Caracterização dos Casos de Câncer de Cavidade Oral e Faringe da Região Norte do Brasil, 2012-2015
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n3.2470Palavras-chave:
neoplasias bucais, neoplasias orofaríngeas, epidemiologia descritiva, registros hospitalares, tempo para o tratamentoResumo
Introdução: O câncer de cavidade oral e faringe e um problema de saúde publica, apresentando elevadas taxas de incidência e mortalidade. Objetivo: Caracterizar o perfil clinico-epidemiológico e os atrasos no diagnóstico e tratamento de casos atendidos nas unidades de referência da Região Norte do Brasil. Método: Estudo descritivo dos casos de câncer de cavidade oral e faringe registrados nas bases de dados dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) de 2012 a 2015. Foram analisados os intervalos entre a primeira consulta e o diagnóstico, e o diagnóstico e o tratamento. As variáveis continuas foram avaliadas por meio de medidas de tendência central e de dispersão. As diferenças entre proporções nas variáveis categóricas foram avaliadas pelo teste qui-quadrado, considerando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Entre os homens, os casos de orofaringe foram mais incidentes (19,2%) e nas mulheres os mais incidentes (16,3%) de outras partes e partes não especificadas da língua. A maior parte dos casos era de homens, cor parda, >60 anos, sem cônjuge, com escolaridade até o nível fundamental. O carcinoma de células escamosas foi o mais comum. Com relação ao tempo, 69,6% dos casos que chegaram ao hospital sem diagnostico e sem tratamento foram diagnosticados até 30 dias após a primeira consulta, e 67,8% dos casos receberam o primeiro tratamento em até 60 dias. Conclusão: A maioria dos casos analisados apresentou tempo de diagnostico dentro do prazo recomendado, porem foi observado que os casos com diagnostico e sem tratamento demoraram mais de 60 dias.
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