Influência de Variáveis Clinicopatológicas sobre a Eficácia da Quimioterapia Neoadjuvante do Câncer de Mama
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2013v59n3.502Palavras-chave:
Neoplasias da Mama-quimioterapia, Neoplasias da Mama-patologia, Terapia Neoadjuvante, Receptores EstrogênicosResumo
Introdução: A quimioterapia neoadjuvante do câncer de mama visa a redução da extensão tumoral e da área cirúrgica, favorecendo a conservação da mama e a sobrevida pós-mastectomia. O grau de resposta patológica, baseado no tamanho do tumor residual e no grau de acometimento linfonodal após ressecção tumoral, tem sido proposto como desfecho primário da eficácia antineoplásica, auxiliando a identificação de causas de falha terapêutica. Objetivo: Avaliar o impacto de fatores clinicopatológicos sobre o grau de resposta à quimioterapia neoadjuvante do câncer de mama. Método: Uma coorte de mulheres com câncer de mama unilateral não metastático, submetidas à quimioterapia neoadjuvante com doxorrubicina e docetaxel, foi avaliada quanto ao grau de resposta patológica. Resultados: Foram avaliadas 227 pacientes com desfecho clínico definido após tratamento quimioterápico neoadjuvante, entre as quais, 4,8% tiveram resposta patológica completa (ausência de remanescentes tumorais na mama e nos linfonodos axilares) e 5,7% apresentaram progressão de doença. As variáveis associadas a maior risco de falha terapêutica foram: comprometimento linfonodal em qualquer grau (OR=15,25; IC95%=2,11-110,01) e positividade para receptor de estrogênio (OR=14,62; IC95%=3,05-70,01). Como consequência, houve melhor perfil de resposta para pacientes com tumores do subtipo molecular HER2 (OR=0,04; IC95%=0,00-0,40) ou triplo-negativo (OR=0,08; IC95%=0,00-0,60) em comparação ao tipo luminal A. Conclusão: A resposta tumoral à quimioterapia neoadjuvante não foi afetada por comorbidades sistêmicas, mas e influenciada pela expressão de receptores de estrogênio.