O Controle da Dor em Pacientes Portadores de Câncer Avançado: um Problema Nacional Negligenciado

Autores

  • Sergio Edgar Allan Instituto Nacional de Câncer (INCA). Rio de Janeiro (RJ), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1984v30n3.3461

Palavras-chave:

Dor do Câncer/prevenção & controle, Neoplasias/tratamento farmacológico, Hidromorfona, Metadona

Resumo

Muitos pacientes portadores de câncer avançado sofrem de dor crônica e severa, mesmo após o uso dos modernos recursos da quimioterapia e neurocirurgia para controle da dor e necessitam de narcóticos em doses adequadas e a intervalos regulares para terem uma vida digna relativamente livre de dor. O medo de tornar estes pacientes dependentes de narcóticos não tem fundamento no contexto de doença terminai Os médicos em geral têm um conhecimento inadequado sobre o controle da dor. Em nosso país existem apenas dois tipos de narcóticos (morfina e petidina) e somente injetáveis. A atitude de nossas autoridades governamentais tem sido exclusivamente policial. O problema do viciado de rua interfere com quem sofre de câncer avançado, o que não é justo. A venda e distribuição de narcóticos são complexas e difíceis. Temos que ter no comércio narcóticos orais como por exemplo a Metadona, hidromorfona comprimidos (Dilaudid) e solução líquida oral de morfina ou hidromorfona. Também necessitamos de morfina supositórios e injetáveis mais potentes. Nos últimos anos, vários narcóticos foram retirados do mercado, provavelmente devido ao abuso ilícito, ficando os pacientes com dor sem alívio adequado. Infelizmente, um grande número de pacientes passam seus últimos dias com dor excruciante, em nosso país. É uma obrigação social, moral e ética da classe médica e do governo amenizar este problema.

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Publicado

2023-08-09

Como Citar

1.
Allan SE. O Controle da Dor em Pacientes Portadores de Câncer Avançado: um Problema Nacional Negligenciado. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 9º de agosto de 2023 [citado 22º de novembro de 2024];30(3):41-5. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/3461

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL