Sítio Metastático Incomum - Metástases Peritoneais em Melanoma Maligno: Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n2.1239Palavras-chave:
Melanoma, Peritônio, Metástase Neoplásica, Neoplasias PeritoneaisResumo
Introdução: O melanoma cutâneo é um tumor com grande capacidade de metastização. Um dos quadros possíveis, mas bastante raro, é quando a metástase se aloja em peritônio (carcinomatose peritoneal). Relato do caso: Paciente feminina, 61 anos, encaminhada por massa inguinal esquerda suspeita e lesão hipercrômica de 2 cm, com área de regressão em membro inferior esquerdo. A paciente foi submetida à linfadenectomia inguinal esquerda e ressecção da lesão de pele, que evidenciou melanoma maligno cutâneo extensivo superficial invasor, de espessura de Breslow 1,2 mm, e nível de Clark II, bem como metástase linfonodal. O tratamento adjuvante incluiu radioterapia e quimioterapia. Durante follow-up, oito meses depois, ultrassonografia e tomografia computadorizada de abdome evidenciaram imagem nodular sólida hipoecoica, heterogênea e bosselada, mal definida e mal delimitada em projeção para-aórtica à esquerda, com 12,7x6,7x4,8 cm. Em laparotomia exploradora, encontrou-se massa volumosa retroperitoneal em flanco esquerdo, com envolvimento do ângulo de Treitz e presença de carcinomatose peritoneal. O laudo anatomopatológico evidenciou neoplasia maligna pouco diferenciada epitelioide infiltrativa, compatível com história clínica de melanoma. A paciente evoluiu a óbito após consulta com oncologia clínica. Conclusão: Existem poucos casos de metástase peritoneal de melanoma relatados na literatura. Contudo, deve-se levar em consideração sua possibilidade de ocorrência e as opções terapêuticas disponíveis, além de também compreender seu impacto no prognóstico do paciente. Apesar de rara, a carcinomatose peritoneal deve ser considerada quando pacientes com histórico pessoal de melanoma apresentarem queixas abdominais inespecíficas, como a paciente do caso relatado.