Avaliação da Hipossalivação e Xerostomia em Pacientes Oncológicos em Tratamento Quimioterápico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2024v70n2.4639

Palavras-chave:

Xerostomia/tratamento farmacológico, Saliva/efeitos dos fármacos, Antineoplásicos/efeitos adversos

Resumo

Introdução: Pacientes oncológicos tratados com quimioterapia apresentam efeitos adversos. Na boca, a hipossalivação e a xerostomia são relatadas como achados frequentes oriundos desse tratamento. Objetivo: Investigar a ocorrência de xerostomia e hipossalivação em pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico. Método: Estudo transversal quantitativo, com coleta de dados realizada no Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, Paraíba, no setor de oncologia, entre agosto de 2022 e março de 2023. Os pacientes foram submetidos a um exame clínico, seguido da análise do fluxo salivar não estimulado e do preenchimento do instrumento Inventário de Xerostomia. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial com auxílio do software Jamovi (versão 1.8.4). Resultados: Participaram do estudo 78 indivíduos com média de idade de 53 anos (±12,5), predominantemente do sexo feminino (n=63; 80,8%) e com diagnóstico de tumores sólidos (n=70; 89,7%). A hipossalivação foi diagnosticada em 59% dos pacientes (n=46), enquanto a xerostomia foi relatada por todos os indivíduos (n=78; 100%), sendo categorizada como amena (n=13; 16,7%) ou moderada (n=65; 83,3%). Houve diferença entre o fluxo salivar de pacientes com tumores sólidos e hematológicos, sendo os indivíduos com tumores sólidos os que apresentaram menor fluxo salivar (p = 0,0027, teste U de Mann-Whitney). Além disso, pessoas com hipossalivação possuem um risco aumentado de desenvolver xerostomia moderada (RR = 0,349; IC = 0,127 – 0,955; p = 0,006, teste Exato de Fisher). Conclusão: Indivíduos diagnosticados com hipossalivação neste estudo possuem risco aumentado de relatar a presença da xerostomia em graus moderados durante o tratamento quimioterápico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Instituto Nacional de Câncer [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. O que é câncer? 2022 maio 31 [atualizado 2022 jul 14; acesso 2023 set 14]. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/o-que-e-cancer

Bray F, Laversanne M, Sung H, et al. Global cancer statistics 2022: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2024;74(3):229-63. doi: https://doi. org/10.3322/caac.21834 DOI: https://doi.org/10.3322/caac.21834

Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2022. [acesso 2023 set 9]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil

Sousa FL, Santana SB, Monteiro AX, et al. Hipossalivação em pacientes oncológicos sob tratamento quimio e radioterápica na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON). Braz J Develop. 2021;7(2):15971-81. doi: https://doi.org/10.34117/bjdv7n2-291 DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n2-291

Silva FKV, Fursel KA, Oliveira Neto JL, et al. Alterações bucais em pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico. RSD. 2021;10(6):e59510616562. doi: https://doi.org/10.33448/RSD-V10I6.16562 DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16562

Baig MQ. Principles and practice of chemotherapy. Londres: JP Medical Ltd; 2021.

Caldas LHTA, Ricarte RG, Souza SRS, et al. Alterações orais da quimioterapia em pacientes infantojuvenis com leucemia linfoide aguda: uma revisão de literatura. Rev Bras Saúde Funcional. 2021:9(2):133-50. doi: https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i2.1447 DOI: https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i2.1447

Franca AAL, Roque DC, Bernardes VCC, et al. A importância da saliva para a manutenção da saúde bucal: uma revisão da literatura. SciGe [Internet]; 2021. 2(Supl. 1):34-4. Disponível em: https://www.scientiageneralis. com.br/index.php/SG/article/view/261

Silva AF, Horta HF, Oliveira CS, et al. Carbohydrates, saliva and oral health: a literatura review. Revista UNINGÁ. 2021;58:euj4026-6. doi: https://doi. org/10.46311/2318-0579.58.eUJ4026 DOI: https://doi.org/10.46311/2318-0579.58.eUJ4026

Martina E, Campanati A, Diotallevi F, et al. Saliva and oral diseases. J Clin Med. 2020;9(2):466. doi: https://doi.org/10.3390/jcm9020466 DOI: https://doi.org/10.3390/jcm9020466

Rech CA, Medeiros AW. Xerostomia associada ao uso de medicamentos em idosos. J Oral Invest. 2016;5(1):13-8. DOI: https://doi.org/10.18256/2238-510X/j.oralinvestigations.v5n1p13-18

Freitas LM. Alterações salivares em pacientes oncológicos: uma revisão sistemática [monografia na Internet]. Rio de Janeiro: Hospital Central do Exército; 2022. [acesso 2023 set 9]. Disponível em: http://bdex.eb.mil.br/jspui/handle/123456789/10182

Vistoso Monreal A, Polonsky G, Shiboski C, et al. Salivary gland dysfunction secondary to cancer treatment. Front Oral Health. 2022;3:907778. doi: https://doi.org/10.3389/froh.2022.907778 DOI: https://doi.org/10.3389/froh.2022.907778

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13; Seção I:59.

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução n° 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2016 maio 24 [acesso 2024 mar 19]; Seção I:44. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html

Thomson WM, Chalmers JM, Spencer AJ, et al. The Xerostomia Inventory: a multi-item approach to measuring dry mouth. Community Dent Health [Internet]. 1999 [acesso 2023 nov 9];16(1):12-7. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih. gov/10697349/

Mata A, Silva MD, Freitas F, et al. Translation, validation, and constructo reliability of a portuguese version of the Xerostomia Inventory. Oral dis. 2011;18(3):293-8. doi: https://doi.org/10.1111/j.1601-0825.2011.01879.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1601-0825.2011.01879.x

Jamovi [Internet]. Versão 1.8.4. Sydney: projeto Jamovi; 2024. [acesso 2024 jan 23]. Disponível em: https://www.jamovi.org/

Santos MO, Lima FCS, Martins LFL, et al. Estimativa de incidência de câncer no Brasil, 2023-2025. Rev Bras Cancerol. 2023;69(1):e-213700. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.3700 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.3700

Mamishin K, Naito Y, Nomura S, et al. Comparison of treatment completion rate between conventional and dose-dense doxorubicin and cyclophosphamide (ac) followed by a taxane in patients with breast cancer: a propensity score-matched analysis. Anticancer Research. 2021;41(12):6217-24. Disponível em: https://doi.org/10.21873/anticanres.15441 DOI: https://doi.org/10.21873/anticanres.15441

Ungureanu LB, Grãdinaru I, Ghiciuc CM, et al. Atrophy and inflammatory changes in salivary glands induced by oxidative stress after exposure to drugs and other chemical substances: a systematic review. Medicina. 2023;59(9):1692. Disponível em: https://doi.org/10.3390/medicina59091692 DOI: https://doi.org/10.3390/medicina59091692

Acharya S, Pai KM, Bhat S, et al. Oral changes in patients undergoing chemotherapy for breast cancer. Indian J Dent Res. 2017;28(3):261. doi: https://doi.org/10.4103/ijdr.ijdr_379_16 DOI: https://doi.org/10.4103/ijdr.IJDR_379_16

Proctor GB. The Physiology of salivary secretion. periodontology 2000. 2016;70(1):11-25. doi: https://doi.org/10.1111/prd.12116 DOI: https://doi.org/10.1111/prd.12116

Pedersen AML, Sørensen CE, Proctor GB, et al. Salivary secretion in health and disease. J Oral Rehabil. 2018;45(9):730-46. https://doi.org/10.1111/joor.12664 DOI: https://doi.org/10.1111/joor.12664

Silva RGB, Ramos AMPC, Pauxis Aben-Athar CY, et al. Avaliação da xerostomia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos ao tratamento radioterápico. Rev Cont Saúde. 2017;17(32):5. doi: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2017.32.5-14 DOI: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2017.32.5-14

Yuwanati M, Gondivkar S, Sarode S, et al. Oral health-related quality of life in oral cancer patients: systematic review and meta-analysis. Future Oncology. 2021;17(8):979-90. doi: https://doi.org/10.2217/fon-2020-0881 DOI: https://doi.org/10.2217/fon-2020-0881

Costa RC, Bezerra PMM, Damascena LCL, et al. Impact of saliva and cariogenic microbiota on the chemotherapy-induced oral mucositis in oncopediatric patients: a preliminary longitudinal study. Int J Dent. 2020;2020:1243953. doi: https://doi.org/10.1155/2020/1243953 DOI: https://doi.org/10.1155/2020/1243953

Publicado

2024-06-20

Como Citar

1.
Diniz CKS, Oliveira MDL, Viana Filho JMC. Avaliação da Hipossalivação e Xerostomia em Pacientes Oncológicos em Tratamento Quimioterápico. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 20º de junho de 2024 [citado 3º de julho de 2024];70(2):e-184639. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/4639

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL