Avaliação de Risco Cirúrgico em Doentes de Câncer

Autores

  • César Lima Santos Chefe da seção de clínica médica e Coordenador da residência. Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro (RJ), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1966v22n32.4121

Palavras-chave:

Procedimentos Cirúrgicos Operatórios, Complicações Intraoperatórias, Medição de Risco, Neoplasias/enfermagem

Resumo

A avaliação do risco cirúrgico em cancerosos deve ser feita levando-se em conta, não só as repercussões somáticas da neoplasia, mas tamhém as de outras doenças intercorrentes. A idade, o estado de nutrição, o estado mental e o tipo de intervenção programada são fatores que modificam os índices de morbidade e letalidade. A correção dos desvios nutritivos, da anemia e das disfunções endócrinas deverá ser feita a curto prazo. A insuficiência hepâtica, assim como a renal, de caráter grave, comprovadas clinica e laboratorialmente, são contra-indicações absolutas à cirurgia de monta. Os portadores de insuficiência respiratória, toleram mal cirurgia torácica e, quando em preparo para cirurgia abdominal, devem ser submetidos a tratamento intensivo de espasmo brônquico e à limpeza da árvore respiratória. Em casos selecionados deve recorrer-se à traqueotomia pré-operatória, que é mais útil e melhor tolerada quando executada dias antes do ato cirúrgico principal. A insuficiência cardíaca congestiva descompensada, o infarto do miocárdio nas primeiras 6 semanas, o cor pulmonale crônico, a pericardite constritiva e as miocardites constituem contra-indicações absolutas. Os hipertensos com cifras tensionais elevadas devem receber hipotensores antes e no dia do ato operatório, pois estão sujeitos, de outra forma, a verdadeiras catástrofes vasculares. As arritmias devem ser dominadas, cuidadosamente, porque podem trazer complicações que levam à descompensação cardíaca, à taquicardia ventricular, à fibrilação ventricular e à morte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BROWN, J. M. — Anesthesia and the Contractile Force of the Heart; a Reviewe. Anesth. & Anatg. 39: 487, 1960. DOI: https://doi.org/10.1213/00000539-196011000-00010

CANDER, L. — Physiologic Assessment and Management of the Preoperative Patient with Pulmonary Emphysema. Am. J. Cardiol, 12; 234, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90220-0

Dl PALMA, J. R. — Problems of Drug Reaction. Am J. Cardiol. 12: 349, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90227-3

DREIFUS; L. S., RABBINO, M. D., WATANABE, Y. e TABESH, E. — Arrhythmias in the Postoperative Period. Am. J. Cardiol. 12: 431, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90172-3

DRISCOLL, A. C., HOBIKA, J. H., ETSTEN, B. E. e PROGTR, S. — Clinically Unrecognized Myocardial Infarction Following Surgery. New England J. Med. 264: 633, 1961. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJM196103302641302

DUNCAN, G. G. e JENSON, W. K. — The Surgical Patient with Diabetes Am. J. Carliol. 12: 636, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90250-9

FRIEDBERG, C. K. — Diseases of the Heart. Ed. Saunders. 2nd. ed. pag. 1.103, 1956.

HARRIS. H. W. The Evaluation and Preparation for Surgery of Patients with Pulmonary Tuberculosis. Am. J. Cardiol. 12: 327, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90221-2

KNAPP, R. B., TOPKIN S., M. J. e ARTUSIO, J. T. — The Cerebral Acident and Coronary Occlusion in Anesthesia, JAMA 182: 110, 1962. DOI: https://doi.org/10.1001/jama.1962.03050430006002

LA DUE, J. S. — Conferência no Centro de Estudos do Instituto Nacional de Cancer, abril de 1962.

MAHER, J. F. e SCHREINER, G. E. — Cause of Death in Acute Renal Failure. Arch. Int. Med. 110: 493, 1962. DOI: https://doi.org/10.1001/archinte.1962.03620220085014

MEAKIN, J. W., TANTOGCO. M. S., GRABBE, J., BAYLES, T. B. e NELSON D. N. — Evaluation of Pituitary Adrenocortical Function in Patients with Rheumatoid Arthritis Following Steroid Therapy. Lancet., 2; 322, 1962.

MOYER, J. S., BREST, A. N. e NATHANSON, D. — Medicail Considerations in Hypertensive Patient Undergoing Surgery. Am. J. Cardiol. 12; 286, 1983. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90212-1

NASHLAS, M. M., ABRAMS, S. J. e GOLDBERG, M. M. — The influence of the Arteriosclerotic Heart, Disease on Surgical Risk Am. J. Surgery 101: 447, 1961. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9610(61)90296-3

OSMUNDSON, J. J. — Tratamento Pre y Postoperatório de Pacientes com Hipertensión. Med. Clin. N. Am. 46: 963, 1962.

PEET, M. M. e ISBERG, E. M. — The Surgical Treatment of Essential Hypertension J. A. M. A. 130: 153, 1964.

PRICKMAN, L. E. e WHITCOMB, F. F. Jr. — The Decreasing Hazard of Surgical Procedures on Patients with Asthma. Dis. Chest. 35:30, 1959. DOI: https://doi.org/10.1378/chest.35.1.30

SCHREINER, G. G. e MAHER J. F. — The Patient with Chronic Renal Failure and Surgery Am. J. Cardiol. 12: 317, 1963. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(63)90219-4

WROBLEWSKI, F. e LA DUE, J. S. — Myocardial Infarction as Post Operative Complication of Major Surgery. J.A.M.A. 150: 1. 212, 1952. DOI: https://doi.org/10.1001/jama.1952.63680120015010f

Downloads

Publicado

2023-08-21

Como Citar

1.
Santos CL. Avaliação de Risco Cirúrgico em Doentes de Câncer. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 21º de agosto de 2023 [citado 5º de maio de 2024];22(32):75-90. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/4121

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL