Série Histórica de Mortalidade por Neoplasias no Estado da Bahia entre os Anos de 2008 e 2018

Autores

  • Hebert Luan Pereira Campos dos Santos Universidade Federal da Bahia (UFBA). Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS). Vitória da Conquista (BA), Brasil. Liga Acadêmica de Oncologia Clínica e Cirúrgica do Sudoeste Baiano. Vitória da Conquista (BA), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2722-7945
  • Joice Silva Machado Universidade Federal da Bahia (UFBA). Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS). Vitória da Conquista (BA), Brasil. Liga Acadêmica de Oncologia Clínica e Cirúrgica do Sudoeste Baiano. Vitória da Conquista (BA), Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6479-2148
  • Alefe Santos Brito Universidade Federal da Bahia (UFBA). Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS). Vitória da Conquista (BA), Brasil. Liga Acadêmica de Oncologia Clínica e Cirúrgica do Sudoeste Baiano. Vitória da Conquista (BA), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4287-6583
  • Fillipe Dantas Pinheiro Universidade Federal da Bahia (UFBA). Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS). Vitória da Conquista (BA), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3489-4853

DOI:

https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1376

Palavras-chave:

neoplasias/mortalidade, indicadores de morbimortalidade, distribuição temporal, epidemiologia descritiva, registros de mortalidade

Resumo

Introdução: A mortalidade por neoplasias no Brasil se distribui de forma distinta entre as Macrorregiões, sendo a Nordeste responsável pelo segundo maior número de óbitos por neoplasias e, nessa Região, a Bahia ocupa a primeira posição. Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por neoplasias no Estado da Bahia e nas nove Macrorregiões de Saúde, entre 2008 e 2018. Método: Estudo ecológico, a partir dos óbitos por neoplasia (C00-D48) nessas Macrorregiões, registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade entre 2008 e 2018. As tendências de mortalidade por faixa etária foram analisadas pela regressão Joinpoint, tendo como desfecho morte por câncer e ano do óbito como variável independente. Resultados: Ocorreram 115.034 óbitos relacionados à neoplasia, sendo 39,2% registrados na Macrorregião Leste, 53,2% em homens, 65,4% na faixa etária de 60 anos ou mais, 24% com 1 a 3 anos de escolaridade, 68,6% eram negros e 50,9% eram não casados. As tendências das taxas de mortalidade por 100 mil habitantes, ajustadas para as faixas etárias de maiores e menores de 60 anos, indicaram que houve aumento dos óbitos em todas as Macrorregiões, entretanto, o incremento foi maior na Macrorregião Norte para maiores de 60 anos e na Macrorregião Oeste para menores de 60 anos. Conclusão: A mortalidade por câncer nas Macrorregiões baianas aumentou em ambas as faixas etárias, porém há diferenças no perfil de mortalidade por câncer entre as Macrorregiões de um mesmo Estado, indicando a necessidade de criação de políticas que levem em consideração essas peculiaridades regionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

International Agency for Research on Cancer [Internet]. Lyon: Iarc; c1965-2020. Cancer tomorrow; [cited 2020 jun. 29]. Available from: https://gco.iarc.fr/tomorrow/home

Organização Pan-Americana de Saúde (BR); Organização Mundial da Saúde [Internet]. Brasília, DF: [data desconhecida]. Câncer: folha informativa; [atualizada 2020 out; acesso 2020 jun 29]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/cancer

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer [Internet]. 6. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: INCA; 2020 [acesso 2021 jan 13]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//livro-abc-6-edicao-2020.pdf

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Atlas On-line de Mortalidade [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; c1996-2014 - [atualizado 2021 jan 8; acesso 2020 jun 29]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/MortalidadeWeb/pages/Modelo01/consultar.xhtml#panelResultado

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2019 [acesso 2021 abr 22]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf

DATASUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde; data desconhecida [acesso 2021 jun 20]. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. Causas e prevenção: estatísticas de câncer; [modificado 2021 jun 6; acesso 2020 ago 19]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer

Organização Pan-Americana da Saúde; Organização Mundial da Saúde. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10 rev. São Paulo: EDUSP; 1997.

SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade [Internet]. Brasília, DF: DATASUS. c2008 - [acesso 2020 ago 19]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10uf.def

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; [acesso 2020 nov 11]. Disponível: https://ibge.gov.br

Teles AS, Coelho TCB, Ferreira MPS. Sob o prisma da equidade: financiamento federal do Sistema Único de Saúde no estado da Bahia. Saude soc. 2016;25(3):786-99. doi: https://doi.org/10.1590/s0104-12902016152020 DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-12902016152020

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. Onde tratar pelo SUS: Bahia; [modificado 2021 jun 15; acesso 2020 nov 12]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/onde-tratar-pelo-sus/bahia

CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde [Internet]. Brasília, DF: DATASUS; [acesso 2020 nov 12]. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.jsp

Segi M. Cancer mortality for selected sites in 24 countries (1950-57). Sendai, JPN: Department of Public Health, Tohoku University School of Medicine; 1960.

Kim HJ, Fay MP, Feuer EJ, et al. Permutation tests for joinpoint regression with applications to cancer rates. Stat Med. 2000;19(3):335-51. doi: https://doi.org/10.1002/(sici)1097-0258(20000215)19:3<335::aid-sim336>3.0.co;2-z. Erratum in: Stat Med. 2001 Feb 28;20(4):655. DOI: https://doi.org/10.1002/sim.811

Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2013 jun 13; Seção 1:59.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. Onde tratar pelo SUS: Bahia; [modificado 2021 jun 6; acesso 2021 jan 13]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/onde-tratar-pelo-sus/bahia

Barbosa IR, Souza DLB, Bernal MM, et al. Cancer mortality in Brazil: temporal trends and predictions for the year 2030. Medicine (Baltimore). 2015;94(16):e746. doi: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000000746 DOI: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000000746

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. Expansão da assistência oncológica (Projeto EXPANDE); [modificado 2021 ago 9; acesso 2021 abr 20]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/projeto-expande

Migowski A, Atty ATM, Tomazelli JG, et al. A atenção oncológica e os 30 anos do Sistema Único de Saúde. Rev Bras Cancerol. 2018;64(2):247-50. doi: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n2.84 DOI: https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n2.84

Cruz MS, Irffi G. A relação entre diagnóstico de câncer e aspectos socioeconômicos, ambientais e de estilo de vida no Brasil. In: V Encontro Pernambucano de Economia Transformações da Estrutura Produtiva de Pernambuco; 2016 nov 10-11; Pernambuco. Pernambuco: Universidade Federal de Pernambuco; Centro de Ciências Sociais Aplicadas; 2016 [acesso 2020 jan 29]. Disponível em: https://coreconpe.gov.br/eventos/venpecon/teo_aplic/A%20rela%C3%A7%C3%A3o%20entre%20diagn%C3%B3stico.pdf

Aizer AA, Chen MH, McCarthy EP, et al. Marital status and survival in patients with cancer. J Clin Oncol. 2013;31(31):3869-76. doi: https://doi.org/10.1200/JCO.2013.49.6489 DOI: https://doi.org/10.1200/JCO.2013.49.6489

Hummer RA, Hernandez EM. The effect of educational attainment on adult mortality in the United States. Popul Bull. 2013;68(1):1-16.

Silva LE, Freire FHMA, Pereira RHM. Diferenciais de mortalidade por escolaridade da população adulta brasileira, em 2010. Cad Saúde Pública. 2016;32(4):e00019815. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00019815 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00019815

Cavalcante A, Simão G, Camargo I, et al. Relação da escolaridade com o número de mortes por câncer de colo uterino. In: Anais da 6ª amostra de saúde; 2014; Anápolis, GO. Rev Edu Saúde. Nov 2014;2(1):924.

Matos JC, Carvalho MDB, Pelloso SM, et al. Mortalidade por câncer de mama em mulheres do município de Maringá, Paraná, Brasil. Rev Gaúcha Enferm. 2009;30(3):445-52.

Pernambuco LA, Vilela MBR. Estudo da mortalidade por câncer de laringe no estado de Pernambuco - 2000-2004. Rev Bras Otorrinolaringol. 2009;75(2):222-7. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-72992009000200010 DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-72992009000200010

Zeng C, Wen W, Morgans AK, et al. Disparities by race, age, and sex in the improvement of survival for major cancers: results from the National Cancer Institute Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER) Program in the United States, 1990 to 2010. JAMA Oncol. 2015;1(1):88-96. doi: https://doi.org/10.1001/jamaoncol.2014.161 DOI: https://doi.org/10.1001/jamaoncol.2014.161

Virnig BA, Baxter NN, Habermann EB, et al. A matter of race: early-versus late-stage cancer diagnosis. Health Aff (Millwood). 2009;28(1):160-8. doi: https://doi.org/10.1377/hlthaff.28.1.160 DOI: https://doi.org/10.1377/hlthaff.28.1.160

Bray F, Jemal A, Grey N, et al. Global cancer transitions according to the Human Development Index (2008-2030): a population-based study. Lancet Oncol. 2012;13(8):790-801. doi: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(12)70211-5 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(12)70211-5

Fuccio L, Eusebi LH, Bazzoli F. Gastric cancer, Helicobacter pylori infection and other risk factors. World J Gastrointest Oncol. 2010;2(9):342-7. doi: https://doi.org/10.4251/wjgo.v2.i9.342 DOI: https://doi.org/10.4251/wjgo.v2.i9.342

Zilberstein B, Malheiros C, Lourenço LG, et al. Brazilian consensus in gastric cancer: guidelines for gastric cancer in Brazil. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2013;26(1):2-6. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-67202013000100002 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-67202013000100002

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; [data desconhecida]. Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco: dados e números da prevalência do tabagismo; [modificado 2021 set 22; acesso 2020 ago 21]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-prevalencia-tabagismo

Wünsch Filho V, Mirra AP, López RVM, et al. Tabagismo e câncer no Brasil: evidências e perspectivas. Rev Bras Epidemiol. 2010;13(2):175-87. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2010000200001 DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2010000200001

Araújo EM, Costa MCN, Hogan VK, et al. A utilização da variável raça/cor em saúde pública: possibilidades e limites. Interface (Botucatu). 2009;13(31):383-94. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-32832009000400012 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832009000400012

Souza GS, Junger WLS, Azevedo e Silva G. Tendência de mortalidade por câncer de pulmão em diferentes contextos urbanos do Brasil, 2000-2015. Epidemiol Serv Saúde. 2019;28(3):e2018421. doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742019000300003 DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742019000300003

Souza GRM, Cazola LHO, Oliveira SMVL. Atuação dos enfermeiros da estratégia saúde da família na atenção oncológica. Esc Anna Nery. 2017;21(4):e20160380. doi: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0380 DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2016-0380

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Portaria SAES/MS nº 1.399, de 17 de dezembro de 2019. Redefine os critérios e parâmetros referenciais para a habilitação de estabelecimentos de saúde na alta complexidade em oncologia no âmbito do SUS. Diário Oficial da União. 2019 dez 19; Edição: 245, Seção 1:173.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Rastreamento [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2010 [acesso 2021 jun 29]. (Série A. Normas e Manuais Técnicos, Cadernos de Atenção Primária; n. 29). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf

Governo do Estado da Bahia, Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Diretoria de Atenção Especializada, Coordenação de Redes de Apoio Especializado. Plano estadual de atenção ao câncer 2016 – 2023 [Internet]. Salvador; 2016 [acesso 2021 jun 21]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/05/Plano-Estadual-de-Aten%C3%A7%C3%A3o-ao-C%C3%A2ncer-2016-2023.pdf

Scheffer M, coordenador. Demografia médica no Brasil 2018. São Paulo, SP: Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP; Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; Conselho Federal de Medicina; 2018.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde: equipamentos de imagem utilizados em saúde – E.18 [Internet]. Brasília, DF: [data desconhecida] [acesso 2021 jun 23]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/LivroIDB/2edrev/e18.pdf

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 458, de 24 de fevereiro de 2017. Mantem as habilitações de estabelecimentos de saúde na Alta Complexidade e exclui prazo estabelecido na Portaria nº 140/SAS/MS, de 27 de fevereiro de 2014. Diário Oficial da União. 2017 mar 7; Edição: 45, Seção 1:80.

Goldman RE, Figueiredo EN, Fustinoni SM, et al. Rede de atenção ao câncer de mama: perspectiva de gestores da saúde. Rev Bras Enferm. 2019;72(Suppl. 1):274-81. doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0479 DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0479

Tribunal de Contas da União. Auditoria operacional na Política Nacional de Atenção Oncológica. Brasília, DF: Tribunal de Contas da União; 2011.

Publicado

2022-01-27

Como Citar

1.
Santos HLPC dos, Machado JS, Brito AS, Pinheiro FD. Série Histórica de Mortalidade por Neoplasias no Estado da Bahia entre os Anos de 2008 e 2018. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 27º de janeiro de 2022 [citado 25º de novembro de 2024];68(1):e-081376. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1376

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)