Dissecção da Axila no Tratamento do Câncer de Mama
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1987v33n1.3184Palavras-chave:
Câncer da Mama, Dissecção Axilar, ComplicaçõesResumo
A dissecção da axila no tratamento do câncer da mama tem sido questionada quanto aos seus objetivos. No passado próximo a intenção era curativa: presentemente tem sido indicada principalmente para oferecer informação de extensão da doença (comprometimento de linfonodos por tumor) e tratamentos complementares, principalmente a quimioterapia adjuvante. Apenas alguns subgrupos de mulheres têm-se beneficiado realmente da quimioterapia adjuvante: as pré-meno-pausadas com linfonodos axilares comprometidos com tumor. Uma vez decidida a dissecção axilar, ainda resta a questão de saber se deve ser radical, ou limitada a níveis I e II (até músculo peitoral menor). Muitos centros importantes de câncer indicam a dissecção limitada da axila, que em média retira cerca de 10 linfonodos, alegando que desta forma não há risco de edema importante do braço e conseguem boa informação prognóstica e bom controle tumoral da axila. Aqueles que indicam a dissecção radical alegam que esta é a única forma de se obter informação real da situação axilar. Algumas pacientes podem ter linfonodos livres de tumor na parte baixa da axila, mas com tumor no ápice axilar ("skip metastasis") e a única forma de descobri-lo seria através da dissecção radical. Como a dissecção radical da axila pode causar edema do braço, é importante questionara real indicação da mesma. Pacientes em pós-menopausa e com axila clinicamente negativa talvez pudessem ter a alternativa de não dissecara axila de forma radical (e com isso não correr o risco de edema do braço), sem aumentara chance de falha de tratamento. O presente artigo discute o problema da dissecção da axila no tratamento do câncer da mama e mostra dados de 148 pacientes que fizeram tratamento conservador no Centro de Oncologia Campinas, metade das quais sem dissecção da axila.
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