Bioética da obstinação terapêutica no emprego da hemodiálise em pacientes portadoras de câncer do colo do útero invasor, em fase de insuficiência renal crônica agudizada
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2007v53n1.1824Palavras-chave:
Bioética, Futilidade médica, Câncer do colo do útero, Insuficiência renal obstrutiva, HemodiáliseResumo
Este artigo pretende discutir, do ponto de vista das ferramentas da Bioética, a indicação da hemodiálise para mulheres com câncer do colo do útero avançado com insuficiência renal obstrutiva, já tratadas por radioterapia exclusiva, ou sem mais indicação de tratamento pelo avançado estado da neoplasia, atendidas em um hospital especializado em oncologia. Pergunta-se se tais pacientes se beneficiariam desse método de substituição da filtração renal, para controle da uremia, conseqüente à progressão da doença neoplásica. Conclui-se que a utilização da hemodiálise constitui uma forma de obstinação terapêutica frente ao quadro dramático da paciente, ineficaz como medida antitumoral e incapaz de proporcionar melhor qualidade de vida à paciente. Os autores pretendem que as discussões sobre o conceito de tratamento fútil sejam estimuladas cada vez mais. A inclusão dos aspectos morais envolvidos no tratamento médico e estudados pela Bioética é vista como uma forma de analisar o impacto multifatorial da doença e do seu tratamento, quer de intenção curativa ou não, sobre a qualidade de vida dos doentes.