História, Conceitos e Modelos da Navegação de Pacientes Oncológicos por Enfermeiros no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2025v71n4.5255Palavras-chave:
Navegação de Pacientes, Enfermagem, Enfermagem Oncológica, Padrões de prática de enfermagem, erviço Hospitalar de OncologiaResumo
Introdução: A navegação de pacientes oncológicos visa eliminar barreiras no tratamento do câncer, oferecendo suporte e facilitando o acesso aos cuidados terapêuticos. Surgiu com a teoria de Harold Freeman e se expandiu para outros países, incluindo o Brasil, onde foi adaptada ao contexto local. Objetivo: Identificar a conceituação teórica e os modelos de navegação adotados por enfermeiros navegadores de pacientes oncológicos no Brasil, confrontar teoria e prática com base na Resolução COFEN n.º 735/2024 e verificar a percepção de enfermeiros sobre as repercussões da teoria na prática cotidiana. Método: Pesquisa qualitativa, com entrevistas realizadas com 27 enfermeiros navegadores, selecionados por amostragem do tipo bola de neve. A coleta de dados incluiu uma entrevista semiestruturada, e os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Os princípios de Freeman são aplicados como base para programas de navegação no Brasil. No entanto, os modelos teóricos não são bem descritos na prática dos enfermeiros, que frequentemente confundem a estrutura do programa com o modelo de navegação. A personalização da atuação, conforme as necessidades institucionais e dos pacientes, é frequentemente mencionada. Conclusão: O estudo confirma a aplicação dos princípios de Freeman, mas destaca a falta de padronização e conhecimento sobre modelos teóricos. A navegação de pacientes oncológicos no Brasil está em constante evolução e caminha para corresponder à regulamentação do COFEN, com a necessidade de maior integração com o SUS para reduzir disparidades no acesso à saúde.
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