Tendência da Mortalidade por Câncer do Colo do Útero em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2000-2019
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2025v71n1.4863Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero/mortalidade, Mortalidade, Distribuição TemporalResumo
Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é o segundo câncer ginecológico mais comum no mundo. A análise da evolução da mortalidade por CCU permite detectar tendências negativas para a saúde pública e direciona estratégias preventivas. Objetivo: Analisar a tendência das taxas de mortalidade por CCU no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de 2000 a 2019. Método: Foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Mortalidade e o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde e, para a análise, utilizou-se a regressão por JoinPoint. Resultados: Foi observada tendência decrescente das taxas de mortalidade por CCU em Campo Grande (APC = -3,12; IC 95%: -5,2 a -0,9). Em relação às taxas de mortalidade por idade, observou-se tendência decrescente para as faixas etárias de 50 a 59 anos (APC = -2,98; IC 95%: -5,7 a -0,2) e 60 a 69 anos (APC= -5,33; IC 95%: -9,1 a -1,4). Para as demais faixas etárias, a tendência foi estacionária. Conclusão: Apesar da tendência decrescente observada, as taxas de mortalidade por CCU apresentaram redução média anual de valor relativamente pequeno no período estudado, o que, associado à tendência estacionária observada para as taxas de mortalidade por porção não especificada do útero, pode indicar que o controle do CCU em Campo Grande permanece como um desafio para os gestores desse município.
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