Análise dos Critérios Imunofenotípicos por Citometria de Fluxo para Definição das Doenças Linfoproliferativas Crônicas de Células B

Autores

  • Lacy Cardoso de Brito Junior Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Patologia Geral – Imunopatologia e Citologia. Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9102-5817
  • Maria Beatriz da Silva Fonseca Pesquisador Autônomo. Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7307-1721
  • Ana Paula Silveira Paixão Laboratório de Patologia Clínica Dr. Paulo C. Azevedo. Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3827-507X
  • Nilmara Suellen Lopes Castro Mendes Laboratório de Patologia Clínica Dr. Paulo C. Azevedo. Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6170-8289
  • Jessica Sabrina Cordeiro Parente Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4706-4103
  • Matheus Holanda Nascimento UFPA. Laboratório de Patologia Clínica Dr. Paulo C. Azevedo. Belém (PA), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9351-2918

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.2734

Palavras-chave:

transtornos linfoproliferativos/diagnóstico, imunofenotipagem, citometria de fluxo

Resumo

Introdução: A citometria de fluxo é uma metodologia importante para o diagnóstico das doenças linfoproliferativas crônicas de células B (DLPCB), contudo, por vezes, o citometrista não encontra subsídios suficientes para a definição exata da entidade patológica envolvida. Objetivo: Analisar os laudos emitidos a pacientes com doenças linfoproliferativas crônicas (DLPC) atendidos em um laboratório particular de Belém-PA, segundo os critérios de classificação estabelecidos pelos estudos de Matutes et al. e Craig e Foon. Método: Estudo retrospectivo com laudos de pacientes que realizaram imunofenotipagem por citometria de fluxo para diagnóstico de DLPCB no período entre setembro de 2015 a dezembro de 2019. Resultados: Depois de aplicados os critérios de Matutes et al. e Craig e Foon para os laudos analisados, observou-se concordância em: 45,24% casos de leucemia linfoide crônica de células B/linfoma linfocítico de pequenas células B; 14,29% casos de linfoma folicular; 4,76% casos de leucemia de células pilosas; e 21,43% de casos definidos como “outras DLPCB não classificáveis por citometria de fluxo”. Entretanto, o teste de hipóteses de Hotelling (p=0,0409) mostrou haver diferença estatística para a definição das DLPCB segundo os critérios aplicados. Conclusão: Os resultados ressaltam que, mesmo sendo a citometria de fluxo importante para a caracterização das DLPCB, por vezes, o citometrista necessita incluir no laudo a categoria “outras doenças linfoproliferativas crônicas de células B não classificadas por citometria de fluxo” para induzir o prescritor a solicitar mais exames complementares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Swerdlow SH, Campo E, Harris NL, et al., editors. WHO classification of tumours of haematopoietic and lymphoid tissues. 4th ed. Vol. 2. Lyon (France): International Agency for Research on Cancer (IARC); 2008.

Swerdlow SH, Campo E, Pileri SA, et al. The 2016 revision of the World Health Organization classification of lymphoid neoplasms. Blood. 2016;127(20):2375-90. doi: https://doi.org/10.1182/blood-2016-01-643569 DOI: https://doi.org/10.1182/blood-2016-01-643569

Gaidano V, Tenace V, Santoro N, et al. A clinically applicable approach to the classification of B-Cell non-Hodgkin lymphomas with flow cytometry and machine learning. Cancers (Basel). 2020;12(6):1684. doi: https://doi.org/10.3390/cancers12061684 DOI: https://doi.org/10.3390/cancers12061684

Boyd SD, Natkunam Y, Allen JR, et al. Selective immunophenotyping for diagnosis of B-cell neoplasms: immunohistochemistry and flow cytometry strategies and results. Appl Immunohistochem Mol Morphol. 2013;21(2):116-31. doi: https://doi.org/10.1097/PAI.0b013e31825d550a DOI: https://doi.org/10.1097/PAI.0b013e31825d550a

Davis BH, Holden JT, Bene MC, et al. 2006 Bethesda International Consensus recommendations on the flow cytometric immunophenotypic analysis of hematolymphoid neoplasia: medical indications. Cytometry B Clin Cytom. 2007;72B(S1):S5-13. doi: https://doi.org/10.1002/cyto.b.20365 DOI: https://doi.org/10.1002/cyto.b.20365

Tute RM. Flow cytometry and its use in the diagnosis and management of mature lymphoid malignancies. Histopathology. 2011;58(1):90-105. doi: https://doi.org/10.1111/j.1365-2559.2010.03703.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2559.2010.03703.x

van Dongen JJM, Lhermitte L, Böttcher S, et al. EuroFlow antibody panels for standardized n-dimensional flow cytometric immunophenotyping of normal, reactive and malignant leukocytes. Leukemia. 2012;26(9):1908-75. doi: https://doi.org/10.1038/leu.2012.120 DOI: https://doi.org/10.1038/leu.2012.120

Glynn E, Soma L, Wu D, et al. Flow cytometry for non-Hodgkin and Hodgkin lymphomas. Methods Mol Biol. 2019;1956:35-60. doi: https://doi.org/10.1007/978-1-4939-9151-8_2 DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4939-9151-8_2

Böttcher S, Engelmann R, Grigore G, et al. Expert-independent classification of mature B-cell neoplasms using standardized flow cytometry: a multicentric study. Blood Adv. 2022;6(3):976-92. doi: https://doi.org/10.1182/bloodadvances.2021005725 DOI: https://doi.org/10.1182/bloodadvances.2021005725

Rawstron AC, Kreuzer KA, Soosapilla A, et al. Reproducible diagnosis of chronic lymphocytic leukemia by flow cytometry: an European Research Initiative on CLL (ERIC) & European Society for Clinical Cell Analysis (ESCCA) harmonisation project. Cytometry B Clin Cytom. 2018;94(1):121-8. doi: https://doi.org/10.1002/cyto.b.21595 DOI: https://doi.org/10.1002/cyto.b.21595

Zhao M, Mallesh N, Höllein A, et al. Hematologist-level classification of mature B-cell Neoplasm using deep learning on multiparameter flow cytometry data. Cytometry A. 2020;97(10):1073-80. doi: https://doi.org/10.1002/cyto.a.24159 DOI: https://doi.org/10.1002/cyto.a.24159

Brito Junior LC, Feio DCA, Barbosa SR, et al. Diagnóstico de imunofenótipos de síndromes linfoproliferativas crônicas por citometria de fluxo na Fundação HEMOPA. J Bras Patol Med Lab. 2011;47(6):607-10. https://doi.org/10.1590/S1676-24442011000600006 DOI: https://doi.org/10.1590/S1676-24442011000600006

Matutes E, Owusu-Ankomah K, Morilla R, et al. The immunological profile of B-cell disorders and proposal of a scoring system for the diagnosis of CLL. Leukemia. 1994;8(10):1640-5. Cited in: PubMed; PMID 7523797.

Craig FE, Foon KA. Flow cytometric immunophenotyping for hematologic neoplasms. Blood. 2008;111(8):3941-67. doi: https://doi.org/10.1182/blood-2007-11-120535 DOI: https://doi.org/10.1182/blood-2007-11-120535

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13; Seção 1:59.

Bezerra AMPS, Pasqualin C, Guerra JCC, et al. Correlation between flow cytometry and histologic findings: ten year experience in the investigation of lymphoproliferative diseases. Einstein (São Paulo). 2011;9(2):151-9. doi: https://doi.org/10.1590/S1679-45082011AO2027 DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-45082011ao2027

Hoffmann J, Rother M, Kaiser U, et al. Determination of CD43 and CD200 surface expression improves accuracy of B-cell lymphoma immunophenotyping. Cytometry B Clin Cytom. 2020;98(6):476-82. doi: https://doi.org/10.1002/cyto.b.21936 DOI: https://doi.org/10.1002/cyto.b.21936

Publicado

2023-01-16

Como Citar

1.
Brito Junior LC de, Fonseca MB da S, Paixão APS, Mendes NSLC, Parente JSC, Nascimento MH. Análise dos Critérios Imunofenotípicos por Citometria de Fluxo para Definição das Doenças Linfoproliferativas Crônicas de Células B. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 16º de janeiro de 2023 [citado 29º de março de 2024];69(1):e-072734. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2734

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)