É Necessária a Biópsia do Linfonodo Sentinela no Carcinoma Ductal in situ da Mama?
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2015v61n1.759Palavras-chave:
Biópsia de Linfonodo Sentinela, Carcinoma Ductal de Mama, Carcinoma Intraductal não InfiltranteResumo
Introdução: Os carcinomas in situ representam aproximadamente 15% dos cânceres de mama. Por definição, não ultrapassam a membrana basal, o que implicaria em um risco teórico nulo para metástase linfonodal. Entretanto, a literatura exibe taxas variando de 1% a 13% de metástases das biópsias de linfonodo sentinela (BLS) realizadas em pacientes com carcinoma ductal in situ (CDIS). Objetivo: Verificar a prevalência de metástase do linfonodo sentinela em pacientes com CDIS de mama, tratadas cirurgicamente numa instituição de referência no Nordeste Brasileiro. Método: Estudo transversal e descritivo, utilizando dados secundários, obtidos nos prontuários médicos de pacientes com câncer de mama, operadas no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), entre os anos de 2002 a 2012. Os dados foram analisados por meio do software Epi Info 7.0. Resultados: A população de estudo correspondeu a 746 pacientes com tumor primário de mama, 106 (14%) apresentavam como tipo histológico inicial o CDIS. Cinquenta e quatro pacientes (51%) foram submetidas à mastectomia e 52 (49%) à cirurgia conservadora. A BLS foi realizada em 88 (83%) dos 106 casos com CDIS, apresentando positividade para metástase linfonodal em apenas um caso (1,1%). No fim da análise, das 106 pacientes com CDIS, duas apresentaram recidiva local, uma apresentou recidiva locorregional. Conclusão: A BLS em pacientes com CDIS puro, semelhante ao encontrado na literatura mundial, apresenta baixa prevalência de metástase linfonodal. Apesar da baixa morbidade da BLS, o custo financeiro adicional e o fato de praticamente não impactar na decisão terapêutica fazem refletir sobre sua real necessidade.