Estudo Pioneiro sobre a Presença de Clone de Hemoglobinúria Paroxística Noturna durante Acompanhamento Terapêutico de Leucemia Aguda
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n3.1228Palavras-chave:
Hemoglobinúria Paroxística/diagnóstico, Hemoglobinúria Paroxística/tratamento farmacológico, Leucemia/diagnóstico, Doença AgudaResumo
Introdução: O potencial de transformação maligna de células-tronco hematopoiéticas portadoras de mutações no gene glicosilfostatidilinositol classe A (PIG-A) para leucemias agudas, embora raro, já é bem descrito na literatura. Objetivo: Neste estudo, porém, buscou-se evidenciar pela primeira vez na literatura o surgimento ou a manutenção de clones de hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) em pacientes diagnosticados com leucemia aguda ou ainda após o início do tratamento quimioterápico. Método: A pesquisa de clones de HPN foi realizada por citometria de fluxo em blastos, hemácias, granulócitos ou monócitos de 47 amostras de sangue periférico e medula óssea de pacientes submetidos à investigação diagnóstica ou acompanhamento terapêutico, provenientes de dois hospitais oncológicos e públicos de Belém, no período de dezembro de 2017 a dezembro de 2018. Resultados: A presença de clones de HPN foi observada em 19/47 (40,4%) amostras de pacientes, em investigação diagnóstica ou acompanhamento terapêutico, que realizaram pelo menos um estudo de acompanhamento terapêutico e ainda tiveram o surgimento ou a manutenção do clone de HPN mesmo após iniciado o tratamento quimioterápico. Conclusão: Foi possível evidenciar, de forma primária, a presença de clones de HPN em pacientes diagnosticados com leucemia aguda tanto no período de investigação diagnóstica como durante o acompanhamento terapêutico, independentemente da ontogenia celular. Sem, porém, que se possa ainda avaliar a importância da presença desses clones de HPN para a evolução da doença primária, prognóstico ou necessidade de tratamento específico.