casos, ao lado de cuidados especiais tomados durante a injeção do contraste, são medidas capazes de impedir o grave embolismo oleoso pulmonar, de tôdas as complicações a mais temível. São feitas também considerações sobre quimioterapia intralinfática e a aplicação de substâncias radioativas diretamente no vaso linfático. A utilidade potencial deste último método de tratamento é posta em dúvida. O estudo aqui empreendido confirma ser a linfoangioadenografia método diagnóstico extremamente útil em cancerologia. Pelas razões expostas seu emprego sistemático na avaliação clínica inicial do doente de linfoma pode vir, inclusive, a modificar de forma decisiva o prognóstico das doenças do grupo, notadamente da doença de Hodgkin.
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