Melanoma de mucosa oral
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2007v53n1.1826Palavras-chave:
Melanoma, Mucosa oral, PalatoResumo
O melanoma de mucosa oral (MMO) é uma neoplasia de baixa prevalência, representando cerca de 0,5% de todos os tumores malignos orais. Caracteriza-se pela proliferação atípica de melanócitos, com crescimento vertical agressivo e possível surgimento de lesões-satélites. Os sintomas mais comuns são sangramento, dor local e amolecimento dentário; podendo, entretanto, ser assintomático. O diagnóstico é obtido através de biopsia da lesão. Atualmente, a melhor opção para o tratamento é a cirurgia; entretanto, há controvérsias quanto à extensão da ressecção e a utilização de radioterapia e/ou quimioterapia adjuvante. O prognóstico é reservado, guardando relação direta com o tamanho e a profundidade da lesão, e a presença ou não de invasão vascular, necrose, população de células tumorais polimorfas e comprometimento linfonodal. A sobrevida em cinco anos para MMO é de 15%; especificamente, no palato, é de apenas 11% com média de 22 meses. Este estudo relata o caso de um paciente do sexo masculino, encaminhado ao Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital do Câncer A.C. Camargo, com lesão pigmentada no palato duro à esquerda, já biopsiada e sugestiva de melanoma. O exame clínico não revelou presença de linfonodos cervicais palpáveis ou outra lesão cutânea ou mucosa. Foi realizada maxilarectomia esquerda seguida de reconstrução de palato, utilizando-se retalho microcirúrgico fasciocutâneo lateral do braço. Houve a necessidade de proceder ao esvaziamento cervical supraomo- hióideo pelo achado intra-operatório de um linfonodo acometido na região submandibular esquerda. Após a cirurgia, o paciente foi encaminhado à radioterapia adjuvante.